Sinopse
Fernando Seixas é um jornalista jovem e ambicioso. Mesmo pobre, não abre mão de gastar o seu ordenado com festas da sociedade. Ama a bela Aurélia Camargo, que sonha com um casamento, mas ele sabe que isso não pode acontecer, pois os dois são pobres. O relacionamento se desfaz quando Fernando aceita o dote de 30 contos de réis oferecido pelo banqueiro Manuel Tavares do Amaral para que se case com sua filha, Adelaide.
Enquanto o casamento de Fernando e Adelaide não acontece, Aurélia, por sua vez, herda uma fortuna de um avô fazendeiro e decide “comprar” um marido para casar-se. O escolhido, no entanto, é Fernando, que abandona Adelaide e aceita submeter-se ao casamento, mesmo sem saber quem era a noiva, diante de uma proposta maior de dote: 100 contos de réis.
Logo após o casamento, Aurélia deixa claro que Fernando era um marido comprado e que o que estava se passando era um casamento de conveniência. Apesar dos dois, de certa forma, amarem-se, nenhum deles demonstrava esse sentimento. O casamento dura onze meses de penúria, ironia e vingança, em que Fernando se sujeita a Aurélia e ao fingimento da sociedade. Ao cabo de onze meses ele devolve-lhe o dote com juros.
No momento em que Fernando se despede de Aurélia, já separados, ela confessa que o ama de verdade e suplica por seu amor. Aurélia consegue provar esse amor e conquista Fernando, mesmo ele achando que a riqueza dela havia destruído o sentimento dos dois. Logo então se esclarece que o verdadeiro motivo da união foi amor, e não vingança, e eles podem enfim iniciar um casamento feliz.
NORMA BLUM – Aurélia Camargo
CLÁUDIO MARZO – Fernando Seixas
ALBERTO PEREZ – Lemos
ZILKA SALABERRY – Dona Firmina Mascarenhas
OSMAR PRADO – Torquato Ribeiro
LÚCIA ALVES – Mariquinhas
FAUSTO ROCHA JR. – Alfredo Moreira
PAULO RAMOS – Eduardo Abreu
MARIA DO ROCIO – Lísia Soares
FÁTIMA FREIRE – Adelaide Amaral (a Amaralzinha)
FELIPE WAGNER – Manuel Tavares do Amaral
CLEYDE BLOTA – Maria do Carmo
MIRIAN PIRES – Dona Camila
ELISA FERNANDES – Nicota
IVAN SETTA – Afonso Tadeu
NESTOR DE MONTEMAR – Fagundes
TALITA DE MIRANDA – Santa
ROBERTO MURTINHO – Pedro Camargo
ANTÔNIO VICTOR – Lourenço Camargo
IDA GOMES – Dona Emília Camargo
ROBERTO BOLANT – Emílio Camargo
NORMA SUELY – Norma
GRACINDA FREIRE – Donana
SOLANGE RADISLOVICH – Matilde
CLÉA SIMÕES – Anastácia
CHICA XAVIER – Rosa
DARCY DE SOUZA – Bernardina
e
AURIMAR ROCHA – Armando
ANDRÉ VALLI – Armando
ANTÔNIO POMPEO – João de Deus
CARLOS DUVAL – Cerqueira
JUAN DANIEL – mascate
MARY DANIEL – cortesã
MOACYR DERIQUEM – professor de Afonso Tadeu
PAULO FORTES – Mário (tenor)
PIETRO MÁRIO – Távora
SUELY FRANCO – cantora de ópera (primeiro capitulo)
VANDA COSTA
– núcleo de AURÉLIA CAMARGO (Norma Blum), jovem bonita e de personalidade forte, de origem humilde. Após ser preterida pelo seu amor, herda, inesperadamente, uma fortuna, tornando-se uma mulher rica e independente. Decidida a vingar-se do homem que a abandonou, pretende comprá-lo:
a amiga e confidente DONA FIRMINA MASCARENHAS (Zilka Salaberry), uma parente distante que vai morar cosigo depois que enriquece
o tutor LEMOS (Alberto Perez), administrador de seus bens. Obedece suas ordens, jamais se opondo à sua vontade, mesmo quando não concorda com suas atitudes
a mulher de Lemos, SANTA (Talita de Miranda)
a escrava ANASTÁCIA (Cléa Simões)
a mendiga BERNARDINA (Darcy de Souza), vive nas ruas, age como sua informante.
– núcleo de FERNANDO SEIXAS (Cláudio Marzo), jornalista ambicioso que deseja ascender socialmente. Mantem um vida social intensa, vivendo de aparências, já que é pobre. Abre mão de seu amor por Aurélia, uma moça pobre, em troca do dote oferecido por um banqueiro para que se case com a filha dele. No entanto, recebe uma oferta mais vantajosa de uma pretendente misteriosa, sem saber que se trata de Aurélia, que havia enriquecido, fato que não era de seu conhecimento:
a mãe DONA CAMILA (Mírian Pires), viúva, ama o filho, não mede esforços para manter a sua vida de aparências, mesmo precisando arcar com dívidas
as irmãs MARIQUINHAS (Lúcia Alves) e NICOTA (Elisa Fernandes)
o pretendente de Nicota, AFONSO TADEU (Ivan Setta), enfrenta a oposição da família que quer vê-la casada com alguém da côrte
o pai de Afonso, FAGUNDES (Nestor de Montemar), dono de um armarinho.
– núcleo de ADELAIDE AMARAL, a AMARALZINHA (Fátima Freire), filha de um banqueiro, é apaixonada por um rapaz que é desprezado por sua família por ser pobre. Seu casamento com Fernando é arranjado pelo pai, que faz tudo para separá-la de seu verdadeiro amor:
o pai MANUEL TAVARES DO AMARAL (Felipe Wagner), banqueiro, oferece a Fernando um dote para que ele se case com sua filha a fim de afastá-la do pretendente pobretão
a mãe MARIA DO CARMO (Cleyde Blota), mais compreensiva em relação à filha apesar de não se opor abertamente ao marido
o seu amor TORQUATO RIBEIRO (Osmar Prado), advogado, de origem humilde, sofre com a oposição da família Amaral, que acredita que Adelaide terá um futuro mais estável ao lado de Fernando. Sem recursos, concorda em ajudar Aurélia em seu plano de vingança contra Fernando em troca de dinheiro
a escrava ROSA (Chica Xavier).
– núcleo dos jovens da côrte:
ALFREDO MOREIRA (Fausto Rocha Jr.), pretendente de Aurélia, tenta conquistá-la com versos e agrados, mas seus esforços são em vão
EDUARDO ABREU (Paulo Ramos), rapaz solitário, porém romântico. Muito rico, apaixona-se por Aurélia, que o despreza, acreditando que o rapaz esteja interessado apenas em seu dinheiro
LÍSIA SORAES (Maria do Roccio), moça da sociedade, amiga de Fernando, admiradora de Aurélia
MATILDE (Solange Radislovich), amiga de Aurélia.
– núcleo da família de Aurélia Camargo:
os pais PEDRO CAMARGO (Roberto Murtinho) e EMÍLIA (Ida Gomes)
o irmão EMÍLIO (Roberto Bolant)
o tio LOURENÇO CAMARGO (Antônio Victor), lhe deixa uma polpuda fortuna ao morrer.
Adaptação
Versão para a TV do clássico romance de José de Alencar, cem anos após a primeira edição do livro (1875). Foi a primeira novela da faixa das 18 horas da Globo produzida em cores e a primeira do horário com mais de 20 capítulos. A emissora deixava as mininovelas e partia para produções mais longas (passaram a ter, pelo menos, 80 capítulos).
Uma fiel reconstituição da corte carioca do século 19, traçando um brilhante painel do Rio de Janeiro da época. A linguagem de Alencar foi mantida na maior parte dos diálogos, algumas vezes repetindo literalmente a obra.
A hipocrisia do casamento por interesse, prática comum no período retratado, foi mostrada dividida em quatro partes, que tinham os nomes das etapas de uma transação comercial: O Preço, Quitação, Posse e Resgate.
Elenco
Senhora consagrou a bela atriz Norma Blum, que interpretou Aurélia Camargo, a protagonista. Norma vinha da série infantil Pluft, o Fantasminha.
Destaque também para Zilka Salaberry, como Dona Firmina Mascarenhas, a espirituosa amiga de Aurélia.
Primeira novela da atriz Elisa Fernandes.
Locações
As gravações foram realizadas em cinco locais fixos de externa, no Rio de Janeiro: Quinta da Boa Vista, Museu Nacional, Consulado da Argentina e algumas ruas de Santa Teresa. Gravou-se também no Teatro Municipal de Niterói.
O antigo casarão que sediou o Consulado da Argentina, em Botafogo (demolido no final da década de 1970), serviu de fachada para a mansão de Aurélia Camargo na novela – inclusive aparece na abertura. (pesquisa: Will Moret)
Trilha sonora
Em 2006, a Som Livre relançou a trilha sonora de Senhora, em CD, na coleção “Master Trilhas”, 26 trilhas nacionais de novelas e séries da década de 1970 nunca lançadas em CD.
Reprises
Senhora foi reprisada entre 05/04 e 23/07/1976, às 13h30 – época em que a faixa Vale a Pena Ver de Novo ainda não tinha esse nome.
Ganhou nova reprise entre 01/12/1980 e 03/1981, pelas manhãs, dentro do programa TV Mulher. Como, na época, a programação nacional não era unificada, essa reprise não ocorreu para todo o Brasil. Em algumas praças (como a filial RBS, para SC e RS), a novela foi reprisada depois, de março a setembro de 1982, ano em que o TV Mulher estreou nesses estados.
Outras versões
O romance de José de Alencar já havia sido adaptado, pela TV Paulista em 1953 e pela Tupi em 1962, tempo da TV ao vivo e em que as telenovelas ainda não eram diárias.
Também rendeu uma adaptação modernizada, produzida pela Tupi em 1972: a novela O Preço de um Homem, com Arlete Montenegro e Adriano Reys nos papeis principais.
Em 2005, Marcílio Moraes e Rosane Lima somaram à espinha dorsal de “Senhora” dois outros romances de José de Alencar – “Lucíola” e “Diva” – para escrever a novela Essas Mulheres, produzida pela Record TV. Christine Fernandes e Gabriel Braga Nunes viveram Aurélia Camargo e Fernando Seixas nesta versão.
Em 1955, o romance de José de Alencar foi adaptado para o cinema, no filme dirigido por Alberto Pieralisi e Leo Marten, com Maria Fernanda e Anselmo Duarte nos papeis centrais.
Em 1976, um ano após a estreia da novela da Globo, chegou aos cinemas outra versão do livro, dirigida por Geraldo Vietri, com Elaine Cristina e Paulo Figueiredo como os protagonistas. O filme havia sido rodado antes da estreia da novela global.
E mais
Texto narrado na apresentação das cenas do próximo capítulo da novela (prática comum na época):
“A distância não separa, o dinheiro não decide. Nada vence um grande amor! Nem o tempo, nem as mágoas.”
01. QUEM SABE? – Francisco Petrônio e Dilermando Reis (tema de Aurélia)
02. ONTEM AO LUAR – Paulo Tapajós (tema romântico)
03. AURÉLIA – Orquestra Waltel Branco (tema de abertura)
04. RECORDANDO – Orquestra Romanza
Sonoplastia: Paulo Ribeiro
Uma obra de arte da telenovela brasileira.
Globoplay ou Canal Viva pelo amor de Deus reprisa essa novela
Senhora foi uma novela que ficou para sempre em minha memória, primeiro por ser a cores, na época só as novelas das 18 (ela foi a primeira a cores das 18 horas) e as das 22 horas eram em cores. Segundo por que ficava hipnotizado com a beleza de Norma Blum.