Silvio de Abreu nasceu em São Paulo, em 20 de dezembro de 1942. Formado em cenografia pela Escola de Arte Dramática, iniciou na carreira artística como ator – fez um curso de aperfeiçoamento no Actors Studio, em Nova York. Atuou em teatro (“Tchin-Tchin”, ao lado de Cleyde Yáconis e Stênio Garcia), telenovela (A Muralha, Os Estranhos, A Próxima Atração e outras) e cinema (A Super Fêmea, com Vera Fischer). Foi assistente de direção de Carlos Manga no filme O Marginal; fez a pesquisa do documentário Assim Era a Atlântida, chegando à direção (A Árvore dos Sexos, Mulher Objeto e outros).
Sua estreia como autor de telenovelas aconteceu na TV Tupi, em 1977, dividindo com Rubens Ewald Filho a adaptação do romance Éramos Seis, de Maria José Dupré. Após esse bom trabalho, os dois foram contratados pela Globo, onde Silvio estreou em 1978, com Pecado Rasgado. Depois de substituir, com eficácia, Cassiano Gabus Mendes em Plumas e Paetês, Silvio de Abreu pôde mostrar seu talento em Jogo da Vida, em 1981.
O autor se consagrou em 1983 com a inventiva Guerra dos Sexos, um sucesso no qual o humor desbragado e a comédia pastelão predominavam. Seguiram-se outros êxitos nessa linha. Em 1990, Silvio estreou no horário das 20 horas com Rainha da Sucata. Provou saber conduzir uma boa trama no horário nobre, com A Próxima Vítima, Torre de Babel e Belíssima. De 2014 a 2020, Silvio de Abreu foi responsável pelo departamento de dramaturgia da TV Globo. Seu contrato com a emissora não será renovado em 2021.
Para ler: “Silvio de Abreu, um Homem de Sorte“, Vilmar Ledesma.
Minha preferida é Guerra dos Sexos, as pessoas não tem noção do quanto foi revolucionária em 1983. O remake não devia nem ter existido, uma infeliz ideia!
As novelas dele eram incríveis e fazem falta na tv
Outra indicação de livro sobre a trajetória desse autor: “Crimes no Horário Nobre”. Muito bom!
Pra mim a melhor novela dele é A Próxima Vítima. Tem núcleos incríveis, realistas, aborda com maestria diversos temas polêmicos, com cenas e diálogos até hoje atuais, como o de Sandrinho e Jefferson. Tem o clã Ferreto e a família de Ana, duas realidades contrastantes e muito bem desenvolvidas. A história não cai no marasmo, sempre há reviravoltas, descobertas, e em meio a tudo isso os assassinatos da lista do horóscopo chinês. É de rever sem cansar.