No dia 27 de maio, o Globoplay acrescenta mais um título ao Projeto Fragmentos. Fogo Sobre Terra, de Janete Clair, estará disponível para os assinantes da plataforma de streaming da Globo.
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A novela, exibida em 1974, abordou a luta pelo meio ambiente e foi massacrada pela censura do regime militar.
Lamentavelmente, apenas seis capítulos do folhetim estrelado por Jardel Filho e Juca de Oliveira foram preservados.
Em defesa de uma cidade
A história de Fogo Sobre Terra gira em torno de Divinéia, cidade fictícia do interior de Mato Grosso. Diogo Gonzaga (Jardel Filho) coordena um plano que pode acabar com o local – a instalação de uma hidrelétrica que irá engolir o município.
Pedro Azulão (Juca de Oliveira), irmão do criador do projeto, bate de frente, defendendo Divinéia, o povo e o meio ambiente.
Além das discordâncias ideológicas, Diogo e Pedro lutam pelo amor da mesma mulher, Chica Martins (Dina Sfat). Esta não gosta de ser pobre e sonha em viver na riqueza da cidade grande, representada por Diogo.
No meio desse conflito surge Bárbara (Regina Duarte), que se apaixona perdidamente por Pedro.
A tesoura afiada da censura
A trama das oito foi exibida durante um dos momentos mais cruéis da censura do regime militar, que usava a tesoura sem dó. Um ano antes, Fogo Sobre Terra foi vetada e Janete Clair teve que escrever O Semideus às pressas. Mesmo aprovada, a narrativa não teve vida fácil; o roteiro era constantemente retalhado.
A censura não gostava nem um pouco de Pedro Azulão, que agitava a cidade de Divinéia contra a hidrelétrica. Muitas cenas foram regravadas, fazendo o personagem perder a essência que a autora tinha concebido – para os censores e os militares, ele não tinha que questionar, apenas concordar.
Mesmo com esses problemas, Fogo Sobre Terra foi um sucesso, com ótimos índices de audiência. Para o público, certamente, será um prazer conferir os poucos capítulos que sobraram do folhetim que enfrentou a ditadura militar.
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