Sinopse
Andreia, moça simples e generosa, de família humilde, é noiva há dez anos do ambicioso pianista Luciano. Ele, porém, tem um caso com sua irmã, Flor. No dia do casamento, após descobrir o envolvimento dos dois, Andreia sofre um acidente de carro com o noivo. O carro do piloto de corridas Marcelo Montserrat vem em direção contrária ao de Luciano e os dois se chocam em um grave acidente. Luciano se fere nas mãos e Andreia ganha uma cicatriz no rosto.
Andreia já conhecia Marcelo, sempre acompanhou sua atuação nas pistas de corrida. Durante sua internação, ela apaixona-se pelo piloto, tendo como rival a despojada Irene, noiva do rapaz. Andreia e Marcelo se casam em segredo, em uma cerimônia íntima, contrariando a mãe dele, a arrogante Helena, que não aprova a união. Sob os cuidados do renomado cirurgião plástico Dr. Jorge Albertini, Andreia aguarda o momento de fazer uma cirurgia na face.
Luciano abandona Flor ao descobrir que ela está grávida. Como ela não quer assumir o filho sozinha, por vergonha de ser mãe solteira, entrega a criança para a irmã Andreia criar. Algum tempo depois, Flor se casa com Armando, que quer ter filhos. Ao saber que não pode mais ser mãe, Flor resolve pedir seu filho de volta. As irmãs passam a disputar a guarda da criança. O caso chega aos tribunais, e Andreia vence a disputa.
No decorrer da trama, Luciano é misteriosamente assassinado e sua morte levanta várias suspeitas. Quem matou Luciano? Ao final, a revelação: o assassino era Rita, mãe de Andreia. Ela matou o rapaz porque, na sua concepção, ele era um mau-caráter que havia levado a desgraça para sua família: de casamento marcado com uma de suas filhas, Andreia, engravidou a outra, Flor.
REGINA DUARTE – Andreia Madeira / Roberta / Maria Célia
CLÁUDIO MARZO – Marcelo Montserrat
MYRIAN PÉRSIA – Flor (Florentina Madeira)
GERALDO DEL REY – Luciano
BETTY FARIA – Irene
CARLOS EDUARDO DOLABELLA – Armando Muniz
CLÁUDIO CAVALCANTI – Renato
JOSÉ AUGUSTO BRANCO – Sérgio
DJENANE MACHADO – Dudu (Maria Eduarda Albertini)
PAULO JOSÉ – Zé Mário
GILBERTO MARTINHO – Felício Madeira
ANA ARIEL – Rita
ÊNIO SANTOS – Eugênio Montserrat
GLAUCE ROCHA – Helena
ÁLVARO AGUIAR – Dr. Jorge Albertini
NEUZA AMARAL – Lurdes
SUZANA FAINI – Dulce
OSWALDO LOUREIRO – Chico
ZILKA SALABERRY – Tia Cora
LOURDINHA BITTENCOURT – Olga
SUZANA DE MORAES – Vera
PAULO GONÇALVES – Durval Lorena
JORGE CHERQUES – Wilson
JÚLIO CÉSAR – Antônio Lopes
EMILIANO QUEIROZ – Tomaz
MARY DANIEL – Mariana
MIRIAN PIRES – Mariana
DARLENE GLÓRIA – Leda
o menino ROBERTO ARGOLLO – Arnaldinho
e
AGNES FONTOURA
DARY REIS
DORINHA DUVAL
FERNANDO JOSÉ
GRACINDA FREIRE
HENRIQUETA BRIEBA
IDA GOMES
JORGE COUTINHO
JÚLIO GARCIA
LÍCIA MAGNA
MILTON GONÇALVES
ROGÉRIO FRÓES
ZENI PEREIRA
– núcleo de ANDREIA (Regina Duarte), jovem simples e generosa, é noiva há dez anos e trabalha como vendedora numa loja de departamentos. No dia de seu casamento, descobre que o noivo a traía com sua irmã e que ela está grávida dele, por isso rompe o compromisso. Sofre um acidente de carro e fica com uma marca no rosto. Apaixona-se por um famoso piloto de corridas:
os pais FELÍCIO MADEIRA (Gilberto Martinho), representante comercial, e RITA (Ana Ariel), dona de casa de costureira
a irmã FLOR (Myrian Pérsia), bailarina ambiciosa. Engravida do noivo de Andreia e, quando a criança nasce, a entrega para a irmã criar, já que se sente envergonhada de ser mãe solteira, o que lhe prejudicaria a carreira
o irmão RENATO (Cláudio Cavalcanti), filho adotivo de Felício e Rita, gago, epilético e tímido. Usa roupas antiquadas e óculos para corrigir a miopia
o noivo LUCIANO (Geraldo Del Rey), pianista, amante de música clássica, ambicioso, não mede esforços para alavancar sua carreira. Abandonado por Andreia, renega Flor ao descobrir que ela está grávida dele. Acaba assassinado ao longo da trama
a tia OLGA (Lurdinha Bittencourt), irmã mais nova de Rita, costureira
a amiga VERA (Suzana de Moraes), trabalha com ela como vendedora.
– núcleo de MARCELO MONTSERRAT (Cláudio Marzo), rapaz de bom caráter, sofre com os erros dos pais. Piloto de corridas, vence o torneio internacional de Fórmula 3 em Monza, na Itália, pela equipe Ferrari. Seu sonho é chegar à Fórmula 1. Apesar de noivo, apaixona-se por Andreia, uma fã, quando a conhece. Os dois acabam casando em segredo:
os pais EUGÊNIO MONTSERRAT (Ênio Santos), empresário, ao longo da trama descobre-se que é o pai bilógico de Renato, e HELENA (Glauce Rocha), mulher fútil, frequenta as colunas sociais, não aceita o envolvimento do filho com Andreia
a noiva no início IRENE (Betty Faria), moça despojada, moderna, inconsequente, muito diferente de Andreia, luta pelo amor do ex-noivo e arma mil intrigas para separá-lo da rival
o advogado dos Montserrat ARMANDO MUNIZ (Carlos Eduardo Dolabella), cuida dos negócios da fábrica de tecidos da família. Apaixona-se por Flor, com quem se casa
a tia-avó CORA (Zilka Salaberry), irmã da mãe de Eugênio, senhora muito rica, vive na fazenda da família. Usa cadeira de rodas e uma bengala, além de um sininho para chamar as pessoas.
– núcleo de SÉRGIO ALBERTINI (José Augusto Branco), amigo de Marcelo. Interrompeu os estudos de Medicina para ser piloto de corridas. Tem uma queda por Irene, mas acaba interessado em Flor:
os pais DR. JORGE ALBERTINI (Álvaro Aguiar), médico que queria que o filho seguisse sua carreira, e LURDES (Neuza Amaral), sofre há dez anos com uma doença rara
a irmã MARIA EDUARDA, a DUDU (Djenane Machado), bailarina, amiga de Flor, casa-se com Luciano
a enfermeira DULCE (Suzana Faini), amante do Dr. Albertini, com quem tem um filho pequeno, ARNALDINHO (Roberto Argolo).
– núcleo da equipe de Marcelo:
CHICO (Oswaldo Loureiro), mecânico. Diz a todos que é casado e que tem um filho, porém vive só. Na verdade, foi casado, mas sua mulher o deixou, e seu filho morreu
ZÉ MÁRIO (Paulo José), fotógrafo, testemunha ocular do assassinato de Luciano, conhece a identidade do assassino
ANTÔNIO LOPES (Júlio César), repórter esportivo, realiza a cobertura das corridas
DURVAL LORENA (Paulo Gonçalves), chefe da equipe no Brasil
WILSON (Jorge Cherques), chefe da equipe na Itália.
Tempo de modernização
Influenciada pelo sucesso da novela Beto Rockfeller, da TV Tupi (1968-1969), a direção da TV Globo constatou que era hora de optar por tramas mais modernas e arejadas.
Com isso, na mesma época em que Emerson Fittipaldi despontava nas pistas de corrida, Janete Clair assumia sozinha a história da jovem humilde que se apaixonava por um corredor de automóveis, marcando o adeus aos dramalhões da “Era Magadan” (1966-1969) – como ficou conhecido o período em que o núcleo de dramaturgia da TV Globo era comandado com mãos de ferro pela cubana Glória Magadan, que escolhia textos, autores e elencos e mandava e desmandava nas novelas da emissora.
“O mundo de castelos, masmorras, calabouços, galeões espanhóis de Magadan foi substituído por imagens de um Rio de Janeiro luminoso, casa de campo em Petrópolis, autódromos movimentados. Hoje isso tudo pode parecer banal, mas em 1969 era moderníssimo.” (“Janete Clair, a Usineira de Sonhos”, Artur Xexéo)
Véu de Noiva marcou o rompimento da Globo com o formato antigo de dramaturgia, comandado por Magadan. A partir dessa novela, todas as seguintes passaram a mostrar o Brasil, com personagens conhecidos nossos e refletindo a nossa realidade.
A publicidade da época explicava: “Em Véu de Noiva tudo acontece como na vida real. A novela verdade”.
Acrescentava ainda uma referência à estreia de Regina Duarte na casa: “Só mesmo Andreia traria Regina Duarte para a Globo.”
A escalação da atriz foi mais um esforço da emissora em conquistar o público paulista, ao trazer para seus quadros uma atriz de sucesso das novelas da TV Excelsior de São Paulo.
“Para falar a verdade, comecei a gostar de fazer novela com Véu de Noiva“, revelou Daniel Filho em sua biografia “Antes que me Esqueçam”.
Novidades
Com diálogos curtos e linguagem coloquial, Véu de Noiva inovou ao mostrar as belezas naturais do Rio de Janeiro, os lugares da moda, boates e bares do bairro de Ipanema. Janete Clair misturava personagens de ficção e gente famosa, como o poeta Vinícius de Moraes e o cronista Carlinhos de Oliveira, o que despertou o interesse do público jovem.
Com essa novela, Janete Clair implantou as tramas paralelas em sua obra, hoje recorrentes (e essenciais) em qualquer texto de novela.
“Foi em Véu de Noiva que descobri que uma história, para ser um pouco mais longa, não poderia depender exclusivamente da linha principal. Com muito medo desenvolvi algumas tramas paralelas em Véu de Noiva e senti, então, como elas ajudavam a passar outros dados e emoções, além de descarregarem muito a tensão da história principal”, recordou a autora em uma entrevista, em 1979.
Por volta do trigésimo capítulo, o ator Geraldo Del Rey – que vivia Luciano, um personagem importante na trama – pediu para sair da novela. Ele aceitou o convite de Glória Magadan, de quem era próximo, para atuar em sua nova novela E Nós, Aonde Vamos?, na TV Tupi carioca (para onde a autora foi escrever após a demissão da Globo).
Foi quando Janete Clair iniciou sua série de assassinatos famosos, com o “Quem matou Luciano?” Assim, a saída do ator não criou nenhum problema, pelo contrário, serviu para criar um bordão e gerou mais um entrecho que fisgou o público.
Quem disparou o tiro que matou Luciano, nas gravações, foi o próprio diretor Daniel Filho. (Site Memória Globo)
Inspirações
A inspiração para Janete Clair escrever sua história veio de um anúncio publicado em um jornal carioca: “Vende-se um véu de noiva”. A trama foi escrita anteriormente para a Rádio Nacional com o título do anúncio.
Em 2009, o SBT – que havia adquirido os direitos sobre alguns textos radiofônicos da autora – fez uma nova adaptação de “Vende-se um véu de noiva”, tendo Íris Abravanel no comando do roteiro.
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho – o Boni, então executivo da TV Globo – reagiu inicialmente quando soube que a novela abordaria corridas de Fórmula 1, receoso de que o tema afugentasse o público tradicional das novelas.
“Mantenho o melodrama que o povo gosta com uma imagem mais brasileira e atual”, foi a convincente resposta do diretor Daniel Filho. (“Livro do Boni”)
Novela interrompida
A pré-produção de Véu de Noiva começou bem antes de sua estreia e teve de ser interrompida. A novela anterior, Rosa Rebelde, também de Janete Clair, já tinha sido totalmente escrita, o último capítulo estava prestes a ser gravado, quando a TV Globo de São Paulo pegou fogo (em julho de 1969). Lá era gravada a trama das sete: A Cabana do Pai Tomás. A gravação dessa novela, com elenco e cenários, teve de ser transferida para o Rio de Janeiro. Porém, a Globo carioca não tinha condições de arcar com A Cabana do Pai Tomás, a novela das dez (A Ponte dos Suspiros), e a nova produção, Véu de Noiva, que substituiria Rosa Rebelde, às oito. O jeito foi “espichar” Rosa Rebelde. (“Janete Clair, a Usineira de Sonhos”, Artur Xexéo)
O diretor Daniel Filho narrou em seu livro “Antes que me Esqueçam”:
“Eu estava pronto para iniciar Véu de Noiva. Tinha escolhido as roupas e as locações e na semana seguinte estaria começando a gravar. (…) Algumas pessoas, que seriam de Véu de Noiva – Glauce Rocha, Cláudio Cavalcanti, Ênio Santos – acabaram aparecendo nesse alongamento de Rosa Rebelde.”
Janete Clair cessou momentaneamente a escrita de Véu de Noiva para dar prosseguimento à trama de Rosa Rebelde, para a qual escreveu mais 100 capítulos, dando um salto de vinte anos na ação. (“Janete Clair, a Usineira de Sonhos”, Artur Xexéo)
Crossover
Na mesma época (1970), Dias Gomes escrevia Verão Vermelho para o horário das dez, em que o personagem de Paulo Goulart era um médico que, acusado de charlatanismo, fugia da cidade onde morava. Enquanto isso, em Véu de Noiva, Flor, personagem de Myrian Pérsia, descobria-se grávida de Luciano, mas não queria assumir o filho sozinha. Então resolveu abandonar a criança, que ficou sob a guarda da irmã Andreia.
Algum tempo depois, Flor se casava com outro homem, Armando (Carlos Eduardo Dolabella), que queria ter filhos. Porém, ela suspeitava que não podia mais engravidar devido a complicações no nascimento do primogênito. Incerta, procurava um médico que pudesse lhe dar a confirmação definitiva de sua esterilidade, em busca de um tratamento salvador.
Foi assim que o casal Dias Gomes e Janete Clair combinaram que as duas novelas se encontrariam, e escreveram capítulos de tal forma que, ao procurar o médico charlatão, Myrian Pérsia acabou aparecendo também na novela das dez. (“Antes que me Esqueçam”, Daniel Filho)
Julgamento real
Ao ouvir a confirmação de que não poderia mais ter filhos, Flor resolve pedir o seu de volta. A partir deste momento, Véu de Noiva passou a priorizar a disputa das duas irmãs. Com quem ficaria a criança? Com a mãe adotiva ou com a mãe verdadeira, que a abandonara?
A disputa de Regina Duarte e Myrian Pérsia pela guarda da criança começava a mobilizar o país. Na novela, o caso foi parar na justiça e o diretor Daniel Filho teve a ideia de realizar um julgamento real em cena. Solicitou a um juiz de verdade, Eliézer Rosa, que armasse um júri. E os destinos da novela foram parar nas mãos do juiz.
Ninguém, nem a autora, nem os atores, e nem o próprio diretor sabiam por antecipação qual seria o resultado, o fim da novela. Para não perder a emoção, o julgamento foi gravado direto, sem ensaio. A tensão das atrizes era, portanto, totalmente real. Por fim, ganhou a mãe adotiva, Andreia. (“Antes que me Esqueçam”, Daniel Filho)
A novela, um sucesso por todo o país, foi uma espécie de tiro no escuro que deu muito certo. Nada era rigorosamente pré-definido. Flor, a personagem de Myrian Pérsia, dividiu as opiniões femininas das mulheres de 1970, que não se consideravam capazes de julgá-la, já que na época, ser mãe solteira era considerado desonra.
Elenco
Andreia e seu amor Marcelo deram início à parceria de Regina Duarte e Cláudio Marzo como casal romântico de sucesso nas novelas da primeira metade dos anos 1970. Os atores atuaram juntos, ainda, em Irmãos Coragem (1970-1971), Minha Doce Namorada (1971) e Carinhoso (1973-1974).
Por causa da reviravolta no enredo com a saída de Geraldo Del Rey, Paulo José entrou na novela para viver um fotógrafo que podia desvendar o mistério. Foi a estreia do ator na televisão.
O personagem de Cláudio Cavalcanti, o desarticulado Renato Madeira, ganhou importância na trama por causa do desempenho do ator. O papel foi idealizado por Daniel Filho com base no personagem epiléptico vivido no cinema pelo ator colombiano Lou Castel em De Punhos Cerrados (Pugni in Tasca, 1965), de Marco Bellocchio. Como prêmio, Cavalcanti ganhou um dos papeis centrais na novela seguinte de Janete Clair: Jerônimo, um dos Irmãos Coragem.
Ao longo da novela, a atriz Mirian Pires substituiu Mary Daniel na interpretação da personagem Mariana.
O piloto escocês de Formula-1 Jackie Stewart, de passagem pelo Brasil, gravou uma participação especial em Véu de Noiva. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)
Trilha sonora
Esta foi a primeira novela a ter um LP de trilha sonora lançado no mercado com músicas especialmente compostas. Anteriormente, as trilhas vinham em compactos (como de A Deusa Vencida, em 1965) ou agrupadas várias novelas em um LP só (como o disco “Salathiel Coelho Apresenta Temas de Novelas”).
Segundo Daniel Filho, essa foi uma grande jogada de marketing, porque um produto promovia o outro (o disco e a novela), em uma época em que a TV Globo não tinha ainda a hegemonia do mercado televisivo brasileiro.
O disco “Véu de Noiva” vendeu 70 mil cópias. A trilha, feita sob encomenda, foi produzida por Nelson Motta e lançada pela Philips (quando ainda não existia a Som Livre). (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)
Ao total, foram lançadas na época seis trilhas neste esquema: também Verão Vermelho, Pigmalião 70, Irmãos Coragem, Assim na Terra Como no Céu e A Próxima Atração (fase pré-Som Livre).
Sobre a trilha, Daniel Filho revelou no livro “O Circo Eletrônico”:
“Toda concepção (…) foi pedida por mim ao Nelson Motta, que era o produtor musical. Eu passei para ele o briefing do que eu queria, isto é, o espírito de Um Homem, Uma Mulher, filme romântico de Claude Lelouch [de 1966]. Se o leitor comparar as músicas, verá que tem o mesmo feeling.”
Uma música de grande sucesso em Véu de Noiva foi “Teletema”, de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, interpretada pela cantora Regininha, que marcou a época e é sempre associada à novela. No disco, a música aparece em três versões: cantada, instrumental e sussurrada (por Regininha).
Chico Buarque, exilado, enviou da Itália “Gente Humilde”, cuja letra compôs com a parceria de Vinícius de Moraes a partir de uma melodia do violinista Garoto, de 1945. A bela canção – na trilha, gravada pela cantora Márcia – caía como uma luva para o núcleo pobre da novela.
A personagem de Betty Faria se chamaria, inicialmente, Lúcia, mas seu nome foi alterado por causa da música-tema escolhida para ela.
Sobre a canção “Irene”, Nelson Motta narrou em seu livro “Noites Tropicais”:
“Precisávamos também de uma bela música para a personagem Lúcia, de Betty Faria, e estava difícil. Foi quando ouvi na Philips a recém-chegada gravação que Caetano Veloso tinha feito de ‘Irene’ na Bahia, antes de partir para o exílio [feita especialmente para sua irmã]. Era sofrida e lindíssima, só com Gilberto Gil acompanhando no violão, gravada num estudiozinho baiano. A música era tão boa que não foi difícil convencer Daniel Filho a ligar para Janete Clair e pedir que ela trocasse o nome da personagem de Betty Faria para Irene.”
Apesar de constar na trilha uma música intitulada “Abertura”, a que de fato ilustrava a abertura da novela era “Azimuth”, gravada pelo grupo Apolo IV. (“Teletema, a História da Música Popular Através da Teledramaturgia Brasileira”, Guilherme Bryan e Vincent Villari)
Em 1971, a Globo criou a empresa SIGLA – Sistema Globo de Gravações Audiovisuais, cujos produtos ficaram conhecidos pelo selo Som Livre. A trilha sonora da novela O Cafona foi a primeira feita pela Som Livre e a excelente vendagem do disco levou ao lançamento da primeira trilha internacional para uma novela: “O Cafona Internacional”.
Até 1975, a Globo manteve a tradição das “trilhas sonoras originais”, especialmente compostas para as novelas. A partir de então, as trilhas passaram a ser feitas com seleções aleatórias de músicas.
Em 2001, as trilhas sonoras das novelas Véu de Noiva, Pigmalião 70 e A Próxima Atração (lançadas em 1970), que pertencem ao catálogo da gravadora Universal Music, foram reeditadas em CD no Japão, mas nunca foram relançadas no Brasil.
E mais
Para gravar as cenas externas, a direção levava para as ruas as pesadas câmeras utilizadas em estúdio, as TK 60, também usadas nas coberturas de futebol. (Site Memória Globo)
Lamentavelmente não existem mais registros de Véu de Noiva, a não ser algumas poucas imagens de bastidores. Ou a novela perdeu-se em incêndio, ou as fitas foram reutilizadas, ou deterioraram-se.
01. TEMA DE LUCIANO – Luiz Eça
02. TELETEMA – Regininha (tema de Andreia e Marcelo)
03. AZIMUTH (MIL MILHAS) – Apolo IV (tema de Marcelo e tema de abertura)
04. GENTE HUMILDE – Márcia (tema do núcleo de Andreia)
05. DEPOIS DA QUEDA – Roberto Menescal (tema de Flor)
06. IRENE – Elis Regina
07. ANDRÉA – Joyce
08. AZIMUTH (MIL MILHAS) – Apolo IV (tema de Marcelo e tema de abertura)
09. TELETEMA – Regininha e Laércio (tema de Andreia e Marcelo)
10. IRENE – Wilson das Neves
11. ABERTURA – The Youngsters (*)
12. TELETEMA – Cláudio Roditi
Sonoplastia: Antônio Faya
Direção de produção: Nelson Motta
Philips
Ainda
I’LL CATCH THE SUN – Glenn Yarbrough
(*) Apesar de constar na trilha uma música intitulada “Abertura”, a que de fato ilustrava a abertura da novela era “Azimuth”, gravada pelo grupo Apolo IV. (“Teletema, a História da Música Popular Através da Teledramaturgia Brasileira”, Guilherme Bryan e Vincent Villari)
TAI UM REMAKE QUE ESPERO A ANOS! BEM FEITO E COM UM ELENCO BEM ESCOLHIDO SERIA UM SUCESSO! O QUEM MATOU LUCIANO? FOI O MELHOR ATÉ HOJE. NINGUEM CONSEGUIU ADIVINHAR QUEM ERA O ASSASSINO.
Protagonizada por Cláudio Marzo e Regina Duarte, que 4 anos depois, em 1973, fariam “Carinhoso”.