
Sinopse
Bubby Mariano é um playboy decadente que tenta manter o status social a qualquer preço. Morador da Zona Sul do Rio de Janeiro, sempre cercado de belas mulheres, já foi muito rico, mas nos últimos anos sobrevive com o dinheiro da venda, em segredo, de quadros de sua pinacoteca, falsificados pelo amigo pintor Caxuxo.
Na iminência da pobreza, o ex-milionário pretende dar o seu pulo do gato: aplicar um golpe na grã-finada que o rodeia para escapar da falência. Por meio de seu conhecimento e traquejo com a high society, usa três garotões pobres, bonitos e ambiciosos – Procópio, Nando e Billy – para se aproximarem de ricaças carentes ou solitárias.
Esperto e com boa lábia, Procópio tem aulas de Psicologia com a amiga Sofia para se passar por terapeuta de controle da mente – sugestão de Bubby. Monta um consultório tendo mulheres carentes como público alvo. Porém, o plano de Bubby falha quando ele perde a mulher que ama, a bela Noêmia, que acaba nos braços do psicólogo.
Nando frequenta os points da moda e posa de intelectual, mas esconde o filho que teve com a dançarina de boate Marly, de quem se envergonha por ela ser pobre e negra. Novamente o plano de Bubby falha quando Nando conquista Mayra, sua filha, moça determinada que ganha a vida com sua butique mantendo-se afastada da alta sociedade.
Típico surfista carioca, Billy é instruído por Bubby a investir em Pacheco e Regina, casal milionário de meia idade. Ao descobrir que Pacheco gosta do mesmo que sua esposa – ou seja, de garotões – Bubby Mariano sugere que o rapaz se aproxime dele e dela ao mesmo tempo, para se valer da “fraqueza” de ambos e lhes extorquir dinheiro.
JORGE DÓRIA – Bubby Mariano
SANDRA BRÉA – Noêmia Sandor
MÁRIO GOMES – Procópio
JOÃO CARLOS BARROSO – Nando
MILTON GONÇALVES – Caxuxo
FELIPE CARONE – Jarelli
CARLOS KROEBER – Pacheco
LADY FRANCISCO – Regina Pacheco
MARA RÚBIA – Bilu
ÍTALA NANDI – Maristela
NEUZA AMARAL – Lígia Vilela
MARLY AGUIAR – Mayra
CAMILA AMADO – Sofia
KADU MOLITERNO – Billy
JULCILÉA TELLES – Marly
PEDRO PAULO RANGEL – Chiquito (Francisco Pacheco)
MÁRCIA RODRIGUES – Priscila Vilela
HELOÍSA ARRUDA – Patrícia Vilela
LAURO GÓES – Ricardo
NELSON CARUSO – Olivares
RUY REZENDE – Olegário
IVAN MESQUITA – Marrão
ÉRICA KUPPER – Ivonete
COSME DOS SANTOS – Dico
ALFREDO MURPHY – Pascoal
MARTA ANDERSON – Valentina
FRANCISCO DANTAS – Horácio
MONAH DELACY – Zilda
SHULAMITH YAARI – Francisca
ELIANA DUTRA – Janice
BEATRIZ RAMOS – Bia
BETH CASTRO – Roselinda
RICARDO BRAVO – Nick
e
ANTÔNIO GANZAROLLI – Fredo
APOLO CORRÊA – oficial de justiça que tenta entregar um intimação a Procópio, no início
ARACY CARDOSO – Bernadete
CANDEIA como ele mesmo, na Escola de Samba Quilombo
CARLINHOS DE OLIVEIRA, jornalista, como ele mesmo
HILDEGARD ANGEL como ela mesma, na festa na casa de Regina no primeiro capítulo
MANOEL ELIZIÁRIO – garçom na festa na casa de Regina
MARIA INÊS SAYÃO – Maria Inês (empregada no apartamento de Pacheco e Regina)
MARLENE – modelo que Bubby Mariano paquera, no último capítulo
MURILO NERY – Camargo (ex-sócio de Jarelli, com quem Bubby Mariano se encontra em Paris)
NELSON CAVAQUINHO como ele mesmo, cantando em um bar
PAULO CÉZAR LIMA – jogador de futebol com quem Maristela fica no último capítulo
PAULO SILVINO – narrador
REYNALDO GONZAGA – repórter que faz uma matéria com Bubby Mariano, no primeiro capítulo
RICARDO AMARAL como ele mesmo, consultado por Bubby Mariano sobre abrir uma boate
RODRIGO ARGOLLO, decorador, como ele mesmo
SOLON DE ALMEIDA – Maurição (amigo de Olegário)
SUELY FRANCO – Zulmirinha (mulher de Jarelli)
TONICO PEREIRA – fotógrafo da matéria com Bubby Mariano, no primeiro capítulo
– núcleo de BUBBY MARIANO (Jorge Dória), playboy decadente que faz tudo para manter as aparências. Mora na Zona Sul do Rio de Janeiro, vive cercado de belas mulheres e frequenta a alta sociedade, apesar de, nos últimos anos, sobreviver com o dinheiro da venda de quadros falsificados de sua pinacoteca, fato que mantém em segredo. Pretendendo dar um golpe na grã-finada, tem uma ideia para o seu pulo do gato: aliciar garotões para dar em cima de socialites carentes e lhes extorquir dinheiro:
a filha MAYRA (Marly Aguiar), moça reservada que mantem-se afastada das badalações da alta sociedade, contrária ao estilo de vida do pai. É sócia em uma butique
a ex-namorada, NOÊMIA SANDOR (Sandra Bréa), que ele tenta reconquistar, mas ela não o suporta mais. Pantera de personalidade forte, bela e desejada, já foi modelo. Inserida no grand monde, amiga dos ricaços da sociedade
o amigo CAXUXO (Milton Gonçalves), pintor, é o responsável pela reprodução dos originais que enfeitam o seu apartamento. Um tipo sábio, cheio de tiradas filosóficas
o advogado OLIVARES (Nelson Caruso), comparsa em seus golpes
a governanta FRANCISCA (Shulamith Yaari), sua fiel escudeira
a amiga de Mayra, JANICE (Eliana Dutra), sua sócia na butique.
– núcleo de PROCÓPIO (Mário Gomes), um dos três garotões que Bubby Mariano usa para o seu pulo do gato. Sujeito esperto, envolvente, de boa lábia. Por sugestão de Bubby, começa a ter aulas de Psicologia para se passar por terapeuta de controle da mente. Monta um consultório tendo mulheres carentes como público alvo. Ao ser consultado por Noêmia, os dois se apaixonam – para o arrependimento de Bubby, por ter dado a ideia do consultório:
a secretária em seu consultório ROSELINDA (Beth Castro).
– núcleo de NANDO (João Carlos Barroso), outro dos três garotões que Bubby Mariano usa para o seu pulo do gato. Antenado, gosta de frequentar os points da moda e se faz de intelectual para ser aceito no meio, mas na verdade é um “pé rapado”. Tem um filho com uma dançarina de boate, fato que esconde de todos, já que envergonha-se por ela ser pobre e negra. Aproxima-se de Mayra e os dois se apaixonam – a contragosto de Bubby, que sabe que o rapaz não passa de um aproveitador:
o filho pequeno NANDINHO
a namorada MARLY (Julciléa Telles), mãe de seu filho, dançarina em uma boate em Copacabana que ele resiste em assumir. É alvo do amor de Caxuxo
a colega de Marly, IVONETE (Érica Kupper), dançarina, trabalha com ela. Moça invejosa e ardilosa
o patrão de Marly, MARRÃO (Ivan Mesquita), dono da boate. Une-se a Ivonete para tentar aplicar um golpe em Bubby Mariano.
– núcleo de BILLY (Kadu Moliterno), surfista de pouca cultura, o terceiro dos três garotões que Bubby Mariano usa para o seu pulo do gato. É instruído por Bubby a dar em cima de um casal milionário de meia idade, separadamente, a fim de lhes extorquir dinheiro:
os pais HORÁCIO (Francisco Dantas) e ZILDA (Monah Delacy), gente simplória
a irmã SOFIA (Camilla Amado), estudante de Psicologia, dá aulas a Procópio, por quem é secretamente apaixonada. Moça trabalhadora e esforçada, sente-se incapaz de ser amada de verdade
o amigo NICK (Ricardo Bravo), professor de surfe e de ginástica na praia.
– núcleo de PACHECO (Carlos Kroeber), amigo de Bubby Mariano, milionário hipocondríaco dominado pela mulher. Apesar de casado, gosta de rapazes, o que esconde de todos. Interessa-se por Billy, sem desconfiar que ele também dá em cima de sua mulher:
a mulher REGINA (Lady Francisco), dondoca perdulária e alcoólatra. Interessa-se por Billy ao mesmo tempo que seu marido
o filho CHIQUITO (Pedro Paulo Rangel), um tipo janota beirando o ridículo, vive de terno e cravo na lapela
a empregada MARIA INÊS (Maria Inês Sayão).
– núcleo de LÍGIA VILELA (Neuza Amaral), amiga de Bubby Mariano, mulher frágil, fácil de ser enganada. Acredita que tem muita cultura e julga-se protetora das artes:
as filhas: PRISCILA (Márcia Rodrigues), moça que adora a vida agitada e nega-se a maiores compromissos porque ainda espera muito da vida. Porém, acaba apaixonada por Bubby Mariano,
e PATRÍCIA (Heloísa Arruda), mais fechada que sua irmã. É crítica em relação aos rapazes de sua idade, rejeitando seus pretendentes por considerá-los superficiais. Porém ela mesma não é de grande profundidade
os amigos de Priscila e Patrícia: RICARDO (Lauro Góes), rapaz rico apaixonado por Priscila. Faz tudo o que ela quer, mas Priscila o trata apenas como um acompanhante,
e BIA (Beatriz Ramos).
– demais personagens:
JARELLI (Felipe Carone), self-made man, é um homem cafona e falastrão, só aceito na sociedade por causa de seu dinheiro. Apaixonado por Noêmia, rivaliza com Bubby Mariano e faz tudo para conquistá-la, sem sucesso. Julga-se muito esperto
MARISTELA (Ítala Nandi), amiga de Regina. Quarentona bela, fútil e vaidosa, vive tentando parecer mais jovem. Faz ginástica e tem especial interesse por rapagões
BILU (Mara Rúbia), amiga de Regina e Maristela. Ricaça dócil, simpática e ingênua. Serviçal com as amigas, vive sendo explorada por elas. Em seus sessenta anos, ainda sonha com um grande amor. Tem uma queda por Bubby Mariano
OLEGÁRIO (Ruy Resende), poeta maldito que só publicou um livro. Será o ghost writer de Nando, que se passa por escritor letrado e lança um livro
DICO (Cosme dos Santos), amigo de Olegário, aplaude tudo o que ele fala
PASCOAL (Alfredo Murphy), golpista que decide investigar Bubby Mariano e Procópio para tirar algum proveito
VALENTINA (Marta Anderson), comparsa de Pascoal. Mulher bela e insinuante, com pose de “loura fatal”.
Crítica à alta sociedade
O autor Bráulio Pedroso havia apresentado a sinopse de Que Rei Sou Eu?, novela que tinha o carnaval como tema – nada a ver com a novela homônima de Cassiano Gabus Mendes, de 1989.
Que Rei Sou Eu? entrou em pré-produção e o elenco começou a ser escalado. Porém, acabou suspensa diante da inviabilidade do projeto. Parte do elenco incialmente escalado foi aproveitada na nova novela.
Bráulio apresentou então outra sinopse em substituição: O Pulo do Gato, em que voltava a brincar com as nuances da alta sociedade carioca, em tom satírico, como fizera em O Cafona, em 1971.
“Uma visão crítica de uma fatia da alta sociedade daqueles dias, onde muitos esperavam poder dar o seu pulo do gato. Uma novela realista em termos de estilo, apenas uma consequência direta de Beto Rockfeller e O Cafona, limitada à faixa litorânea carioca, do Leme ao Lido e do Lido ao Leblon. (..) Consigo, porém, ter o distanciamento crítico suficiente para chegar à sátira social e enchê-la de ironias.” (“Bráulio Pedroso, Audácia Inovadora”, Renato Sérgio)
O autor Bráulio Pedroso e o diretor geral Walter Avancini negaram a inspiração em figuras reais da alta sociedade da época, apesar das claras semelhanças com personagens – como Bubby Mariano (Jorge Dória), que lembrava Jorginho Guinle, e Chiquito (Pedro Paulo Rangel), que remetia a Chiquinho Scarpa. (revista O Cruzeiro nº 2427, 18/01/1978 **)
O autor conseguiu fazer um bom trabalho, mas não motivou grande audiência, mesmo contando com os talentos de Jorge Dória e Camila Amado em sua inventiva cômica, e tendo a beleza insinuante de Sandra Bréa como estrela. (“Memória da Telenovela Brasileira”, Ismael Fernandes)
Bráulio Pedroso, no entanto, não ficou muito satisfeito com o resultado final, conforme declarou à revista Amiga (nº 429, de 09/08/1978) após o término dos trabalhos:
“A novela foi muito prejudicada pelos cortes da Censura. (…) Eu diria que O Pulo do Gato acabou sendo uma novela regular, que ficou aquém da minha proposta inicial.” (**)
Perto do fim da novela, Bráulio Pedroso sofreu um acidente doméstico (caiu de mau jeito no banheiro de sua casa) e pensou que não conseguiria escrever os capítulos finais de O Pulo do Gato. Lauro César Muniz foi imediatamente acionado para dar continuidade aos trabalhos, mas Bráulio logo recuperou-se. Lauro escreveu apenas cinco capítulos. (jornal O Globo, 07/08/1978 **)
Homossexualidade
Como em sua novela anterior, O Rebu (1974-1975), Bráulio Pedroso abordou a homossexualidade de um homem mais velho – também de forma sutil, afinal o país ainda vivia sob o jugo da Ditadura Militar.
Porém, dessa vez, com ironia. Na trama, Pacheco (Carlos Kroeber) é um milionário neurótico casado com a fogosa e alcoólatra Regina (Lady Francisco). O aproveitador Bubby Mariano (Jorge Dória), ao descobrir que Pacheco gosta do mesmo que sua mulher – de rapagões -, instrui o garotão Billy (Kadu Moliterno) a se aproximar dele e dela (separadamente) e se valer da “fraqueza” de ambos para extorquir dinheiro.
Elenco
A imprensa da época escancarou a indisciplina de Mário Gomes durante a novela. O ator foi suspenso do trabalho por três dias (02, 03 e 06/03/1978) por constantes atrasos nas gravações. (O Globo, 06/03/1978 **)
Mário Gomes também arrumou briga com o ator Jorge Dória, quase chegando às vias de fato, como noticiou o jornal O Globo em 20/01/1978. (**)
Primeira novela na Globo de Ítala Nandi, após 14 anos sem fazer televisão. A atriz também desentendeu-se com a produção e teve sua personagem (Maristela) esvaziada na trama. Ítala dera uma entrevista à revista Veja (publicada em 15/02/1978, apenas um mês após a estreia) fazendo duras críticas ao sistema de trabalho da TV Globo – “um esquema amador, vampiresco”. Como punição, acabou ausente de O Pulo do Gato por vários capítulos. Mais tarde, a atriz revelou ao Jornal do Brasil que o diretor geral Walter Avancini queria que ela pedisse demissão:
“Eu me recusei e disse que eles deveriam assumir a responsabilidade de minha demissão. Nessa questão o elenco inteiro sabia de tudo, o elenco viu meu personagem desaparecer da novela. Foi meu castigo: dois meses fora do vídeo.” (O Globo, 26/03/1978 / Jornal do Brasil, 08/07/1978 **)
Após O Pulo do Gato, Ítala Nandi levou nove anos para voltar a atuar em novelas: Direito de Amar, em 1987.
A atriz Lilian Lemmertz foi convidada para viver a personagem Lígia Vilela (seria a sua estreia na Globo), mas desistiu do papel na última hora. (O Globo, 09/06/1978 **)
Maria Della Costa também foi um nome dado como certo, mas a personagem acabou ficando com Neuza Amaral, enquanto Della Costa foi para a próxima novela das sete, Te Contei?. (O Globo, 25/10/1977 **)
Outras escalações que não se concretizaram foram Lídia Brondi para Mayra (o papel ficou com Marly Aguiar) e Xuxa Lopes para Patrícia (o papel ficou com Heloísa Arruda). (O Globo, 25/10/1977 **)
Também Buza Ferraz, o primeiro nome cotado para viver Nando (o papel ficou com João Carlos Barroso). (O Globo, 7/11/1977 **)
Apesar de não saber pegar onda na época, o paulistano Kadu Moliterno, então com 25 anos, aceitou o desafio de interpretar o surfista Billy em O Pulo do Gato. O ator passou a acompanhar surfistas para aprender seus costumes e sua linguagem, uma vez que seu sotaque de paulista, filho de italianos, não era o que se poderia chamar de ideal para o papel. (revista Fluir, setembro de 1984)
O ator comprou uma prancha e passou a praticar diariamente. Mesmo assim, em seu primeiro dia de gravação, na Praia do Arpoador, no Rio de Janeiro, Kadu quase se afagou e acabou sendo substituído por um dublê nas cenas de surfe. O incidente não impediu que Kadu Moliterno fizesse sucesso como surfista e tivesse sua imagem associada ao esporte. (*)
No dia 31/03/1978, o ator Pedro Paulo Rangel sofreu um acidente automobilístico, que resultou em uma clavícula e uma costela quebradas, além de 15 pontos na testa. O ator logo voltou às gravações da novela, apesar de engessado do ombro à cintura. Assim, seu personagem, Chiquito, também passou por um acidente (nas falas dos personagens), para justificar o gesso no corpo do ator. (O Globo, 08/04/1978 **)
Primeira novela da veterana atriz Mara Rúbia.
Primeira novela das iniciantes atrizes Julciléa Telles, Marly Aguiar, Heloísa Arruda e Érika Kupper.
Além de Ítala Nandi, O Pulo do Gato foi também a primeira novela na Globo das atrizes Camila Amado e Shulamith Yaari, e do ator Ivan Mesquita (egresso das novelas da TV Tupi).
O Pulo do Gato contou com participações de celebridades do cenário carioca da época. Hildegard Angel, Rodrigo Argollo, Carlinhos de Oliveira, Nelson Cavaquinho, Candeia, Ricardo Amaral, o jogador de futebol Paulo Cézar Lima e a manequim Marlene (do programa humorístico Planeta dos Homens) foram alguns dos famosos que passaram pela novela. (*)
Narrador
Sem mostrar o rosto, Paulo Silvino narrava em off (voice over) o resumo dos capítulos anteriores no início de cada capítulo, fazendo suspense com sua voz. O ator sugeriu inserir a pergunta “Confere?” ao final de cada frase, o que passou a ser a marca registrada da narração. No último capítulo, o narrador apareceu para o público, de óculos escuros e figurino preto, com chapéu e sobretudo, dando o desfecho das tramas e o destino dos personagens.
A novela terminou com o seguinte texto narrado por Paulo Silvino: “O Pulo do Gato foi a história da grande mentira de Bubby Mariano e de muitas outras mentiras. Para contar esses fatos, o autor também mentiu, criando coincidências absurdas e desencontros providenciais. Mas como tudo não passou de uma fábula, por que não terminar com uma fantasia? Que o sonho de Bilu aconteça!”
Na sequência, a atriz Mara Rúbia – a Bilu da novela – surgiu em um palco cantando uma marchinha de carnaval enquanto o elenco entrava em seguida.
Cenografia e locações
O cenógrafo e artista plástico egípcio Tawfik, radicado no Brasil, foi convidado a decorar as paredes das casas dos personagens de O Pulo do Gato. Seus quadros enfeitaram a pinacoteca de Bubby Mariano (Jorge Dória) e os apartamentos de Maristela (Ítala Nandi) e Lígia (Neuza Amaral). Um retrato de Regina (Lady Francisco) foi peça de destaque em sua mansão. Os quadros foram cedidos pelo artista e escolhidos de acordo com a personalidade de cada personagem, além de seguirem um padrão de cores de acordo com os cenários criados por Gilberto Vigna. (*)
Para agilizar as gravações da novela, o coordenador de produção Gonçalves da Silva optou por reduzir os cenários externos. Em uma única esquina do Leblon, gravava as cenas externas de Bubby (Jorge Dória), Procópio (Mário Gomes), Maristela (Ítala Nandi), Bilu (Mara Rúbia) e Caxuxo (Milton Gonçalves). Já a casa de Pacheco (Carlos Kroeber) e Regina (Lady Francisco) ficava em local diferente, no Alto da Boa Vista. (*)
Para a fachada do prédio onde morava Bubby Mariano (Jorge Dória) foi usada a frente do Edifício Conde dos Arcos, localizado na Rua General Urquiza 155, no Leblon.
Abertura
A abertura da novela – rudimentar aos olhos de hoje, mas moderna para a época em que foi produzida – usava um efeito que quadriculava as imagens de um gato em movimento – recurso que deixava a imagem similar ao que hoje chamamos de pixelização.
A música-tema, “Eu e Meu Gato”, de Rita Lee, foi a primeira das nove músicas gravadas pela cantora a embalar aberturas de novelas (O Pulo do Gato, Chega Mais, Final Feliz, Sassaricando, Lua Cheia de Amor, A Próxima Vítima, Zazá, o remake de Ti-ti-ti e Espelho da Vida).
Globoplay
O Pulo do Gato foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming da Globo) em 12/05/2025, dentro do Projeto Fragmentos, com os oito capítulos que restaram nos arquivos da Globo: o primeiro capítulo exibido (que reúne os capítulos nº 1 e nº 2), o segundo (capítulos nº 3 e nº 4), os capítulos 40, 66, 70, 74 e 134, e o último capítulo (nº 140).
* Site Memória Globo.
** Pesquisa: Sebastião Uellington Pereira.
Trilha sonora nacional
01. REQUEBRA QUE EU CURTO – Guilherme Lamounier
02. BABÁ ALAPALÁ – Zezé Motta (tema de Marly)
03. FACE A FACE – Simone (tema de Nando e Mayra)
04. LINDA MANHÃ – Quinteto Ternura
05. FEITO PARA DANÇAR – Tim Maia
06. EU E MEU GATO – Rita Lee (tema de abertura)
07. AMOR INFORMAL – Don Beto
08. SEDUÇÃO – Fafá de Belém (tema de Noêmia)
09. CORDAS E CORRENTES – Martinho da Vila (tema de Pacheco)
10. TEM UMA MULHER NA VIDA DELE – The Fevers (tema de Billy)
11. YOGUE DE OUVIDO – Moraes Moreira (tema de Olegário)
12. SEU PREÇO – César Costa Filho
13. PEDRA DE OURO – Denise Emmer
Sonoplastia: Paulo Ribeiro
Direção musical: Otávio Augusto
Produção musical: Guto Graça Mello
Pesquisa de repertório: Arnaldo Schneider e João Mello
Arranjos: Waltel Branco, Guio de Moraes e Radamés Gnatalli
Trilha sonora internacional
01. THE HOUSE OF THE RISING SUN – Santa Esmeralda
02. LA VIE EN ROSE – Grace Jones
03. AS – Tony Sherman (tema de Bubby Mariano e Priscila)
04. COUNT ON ME – Jefferson Starship
05. I WANNA BE A ROLLIN’ STONE – Nadine Expert
06. ON AND ON – Stephen Bishop (tema de Regina)
07. MAKIN’ LOVE – Dennis Gordon
08. FUNKY, FUNKY – Andrea Mingardi Supercircus
09. YOU’RE IN MY HEART – Rod Stewart (tema de Nando e Mayra)
10. FROM EAST TO WEST – Voyage
11. THERE’S ALWAYS A GOODBYE – Randy Richards
12. FOR YOU – Light Years
13. LET ME BE – Ralph Richardson (tema de Procópio e Noêmia)
14. SINGIN’ IN THE RAIN – Sandy Woo
Ainda
IF YOU LOVE ME (REALLY LOVE ME) – Sharon (na festa na casa de Regina)
LOVE-SIGN – Roberta Kelly (na consulta de Bilu a Procópio)
SAN FRANCISCO (YOU’VE GOT ME) – Village People (na festa na casa de Regina)
ZODIAC – Roberta Kelly (na festa na casa de Regina)
Tema de abertura: EU E MEU GATO – Rita Lee
Mais um dia desses
Vou fugir de casa e não volto
Vou bater as asas
Vou levar comigo o retrato do meu gato
Companheiro dessa minha melancolia, oh
Você me pede prá ter paciência e juizo
Mas o que eu gosto é andar na beira do abismo
Arriscando minha vida por um pouco de emoção
Eu e meu gato
Ele na cama, eu no telhado
Ele sem as botas e eu sem grana
Companheiro dessa minha melancolia
Eu e meu gato
Ele na cama, eu no telhado
Ele sem as botas e eu sem grana…
Sei que uma produção antiga. Alias ao ver a sinopse, imaginei ser do RJ: de onde sou. Muita coisa nem era abordada e além de TABU.
A malandragem da alta sociedade carioca na Era Disco. Bons tempos.
3 anos antes de eu nascer e nunca foi reprisada. Logo, não pude assistir. Mas acho legal, esse logus.