Sinopse
1950. Maria é uma moça humilde do interior que vem para se empregar como doméstica na cidade grande. Conhece Roberto, o seu patrão, um estudante de medicina de família tradicional. Ingênua e bela, Maria é seduzida por Roberto, que a abandona ao descobrir que ela está grávida.
O filho de Maria é criado com muito trabalho e costuras para a vizinhança. Também com o apoio do Professor Estevão, um homem simples e bom que nutre por ela uma grande paixão. Com a passagem de vinte anos, a simples Maria se transformará em modista e seu filho, Antônio, lhe trará problemas e orgulho.
YONÁ MAGALHÃES – Maria Ramos
CARLOS ALBERTO – Estevão
TONY RAMOS – Tony (Antônio Ramos)
ÊNIO GONÇALVES – Roberto
IRENE RAVACHE – Inês
PAULO FIGUEIREDO – Carlos
ROBERTO MAYA – Alexandre
WALDEREZ DE BARROS – Tereza
RILDO GONÇALVES – Juvenal
José Gutierrez
YARA LINS – Mirtes
CARMEM MONEGAL – Bia
ANNAMARIA DIAS – Angélica
LÉA CAMARGO – Fernanda
CLÁUDIA MELLO – Cláudia
KATE HANSEN – Paula
ETTY FRASER – Pierina
WILSON FRAGOSO – José
ELIAS GLEIZER – Bóris
SUELY FRANCO – Suzana
MARILU MARTINELLI – Branca
PATRÍCIA MAYO – Anabela
MARISA SANCHES – Alexandra
HOMERO KOSSAC – Henrique
JOSÉ PARISI
ELÍSIO DE ALBUQUERQUE – Cristóvão
MARILI GOMES – Mafalda
JOÃO FRANCISCO – Serafim
Genaro
Bambina
ELIZABETH GOMES – Nina
MARIA DE FÁTIMA – Adélia
OSLEY DELANO – Pereira da Silva
RUY REZENDE – Marcos
SELMA EGREI
RAFAEL LODUCA – chefe da estação
HENRIQUE MARTINS
MARCELO PICCHI
JOVELTY ARCHÂNGELO
OLÍVIA CAMARGO
GIAN CARLO
NILSON CONDÉ
LEONOR NAVARRO
JOANA D´ARC
GENÉSIO DE ALMEIDA JR.
LUÍSA DI FRANCO
ROSA DIHEL
IRENITA DUARTE
GERMANO FILHO
JONAS BLOCH – advogado de defesa de Tony
CASTRO GONZAGA – juiz no julgamento de Tony
NORMA GRECCO
TEÓFILO MARCOS
MARIATY
CARMEM MARINHO
CLENIRA MICHEL
PAULO CÉSAR PEREIO
MARCOS PLONKA
MARCUS TOLEDO
OSVALDO ÁVILA
ALDO CÉSAR
LISA NEGRI
FERNANDO TORRES
HAROLDO BOTTA
ANA CRISTINA REDOLFE – Toninho (bebê)
e
CARLOS ZARA – Fernando
Dramalhão
Depois de três novelas importantes – Antônio Maria, Beto Rockfeller e Nino, o Italianinho -, em que principalmente se exaltou o autor nacional, a TV Tupi resolveu importar esse dramalhão que era sucesso em toda a América castelhana – inclusive trazendo da Globo o casal romântico Yoná Magalhães e Carlos Alberto, dos melodramas estrangeiros de Glória Magadan.
A novela original era peruana, com texto de Celia Alcântara, produzida pela primeira vez em 1969. Em 1991, o SBT importou e exibiu uma nova versão de Simplesmente Maria, produzida pela Televisa do México em 1989, com Victoria Ruffo como a protagonista – exibida no Brasil também pela CNT/Gazeta, em 1997.
Exibição
No segundo mês de exibição da novela da Tupi, o adaptador Benjamin Cattan foi convocado pela emissora, que lhe deu ordens expressas para jogar no lixo o que restava e conduzir a trama. O resultado foi logo sentido por meio da intuição de Cattan.
Assim mesmo, Simplesmente Maria se arrastou por onze meses, sendo apresentada às 19 horas desde sua estreia, no dia 06/07/1970, até 27/02/1971, e depois às 20 horas, até o seu término, em 26/06/1971.
A mudança de horário no meio do percurso foi uma imposição da Censura Federal. De acordo com o pesquisador Cláudio Ferreira no livro “Beijo Amordaçado – A Censura às Telenovelas Durante a Ditadura Militar”:
“(…) até o capítulo 200, ela foi exibida às 19h e, a partir daí, às 20h. Os censores queriam proibi-la para menores de 14 anos, com exibição somente a partir das 21h e foi preciso a TV Tupi negociar um meio termo.”
Com 315 capítulos exibidos por quase um ano, Simplesmente Maria é a segunda novela mais longa da TV Tupi, perdendo apenas para O Machão (1974-1975), que teve 371 capítulos. É seguida por Nino, o Italianinho, com 304 capítulos exibidos.
No ranking geral de todas as emissoras, Simplesmente Maria ocupa a décima segunda posição na Teledramaturgia nacional.
A novela foi dividida em duas fases. Alguns dos personagens da primeira fase ressurgiram na segunda, outros desapareceram, bem como novos se integraram à trama. (*)
Elenco
No princípio, a personagem Angélica foi vivida pela atriz Bete Mendes, mas, por motivos de saúde, ela teve que se ausentar da novela, sendo substituída por Annamaria Dias. (*)
Quando Yoná Magalhães chegou à Tupi, como superestrela contratada, sua primeira exigência foi a construção de sanitários perto dos estúdios, que atendessem às equipes que ali atuavam, e camarins individuais para que tivesse mais privacidade e pudesse guardar objetos e acessórios que usava para compor sua personagem, Maria. (**)
Avanço na metodologia de gravação
Simplesmente Maria representou um importante avanço na forma de fazer novelas no Brasil ao adotar um olhar mais industrial para sua produção. Até então, os capítulos eram gravados na sequência, sem inversão de cenas e com todos os ambientes montados em estúdio, no máximo em dois.
“Os cenários eram erguidos nas laterais, um do lado do outro, em sequência, criando um espaço ao centro onde ficavam as câmeras. O trabalho começava pelo primeiro, com os atores daquele núcleo,” destacou a atriz Walderez de Barros a Flávio Ricco e José Armando Vannucci para o livro “Biografia da Televisão Brasileira”.
Encerrada essa parte, mudavam o posicionamento dos equipamentos, entrava o elenco do próximo bloco e seguia no sentido horário, como estava determinado no roteiro. E com este movimento circulatório não havia a preocupação de apuro com a iluminação, faziam-se apenas pequenos ajustes suficientes para uma captação adequada de imagem.
“Um belo dia, chegamos para gravar e o Walter Avancini [o diretor] tinha introduzido um novo modelo, o que é utilizado até hoje. Estava montado o cenário da mansão da Maria e fizemos todas as cenas da semana para esse ambiente”, relembrou a atriz.
Com a nova metodologia, o diretor obrigou todo mundo a decorar o texto, estudar melhor cada fala e a chegar mais cedo para se preparar e se maquiar adequadamente. O alto comando da emissora gostou, afinal, isso representou economia com energia elétrica, menos horas extras e orçamentos mais modestos. (**)
Trilha sonora
A música da abertura da novela, “Simplesmente Maria”, foi composta (e gravada) por Paulinho da Viola sob pressão, a pedido de Fernando Faro, diretor musical da TV Tupi na época.
Paulinho narrou a Guilherme Bryan e Vincent Villari para o livro “Teletema, a História da Música Popular Através da Teledramaturgia Brasileira”:
“O Faro falou: ‘Você vai fazer agora!’ Ele arrumou um violão, me trancou numa sala e disse: ‘Você só vai sair daí com essa música pronta!'”.
Curiosamente, o LP da novela trazia apenas a versão instrumental da música. Cinco anos depois, Paulinho da Viola voltou a compor um tema de abertura de novela às pressas: para Pecado Capital, da Globo.
(*) “De Noite Tem… Um Show de Teledramaturgia na TV Pioneira”, Mauro Gianfrancesco e Eurico Neiva.
(**) “Biografia da Televisão Brasileira”, Flávio Ricco e José Armando Vannucci.
01. MELODIA NO AR – Omar Fontana
02. PRIMEIRO CONCERTO PARA MARIA – Benito Di Paula
03. MARIA – Silvio César
04. CANÇÃO À MARIA – J. Garcia
05. A MINHA PRECE DE AMOR – Silvio César
06. SONATA À MARIA – Élcio Alvarez
07. SIMPLESMENTE MARIA – Paulinho da Viola (tema de abertura)
08. SEM AMOR – Marcos Roberto e César Roberto
09. A MESMA MARIA – Élcio Alvarez
10. PRA NÃO DIZER ADEUS – Benito Di Paula
11. SONHO E SAUDADE – Salathiel Coelho
12. POEMA DE MARIA – Martinha
Élcio Alvarez e Grande Orquestra
Sonoplastia da novela: Salathiel Coelho
Trilha sonora complementar
01. FANTASIA DO AR – Hector Lagna Fietta
02. MARIA – Hector Lagna Fietta
03. SIMPLESMENTE MARIA – Titulares do Ritmo
04. SONHO E SAUDADE – Hector Lagna Fietta
Trilha sonora complementar
01. CONCERT FOR A LOVE´S ENDING – Francis Lai
O compacto traz também temas das novelas Os Deuses Estão Mortos e A Fábrica. Curiosamente, deve haver um erro na grafia, já que a música “Concerto for a Lover’s Ending”, aqui creditada à novela Simplesmente Maria, consta na trilha oficial da novela A Fábrica. Muito provavelmente, as músicas foram trocadas na capa do disco. “Concerto for a Lover’s Ending” deveria ser de A Fábrica e “Love is a Funny Thing” deveria ser de Simplesmente Maria.
Tema de abertura: SIMPLESMENTE MARIA – Paulinho da Viola
Na cidade é a vida
Cheia de surpresa
É a ida e a vinda
Simplesmente
Maria, Maria
Teu filho está sorrindo
Faz dele a tua ida
Teu consolo e teu destino
Maria
Na cidade há tanta coisa
Pra fazer gente sofrer
Não é a ida é a vinda
Aquela dor desilusão
Na cidade há tanta gente
Ah Maria!
Cheia de maldade e vazia
Sem esperança e perdida
Maria, Maria
Teu filho está sorrindo
Faz dele tua a ida
Faz dele o teu destino…
Vi alguns vídeos no You Tube. Etty Fraser impagável como a mãe falastrona do cortiço.
Gostava muito da versão do SBT.
Eu assisti… me lembro bem da história.
Toni garoto… e Yona lindíssima.