O remake de Pantanal, novela clássica que foi originalmente ao ar em 1990, estreou na tela da Globo na última segunda-feira (28).
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A primeira versão foi escrita por Benedito Ruy Barbosa, a desta vez, é adaptada pelo neto do novelista, Bruno Luperi.
Dividida em fases, a trama apresenta logo no início a história-chave: a busca de José Leôncio (Renato Góes) pelo pai, Joventino (Irandhir Santos), que desapareceu.
Quem o ajuda a superar a angústia é o companheiro Tião, interpretado pelo ator Fábio Neppo. Junto a Quim (Chico Teixeira), Tião assume papel de amigo leal ao dono da fazenda, que dá aos dois morada e parceria por muito tempo.
Para quem não se lembra, Fábio Neppo fez sucesso em Cheias de Charme, novela de 2012, ao viver Kleiton, amigo de Elano (Humberto Carrão) e vizinho de Penha (Taís Araújo), responsável por produzir os clipes das Empreguetes.
Em Pantanal, ao dar vida a Tião, Fábio Neppo ganha destaque na história, uma vez que estará na primeira e segunda fases. Além disso, seu personagem tem pontos cruciais para fazer a trama ficar mais leve e bem humorada.
Tião, de acordo com a própria descrição da novela, é filho da liberdade como todo peão. Por isso se adaptou tão bem à vida pantaneira, de lonjuras sem fim e horizontes distantes, onde tudo é possível e nada é necessário. Dono de um humor peculiar, Tião é para os patrões muito mais do que um mero criado.
Veja entrevista com Fábio Neppo sobre Pantanal e detalhes de seu personagem.
Você já conhecia o Pantanal? Como foi chegar lá?
Não conhecia. É difícil se acostumar com o calor. Sou de São Paulo, onde sempre morei. Chegamos um tempinho antes para nos adaptarmos e alguns dias depois começamos a gravar.
É um desafio essa questão de representar bem o peão, ainda mais se tratando dessa novela, desse tema, a homenagem às pessoas que fizeram a primeira versão. É uma grande responsabilidade, mas eu procuro sempre me divertir.
Vocês fizeram workshop para dar vida aos peões?
Sim. Eu nunca tinha andado a cavalo. Tivemos aulas de montaria no Rio de Janeiro por cerca de 10 dias. Nunca é o suficiente (risos), mas já consigo cavalgar, subir no cavalo, fazer o básico. Tentamos usar o laço, melhorar a relação com o gado.
A maior dificuldade até agora foi o calor e também as cenas com questões técnicas. Eu não tenho muita intimidade com o cavalo, às vezes tenho que dar um galope e parar perto da câmera, fico com um certo receio, mas está dando tudo certo até agora.
Durante as gravações no Pantanal, o que fez nas horas vagas?
Experimentei alguns pratos locais, como a sopa paraguaia, que não é uma sopa, mas sim um bolinho salgado, bem gostoso.
Nas horas vagas fui para a casa do Almir (Sater) tomar banho de rio e apreciar Chico Teixeira e Almir tocarem seus violões. Um privilégio.
Como é sua relação com a natureza?
Eu sou de São Paulo, mas moro em Cotia, e lá tem bastante verde, tem tucanos. Não tem arara azul, jacaré (risos). Mas tem muito verde, gosto muito de contemplar a natureza, passo horas olhando todo esse verde, os animais.
Como foi a preparação para dar vida ao Tião?
Foi sensacional. Tivemos o apoio da Andrea Cavalcanti, preparadora de elenco, que foi fundamental porque nos ajudou com improvisação de cena, com a prosódia. Foram os primeiros passos.
Tivemos também palestra com os peões, tudo online, devido à pandemia. Tivemos palestras sobre o bioma, relações do bioma com o ser humano, e depois nos deram informações para irmos buscando mais, como documentários sobre o Pantanal. E quando chegamos no Pantanal, ficamos sempre com os peões. Eu, como gosto de observar bastante, ficava vendo o jeito deles de falar, de se movimentar.
Quem é o Tião? Quem é o Quim na vida do Tião?
É um peão dedicado que não teve um pai para se espelhar, mas teve um patrão generoso que ensinou a lida da vida para ele.
O Quim é o irmão que ele não teve. É sua outra metade, um parceiro de vida, de lida. Um aprende muito com o outro, assim como o Fábio, ator, aprende muito com o Chico, músico. Não sei se foi o destino ou foi proposital nos colocarem juntos.
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