Aos 83 anos de idade e com mais de 60 de carreira, Carlos Vereza pode ser visto hoje nas tardes da Globo interpretando Joaquim, um dos antagonistas de O Cravo e a Rosa.
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O veterano começou a atuar nos palcos no fim da década de 50 e dez anos depois estreou tanto no cinema quanto na TV, mais especificamente na Rede Tupi fazendo figuração em comerciais.
Na mesma emissora fez sua primeira novela: Um Gosto Amargo de Festa, em 1968.
Na Globo, seu papel de estreia na teledramaturgia foi a partir de um convite de ninguém menos que Dias Gomes, que o quis em A Ponte dos Suspiros (1969), de sua autoria.
Em Assim na Terra como no Céu (1970), ganhou um personagem que tinha certo destaque.
Em sua trajetória na Globo, Vereza esteve em trabalhos memoráveis como Selva de Pedra (1972), Direito de Amar (1987), Pacto de Sangue (1989), Pátria Minha (1994) e O Rei do Gado (1996).
Acidente e conversão ao espiritismo
O que muita gente não sabe sobre o intérprete de Joaquim em O Cravo e a Rosa é que ele sofreu um acidente nos bastidores da Globo, em 1990.
A partir do episódio trágico, Carlos Vereza passou por maus bocados e encontrou o conforto no espiritismo.
“Eu não tinha nenhuma religião. Sempre acreditei em Deus, mas esse mundo era distante. Você chega ao espiritismo pelo amor, pela dor ou razão. Eu sofri um acidente de trabalho na Globo, um tiro, um efeito especial mal feito. Colocam pólvora no local e acionam por um controle remoto. Era um seriado medíocre chamado ‘Delegacia de Mulheres‘”, contou Vereza ao jornal Folha de S.Paulo.
O acidente, segundo o veterano atingiu seu ouvido interno, deixando-o longe da carreira. “Fiquei com labirintite e tive que parar de trabalhar, o que me levou à depressão. Os médicos diziam que não tinha como resolver. Fui internado em várias clínicas. Procurei o centro Frei Luiz, indicado por uma tia católica que me disse que um primo havia sido curado lá de leucemia. Em sete meses, eles me curaram”, revelou.
Além de adepto da religião, Carlos Vereza se tornou médium e atua como voluntário no centro espírita que frequenta.
Sua proximidade com o espiritismo o levou a compor o elenco de novelas que abordavam o tema, como Escrito nas Estrelas (2010) e Amor Eterno Amor (2012), ambas escritas por Elizabeth Jhin.
Nos cinemas, Vereza interpretou o personagem-título em Bezerra de Menezes – O Diário de um Espírito, que narrou a vida do médico e um dos expoentes do espiritismo no Brasil.
Polêmicas políticas
Mais recentemente, Carlos Vereza se envolveu em polêmicas de cunho político quando defendeu a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência, em 2019.
Houve também uma briga online dele com o colega de profissão José de Abreu. Na troca de ofensas, Vereza ficou do lado de Regina Duarte (apoiadora de Bolsonaro) e Abreu o chamou de ‘esclerosado’ e debochou de sua crença em extraterrestres.
Hoje, Vereza se diz arrependido de ter apoiado Bolsonaro e assumiu estar do lado de Sérgio Moro em sua candidatura pela presidência em 2022.
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