Sinopse
Depois da vida dedicada à política, Guido Flores (Gracindo Jr.), atual governador do estado, beirando os 70 anos, sonha chegar à Presidência da República. Cotado nas pesquisas e com apoio no partido, ele dedica sua energia no trabalho pela candidatura nos bastidores e julga que terá uma campanha tranquila pela frente. Nos últimos meses, porém, começaram a surgir denúncias e acusações, culminando com o movimento para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar irregularidades do uso de dinheiro público no seu governo.
Estas são acusações amargas para quem pegou em armas contra a ditadura e que se alimentou das utopias comunistas das décadas de 1960 e 1970, ainda que posteriormente tenha se tornado um político de direita. Não que ele se julgue um santo, sempre soube que não se faz política sem sujar as mãos. Jamais, porém, se teve na conta de corrupto, como o acusam. Guido suspeita de que contra ele está uma articulação para minar sua candidatura a presidência. Desconfia do Presidente Ângelo Torril (Paulo Gorgulho), mas não tem um indício concreto disso.
Guido Flores recorre ao filho, o deputado federal João Titino (Milhem Cortaz), com quem mantém relações pessoais distantes, mas em quem confia politicamente, e à mulher dele, a deputada estadual Júlia (Daniela Galli), para comandarem nas casas legislativas. E também João e Júlia vasculharão o passado do deputado Papudo (André Mattos), líder do movimento contra o governador, e descobrirão episódios comprometedores, que logo se tornarão públicos por Carlos Alberto (Juan Alba), jornalista e genro de Guido. A difamação e a calúnia são armas dos dois lados.
A carreira política de João Titino, filho de Guido, teve início no impeachment de um ex-presidente nos anos 1990. Ele foi um cara pintada e, naquele momento, apaixonou-se pela política. João não cultiva sentimentos filiais em relação ao pai, com quem mantém contato por puro interesse político, o que aliás, é correspondido. Casou-se muito jovem, mas sua mulher morreu no parto de Frederico (Bernardo Falcone), de quem João logo se distanciou, deixando o menino aos cuidados da avó Dora (Jussara Freire), antigo amor de Guido, abandonada por ele na juventude.
Frederico, conhecido como Rico, sempre se manteve afastado da tradição familiar, principalmente por influência da avó Dora. Porém, ao participar de uma manifestação de protesto e envolver-se em um episódio violento, Rico muda a maneira de pensar e acaba se juntando a grupos anarquistas radicais. Namorado de Paula (Mariah Rocha), vai se apaixonar por uma amiga dela, Lucrécia (Carla Diaz), com quem, entre manifestações de protesto e ocupações políticas em prédios públicos, viverá uma relação intensa e inusitada.
GRACINDO JÚNIOR – Guido Flores
MILHEM CORTAZ – João Titino
BERNARDO FALCONE – Rico (Frederico Titino)
DANIELA GALLI – Júlia Cunha
JUSSARA FREIRE – Dora Titino
ESTER GÓES – Yolanda Flores
PAULO GORGULHO – Ângelo Torril
FRANCISCA QUEIROZ – Maria
JUAN ALBA – Carlos Alberto
FLORIANO PEIXOTO – Geraldo Rebolo
FLÁVIA MONTEIRO – Soraia Ribas
MARIAH ROCHA – Paula Castro
CARLA DIAZ – Lucrécia
GIUSEPPE ORISTÂNIO – Traçado
ANDRÉ MATTOS – Papudo (Luis Siqueira)
RAQUEL NUNES – Renata
CAMILA RODRIGUES – Melissa
HENRI PAGNONCELLI – Jorge Ubirajara
VICTOR FASANO – Hernani
RAUL GAZOLA – Delegado Santeiro
BIA MONTEZ – Investigadora Toninha
JANAÍNA ÁVILA – Adriana Rebolo
ANDRÉ RAMIRO – Alfredo
NILL MARCONDES – Álcio Cunha
PAULO HAMILTON – Ramos
SANDRO ROCHA – Aldomar
LANA RHODES – Arlete
BRUNO PADILHA – Josimar
BABI XAVIER – Cláudia
MATHEUS ROCHA – Soares
BEMVINDO SEQUEIRA – Frederico Leão
ALEXANDRE BARILARI – Camargo
JANDIR FERRARI – Casemiro
CAMILO BEVILACQUA – Franco
FERNANDO SAMPAIO – jornalista
ROBERTHA PORTELA – jornalista
Caiu bem para um ano eleitoral: a produção estreou às vésperas do primeiro turno das eleições de 2014, para a Presidência da República. Com apenas 12 capítulos (exibidos em três semanas), terminou antes do segundo turno.
Obra apartidária
A minissérie explorou uma faceta interessante da Política: a de que a dança do poder depende muito de qual lado se está. Contestadores na juventude – Guido (Gracindo Jr.) como guerrilheiro e Titino (Milhem Cortaz), seu filho, como cara pintada –, os dois acabaram se rendendo ao sistema para chegar ao poder. O black bloc Rico (Bernardo Falcone), filho de Titino, teria o mesmo destino?
O autor, Marcílio Moraes, salientou que sua obra era totalmente apartidária e que não fez apologia a nenhum candidato naquele ano de eleições. Nenhum partido real foi mencionado. O cara pintada Titino participou de manifestações pelo impeachment “de um certo presidente” no início dos anos 1990 – o nome de Fernando Collor não foi citado na minissérie, apesar da referência óbvia.
E mais
A Brasília apresentada era cenográfica: a produção não conseguiu permissão para gravar em prédios do Governo – a não ser as tomadas da cidade.
Marcílio Moraes, ao final da história, deixou uma brecha para que Plano Alto tivesse uma continuação (uma próxima temporada), o que acabou não acontecendo.
Marcílio Moraes estava numa fase muito inspirada, com exceção de “Ribeirão do Tempo” que para mim foi apenas regular, os outros trabalhos dele na Record apresentaram um texto antenado, com uma proposta ousada de teledramaturgia, mais próxima do realismo, mesmo que em alguns momentos a temática violência possa incomodar. Em “Plano Alto” falando a respeito de política o autor até diversificou o foco da sua narrativa, com uma felicidade ímpar, num elenco em excelente interpretações que mereceram todos as felicitações especialmente Gracindo Jr., Esther Góes, Mihen Cortaz, Daniela Galli, Francisca Queiroz, Jussara Freire e André Mattos.
Uma ótima serie, o Brasil precisa de series nesse estilo. Bernardo Falcone mandou muito bem!!
UMA DAS MELHORES SERIES DE 2014, PARABENS RECORD!!!