Sinopse

Luísa desaparece misteriosamente enlouquecendo seu marido Amadeu, um arquiteto em crise existencial. A trama se desenvolve a partir das hipóteses levantadas por Amadeu para explicar o sumiço da esposa. Ao procurar pela mulher nas ruas de São Paulo, Amadeu vai entrando em contato com seus problemas, inseguranças, dúvidas, limitações e fantasmas do passado.

Seu desespero aumenta a cada pessoa que encontra por suas andanças. Entre elas, Gregório, cineasta que vê na situação de Amadeu a possibilidade de um novo filme; Agamenon, advogado ligado a políticos e empresários e que fora amante de sua mãe; Silvio, militante de movimentos culturais; e Iara, prostituta a quem recorre como refúgio em meio à sua confusão mental.

Globo – 23h30
de 26 a 29 de setembro de 1989
4 capítulos

minissérie de Gianfrancesco Guarnieri
direção de Roberto Talma

CÁSSIO GABUES MENDES – Amadeu César Lapini
MIKA LINS – Luísa
PAULO JOSÉ – Gregório Marques
DIVANA BRANDÃO – Iara
WALDEREZ DE BARROS – Sara
SERAFIM GONZALEZ – Agamenon
ARICLÊ PEREZ – Lucy
WALTER CRUZ – Silvio
EDITH SIQUEIRA – Vera
BÁRBARA THIRÉ – Helena

e
BRI FIOCCA – Dona Sofia (mãe de Luísa)
CARLOS TAKESHI – Shigueru (amigo de Silvio que esconde Amadeu da polícia)
CRISTIAN RODRIGUES – Amadeu (criança)
DÉBORA OLIVIERI – figuração entre o povo de São Paulo
EDUARDO PITUCA
EDUARDO SILVA
FLÁVIO COLATRELLO JR. – Bira (amigo de Gregório)
GIOVANNA GOLD – mulher assassinada, no vídeo na casa de Amadeu e no hotel
HUGO PRATA – Hugo (assistente de direção de Gregório)
IVAN LIMA – enfermeiro que cuida de Amadeu na clínica
JACQUELINE CORDEIRO – Jacqueline (uma das jornalistas que entrevistam Gregório sobre o filme)
LUIZ BACCELLI – porteiro do hotel barato onde Amadeu se hospeda
LUIZ CARLOS BAHIA – Bahia (artista de rua na manifestação promovida por Silvio)
MATEUS ESPERANÇA – Francisco (porteiro do prédio onde mora Amadeu)
MULHERES NEGRAS como eles mesmos, na manifestação promovida por Silvio)
OLAIR COAN – um dos jornalistas que entrevistam Gregório sobre o filme
PAULO BARBOSA (PAULÃO) – marinheiro haitiano que tenta suicídio na Estação de Luz
PAULO MÁRCIO – assassino, no vídeo na casa de Amadeu e no hotel
RAUL BARRETO – garçom que atende Amadeu
RENATA ROURIZ – Tânia
RENATO LIMA – Jorge (marido de Helena)
RICARDO HOMUTH – médico que atende Amadeu e interna-o na clínica
ROBERTO OROSCO – torturador que invade a casa dos Lapini
ROBERTO TALMA – narrador
SEME LUFTI – Jonas (mordomo na casa de Agamenon)
TIÃO HOOVER – policial que procura por Helena
V. LASMAR – major
Mário César Lapini (pai de Amadeu)

Pesadelo urbano

O pesadelo urbano proposto pelo autor, Gianfrancesco Guarnieri, chegou à TV em pinceladas fortes, assustadoras, permitindo um bom trabalho de ator para Cássio Gabus Mendes.

A minissérie foi narrada em flashback. Aos poucos eram revelados o permanente estado de tensão do protagonista Amadeu, seu passado familiar e suas dificuldades no casamento. Centrando-se sobre o rapaz, com sua frágil estrutura psicológica, e sobre os personagens que o cercavam, o autor procedeu a uma análise da formação da sociedade paulistana, com seu característico universo urbano-industrial e suas desigualdades sociais.

A exemplo de O Grito, novela na qual a cidade de São Paulo era exposta com todas suas contradições, esta minissérie aborreceu os paulistanos, que não gostaram do tratamento psicótico dado ao projeto.

Título

A proposta inicial do autor era chamar a minissérie de Sampa-le-lê, um derivado da expressão “simpa-le-lê”, que no dialeto crioulo haitiano significa “sem palavras”, proferida por um personagem no primeiro capítulo.
(O Globo, 24/09/1989, pesquisa: Sebastião Uellington Pereira)

Cenografia e locações

A minissérie exibiu obras dos artistas plásticos Cláudio Tozzi, Denise Milan, Emanoel Araújo, Kazuo Wakabayashi e João Câmara.

Para reforçar o ambiente frenético da grande cidade, a direção utilizou recursos como pouca luz e câmera portátil, produzindo um clima angustiante em muitas cenas. Além disso, a maior parte das gravações foi feita em locações externas.

A minissérie foi totalmente gravada na cidade de São Paulo, com elenco paulista, tendo como locações vários pontos conhecidos, como a Avenida Paulista, a Estação da Luz, a Boca do Lixo, a antiga Febem do Pacaembu, a Vila Maria Zélia, etc.

Trilha sonora

A trilha sonora acompanhava o ritmo de vida da metrópole. A banda Mulheres Negras, comandada por André Abujamra e Maurício Pereira, foi convidada para compor a trilha incidental da minissérie.

Participaram também do projeto o grupo Fruto da Terra e os cantores, músicos e instrumentistas Ná Ozzetti, Oswaldinho do Arcodeon, Jarbas Mariz e Lula Côrtes.

Globoplay

Sampa foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming da Globo) em 30/09/2024.

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