Sinopse
Campos dos Goytacazes, norte fluminense, 1870. O juiz Queiroz Antunes, um senhor de escravos, é um homem íntegro, membro do Partido Conservador, que acredita na possível abolição da escravatura. A morte do filho Antônio, de tendências abolicionistas – quando ajudava um negro a fugir de sua fazenda –, deflagra nele uma profunda crise, levando-o a se questionar sobre seus princípios, crenças e opções políticas. No leito de morte, o filho pede que em seu lugar o pai coloque uma criança escrava, Bento.
A professora Aimée Lovato é uma jovem idealista que participa do movimento abolicionista. Seu primeiro amor foi Fernando, um revolucionário que dedicou sua vida a lutar pelos negros. Por ironia do destino, Aimée substitui o amor de Fernando pelo de Queiroz Antunes, homem de ideologia totalmente diversa à sua, além de ser também mais velho do que ela, conservador e escravocrata. Desse amor antagônico surgem os conflitos dessa mulher forte, imperativa, decidida e com os pés no chão.
A criação do pequeno escravo Bento e a paixão por Aimée deixam Queiroz Antunes isolado das antigas amizades – como a amante Francisca Matoso, estrela do cabaré local – e companheiros de partido – como o delegado Francisco da Gama e o advogado Abílio Mendonça, ferrenhos escravocratas. As pressões sofridas, além de suas próprias contradições, vão aos poucos moldando um novo homem que, ao enfrentar o racismo e a hipocrisia, dá um exemplo de fé na igualdade entre os homens.
CARLOS VEREZA – Queiroz Antunes
CARLA CAMURATTI – Aimée Lovato
RUBENS DE FALCO – Abílio Mendonça
EDWIN LUISI – Demétrio
CRISTINA ACHÉ – Isabel
SANDRA BRÉA – Francisca Matoso
LUIZ GUILHERME – Francisco da Gama
OTHON BASTOS – Coronel Tóti
ESTER GÓES – Violante
RAUL GAZOLA – Fernando
FÁBIO JUNQUEIRA – Carlos Albuquerque
ZEZÉ MOTTA – Maria
HAROLDO DE OLIVEIRA – Damião
JULCILÉA TELLES – Ana
RUTH DE SOUZA – Mãe Quitinha
JAYME PERIARD – Miguel
SANDRA ANNEMBERG – Celeste
MARIA ISABEL DE LIZANDRA – Clara
ILÉIA FERRAZ – Luzia
JONAS MELLO – Corrêa
RICARDO PETRÁGLIA – Bombom
YARA CÔRTES – Afrosina
CHICO TENREIRO – Bernardino
ANDRÉ VALLI – Alfredo
ISABELA BICALHO – Mercedes
RICARDO BLAT – Pedro
ÂNGELA CORRÊA – Baoní
RAYMUNDO DE SOUZA – Zé Soldado
CLÁUDIA CEPEDA – Angélica
OSWALDO LOUZADA – General Tóti
ALFREDO MURPHY – Mergulhão
CASTRO GONZAGA – Padre Viriato
MARCUS VINÍCIUS – Ojú
SARITA RODRIGUES – Fulô
JACYRA SAMPAIO – Bá
LÉA GARCIA – Rute
EDYR DE CASTRO – Baiana
MILTON RODRIGUES – Cão Danado
MARTHA OVERBECK – Madre Tereza
SERAFIM GONZALEZ – Capitão Americano
CARLOS DUVAL – Português
THIAGO JUSTINO – Benedito
LUÍS ANTÔNIO PILLAR – Chico Congo
SAMIR MURAD – Tristão
MARIA CEIÇA – Joana
o menino ARMANDO PAIVA – Bento
e
ADRIANA SALITURNO
ALEXANDRE SALCEDO
ANA BANDARRA
ANDRÉA FERREIRA
ANDRÉA PAOLA
ANDRÉA ROGERS
ÂNGELA BRITO
ÂNGELA NEUZY
BIA GEMAL
CAFURINGA – Rei do Quilombo
CARLA COSTA
CARMEM LUZ
CLEMENTE VISCAÍNO
DOMINIQUE AFFONSO
ÉLCIO MATHEUS
ERIVALDO CASAN
FERNANDO EIRAS – soldado da guarda nacional
FRANCISCO OTÁVIO
HELOÍSA HELENA
HERVAL ROSSANO
INGRA LIBERATO
IVAN DE ALMEIDA
JACONIAS SILVA
JOEL SILVA
JORGE MAIA
JORGE MAIOR – Bastião
JOSÉ DE ARAÚJO
JOSIAS AMON
JOYCE DE OLIVEIRA – Princesa Isabel
LENIR FRAZÃO
LUA ABRAHÃO
LUÍS CARLOS
LUIZA GOMES
MALU ROGERS
MARCELO SERRADO – Antônio Queiroz Antunes (filho de Queiroz Antunes)
MÁRCIA BRITTO
MÁRCIA DAMENS
MARINA LIRA
MARISA CARVALHO
MILENE POUBEL
MOACYR ALVES
MONIQUE ALVES – Josefa
NENA CAMARGO
RICARDO FRÓES
ROSELAINE PISSAIA
RÔMULO JOSÉ
SUZANA ABRANCHES
SUZANE SEIXAS – Cecília
TÂNIA BRITTO
TÂNIA MACHADO
TÂNIA MORAES
VERÔNICA CASTANHEIRA
WALQUÍRIA SOUZA
– núcleo de QUEIROZ ANTUNES (Carlos Vereza), juiz e proprietário de escravos, membro do partido conservador:
os filhos ANTÔNIO (Marcelo Serrado), abolicionista, morto no decorrer da trama ao defender um jovem escravo,
e ISABEL (Cristina Aché), que tem ciúme doentio do pai. Termina louca
a cunhada VIOLANTE (Esther Góes), que o ajudou a criar seus filhos. Tem uma paixão platônica por ele
o menino escravo BENTO (Armando Paiva), nascido no quilombo e adotado por ele a pedido de Antônio, em seu leito de morte
o amigo do partido conservador CORONEL TÓTI (Othon Bastos), que casa-se com Isabel
o pai do Coronel Tóti, o GENERAL TÓTI (Oswaldo Louzada), após um derrame fica preso a uma cadeira de rodas
a escrava LUZIA (Iléa Ferraz), após a morte do filho fica obcecada por vingança, usando a inocência de Bento, as loucuras de Isabel e a invocação do espírito maligno Cariapemba
a escrava RUTE (Léa Garcia), ajudante de Luzia.
– núcleo de AIMÉE LOVATO (Carla Camuratti), jovem idealista, professora do colégio São José. Apesar de ideais contrários, acaba apaixonada por Queiroz Antunes e muda seu modo de encarar a vida:
o abolicionista FERNANDO (Raul Gazola), namorado no início
o irmão DEMÉTRIO (Edwin Luisi), médico viciado em jogo, termina assassinado
a sobrinha ANGÉLICA (Cláudia Cepeda), órfã de quem é tutora, dona de uma pequena fortuna deixada por seus pais. Alimenta um sentimento de amor e carinho por Bento
o jornalista CARLOS ALBUQUERQUE (Fábio Junqueira), apaixonado por Aimée, membro da Ordem dos Caifazes, liberta e esconde escravos para depois conseguir suas liberdades definitivas
o irmão de Carlos, PEDRO (Ricardo Blat), poeta, diretor do colégio
o professor ALFREDO (André Valli), apaixonado, mas não correspondido, o que o faz se voltar contra ela
a escrava alforriada BÁ (Jacyra Sampaio), ajuda a cuidar de Angélica.
– núcleo de ABÍLIO MENDONÇA (Rubens de Falco), advogado de prestígio, amigo de Queiroz Antunes e Tóti no partido conservador. Chefe e mentor de todas as falcatruas cometidas, inclusive assassinatos, o que causa sua ruína:
a mulher CLARA (Maria Isabel de Lizandra)
o filho MIGUEL (Jayme Periard), jovem advogado que luta de forma atuante pela causa abolicionista, amigo de Carlos e Aimée, alvo do amor de Angélica
a filha CELESTE (Sandra Annemberg), apaixonada por Carlos, alvo do amor de Demétrio
a escrava alforriada ANA (Julciléa Telles), obrigada a se separar de seu amor, retorna e envolve-se com Miguel para vingar-se, mas acabam apaixonados.
– núcleo do delegado FRANCISCO DA GAMA (Luiz Guilherme), que não aceita qualquer ideia abolicionista. É o responsável pela morte de Antônio:
a mãe AFROSINA (Yara Cortez), que super protege o filho
o tio BERNARDINO (Chico Tenreiro), traficante de escravos
a sobrinha MERCEDES (Isabela Bicalho), garota prepotente e racista, que discrimina Bento. Apaixonada pelo professor Alfredo, a quem ajuda a prejudicar Aimée
os ajudantes ZÉ SOLDADO (Raymundo de Souza), integrante da milícia da cidade,
e CÃO DANADO (Milton Rodrigues), abandonado pela mulher após ter o rosto desfigurado na guerra.
– núcleo de MARIA (Zezé Motta), mãe carinhosa, esposa dedicada e mulher fogosa que cria Bento até ele ser adotado por Queiroz Antunes. Dona de uma pensão:
o marido DAMIÃO (Haroldo de Oliveira), nasceu livre e filho de pai alforriado, que lhe deu um futuro diferente de seus irmãos negros
a MÃE QUITINHA (Ruth de Souza), vidente que tem grande amor por seu povo do quilombo e um intenso poder espontâneo
o auxiliar de Mãe Quitinha, OJU (Marcus Vinícius), babalossaim do terreiro, incorpora Ossaim, orixá dono das folhas nas quais concentram-se axés, as grandes forças cósmicas que regem a natureza
a organizadora do quilombo FULÔ (Sarita Rodrigues), divide-se entre o amor por Zé Soldado e o reencontro com suas raízes iorubá
a ajudante na pensão BAIANA (Edyr de Castro).
– núcleo de FRANCISCA MATOSO (Sandra Bréa), estrela do Eldorado, cabaré da cidade. Embora marginalizada pelas senhoras da sociedade, participa ativamente do partido político através de seu romance com Queiroz Antunes. Envolve-se com o delegado Francisco da Gama:
o amigo BOMBOM (Ricardo Petráglia), seu confidente, secretário e camareiro. Também é figurinista e coreógrafo de seus shows
o sócio no Eldorado CORRÊA (Jonas Mello), profissional no carteado.
– demais personagens:
PADRE VIRIATO (Castro Gonzaga), conselheiro familiar dos moradores
MERGULHÃO (Alfredo Murphy).
Efemérides
Pacto de Sangue vinha embalada nas comemorações dos centenários da Abolição da Escravatura e Proclamação da República, apresentando, nesses particulares, um argumento interessante e romântico.
Ainda no rastro da celebração das efemérides, foram lançadas as minisséries Abolição, em novembro de 1988, e República, em novembro de 1989.
Obra fechada
De autoria da escritora Regina Braga (homônima da atriz), com a parceria de Sérgio Marques, Pacto de Sangue foi exibida com todos os seus 119 capítulos já gravados, apresentando tropeços próprios desse tipo de experiência. Os autores e diretores não tiveram, por exemplo, o recurso das pesquisas de opinião, para ajustar a trama ao gosto do público.
“Trata-se de uma obra fechada. Um voo cego, onde você junta a imaginação e muita intuição para escrever a trama”, comentou a autora ao jornal O Dia de 29/01/1989.
“Acho muito mais fácil, pois você planeja melhor as cenas e tem uma margem de erro menor”, enfatizou o diretor Herval Rossano.
“Tem um lado bom que impede de se esticar a novela e acabar perdendo a consistência dos personagens”, completou o ator Carlos Vereza, que viveu na trama o juiz Queiroz Antunes, um dos protagonistas.
Elenco
Primeira novela da atriz Ângela Corrêa. Primeira novela de Luiz Guilherme na Globo (o ator já havia atuado em minisséries na emissora).
Primeira das duas únicas novelas da carreira de atriz de Sandra Annemberg (a outra foi Cortina de Vidro, exibida na sequência pelo SBT), antes de tornar-se apresentadora de telejornais na TV Globo. Na época, Sandra também atuou em séries e minisséries (Chapadão do Bugre, Tarcísio e Glória e A, E, I, O… Urca).
Cultura iorubá
A produção teve a assessoria de Fernando Portugal, pai de santo e estudioso das questões afro-brasileiras, para os assuntos ligados à cultura negra. Fernando orientou os atores sobre a cultura iorubá e suas expressões. Na novela, a língua falada entre os negros do terreiro era o iorubá. (Site Memória Globo)
Mercado internacional
Juntamente com as novelas Salomé (de 1991) e Vida Nova (de 1988-1989), Pacto de Sangue recebeu uma edição especial para ser vendida para o mercado internacional como macrossérie.
Duas aberturas
A novela teve duas aberturas. Na primeira, a câmera corria por desenhos e pinturas estáticas. A segunda exibia desenhos de nanquim que se fundiam em imagens reais em movimento.
01. SORRI (SMILE) – Djavan (tema de Queiroz Antunes)
02. DEVAGAR, UM SEGREDO – Dudu França (tema de Celeste)
03. SAUDADE – Chrystian & Ralf (tema de Carlos)
04. AMOR POENTE – Roberto Ribeiro (tema de Violante)
05. EU TE AMO – Leila Pinheiro (tema de Maria e Damião)
06. O PACTO – Instrumental (tema de abertura *)
07. HISTÓRIAS E LENDAS – Zezé Motta (tema de locação: quilombo)
08. TABLADOS – Chico Buarque (tema de Francisca Matoso)
09. BONITA LENDA (YÊ KÊ YÊ KÊ) – Roberto Leal (tema de Corrêa)
10. COMO UM LADRÃO – Carlinhos Vergueiro (participação de Paulinho da Viola) (tema de Francisco da Gama)
11. JÁ FAZ TEMPO – Neguinho da Beija-Flor (tema de Isabel)
12. DESALENTO – Marçal (participação de Chico Buarque) (tema de Miguel)
13. CAPATAZ – Cristina Santos (tema de Aimée e Queiroz Antunes)
14. LIBERDADE – Instrumental (tema geral)
15. NO PEITO E NA RAÇA – Olívia Byngton e João Carlos Assis Brasil (tema de Queiroz Antunes)
Sonoplastia: Júlio Campos Corrêa
Supervisão musical: Márcio Antonucci
Produção musical: Roberto Nascimento
Direção artística: Max Pierre
* A música “O Pacto” na abertura da novela recebeu uma versão diferente da que veio gravada no disco.
Lembro qdo passou, nem me interessei. Chatíssima!
Achava essa chatíssima!
Gostaria muito que o Canal Viva reprisasse esta novela, na época não pude assistir porque eu estudava a noite.
Época tranquilo onde morava no interior e podia assistir Pacto de Sangue todos os dias.
Merece uma reprise do Vale a pena ver de novo.
Pacto de Sangue merece uma reprise. Desde 1989 quando foi exibido nunca teve reprise.
Um grande história e elenco.
Tem um cabaré! Se não me falha a memória. Ótima novela.