
A novela Paraíso Tropical será reprisada pela primeira vez. A trama estreia no dia 27 de novembro no Vale a Pena Ver de Novo, no lugar de Mulheres Apaixonadas.
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Uma das histórias mais sofisticadas de Gilberto Braga (1945-2021), é conhecida por bastidores bem movimentados, sobretudo em termos de escalação.
Exibida em 2007, a novela representava a volta do autor ao horário nobre da Globo, quatro anos após o fenômeno Celebridade. Para repetir o êxito, o veterano queria como protagonistas seus atores “queridinhos”.
Fábio Assunção, que foi o vilão Renato em Celebridade, aceitou de cara fazer o mocinho, Daniel. Já para o vilão, Gilberto queria muito Selton Mello. Chegou a fazer o convite, mas o ator estava se dedicando ao Cinema. O fato deixou o dramaturgo chateado.
Em paralelo, Gilberto pediu Mariana Ximenes para o papel de Bebel, mas a atriz estava cansada após emendar muitas novelas. Outra baixa que só não foi mais sentida do que a ausência de Claudia Abreu.
O sonho do autor era contar com a atriz para interpretar as gêmeas Paula e Taís, repetindo a parceria de tantas tramas, como Celebridade, Força de Um Desejo e Pátria Minha. Mas Claudia estava grávida e ficou fora do folhetim.

Grandes surpresas
Com baixas em três protagonistas de Paraíso Tropical, Gilberto precisou ouvir a produção da novela. Denis Carvalho, o diretor, correu atrás de Wagner Moura para viver Olavo.
O autor, porém, achava Wagner magro demais para o papel. “Ele não tem peitoral, não pode aparecer sem camisa“, disse ao livro Autores, Histórias da Teledramaturgia, segundo o site de Nilson Xavier.
Além disso, ele criticou a escolha de Camila Pitanga para viver Bebel “porque não era safada o suficiente”. Já em relação a Alessandra Negrini, Gilberto sempre deixou claro o descontentamento com a escalação da atriz. A sugestão veio de seu colaborador, Ricardo Linhares, que já conhecia a moça de longa data.
“Alessandra Negrini é competente, só não tem a empatia e o carisma da Cacau. Ela faz um pouco demais, não é minha praia. É boa, ganhou prêmio pelo filme do Bressane. Mas os prêmios todos da novela foram para a Camila Pitanga e para o Wagner Moura“, afirmou em uma entrevista após a novela.
Apesar dos pesares e do descontentamento de Gilberto Braga, os protagonistas cumpriram o seu papel e surpreenderam. Tanto que o casal Olavo e Bebel é a marca da trama, lembrado até hoje pela química e pelas ótimas cenas.
O mesmo podemos falar de Alessandra Negrini, que teve seu melhor momento nas novelas como as gêmeas, com destaque para a reviravolta em que Taís se passa por Paula e Paula se passa por Taís. Um trabalho que exigiu muito da atriz e consagrou o seu talento. Gilberto pode até ter “torcido o nariz”, mas com certeza ficou surpreso com o saldo positivo de Paraíso Tropical.