Osmar Prado fará parte da primeira e segunda fases da nova versão de Pantanal, novela escrita por Bruno Luperi, neto do autor original, Benedito Ruy Barbosa.
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Ele será o Velho do Rio, papel que foi interpretado por Claudio Marzo no folhetim da Manchete exibido em 1990. O personagem é uma espécie de ser mitológico, enxergado por poucas pessoas ao longo da trama.
Tido como uma lenda, apenas quem o vê tem certeza sobre sua existência. Há quem acredite que quando o velho Joventino (Irandhir Santos) desaparece sem deixar rastros, na verdade morre e encanta no Velho do Rio.
Mais que isso, o Velho do Rio é o ponto de contato entre o mundo físico e espiritual, e a síntese de uma consciência ecológica coletiva. Ele é um encantado, uma espécie de guardião deste paraíso em terra que se chama Pantanal. Apresenta-se vezes em forma de gente, vezes em forma de sucuri, a maior de todas que já se viu pelo Pantanal.
Em entrevista, Osmar Prado esclarece a construção do personagem e suas expectativas. Acompanhe!
Como está sendo interpretar o Velho do Rio?
Eu já estou falando meio com o jeito do Velho do Rio. Esse é um personagem especial. É um poeta, um filósofo, um homem que só na transcendência poderia ser o que é, falar o que tem que falar. Ele representa a libertação do mundo, da terra.
Como diz “somos filhos de uma mãe gentil e generosa a quem tentamos há muito tempo escravizar”. O Velho do Rio representa a defesa da terra, da fauna, da água. E a defesa também da alegria das pessoas, num mundo mais justo, mais cooperativo, mais solidário, com empatia.
O que você destacaria do personagem?
Ele é uma espécie de guardião da felicidade, mas não da felicidade efêmera, e sim a felicidade baseada no amor verdadeiro. Naquele que você se sacrifica pelo outro. O mundo só é viável se for cooperativo. No dia que o homem entender que ele é parte de um processo global, teremos um mundo correto.
“Nós não somos donos de nada”, diz o Velho. Isso é um fato, é uma oportunidade de você atuar com uma personagem de uma profundidade filosófica enorme.
O Velho do Rio seria, então, um protetor daquele local que habita?
Ele é justiceiro, faz justiça. Faz parte do processo também fazer justiça. Eu estou aprendendo muito com ele. A cada fala, eu entendo perfeitamente o que ele quer dizer e estou perfeitamente de acordo. Isso é um privilégio.
Você já conhecia o Pantanal?
Eu nunca tinha ido ao Pantanal, e agora estou apaixonado pelo que conheci. Eu sabia que encontraria pessoas legais, mas estou em êxtase porque essa viagem foi uma oportunidade muito boa.
Tenho 63 anos de carreira e 74 de idade. Ser chamado para fazer o Velho do Rio é uma convocação. Como se eu fosse para um movimento revolucionário, com a mesma integridade, força e dedicação. Nada mais atual do que a fala e as coisas que o Velho do Rio defende.
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