Em cenas que estão previstas para irem ao ar em breve em Renascer, Maria Santa (Duda Santos) aparecerá para José Inocêncio (Humberto Carrão) em forma de espírito para acalmar’ o coração do viúvo.
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“Maria Santa navega pela sala até parar diante Nossa Senhora. E ali fica até a algazarra dos filhos dar vez ao som dos passos, pesados e tristes, de José Inocêncio. Ele chega à sala com a manta nas mãos, devastado. E passa por Maria e pela santa sem lhes dar a mínima atenção. Então para ao pé da porta, de onde lança a vista por tudo o que conquistou, se vira para Nossa Senhora, de forma que Maria Santa o veja sem que ele a enxergue: ‘A sinhora falhou comigo… A sinhora pode tê atendido todos pedidos que ela lhe fez, mas falhou no único pedido que lhe fiz… e no único que vô lhe fazê em toda minha vida!’”, descreve Bruno Luperi que PROSSEGUE com o seu texto.
“(…) Apiedada, a mão de Maria Santa vem de encontro a ele, imbuída de conforto, mas antes que o toque, José Inocêncio abre a manta em um giro rápido e a enrola sobre o próprio corpo como um manto, uma carcaça a mais para afastar-lhe afetivamente do resto do mundo. Não à toa Maria Santa desvanece assim que a manta passa à sua frente. Quanto maior o seu ressentimento, mais distante José Inocêncio fica da sua Santinha. Uma vez coberto com a manta, ele afunda na poltrona, como um rei a experimentar um trono pela primeira vez. É o que ele irá se tornar: uma espécie de entidade, afetivamente distante de tudo e de todos, inclusive dos filhos. Apegado àquela dor como quem se apegou àquela manta”, conclui o dramaturgo em seu roteiro.
Renascer é uma novela escrita por Bruno Luperi baseada na obra de Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Gustavo Fernandez, direção geral de Pedro Peregrino e direção de Alexandre Macedo, Walter Carvalho, Ricardo França e Mariana Betti. A produção é de Betina Paulon e Bruna Ferreira e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.