Sinopse

Rosário deixa Olinda e vai tentar a sorte no Rio de Janeiro, onde já trabalham como domésticas suas três irmãs mais velhas, Cotinha, Graça e Dorzinha. Zé Luís, seu namorado em Olinda, espalhou o boato de que ela estava grávida, o que a obrigou a deixar a cidade. Arrependido, ele faz tudo para reatar o namoro, inclusive vai para o Rio atrás dela.

Cotinha trabalha na casa de Heleno Cortes Reis, dono de uma agência de publicidade em crise financeira. Ela é bem tratada e querida por todos na casa: além de Heleno, a mulher dele Gina e a filha Lívia. Cotinha é apaixonada por Pérsio Galvão, um locutor de rádio que declama poesias em seu programa. Porém, ela só conhece a sua voz.

Graça faz os salgadinhos que sua patroa Hilda vende para fora, já que o marido dela, o engenheiro Nilo, está desempregado e não consegue ocupação por causa de sua idade. Graça é casada com Olavo, também desempregado, e sua filha, Zita, que sonha ser aeromoça, também vai trabalhar na casa de Hilda, despertando o desejo de Nando, filho dos patrões.

Dorzinha é ingênua e sonhadora. Adora fotonovelas, imaginando-se personagem delas, ao lado do namorado Juvenal, um trambiqueiro. Trabalha na casa de Orozimba, irmã de Nilo, mulher extravagante de passado rico, que cria gatos, cobre os móveis com panos brancos e mantém um dos quartos trancado a cadeado, proibindo a entrada de qualquer pessoa.

No Rio, Rosário vai trabalhar na casa das irmãs Carla e Berta, que são modelos. Carla ajuda Rosário a se refinar, ensinando-lhe boas maneiras. Já Berta ignora Rosário e critica a irmã por preocupar-se com a empregada. Carla é escritora, esclarecida e sem preconceitos, enquanto a única preocupação de Berta é o sucesso, sendo capaz de tudo para alcançá-lo.

Berta namora Jacques, diretor de redação na agência de publicidade de Heleno, sempre ocupado demais em ganhar dinheiro. A princípio, Carla namora Bilé, jornalista e dramaturgo. Com problemas financeiros, Bilé vai trabalhar na agência de Heleno. Ele estimula a namorada a investir em sua carreira de escritora. Até Carla conhecer Marco, um escritor azarão.

Globo – 19h
de 13 de setembro de 1977
a 4 de março de 1978
149 capítulos

novela de Mário Prata
direção de Régis Cardoso e Denis Carvalho
direção geral de Régis Cardoso

Novela anterior no horário
Locomotivas

Novela posterior
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ANA MARIA BRAGA – Rosário
ARLETE SALLES – Dorzinha
ISABEL RIBEIRO – Graça
ILVA NIÑO – Cotinha (Cotinha da Vieira Souto)
NEY LATORRACA – Marco
BRUNA LOMBARDI – Carla Duran
IVAN SETTA – Bilé (Gabriel de Oliveira Penido)
RICARDO BLAT – Zé Luís
MARCELO PICCHI – Dinho (Geraldo Moreira Madureira)
CHRISTIANE TORLONI – Lívia Maria Duran Cortes Reis
JAIME BARCELOS – Heleno Cortes Reis
MARILU BUENO – Gina (Regina Duran Cortes Reis)
JONAS BLOCH – Jacques Person
ANA HELENA BERENGER – Berta Duran
DARY REIS – Olavo
TONY FERREIRA – Gouveia (Sebastião Gouveia)
SEBASTIÃO VASCONCELOS – Nilo
JOANA FOMM – Hilda
FÁBIO MÁSSIMO – Nando
SÔNIA DE PAULA – Zita
KLEBER MACEDO – Orozimba
ANTÔNIO VICTOR – Adamastor
LUTERO LUIZ – Cláudio
LUÍS ORIONI – Juvenal
IRMA ALVAREZ – Mabel Gutierres
TIÃO D’AVILA – Patrício
CATITA SOARES – Carminha
GRACINDA FREIRE – Dirce
CIDINHA MILAN – Yara
CLÉA SIMÕES – Berenice
JOSÉ DAMASCENO – Pérsio Galvão
MÁRIO PETRÁGLIA – Silvério
MYRIAN RIOS – Márcia
MARIA ZILDA – Sulamita
ROSANNI MAIA – Cléo (Cleonice)

e
ANTÔNIO PEDRO – Filabóia
ARMANDO BÓGUS
ARY KLEBER
AUGUSTA MOREIRA – Dona Maricota (mãe de Cotinha, Graça, Dorzinha e Rosário)
CELESTE AÍDA – Eufrásia
FRED VILLAR
GILBERTO NAKAMO – Nakamura
JOSÉ R. BRÁULIO – médico de Carla
MARGARIDA REY – Margô (ricaça com quem Adamastor se casa no final)
MARTHA ANDERSON – Veluma
MILTON GONÇALVES – Tibúrcio
Tia Pequena (tia de Cotinha, Graça, Dorzinha e Rosário, vem ao Rio para o casamento de Cotinha)

– as quatro irmãs pernambucanas que foram trabalhar como domésticas no Rio de Janeiro:
COTINHA (Ilva Niño),
GRAÇA (Isabel Ribeiro),
DORZINHA (Arlete Salles),
e ROSÁRIO (Ana Maria Braga).

– núcleo de ROSÁRIO (Ana Maria Braga), a caçula das irmãs. Deixa Olinda após uma decepção com o namorado, que, por despeito, inventa o boato de que ela estaria grávida. Sentindo-se desmoralizada, Rosário parte para o Rio, onde suas irmãs já trabalham como empregadas domésticas:
o namorado em Olinda ZÉ LUIZ (Ricardo Blat), responsável pelo boato que a obrigou a deixar a cidade. Arrependido, faz tudo para reatar o namoro, inclusive viaja para o Rio de Janeiro atrás dela
SILVÉRIO (Mário Petraglia), um tipo suspeito, primeira pessoa que conhece no Rio.

– núcleo de HELENO CORTES REIS (Jaime Barcelos), patrão de Cotinha. Dono de uma agência de publicidade que passa por uma crise financeira:
a mulher GINA (Marilu Bueno), fútil e desocupada, tem o sonho de ser cantora lírica
a filha LÍVIA (Christiane Torloni), recém-formada em Jornalismo, vive de noitadas em discotecas
a secretária CLÉO (Rosanni Maia)
o radialista PÉRSIO GALVÃO (José Damasceno), por quem Cotinha é apaixonada, mas só conhece a voz e os poemas. Ela envia cartas para o correio sentimental de seu programa apresentando-se como COTINHA DA VIEIRA SOUTO (endereço de seus patrões). Acabam se encontrando e se casam no final.

– núcleo das modelos CARLA (Bruna Lombardi) e BERTA (Ana Helena Berenger), irmãs de Gina, patroas de Rosário. Carla é uma escritora com ideias feministas. Ajuda Rosário a se refinar, ensinando-lhe boas maneiras. Já Berta tem como objetivo o sucesso e, para alcançá-lo, é capaz de todas as concessões. Ignora a presença de Rosário em casa e critica Carla por preocupar-se tanto com a empregada:
o namorado de Carla, BILÉ (Ivan Setta), jornalista e dramaturgo. Com problemas financeiros, começa a trabalhar na agência de publicidade de Heleno. Estimula Carla a investir em sua carreira de escritora
o namorado de Berta, JACQUES (Jonas Bloch), diretor de redação na agência de publicidade de Heleno, sua maior preocupação é ganhar dinheiro.

– núcleo de MARCO (Ney Latorraca), escritor envolvido em uma série de problemas, acusado de desonestidade. Vive conversando com a falecida mulher, de quem tem visões. Envolve-se com as irmãs Carla e Berta:
a mulher YARA (Cidinha Milan), jornalista, falecida
o advogado DR. GOUVEIA (Tony Ferreira).

– núcleo de DINHO (Marcelo Picchi), namorado de Lívia que ela acredita ser universitário e filho de fazendeiros, mas que na realidade é funcionário público e aplica pequenos golpes para complementar seu parco salário:
o melhor amigo PATRÍCIO (Tião d’Ávila), mora com ele em uma pensão. Trabalham juntos e está sempre envolvido em confusão por causa do colega
a dona da pensão onde mora, DIRCE (Gracinda Freire), que o ajuda a se aproximar de Lívia. No passado foi uma mulher muito rica.

– núcleo de GRAÇA (Isabel Ribeiro), faz os salgados que a patroa vende para fora. Recebe Rosário em sua casa quando ela muda-se para o Rio:
o marido OLAVO (Dary Reis), desempregado. Um tipo machão e intransigente, o que abala a relação com a mulher. A possibilidade de ser despejado o enerva ainda mais
a filha ZITA (Sônia de Paula), jovem pressionada pelo pai a abandonar seu sonho de ser aeromoça e procurar trabalho para ajudar no sustento da família. Acaba indo trabalhar como doméstica na casa da patroa de sua mãe
a vizinha e amiga BERENICE (Cléa Simões), torcedora fanática do Flamengo, apoia os objetivos de Zita.

– núcleo de DORZINHA (Arlete Salles), extremamente ingênua, adora fotonovelas, imaginando-se, com frequência, personagem de uma delas ao lado do namorado. Acaba envolvendo-se com Gouveia, com quem se casa:
o namorado, no início, JUVENAL (Luís Orioni), diz que está de licença, mas, na verdade, não tem emprego. Trambiqueiro e mentiroso, seu sonho é dar um golpe que lhe proporcione independência financeira. Trai Dorzinha com uma amante
a amante de Juvenal, MABEL GUTIERRES (Irma Alvarez), ex-vedete argentina, seu objetivo é sair da quitinete onde mora. Admite a relação de Juvenal com Dorzinha por acreditar que, por meio da doméstica, os dois poderão mudar de vida.

– núcleo de NILO (Sebastião Vasconcelos), patrão de Graça. Engenheiro desempregado com dificuldade de conseguir emprego por conta de sua idade. Passa os dias fazendo entrevistas em diferentes empresas:
a mulher HILDA (Joana Fomm), assume as despesas domésticas vendendo para fora os salgados que a empregada Graça faz. Mulher de personalidade forte, torna-se, praticamente, a chefe da casa, já que a sustenta. Ao longo da trama, abre um negócio com Graça
o filho NANDO (Fábio Mássimo), apaixonado por Zita desde criança, para o desespero da mãe Hilda.

– núcleo de OROZIMBA (Kleber Macedo), irmã de Nilo, patroa de Dorzinha. Mulher extravagante que já fora muito rica. Cheia de manias, cria gatos, cobre os móveis com panos brancos e mantém um dos quartos da casa trancado a cadeado, proibindo a entrada de qualquer pessoa:
o pai dela e de Nilo, ADAMASTOR (Antônio Victor), homem idoso, mora com a filha. Necessita de cuidados constantes, já que vive em uma cadeira de rodas e tem dificuldades para ouvir, ver e falar
o golpista CLÁUDIO (Lutero Luiz), passando-se por corretor de imóveis interessado em sua casa, tenta seduzi-la para roubá-la.

Repercussão baixa

Segunda experiência do escritor Mário Prata no gênero telenovela, mas sem a repercussão do trabalho anterior, Estúpido Cupido (1976-1977).

Trinta e cinco anos antes da “novela das Empreguetes” (Cheias de Charme, 2012), a TV Globo já centralizava a ação nas desventuras de um grupo de empregadas domésticas – o título de trabalho da novela era Carteira Assinada. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

Contudo, sem sucesso. De acordo com Ismael Fernandes em seu livro “Memória da Telenovela Brasileira”, “um clima intelectual pairava no ar, mesclando-se com os problemas domésticos das protagonistas. Um contraste temático que desafiou o autor e aborreceu o público.”

A proposta de Mário Prata era abordar o desemprego, a crise financeira e a luta pela subsistência, sem personagens principais, apresentando uma série de perfis que se definiam com o desenrolar do enredo. Na metade da novela, porém, houve uma passagem de tempo de seis meses na trama, para simplificar a narrativa, prejudicada pelo acúmulo de histórias paralelas.

Apesar das alterações para tornar a trama mais atraente ao público, a novela não emplacou. Com audiência e repercussão aquém das desejadas pela alta direção da TV Globo, Sem Lenço, Sem Documento foi encurtada, finalizando em 149 capítulos. (revista Ilusão, 30/12/1977, pesquisa: Sebastião Uellington Pereira)

Desafio de Boni

Em seu livro “Minhas Mulheres e Meus Homens”, Mário Prata comentou um desafio que Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, alto executivo da TV Globo) lhe lançou ao final da novela:

“Quando faltavam [para escrever] vinte capítulos, o Boni me chama:
– Seguinte: a novela tá dando 65, em média. Quero que a média desses vinte capítulos que faltam seja 75. Pra passar a bola pro Cassiano (que estava escrevendo a próxima) lá em cima. Se você conseguir isso, te dou o que você quiser. O que você quer? Pode pedir. Terminar com 75.
Pensei e disse: – Duas passagens ida e volta para Tóquio. Ida por Paris, volta por São Francisco e, além da passagem e do hotel, uma boa grana pra gastar.
Ele escreveu isso tudo num papel, como se fosse um vale. Assinou embaixo.

Fui pra casa e fiquei pensando em como aumentar o Ibope. A atriz mais amada e mais odiada da novela era a Bruna Lombardi. A coisa tinha de ser por ali. Dei um tiro no peito da Bruna que virou capa da Amiga. O Ibope pulou 15 pontos, ele me informou, entusiasmado, pelo telefone:
– A Bruna vai ficar até o fim da novela nesse morre-não-morre, né?
– Não, sai do hospital amanhã. Desculpa, cara, não sei enrolar.
– Pois não vai conhecer Tóquio tão cedo!
Vinte e um anos depois, ainda não fui a Tóquio!”

Censura

A censura do Governo Federal impôs uma série de cortes à novela. Sem tempo hábil para regravações, vários capítulos acabaram indo ao ar com uma média de apenas 15 minutos de cena. (revista Carícia nº 36, 1977, pesquisa: Sebastião Uellington Pereira)

Mário Prata foi censurado por falar de censura em sua novela. O pesquisador Cláudio Ferreira narrou no livro Beijo Amordaçado – A Censura às Telenovelas Durante a Ditadura Militar:

“A simples menção da existência da censura era motivo para encrenca. Apareceu duas vezes no script de Sem Lenço, Sem Documento.

No capítulo 23, quando se falou sobre uma peça, foram três trechos vetados:
– ‘A Censura cortou cinco cenas inteiras. Tinha oito. E o pior é que já estavam em produção. Perderam tudo’;
– ‘Escrever com autocensura, eu não escrevo mais. Não dá!”

‘Sentar na máquina e ficar segurando é dose pra elefante!’

No capítulo 39, um grupo estava examinando um texto quando um dos personagens ponderou: ‘Isso aqui a Censura não deixa. Nem pensar. Imagine!’ Não deixou mesmo.”

Elenco

Estreia de Bruna Lombardi como atriz de novelas. Os poemas de sua personagem, Carla, eram escritos pela própria atriz, que já tinha um livro de poesias publicado antes de atuar na novela.

Primeiro trabalho de direção do então ator Denis Carvalho, que auxiliou Régis Cardoso, o diretor geral.

Vinda das novelas da TV Tupi, Joana Fomm retornava à Globo, após um hiato de oito anos, para um longo período de muitos sucessos na emissora. Seu último trabalho na casa havia sido a novela A Última Valsa, em 1969.

Ainda a estreia na Globo do ator Jonas Bloch.

Uma curiosidade: a intérprete de Rosário, uma das personagens de destaque da trama, era a estreante em TV Ana Maria Braga (irmã de Sônia Braga, mãe da também atriz Alice Braga), homônima da apresentadora de TV Ana Maria Braga.

A atriz Monah Delacy, mãe de Christiane Torloni, foi escalada para viver a mãe da personagem de Christiane em Sem Lenço, Sem Documento. As chamadas de estreia já iam ao ar quando Monah acabou substituída por Marilu Bueno.

Galãs feios

Em seu livro “Minhas Mulheres e Meus Homens”, Mário Prata comentou que Boni achava que faltavam homens bonitos em Sem Lenço, Sem Documento.

O então todo-poderoso da TV Globo alegou que só havia “homem feio” na novela, por isso pediu a Prata para encaixar no elenco o ator Walmor Chagas. O autor respondeu que Jonas Bloch e Ivan Setta eram bonitos, com “um novo tipo de beleza”. Neste momento, Boni chamou à sua sala umas quinze secretárias e cozinheiras da Globo. Ele pediu que assistissem a uma cena com os atores e perguntou: “Algum desses atores mexe, digamos, com a líbido de vocês?” Ninguém se entusiasmou com os galãs de Mário Prata.

No dia da estreia da novela, o autor recebeu uma ligação de sua mãe elogiando seu novo trabalho, mas recebeu uma recomendação dela: “Posso dar um palpite? Coloca um homem bonito, meu filho. Só tem homem feio.”

Merchandising

Em uma estratégia de marketing inédita, a novela lançou um novo produto por meio da empresa publicitária do personagem Heleno (Jaime Barcelos). Após o capítulo que foi ao ar no dia 15/11/1977, no primeiro intervalo comercial do Jornal Nacional, começou a ser vinculado o anúncio da Caloi Ceci, lançada como a primeira bicicleta desenhada especialmente para mulheres.

Era a conclusão da campanha publicitária preparada na trama por Heleno, Marco (Ney Latorraca), Bilé (Ivan Setta) e Jacques (Jonas Bloch). A campanha, criada pelo autor, Mário Prata, assessorado pela agência Novo Ciclo, de São Paulo, foi fruto do merchandising acertado pela Caloi e a Globo para vinte capítulos da novela.

Locações

Os primeiros capítulos tiveram locações em Olinda, Pernambuco, onde a trama tem início.

Abertura

A abertura exibia páginas de uma fotonovela em que os créditos do elenco surgiam inseridos nos balões de diálogo. Essa temática foi escolhida por causa das personagens domésticas da trama. Na época, acreditava-se que as fotonovelas eram a leitura preferida das empregadas domésticas.

Os atores da fotonovela da abertura (clicados pelo fotógrafo Ítalo Sani) eram a modelo Silvana e o cantor e ator neerlandês Roberto Vander, que posteriormente fez carreira como ator de novelas no México e no Chile.

Pegando carona na repercussão da novela, a Rio Gráfica Editora lançou na época a edição especial de uma fotonovela escrita pelo próprio Mário Prata, com as participações dos atores da abertura (Silvana e Roberto Vander) e de dois atores da novela: Ney Latorraca e Irma Alvarez. O anúncio destacava: “Vá buscar o seu exemplar em qualquer horário, em todas as bancas. Esta novela não tem próximo capítulo.” (pesquisa: Sebastião Uellington Pereira)

A música-tema da abertura era a canção “Alegria Alegria”, de Caetano Veloso, cuja letra cita “O sol nas bancas de revista me enche de alegria e preguiça”, justificando a proposta da fotonovela nas imagens.
Um merchandising da Coca-Cola aparece entre as imagens da abertura, como no trecho da música que diz “Eu tomo uma Coca-Cola, ela pensa em casamento”.
“Alegria Alegria” voltou a embalar uma abertura em 1992, da minissérie Anos Rebeldes.

Em 2000, a abertura da novela Uga Uga usou a mesma ideia da abertura de Sem Lenço, Sem Documento, apresentando a trama por meio de uma história em quadrinhos (em vez de fotonovela) com os créditos nos balões de diálogo.

Fragmentos

Sem Lenço, Sem Documento foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming da Globo) em 16/09/2024, dentro do Projeto Fragmentos, com os 6 capítulos que restaram nos arquivos da Globo: o primeiro, o segundo, o 74, o 75, o penúltimo (148) e o último (149).

Trilha sonora nacional

01. SENHORITA, SENHORITA – Wando (tema de Graça)
02. A NOITE VAI CHEGAR – Lady Zu
03. A MENINA DO SUBÚRBIO – Dudu França (tema de Rosário)
04. MALANDRONE – Betinho (tema de Cláudio)
05. PANDEIRO É MEU NOME – Chico da Silva
06. POMBO CORREIO (DOUBLE MORSE) – Moraes Moreira (tema de Patrício)
07. ALEGRIA ALEGRIA – Caetano Veloso (tema de abertura)
08. SONHOS – Peninha (tema de Dorzinha)
09. PENSE MENOS – Tim Maia
10. O LEÃOZINHO – Caetano Veloso (tema de Rosário)
11. VELHO DEMAIS – Placa Luminosa
12. COMPORTAMENTO – Márcio Lott (tema de Lívia)
13. ONDE TU TÁ NENEM – Luiz Gonzaga
14. DOMÉSTICA – Vera de Campos (tema de Cotinha)

Sonoplastia: Nestor de Almeida
Direção de produção: Guto Graça Mello
Pesquisa de repertório: João Mello e Arnaldo Schneider
Assistente de produção: Nestor de Almeida

Trilha sonora internacional

01. I LOVE YOU – Donna Summer
02. (SLOW DANCIN’) SWAYIN’ TO THE MUSIC – Johnny Rivers (tema de Marco)
03. I NEED A MAN – Grace Jones
04. YOU TOOK MY BREATH AWAY – Kaplan Kaye
05. WALK SOFTLY – Gladys Knight & The Pips
06. DON’T STOP – Fleetwood Mac
07. BIG BAMBOO – Saragossa Band
08. EMOTION – Samantha Sang featuring Barry Gibb (tema de Lívia e Dinho)
09. DEDICATO A UNA STELA – Stelvio Cipriani (tema de Rosário)
10. ZODIAC – Roberta Kelly
11. LOVE ME MORE – Barry Dean (tema de Bilé)
12. SUMMER LOVE – Edward Cliff (tema de Carla)
13. I DIDN’T KNOW I LOVED YOU – Gary Glitter
14. YOU – Wellington (tema de Nando)

Pesquisa de repertório: Nestor de Almeida

Tema de abertura: ALEGRIA ALEGRIA – Caetano Veloso

Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou

O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bombas e Brigitte Bardot

O sol nas bancas de revistas
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia?
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou

Por que não? Por que não?

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço, sem documento
Eu vou

Eu tomo uma Coca-Cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil

Ela nem sabe, até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito

Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo
Amor eu vou

E por que não? Por que não? Por que não…

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