
Eriberto Leão está de volta ao horário das seis como Ernesto em Êta Mundo Melhor!, continuação direta de Êta Mundo Bom!. E bastam alguns segundos das chamadas no ar para perceber: o vilão mantém o mesmo olhar enviesado, o sorriso cínico e a malandragem que o consagrou na primeira fase da trama. O ator não perdeu o timing — e, se possível, refinou ainda mais a personalidade ardilosa de Ernesto. O público, claro, volta a fazer o que mais gosta com personagens assim: amar odiar.
Veja também:
O que muita gente talvez não saiba é que, por trás do canalha de bigode torto, existe um dos artistas mais afetuosos e generosos dos bastidores da televisão. Eriberto é daqueles que abraçam de verdade, olham no olho e se importam. Sempre com uma palavra de conforto na ponta da língua, ele tem o dom de acolher — algo raro, que não se ensaia nem se fabrica. Em um meio tantas vezes movido pela vaidade, ele é exceção: sensível, disponível e profundamente humano com todos à sua volta.
A ironia é irresistível: Ernesto tenta se dar bem às custas dos outros, enquanto Eriberto, fora das câmeras, distribui empatia e afeto. Sua entrega é total, sua presença, inteira. Por isso, mesmo interpretando um tipo desprezível, ele continua colhendo elogios e atenção. A plateia o reconhece, se irrita com o personagem, torce contra — e aplaude o ator com entusiasmo.

Com esse retorno, Eriberto reafirma um espaço que sempre lhe pertenceu: o de um intérprete maduro, preciso, capaz de transitar com maestria entre o vilão cheio de artimanhas e o homem de alma doce. Em uma televisão cada vez mais exigente — e numa continuação tão aguardada —, isso vale ouro.