Sinopse
No passado, o pobretão Aparício Varela deixou Rebeca, o grande amor da sua vida, no Rio de Janeiro, para casar-se com Teodora, uma ricaça paulista, a mais velha das três filhas do presidente da Tecelagem Abdala, membro da comunidade árabe de São Paulo. O tempo passou e as três herdeiras – Teodora, Lucrécia e Fabíola – tornaram-se megeras esnobes e, naturalmente, detestadas por seus respectivos maridos.
Hoje abandonada pelo marido, Fabíola controla a vida do único filho, Tavinho. Lucrécia casou-se com Aprígio, irmão de Aparício, e juntos têm uma filha, Camila. Teodora assumiu a presidência ao lado de Aparício, mas é ela quem dá as ordens. A extravagante Fedora é a filha do casal. Aprígio envolveu a empresa em negociatas com a perigosa irmandade “Ela”, cujos seguidores agem em uma boate, mas estão prestes a ser desmascarados por Camila e Guel.
Morador de um cortiço, Guel teve a família arrasada pelo sumiço de seu pai, Ricardo de Pádua, melhor amigo de Aparício, o que deixou sua mãe, Aldonza, traumatizada. O casal tivera quatro filhos: Guel, Tancinha, Isabel e Juana. Aldonza trabalha na feira com as três filhas, batalhando o sustento da casa e os estudos de Medicina de Guel. Só que ele nunca foi à faculdade. Guel é, na realidade, um detetive da Interpol disfarçado.
Em um sinistro pacto com Ela, Aprígio introduz o bandido Leonardo Raposo no seio dos Abdala para que se case com Fedora, e, depois, matá-la. O bandido pensa em eliminá-la de olho na fortuna. Na intenção de matar a esposa, ele explode o jatinho onde estava Teodora, matando a sogra por engano. Quanto mais o tempo passa, menos Leonardo consegue levar adiante seu plano, já que apaixona-se de verdade por Fedora.
Com a morte de Teodora, Aparício, agora viúvo e feliz, toma as rédeas da empresa. Livre da pressão e dos berros da mulher, ele só pensa em saçaricar e recuperar o tempo perdido no casamento fracassado. Pensa também em voltar para Rebeca, o antigo amor. Recém-chegada a São Paulo, ela vai trabalhar no mesmo prédio que ele, pois foi contratada como estilista por Teodora. A aproximação não é fácil, já que a separação, no passado, deixou mágoas em Rebeca.
Viúva, Rebeca é agora uma distinta e elegante senhora, mas sem um tostão no bolso. Associa-se às novas amigas Penélope Bacelar e Leonora Lamarr com o objetivo de caçar um marido milionário. Sabendo do intuito de Rebeca, Aparício finge ser um simples faxineiro da fábrica. Usando vários disfarces, ele tenta conquistar as três amigas sem que elas saibam que estão envolvidas pelo mesmo homem. Porém, Teodora vem do além para atazanar o viúvo.
No final, Guel e Camila descobrem a identidade secreta de Ela. Na realidade “El A”, sigla de El Achid: Achid Callux, escondido sob a falsa identidade do milionário árabe Bóris Zaidan, que planeja destruir Aparício Varela. Na juventude, Achid fora apaixonado por Teodora, mas a família nunca aprovou essa relação, pois ele tinha péssima fama. Porém, Achid nunca desistiu de pôr as mãos na fortuna de Teodora e se vingar de Aparício.
PAULO AUTRAN – Aparício Varela (Cicinho) / Sir Edward Whitehurst
TÔNIA CARRERO – Rebeca Rocha (Bebé) / Rebeca Zaidan
EVA WILMA – Penélope Bacelar
IRENE RAVACHE – Leonora Lamarr (Maria Leonora Piedade da Silva)
MAITÊ PROENÇA – Camila Varela
EDSON CELULARI – Guel (Jorge Miguel Gutierrez de Pádua)
CARLOS ZARA – Ricardo de Pádua / falso Aparício Varela
LOLITA RODRIGUES – Aldonza Gutierrez de Pádua
CLÁUDIA RAIA – Tancinha (Constância Regina Gutierrez de Pádua)
MARCOS FROTA – Beto (Carlos Alberto Bacelar)
ALEXANDRE FROTA – Apolo da Silva
CRISTINA PEREIRA – Fedora Abdala Varela (Fefê)
DIOGO VILELA – Leonardo Raposo (Leozinho / Raposão)
JANDIRA MARTINI – Teodora Abdala Varela
LORIVAL PARIZ – Achid Callux (Bóris Zaidan)
ANGELINA MUNIZ – Bel (Isabel Gutierrez de Pádua)
LAERTE MORRONE – Aprígio Varela (Pipi) / Horácio Ventura / Ladrão Boliviano
MARIA ALICE VERGUEIRO – Lucrécia Abdala Varela
ILEANA KWASINSKY – Fabíola Abdala Macedo
ROBERTO BATAGLIN – Tadeu
RÔMULO ARANTES – Adonis da Silva
DENISE MILFONT – Juana Gutierrez de Pádua
MARCELA MUNIZ – Diana da Silva
ALEXANDRE LIPIANI – Tavinho (Otávio Abdala Macedo)
STELLA FREITAS – Dinalda Barbosa
ALDINE MÜLLER – Brigite
NEY SANT´ANNA – Nicodemus
JORGE LAFOND – Bob Bacall (Robertinho)
MARCO MIRANDA – Ariovaldo Almeida Prado
BÁRBARA THIRÉ – Bia
e
ADELAIDE PALETTE (ADELAIDE CONCEIÇÃO) – feirante
ALDO DELANO – porteiro da Tecelagem Abdala
ALEXANDRE BARBALHO – Jurandir (corretor de imóveis que aluga para Beto o local onde funcionará a Escola Femina)
ANA ARIEL – Dona Josefa (curandeira que trata de Apolo, encontrada por Tancinha quando ela pedia socorro por ele)
ANA MARIA SAGRES – Dona Ilse (moradora do cortiço, vizinha fofoqueira de Aldonza)
ANDREA L’ABBATE – Evilásio (funcionário do Maksoud Plaza que ajuda Leonardo)
ANDRÉA MARTINS – modelo que desfila para a Tecelagem Abdala
ANTÔNIO ABUJAMRA – Totó Adib (marido de Lalume, parentes dos Abdala que moram no Líbano, os visitam no Brasil)
ANTÔNIO MENDELL – advogado
ANTÔNIO PEDRO – detetive contratado por Aparício para investigar Bóris Zaidan, acaba morto por ele
ARIEL COELHO – maître do restaurante em que Aparício encontra-se com Penélope e Leonora ao mesmo tempo
AUGUSTO OLÍMPIO – Fumacinha (conhecido de Leonora, a aborda em um bar)
BENJAMIN CATTAN – Inspetor Mário Della Costa (investiga o assassinato do detetive contratado por Aparício)
BIA MONTEZ – funcionária do Physical Spa, onde Rebeca, Penélope e Leonora se conhecem, no início
BILECO – Arimateia (inspetor a quem o delegado dá a ordem de prender Fedora por desacato)
BRENO BONIN – médico que tenta internar Aparício no hospício
CAIO FERNANDO ABREU – cliente de Beto em uma reunião em sua agência
CARLO DE KARLO – contador
CARLOS CAPELETTI – Ferdinando (costureiro do vestido de noiva de Fedora, no início)
CARLOS TAKESHI – Shun Zen (comparsa de Leonardo em suas sabotagens)
CATALINA BONAKI – senhora que elogia Aparício pela seresta que ele faz para Leonora
CECIL THIRÉ – São Sinfrônio (santo de devoção de Aparício, no último capítulo)
CÉLIA BIAR – Dona Kiki (cliente da agência de Beto, procura modelos para campanhas de roupa íntima)
CÉSAR FILHO – Ciro Antônio (apresentador na festa do jubileu da Tecelagem Abdala, 1º e 2º capítulos / um dos namorados de Fedora quando ela está separada de Leonardo)
CÉSAR MACIEIRA – advogado
CHARLES MYARA – joalheiro que ajuda na armadilha para atrair o Leopardo
CLAUDIONEY PENEDO – oficial de justiça que leva a intimação para o Tavinho pagar a conta do hospital
DAVID LEROY – oficial de justiça que entrega uma ordem de despejo para Rebeca
DAVID PINHEIRO – Dinamite (comparsa de Leonardo em suas sabotagens)
DAYSE TENÓRIO – Jurema Scarpa (uma das empregadas dos Abdala)
DENNIS GIACOMETTI como ele mesmo, publicitário com Camila em uma campanha para os calçados Azaleia
DIANA BURLE – paquera de Beto
EDER DE SÁ – oficial de justiça com ordem de despejar Rebeca da cobertura onde ela morava com as amigas
EDGARD AMORIM – socorrista na explosão da cobertura em que moravam Rebeca, Penélope, Leonora e Dinalda
EDUARDO MARTINI – cliente de Beto em uma reunião em sua agência
ELIETE CIGARINI – Roberta (atriz italiana, paga por Ricardo, se diz conhecida de Leonardo para fazer ciúmes em Fedora)
ELY REIS – frequentador da boate
ÊNIO SANTOS – delegado que prende Apolo pelo rapto de Tancinha, e Guel suspeito de ser o Leopardo
ERNANI MORAES – condutor do trem para onde Apolo leva Tancinha após raptá-la
EVANDRO LEANDRO – um dos assaltantes que surpreendem Guel e Camila, no segundo capítulo
FÁBIO PILLAR – assedia Camila na boate, dando início a um quebra-quebra
FERNANDA MONTENEGRO como ela mesma, apresentada a Tancinha por Beto nos bastidores de sua peça “Dona Doida”
FERNANDO AMARAL – gerente do banco onde Guel tem conta, informa Camila que ele tem um cofre na agência
FERNANDO JOSÉ – policial que comanda o grupo que encontra Tancinha e Apolo, após ele tê-la raptado
FLÁVIO SÃO TIAGO – médico que atende Isabel e confirma para Tadeu que ela não está grávida
FRANCISCO NAGEN – empreiteiro que reforma o local onde funcionará a Escola Femina, de Penélope, Leonora e Dinalda
GEISA GAMA – Dona Nena (moradora da pensão onde Leonardo morava no início)
GUARACY VALENTE – guarda de trânsito que aborda Penélope e Leonora
GUILHERME CORRÊA – Dr. Jamal (médico que opera Diana)
GUILHERME MARTINS – ex-proprietário da cobertura onde Rebeca morou com as amigas, comprada por Aparício
GUILHERME VERGUEIRO como ele mesmo, pianista que acompanha Lucrécia em sua performance na boate
HELDER CARNEIRO – do jóquei clube
HÉLIO GUERRA – oficial de justiça
HELOÍSA RASO – Kitty, The Kat (contratada por Nicodemus para tirar Leonardo da depressão pelo abandono de Fedora)
HEMÍLCIO FRÓES – milionário que flerta com Leonora, no início
HENRIQUETA BRIEBA – falecida avó índia de Dinalda, que lhe aparece em sonhos
HUGO CARVANA – médico que atesta o óbito de Luiz Guilherme
IBAÑEZ FILHO – delegado que prende Fedora, Leonardo e Roberta
IRENE LIMA como ela mesma, professora de dança do ventre de Fedora
IVAN MESQUITA – Seu Joaquim (português dono do boteco onde Apolo leva Leonora)
IVAN SETTA – Abuzanja (cliente da Tecelagem Abdala furioso com o fornecimento de tecidos de cores trocadas)
IVO CICOGNA – padre do casamento de Fedora e Leonardo
JOÃO CAMARGO – cliente de Beto em uma reunião em sua agência
JOÃO VIEITAS – membro do conselho da presidência da Tecelagem Abdala
JORGE FERNANDO como ele mesmo, diretor da novela em que Leonora ia atuar, no início
JORGE NAPOLEÃO – morador da pensão onde Leonardo morava no início
JOSÉ CARLOS SANCHES – rapaz na praia quando Beto e Tadeu procuram um bumbum para a campanha de cuecas
JOSÉ FERNANDES DE LIRA – Almeida (investigador chamado por Aparício para prender Leonardo)
KAKAO BALBINO – Alex (conhecido de Leonardo, facilita seu disfarce de garçom no restaurante para vigiar Fedora)
KLEBER MACEDO – tia Sharide (com as tias Labibe e Ramide, expulsam Lucrécia e Fabíola da família Abdala)
LEILAH ASSUMPÇÃO como ela mesma, convida Leonora a atuar em sua peça
LEINA KRESPI – tia Labibe (com as tias Sharide e Ramide, expulsam Lucrécia e Fabíola da família Abdala)
LEONARDO JOSÉ – membro e porta-voz do conselho da presidência da Tecelagem Abdala
LEONOR LAMBERTINI – Dona Ermelina (moradora da pensão onde Leonardo morava no início)
LUCAS BUENO – delegado para quem Fedora faz charme enquanto Leonardo é resgatado da cadeia, no final
LUG DE PAULA – Pereira (assistente de Jorge Fernando)
MANOEL ELIZIÁRIO – frequentador da boate
MARCELA POLO – modelo que desfila para a Tecelagem Abdala
MARCELO BARAÚNA – oficial de justiça que intima Fedora a saldar a dívida da tecelagem com os acionistas
MARCELO SABACK – médico de Diana em sua primeira crise
MARCO AURÉLIO como ele mesmo, figurinista da Globo que faz o vestido de noiva de Tancinha
MARILENA CURY – Lalume Abdalla Adib (mulher de Totó, parentes dos Abdala que moram no Líbano, os visitam no Brasil)
MAURÍCIO ALVES – Maurício (office-boy na agência de Beto)
MAURO GORINI – Evilásio (recepcionista no Maksoud Plaza, comparsa de Leonardo)
MIRA PALHETA – uma das senhoras da Editora do Pensamento Imaculado, cliente de Beto em uma campanha
MOACIR PRINA – médico
MYRIAN PÉRSIA – diretora do Physical Spa, onde Rebeca, Penélope e Leonora se conhecem, no início
NANI VENÂNCIO – uma das modelos que fazem um desfile exclusivo de lingerie para Fedora, depois fotografada por Camila
OTACÍLIO COUTINHO – detetive que investiga a explosão do carro de Aparício que vitimou o motorista Josias
PAULA BURLAMAQUI – uma das modelos fotografadas por Camila em seu no apartamento, no primeiro capítulo
PAULO CÉSAR GRANDE – Luís Alberto (um dos namorados de Fedora quando ela está separada de Leonardo)
PAULO MIRANDA – repórter
RAUL GAZOLA – Rubinho (agente de Leonora)
RENATO NEVES – professor do Physical Spa, com quem Leonora é flagrada na sauna
RICARDO FRÓES – Geraldo (feirante amigo de Aldonza)
ROBERTO LOPES – Farnésio (policial que ajuda Guel a sair do mundo do crime para trabalhar para a Interpol)
ROGÉRIO FRÓES – Marcos Bacelar (ex-marido de Penélope, pai de Beto, mora em Belo Horizonte)
ROSANE BILLAD – repórter
RUYTER DE CARVALHO – Josias (motorista dos Abdala, morre em uma sabotagem armada por Leonardo contra Aparício)
SAMIR MURAD – funcionário do cartório que diz a Aldonza que Ricardo é o fiador de sua frutaria
SANDRA LINDO – modelo que desfila para a Tecelagem Abdala
SANDRO SOLVIATTI – Carabina (matador contratado por Leonardo para matar Aparício)
SEBASTIÃO BORGES – morador do cortiço
SÉRGIO BRITTO – Luiz Guilherme Ribeiro de Faria (banqueiro com quem Rebeca se casaria, mas morre durante a festa)
SÉRGIO MOX – Dr. Macedo (médico que cuida de Camila depois que ela bate a cabeça)
SHEILA MATOS – Mulher Cobra (contratada por Nicodemus para tirar Leonardo da depressão pelo abandono de Fedora)
SILVIA PFEIFER – modelo que desfila na festa de jubileu da Tecelagem Abdala, no segundo capítulo
SILVIO POZATTO – cliente de Beto em uma reunião em sua agência
SUZY ARRUDA – frequentadora do Physical Spa, denuncia o agarramento de Leonora com o professor na sauna
TARCÍSIO FILHO – Carlos Ronaldo (um dos namorados de Fedora quando ela está separada de Leonardo)
TERESA CRISTINA SCHMIDT – modelo que desfila na festa de jubileu da Tecelagem Abdala, 1º e 2º capítulos
TONY RAMOS como ele mesmo, ator da novela em que Leonora ia atuar, no início
UBIRAJARA SILVA como ele mesmo, bandoneonista que toca na boate enquanto Brigite e Aprígio dançam tango
VELUMA – modelo que desfila com a joia exclusiva desenhada por Rebeca, roubada pelo Leopardo
VERA SETTA – tia Ramide (com as tias Labibe e Sharide, expulsam Lucrécia e Fabíola da família Abdala)
VICTOR HEIN – repórter
VIRGÍNIA CAMPOS – gerente do banco onde Tancinha tem conta e Aldonza saca todo o dinheiro para devolver a Aparício
WALDEMAR ROCHA – Dr. Fernando (advogado que lê o testamento de Teodora)
YOKO SANTIAGO – enfermeira que cuida de Diana no hospital
YUMIKO UENO – modelo que desfila na festa de jubileu da Tecelagem Abdala, 1º e 2º capítulos
Dona Mercedes (moradora do cortiço, vizinha fofoqueira de Aldonza)
Dona Romilda (moradora do cortiço, vizinha fofoqueira de Aldonza)
Elvira Krespi (uma das empregadas dos Abdala)
– núcleo da família Abdala, da comunidade árabe de São Paulo, gente muito rica, proprietária da Tecelagem Abdala:
APARÍCIO VARELA (Paulo Autran), presidente da empresa ao lado da mulher. Deu o golpe do baú ao casar-se com a herdeira. Submisso, a vida toda aguentou calado os desmandos da mulher megera. Com a morte dela, resolve “saçaricar”: tirar o atraso e reconquistar o tempo perdido
TEODORA ABDALA VARELA (Jandira Martini), mulher de Aparício, a mais velha das irmãs Abdala. Autoritária, arrogante e desagradável. Vive humilhando o marido, a quem faz de gato e sapato. Morre na explosão criminosa de um jatinho, mas seu espírito volta para atormentar o viúvo
FEDORA (Cristina Pereira), filha de Aparício e Teodora, moça extravagante, perdulária e mimada. Voluntariosa como a mãe, que faz todas as suas vontades. Arrogante e autoritária, acha-se muito bela e irresistível
APRÍGIO (Laerte Morrone), irmão de Aparício casado com a segunda herdeira do clã. Também trabalha nas empresas da família, mas em um cargo subalterno: chefe do almoxarifado. Desviou uma grande quantia de dinheiro da empresa e está nas mãos de um grupo criminoso que quer se apossar da fortuna dos Abdala
LUCRÉCIA (Maria Alice Vergueiro), mulher de Aprígio, irmã de Teodora, tão megera quanto ela. Sempre foi apaixonada por Aparício, mas só lhe restou casar-se com o irmão dele
CAMILA (Maitê Proença), filha de Aprígio e Lucrécia. Fotógrafa bela, curiosa e esperta, de espírito investigativo. Ao longo da trama, é revelado que é na verdade filha de Aparício
FABÍOLA (Ileana Kwasinski), irmã caçula de Teodora e Lucrécia, tão megera quanto elas. O marido a abandonou no passado, sumindo com toda a parte na herança da família que lhe cabia. Mora de favor na mansão de Teodora, a quem bajula. Sempre em pé de guerra com Lucrécia, vive trocando farpas com ela. Vigia o único filho, a quem tenta dominar
TAVINHO (Alexandre Lipiani), filho de Fabíola, revolta-se contra o domínio da mãe e sai de casa, indo morar em um cortiço, para o desespero dela
o mordomo e motorista ARIOVALDO (Marco Miranda), fiel a Aparício, e a empregada JUREMA (Dayse Tenório): juntos comandam o batalhão de empregados na mansão Abdala.
– núcleo de ACHID CALLUX (Lorival Pariz) milionário árabe escondido sob a falsa identidade de BÓRIS ZAIDAN. Foi um antigo amor de Teodora, renegado pela família dela por ser considerado um mau elemento. Arma um plano para destruir Aparício, a quem considera um rival, e se apossar da fortuna dos Abdala. Cria uma seita chamada ELA, na verdade “El A”, sigla de El Achid. Seus seguidores agem clandestinamente em uma boate:
os seguidores de Ela: LEONARDO RAPOSO, o RAPOSÃO (Diogo Vilela), um malandro perigoso que Aprígio infiltra na família Abdala. Passando-se por milionário, envolve Fedora, que fica caidinha por ele e os dois se casam. Planeja a morte dela, mas o plano dá errado e Teodora é quem acaba morrendo em seu lugar. Ao longo da trama, apaixona-se verdadeiramente por Fedora, formando um par excêntrico: LEOZINHO e FEFÊ. Passa a arquitetar a morte de Aparício, mas todos os seus planos fracassam
BRIGITE (Aldine Müller), irmã de criação de Leonardo, amante de Aprígio. Durante o dia é secretária da presidência da Tecelagem Abdala e, durante a noite, dançarina da boate. No final, é revelado que é o misterioso LEOPARDO, um procurado ladrão de joias,
NICODEMUS (Ney Sant´Anna), um tipo sinistro, comparsa de Leonardo em suas armações. Infiltrado por Leonardo na família Abdala como motorista,
e ROBERTINHO, ou BOB BACALL (Jorge Lafond), barman da boate, inteligente e espirituoso.
– núcleo de REBECA ROCHA, (Tônia Carrero), antiga paixão de Aparício, preterida por Teodora, com quem ele casou-se por interesse. Ressurge na vida de Aparício após muitos anos, ao ser contratada por Teodora para trabalhar como estilista na Tecelagem Abdala. Nunca perdoou Aparício. Agora falida, une-se a duas amigas para encontrar um marido rico. No decorrer da trama, vai passar uma temporada em Milão e depois reaparece casada com Bóris Zaidan:
as amigas: PENÉLOPE BACELAR (Eva Wilma), de tradicional família mineira. Mulher um tanto insegura e atrapalhada. Separada e sem um tostão, muda-se para São Paulo, onde mora o filho,
e LEONORA LAMARR (Irene Ravache), atriz sem projeção que não consegue trabalho. Desligada e não muito inteligente
As três são assediadas por Aparício: Rebeca o reencontra na pele de um simples faxineiro; Penélope o conhece como o presidente da Tecelagem Abdala; e Leonora acha que ele é um rico lorde inglês, SIR EDWARD WHITEHURST
a empregada DINALDA (Stela Freitas), confiada e um tanto indolente, só não vai embora porque vive na esperança de receber seus salários atrasados quando Rebeca der o golpe do baú.
– núcleo de RICARDO DE PÁDUA (Carlos Zara), italiano, amigo de Aparício desde a juventude. Está há anos desaparecido, desde que saiu de casa para comprar cigarros e não mais voltou, deixando a família desamparada. Na verdade, aceitou a proposta de Aparício de chefiar a filial da tecelagem na Itália. A sua família recebia mensalmente uma quantia em dinheiro por Aparício, sem saber dessa ligação dos dois. Ao retornar, tenta se esconder da família, mas é descoberto pelos filhos:
a mulher ALDONZA (Lolita Rodrigues), espanhola passional, abnegada e batalhadora. Feirante, teve que se virar para criar os quatro filhos. Ficou traumatizada com o sumiço do marido, acreditando que Aparício é responsável pelo desparecimento dele, e sonha com a sua volta
o filho GUEL (Edson Celulari), engana a família que faz faculdade de Medicina, mas na verdade é um detetive da Interpol que investiga o grupo criminoso que quer se apossar dos bens da família Abdala. Envolve-se com Camila e com Leonora
as filhas, que ajudam Aldonza na feira: TANCINHA (Cláudia Raia), passou um bom tempo na infância com a avó italiana, Anunciata, por isso acabou aprendendo a falar tudo errado, com forte sotaque italianado. Ingênua, romântica, bela e desejada pelos homens. De caráter bom e temperamento forte, não leva desaforo para casa,
ISABEL (Angelina Muniz), de caráter duvidoso, interesseira, ardilosa e carreirista, não se conforma com a vida simples e dura que leva. Só pensa em se dar bem, nem que para isso passe por cima dos outros, principalmente de Tancinha, a quem inveja
e JUANA (Denise Milfont), a caçula. Moça romântica, mas impulsiva e de sangue quente.
– núcleo de APOLO (Alexandre Frota), um tipo bronco, machão e intempestivo, mas de bom coração. Ganha a vida com o irmão fazendo carreto e transporte com seu caminhão. Órfão, vive com os dois irmãos mais novos no mesmo cortiço onde mora Aldonza e sua família. Namorado de Tancinha, com quem sonha casar e constituir família:
os irmãos: ADONIS (Rômulo Arantes), mais ingênuo e mais doce que Apolo. No início, tinha uma quedinha por Isabel, que o desprezava por ele ser pobre, mas acabou conquistado por Juana, que sempre fora apaixonada por ele,
e DIANA (Marcela Muniz), amiga e confidente de Juana. Apaixonada por Tavinho, os dois enfrentam a oposição de Fabíola, a mãe do rapaz, que não quer ver o filho envolvido com uma moça pobre, e dos irmãos, que fazem de tudo para impedir o namoro. Ao longo da trama, descobre que é portadora de uma doença crônica e que tem pouco tempo de vida, por isso os irmãos não queriam vê-la namorando.
– núcleo de BETO, (Marcos Frota), filho de Penélope. Ainda jovem, é um respeitado publicitário, um típico yuppie dos anos 80. Poda a mãe por não aceitar que ela se envolva com outro homem além de seu pai. Mulherengo e metido a conquistador, encanta-se por Tancinha quando a conhece na feira. Enlouquecido de paixão, passa a disputá-la com Apolo, o que provoca a ira do namorado da moça. Tancinha, por sua vez, se sente “divididinha” entre seus dois pretendentes. Beto é alvo das investidas de Isabel, capaz de tudo para roubá-lo de Tancinha:
o melhor amigo TADEU (Roberto Bataglin), com quem trabalha na agência de publicidade. Envolve-se com Penélope e o casal enfrenta a oposição de Beto, que não aceita a relação da mãe com seu companheiro de farras
os funcionários da agência: BIA (Bárbara Thiré), secretária, aguenta os pitis do chefe,
e MAURÍCIO (Maurício Alves), o office-boy.
Convocação
Não era a vez de Silvio de Abreu apresentar uma novela, mas de Carlos Lombardi. No entanto, a sinopse de Lombardi foi reprovada e Silvio foi convocado (Lombardi veio na sequência, com Bebê a Bordo).
Com isso, Silvio de Abreu perdeu a parceria de Jorge Fernando na direção, já que o diretor estava ocupado com a novela anterior no horário, Brega e Chique. Para comandar Sassaricando, foi chamado o ator Cecil Thiré, que à época dirigia programas de humor da Globo.
Referências cinematográficas
Um dos pontos de partida da trama de Sassaricando são as três amigas – Rebeca (Tônia Carrero), Penélope (Eva Wilma) e Leonora (Irene Ravache) – que resolvem sair do sufoco “caçando” um marido rico. Clara inspiração de Silvio de Abreu no filme Como Agarrar um Milionário (1953, de Jean Negulesco), com Lauren Bacall, Marilyn Monroe e Betty Grable, inclusive citado pelas personagens na novela.
São várias as referências cinematográficas do autor na trama, em perfis de personagens ou mesmo em cenas isoladas, como os filmes Escola de Sereias (1944, de George Sidney), A Sombra da Outra (1950, de Watson Macedo), Os Corruptos (1953, de Fritz Lang), Ladrão de Casaca (1955, de Alfred Hitchcock), Irmã La Douce (1963, de Billy Wilder), Os Olhos de Laura Mars (1978, de Irvin Kershner), Uma Questão de Classe (1983, de Lewis John Carlino), Um Espírito Baixou em Mim (1984, de Carl Reiner), A Dama do Cine Shangai (1987, de Guilherme de Almeida Prado) e outros.
O sobrenome de Leonora (Irene Ravache) é uma referência à atriz de Hollywood Hedy Lamarr (1914-2000); o sobrenome de Bob (Jorge Lafond), uma referência à atriz Lauren Bacall (1924-2014); e o nome Fedora (Cristina Pereira), foi tirado da protagonista do filme Fedora (1978), de Billy Wilder. Já a inspiração para a megera Lucrécia (Maria Alice Vergueiro) é Lucrécia Bórgia (1480-1519), controversa figura da Renascença italiana.
Elenco
Por sua atuação na novela, como o protagonista Aparício Varela, Paulo Autran foi premiado com o Troféu Imprensa de melhor ator de 1987.
Entre os destaques de Sassaricando, Cristina Pereira e Diogo Vilela como o inesquecível casal Fefê e Leozinho. O autor criou os personagens pensando em Regina Casé e Ney Latorraca para interpretá-los. Porém, Regina não pôde fazer a novela. Cristina Pereira entrou em seu lugar e, com ela, um novo par: Diogo Vilela.
Com o casal, fez sucesso sua música-tema, “Fata Morgana” (cantada em árabe pela banda alemã Dissidenten) que embalava os delírios de Fefê, em meio a tâmaras, banhos de leite de cabra e fantasias eróticas.
Mesmo com alguns exageros, Cláudia Raia, com sua exuberante Tancinha, foi a marca registrada da novela. O linguajar e o sotaque paulistano italianado da personagem fizeram sucesso. Indecisa sobre qual de seus pretendentes escolher, o publicitário baixinho Beto (Marcos Frota) ou o grosseirão musculoso Apolo (Alexandre Frota), Tancinha falava: “Me tô divididinha!”.
Ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo), Silvio de Abreu explicou como concebeu Tancinha:
“Foi inspirada numa mulher que existiu, que conheci (…) Ela falava com o filho ‘Mirton, me vem pra cá. Me estou aqui esperando e você não me aparece!’ Sempre achei engraçado esse jeito de falar. Pensei numa mulher gostosona – ela não era, mas misturei as duas coisas – e meio ingênua. Queria fazer a burra gostosa, a divertida ingênua, um pouco na linha Marilyn Monroe. Uma mulher que não sabe que é gostosa, com um lado extrovertido, tipo a Sophia Loren, e falando igual à mãe do Mirton. (…) A primeira cena da Tancinha, em que ela vendia melão na feira, foi toda inspirada em Sophia Loren. (…) Eu não criei a Tancinha e depois pensei na Cláudia Raia. Criei a Tancinha para a Cláudia Raia.”
Para interpretar Tancinha e adotar um sotaque italianado, Claudia Raia fez aula de prosódia. A própria atriz inventava palavras para a personagem, que vivia falando errado. E uma vez pronunciada a palavra, como “parteleira” em vez de prateleira, ela precisava mantê-la. Não podia mais falar do jeito certo. (Site Memória Globo)
Além de interpretar Tancinha, Cláudia Raia surgiu como ela mesma no último capítulo (de peruca loura), contracenando com Apolo (Alexandre Frota, marido da atriz na época). Nesta cena, Cláudia citou o humorístico TV Pirata, no qual atuavam ela, Diogo Vilela e Cristina Pereira, do elenco da novela. Os atores gravavam concomitantemente, enquanto as duas produções estiveram no ar – o humorístico estreou em abril de 1988 e a novela terminou em junho desse ano.
Figurinha fácil na TV brasileira desde a sua inauguração, em 1950, a atriz Lolita Rodrigues levou 38 anos para dar seu primeiro beijo na boca em cena. Após ter sido vigiada pelo marido Aírton Rodrigues, seu grande momento aconteceu depois da separação, em 1988, no último capítulo de Sassaricando, com o ator Carlos Zara, que vivia seu marido na novela. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)
Fernanda Montenegro fez uma participação especial, no capítulo 57, como ela mesma, nos bastidores da peça “Dona Doida”, na qual cumpria temporada no Rio de Janeiro, na época.
Tony Ramos e Jorge Fernando participaram no capítulo 7: eram o ator e o diretor da novela da Globo para a qual Leonora Lamarr (Irene Ravache) foi chamada para atuar e não ficou nem um dia, pois não conseguia decorar o texto.
Nos últimos capítulos, participou a dramaturga Leilah Assumpção, que convidou Leonora a atuar em uma peça de sua autoria.
A então modelo Silvia Pfeifer (antes de estrear como atriz) apareceu no segundo capítulo de Sassaricando, desfilando em uma festa da Tecelagem Abdala.
Sempre que se via em apuros, Aparício apelava para a imagem de São Sinfrônio, seu santo de devoção. O santo apareceu, humanizado, no último capítulo, na pele do diretor-geral da novela, Cecil Thiré.
O também diretor Lucas Bueno fez uma ponta na última semana, como o delegado que Fedora hipnotiza com seu charme enquanto Leozinho é resgatado da cadeia.
Sassaricando foi a única experiência do ator e roteirista Miguel Falabella como diretor de televisão. Porém, ele não gostou. Em depoimento ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo), Falabella reclamou de Paulo Autran e Tônia Carrero, que viviam os protagonistas:
“Não foi uma experiência muito agradável, por isso não repeti. A novela era bárbara, o texto do Silvio, delicioso e ágil. Mas tanto Paulo Autran quanto Tônia Carrero eram pessoas difíceis. E eu estava começando, sem experiência. Éramos o Cecil Thiré, o Lucas Bueno e eu na direção. Acabei saindo pouco antes de a novela terminar.”
Primeira novela do ator Alexande Lipiani e da atriz Stella Freitas (apesar de já experiente na televisão).
Primeira novela na Globo das atrizes Lolita Rodrigues, Jandira Martini, Maria Alice Vergueiro, Ileana Kwasinski e Aldine Müller.
Fedora passou a novela inteira citando um casal amigo, Marineida e Aníbal Massaini, que nunca apareceu. O produtor de cinema Aníbal Massaini Neto é amigo pessoal de Silvio de Abreu. Fedora também mencionou Walcyr Carrasco, que na ocasião era colunista de televisão, antes de se tornar autor de novelas. Ainda o publicitário Beto (Marcos Frota) citou os irmãos Rose e Wanderley Saldiva, amigos de Silvio que na época atuavam com publicidade. Joyce Pascowitch, Alik Kostakis e outros jornalistas e colunistas sociais e de televisão, bem como nomes da publicidade brasileira da época, também foram mencionados ao longo da novela.
Citações a novelas
Tancinha era noveleira assumida. “Como nas novela”, falava a personagem. No capítulo 151, ao comentar com a família que Marco Aurélio, figurinista da Globo, faria seu vestido de casamento, a irmã lembrou: “Aquele que fez o vestido de noiva de Natália do Valle em Cambalacho!” Tancinha respondeu que ele também vestiu Maitê Proença “naquela novela que os velhos ficavam brigando”, no que a mãe a repreendeu: “Que falta de respeito é essa? Os velhos que você tá falando são dois dos maiores atores do Brasil: o senhor Paulo Autran e a divina e maravilhosa senhora Fernanda Montenegro!” A novela em questão é Guerra dos Sexos. Tancinha ainda citou Porcina (de Roque Santeiro), outra personagem vestida por Marco Aurélio.
Ao longo de Sassaricando, Silvio de Abreu fez referências a várias novelas famosas. De Cambalacho, o autor tirou o nome do spa onde Rebeca, Penélope e Leonora se conheceram: Physical, o mesmo nome do spa-academia daquela novela – que voltou a ser usado como ambientação em Belíssima, em 2005-2006.
No primeiro capítulo, Juana (Denise Milfont), uma das irmãs de Tancinha, disse-lhe que ela falava ainda pior que “aquele rapaz da novela que terminou no sábado” – referência a Bruno, personagem de Cássio Gabus Mendes em Brega e Chique, a novela anterior a Sassaricando.
Outra trama mencionada na novela foi Vale Tudo. No capítulo 162, exibido em 16/05/1988, Lucrécia (Maria Alice Vergueiro) disse à filha Camila (Maitê Proença): “Eu não quero perder hoje o primeiro capítulo da novela do Gilberto Braga. Você sabe o quanto eu adoro o Gilberto Braga. Ele é o meu autor preferido!”, referência à estreia de Vale Tudo, com a qual Silvio de Abreu homenageava o amigo Gilberto.
O detetive que Fabíola (Ileana Kwasinsky) contratou (personagem apenas citado) para procurar Tavinho (Alexandre Lipiani), seu filho que estava desaparecido, foi Mário Cury, indicado pelo “Cassiano G.M.” – alusão ao atrapalhado detetive Mário Fofoca, personagem de Luis Gustavo em Elas por Elas (1982), novela de Cassiano Gabus Mendes. Em cena do capítulo 39, Aprígio (Laerte Morrone) – de má vontade e fazendo pouco caso – falou que conhecia Mário e que ele não encontraria Tavinho mesmo que o rapaz estivesse no jardim da mansão. O próprio Laerte Morrone interpretou em Elas por Elas um advogado que tentava atrapalhar as investigações de Mário Fofoca.
Em cena do capítulo 51, Leonora (Irene Ravache) e Penélope (Eva Wilma) se arrumam para sair e a primeira diz que elas estão “divinas e maravilhosas”, no que a segunda pergunta se este não foi o título de uma novela da Tupi. “Sabe que eu fiz uma ponta nessa novela? Novela do Vicente Sesso!”, respondeu Leonora, que é atriz.
Já no capítulo 55, Ricardo (Carlos Zara) pergunta se Camila (Maitê Proença) é Ruth ou Raquel, enquanto ela finge dupla personalidade – uma referência à novela Mulheres de Areia, da Tupi, em que o personagem de Zara era confundido pelas gêmeas idênticas vividas por Eva Wilma. Detalhe: na ocasião (1988), a Globo ainda não tinha a intenção de produzir o remake dessa novela, o que só aconteceu em 1993.
Também Camila é chamada de “cortesã do Araxá” em referência à novela Dona Beija, estrelada pela própria Maitê Proença na TV Manchete, em 1986.
Locações
Uma das principais locações de Sassaricando era a mansão da família Abdala, uma imponente residência com vasto jardim situada na Estrada da Gávea Pequena, 1077, no Alto da Boa Vista, Rio de Janeiro.
Essa mansão ficou famosa por ter servido de fachada ou locação para várias outras novelas ao longo dos anos: foi a casa da família Newman em Brilhante (1981-1982), de Renato Villar em Roda de Fogo (1986-1987), da família de Isabela Garcia em O Sexo dos Anjos (1989-1990), dos Torremolinos em Perigosas Peruas (1992), da clínica de José Mayer em História de Amor (1995-1996), da família de Zazá em Zazá (1997) e dos San Marino em Andando nas Nuvens (1999). Também foi vista nas novelas Perdidos de Amor (1996-1997), Brida (1998), Como uma Onda (2004-2005), Boogie Oogie (2014-2015), Volta por Cima (2024) e outras.
Título e abertura
O título da novela vem da famosa marchinha “Sassaricando”, composta em 1952 para a peça de teatro de revista “Eu Quero Sassaricá”, de Walter Pinto, estrelada por Virgínia Lane, que imortalizou a música tornando-a uma das marchinhas mais lembradas de todos os tempos. Rita Lee e Roberto de Carvalho a regravaram para a abertura da novela.
O logotipo apresentava uma liberdade criativa, já que a grafia correta da palavra “saçaricando” é com “ç”, e não com “ss”. Ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, Silvio de Abreu explicou:
“Foi grafado com dois esses e não com cedilha, como seria o correto, porque tanto o título da música quanto a peça encenada por Walter Pinto no teatro de revista, nos anos 1950, também foram grafadas assim.”
O autor justificou a grafia incorreta na fala de Aparício no capítulo 19, quando o personagem afirma que quer passar a vida saçaricando: “E com dois ‘esses’, que é muito mais divertido!” Aparício passou a reforçar a explicação em outras situações.
Também a separação por sílabas no logotipo da novela – “sa-ssa-ri-can-do” – está errada, já que o correto seria “sas-sa-ri-can-do”.
A palavra “saçaricar”, que estava fora de uso na época da novela, significa dançar, mexer o corpo, saracotear. Porém, a marchinha de carnaval lhe dava uma conotação maliciosa e sexual.
A abertura da novela exibia pessoas dançando enquanto eram cobertas por um tecido e que continuavam se movimentando sob esse tecido, fazendo uma analogia a coisas que – literalmente – podem ser feitas “por debaixo dos panos”. Ao final, o tecido se transformava em um trouxa, embrulhando os saçariqueiros. (colaboração André Luiz Sens, blog Televisual)
Exibição
Foram 184 capítulos escritos, mas 185 exibidos, porque o capítulo 123 foi dividido em dois: 123 e 123-A.
Em janeiro de 1990, chamadas no ar anunciaram a reprise de Sassaricando no Vale a Pena Ver de Novo. Porém, antes da data prevista para a estreia da reapresentação (22/01), novas chamadas substituíram a novela por outra, Pão Pão, Beijo Beijo.
A volta de Sassaricando no Vale a Pena Ver de Novo aconteceu no meio do ano, logo após o término da Copa do Mundo da Itália: de 09/07/1990 a 11/01/1991.
A novela foi também reapresentada no Viva (canal de TV por assinatura pertencente ao Grupo Globo) de 08/09/2020 a 10/04/2021, à 0h45 com reprise às 14h30.
Sassaricando foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming do Grupo Globo) em 24/05/2021.
Nova versão
Em 2016, o novelista Daniel Ortiz inspirou-se em tramas e personagens de Sassaricando para escrever Haja Coração, tendo no elenco Mariana Ximenes (Tancinha), Malvino Salvador (Apolo), João Baldasserini (Beto), Tatá Werneck (Fedora), Gabriel Godoy (Leonardo), Alexandre Borges (Aparício), Malu Mader (Rebeca), Carolina Ferraz (Penélope), Ellen Roche (Leonora) e outros.
Quando exibida em Portugal, a novela foi chamada de Sassaricando, Haja Coração.
Trilha sonora nacional
01. OURO – Guilherme Arantes (tema de Camila)
02. SEU CORPO – Simone (tema de Penélope e Tadeu)
03. NEM TANTO TEMPO ASSIM – Eduardo Dussek (tema de Rebeca)
04. ESTRANHA LOUCURA – Alcione (tema de Aldonza)
05. VOCÊ PERDE – Kico Zambianchi (tema de Leonardo)
06. TRAUMA – Clínica (tema de Beto)
07. SASSARICANDO – Rita Lee e Roberto de Carvalho (tema de abertura)
08. LAMBADAS III (NEGUE / TI-TI-TI / SÓ VAI DAR VOCÊ / CHEIRO NO CANGOTE / FORRÓ GOSTOSO) – Fafá de Belém (tema de Tancinha)
09. LUA DE MEL – Lulu Santos (tema de Fedora e Leonardo)
10. VEM ME PERDOAR – Moraes Moreira (tema de Tavinho e Diana)
11. CANTANDO NO TORÓ – Chico Buarque (tema de Guel)
12. TIRO AO ÁLVARO – Adoniran Barbosa (participação especial Elis Regina) (tema de locação: cortiço)
13. SOLAMENTE UNA VEZ – Eduardo Souto Neto (tema de Aparício)
14. AS ROUPAS E O MUNDO NO CHÃO – Evandro Mesquita (tema de Leonora)
15. CHEIRO DE AMOR – Luiz Camilo (tema de Isabel)
Sonoplastia: Jenny Tausz
Produção musical: João Augusto
Trilha sonora internacional
01. PARADISE IS HERE – Tina Turner (tema de Tancinha)
02. JUST TO SEE HER – Smokey Robinson (tema de locação)
03. BREAK OUT – Swing Out Sisters (tema de locação: São Paulo)
04. LOVING YOU AGAIN – Chris Rea
05. GIVE ME ALL NIGHT – Carly Simon (tema de Leonora)
06. MILKY WAY – Peter Dominic
07. FATA MORGANA – Dissidenten (tema de Fedora)
08. WE’LL BE TOGETHER – Sting (tema de Guel)
09. (I’VE HAD) THE TIME OF MY LIFE – Bill Medley & Jennifer Warnes (tema de locação: boate e tema geral)
10. CALL ME – Spagna (tema de locação: Escola Femina)
11. UNCHAIN MY HEART – Joe Cocker (tema de Camila)
12. FINITO – Rita Pavone
13. LOVE’S CLOSING IN – Nick Jameson (tema de locação: São Paulo)
14. ONE MORE NIGHT – Ana Rodriguez (tema de Penélope e Tadeu)
Gerente de produto: Toninho Paladino
Seleção de repertório: Sérgio Motta
Tema de abertura: SASSARICANDO – Rita Lee e Roberto de Carvalho
Sas-sas-saricando
Todo mundo leva a vida no arame
Sas-sas-saricando
O brotinho, a viúva e a madame
Sentaram no ovo do Colombo
Foi um assombro
Sassaricando
Quem não tem seu sassarico
Sassarica mesmo só
Porque sem sassaricar
Essa vida é um nó…
Nasci no final dos anos 90, e decidi assistir só o primeiro capítulo de Sassaricando no Viva porque a chamada da novela tinha me chamado a atenção. Desde então, não consegui parar de assistir. Não sou fã de novelas, mas essa é com certeza uma das melhores que já vi! Li agora que as pessoas disseram que a novela é “bobinha”. A novela de boba não tem nada! Por trás daquele humor escrachado existe a realidade do brasileiro: Dar golpes, fazer chantagem, ou descender de uma boa família para conseguir ter dinheiro ou boas condições de vida nesse país. Na minha concepção a música tema tem tudo a ver, pois não é a toa “todo mundo leva a vida no arame”. E as pessoas que são pobres, guerreiras e honestas, carregam essa dignidade, mas continuam na pobreza (como dona Aldonza e Tancinha, Apolo e Adônis). Acho o roteiro muito dinâmico, sem aquele drama abusado de novela, tudo na medida certa e com atores excelentes! Fico encantada como a conversa entre os personagens é tão natural, que faz parecer que o espectador está participando da conversa. Jorge Lafond nessa novela é impagável!! E não se pode esquecer Paulo Autran, que mesmo sendo idoso, conseguia roubar a cena como papel principal. A novela tira aquele estigma de que velho na televisão ou tem que ser fofo ou é caquético. Nunca havia assistido uma trama em que os principais era idosos ou coroas. Tenho 20 e poucos anos e tenho me divertido muito. Com certeza captei lições de dramaturgia nesta bela trama!
Assistindo pela primeira vez no Viva, e vendo que e uma otima novela, acho ate melhor que Brega & Chique, rindo horrores com essa trama super divertida
Não consegui mesmo assistir Sassaricando….eu até tentei….nunca gostei, nunca me chamou a atenção. Prá mim é uma novela dispensável, não faria falta nenhuma a dramaturgia brasileira se não existisse……muito aquém de Cambalacho e Guerra dos sexos. Não entendo o Viva deixar Guerra sem reprisar e vem com essa…..
Vi Sassaricando quando tinha 13 anos e me diverti com as trapalhadas de Aparício, Fedora, Leozinho, Rebeca, Penélope, Leonora, Tancinha e Beto e tantos outros maravilhosos personagens. Estou revendo em 2020 e admirando o talento desses tantos atores e atrizes que alguns deles nos deixaram. Não tem ninguém fraco nesse elenco. Todos estão espetaculares. Até mesmo o bruta montes Apolo, interpretado por Alexandre Frota.
A novela não é bobinha como alguns estão dizendo hoje. É simplesmente uma comédia rasgada, escrachada e despretensiosa. O que parece que hoje algumas pessoas não conseguem ver isso, lamentável. Comecei a ver a versão Haja Coração, mas não gostei das mudanças feitas na trama. Pena, porque perderam oportunidade de fazer um remake amalucado como a trama original, com certeza seria bem melhor. Parabéns a Silvio de Abreu, no meu ponto de vista sua melhor comédia. saudade de Laerte Morrone, um espetáculo de ator de comédia, e impagável interpretando Aprigio (Pipi). Viva Sassaricando!
Quando essa novela passou eu assisti. Hoje estou assistindo novamente. Vejo comentários sobre a novela ser boba, mas não podem esquecer que a linguagem das novelas da década de 80 era completamente diferente dos dias de hoje. Amando rever esse clássico no viva.
Que novela bobinha essa Sassaricando. Pela fama, esperava mais. As personagens formadas pela Tonia, Eva e Irene Ravache parecem débis mentais. O personagem da Maitê Proença é outro sem graça. Não consigo me divertir com essa novela. Imagino o drama do Paulo Autran, acostumado a Shakespeare no teatro, ter de interpretar um personagem tão bobo. Não à toa, desistiu das novelas. Mas gosto da Tancinha da Claudia Raia.
Caramba q novelinha ruim essa Sassaricando. Péssima direção para atores de primeira.
Assisti Sassaricando em sua exibição original e gostei muito, sendo uma das minhas torcidas para uma reprise no Viva. Porem, agora não me empolgou tanto, tô achando a história meio bobinha, parece novela infantil. Não estou detonando a novela, pelo contrário, a novela é leve, descontraída e tem no elenco nomes de peso como Paulo Autran, Eva Wilma, Irene Ravache etc…bem diferente das novelas atuais, onde não se conhece praticamente ninguém do elenco. Ela cumpre seu papel de divertir, mas tb fez com que Paulo Autran desistisse de vez de fazer novelas.
Só de ler a sinopse, a gente percebe a superioridade desta novela em relação a sua ” cópia”, mal feita ,Haja Coração.
Um grande sucesso da melhor época de novela das sete, onde o horário era estável e garantia de sucesso. “Sassaricando não deixa na-da a desejar às suas irmãs mais velhas “Guerra dos Sexos” e “Cambalacho”. Os excelentes índices de audiência são registros históricos.
Como bem disse Renata Sorrah, “um tempo onde todo mundo via novela”. Sassaricando foi o máximo, a juventude amava, imitavam a Tancinha todos os dias. Os figurinos de Camila e dos dois publicitários foram copiados, o corte de cabelo espetadinho foi imitado inclusive pelas mulheres. Foi uma coqueluche.
Só um crítico / telemaníaco muito esnobe pode criticar uma novela onde Tonia Carrero, Eva Wilma, Irene Ravache, Paulo Autran e Carlos Zara (só para citar o núcleo principal)? Estavam todos à vontade, são amigos de décadas – que o sílvio de Abreu fez muito bem em reunir. Edson Celulari e Maitê formaram o casal mais modernérrimo dos anos 80. Guel e Camila nunca poderiam ser feitos por outros atores (Jayme Monjardim e Ágatha Moreira ficaram muito aquém do esperado pelos fãs de “Sassaricando”.
Minha memória afetiva dessa novela é puro sucesso, glamour, – e muita repercussão nas ruas, coisa que hoje em dia ninguém mais vê fora das redes sociais. Eu me lembro como se fosse ontem.
Quem não gosta de “Sassaricando” bom sujeito nãoo é.