Sinopse
O vidente Joãozinho de Dagmar previu o fim do mundo para breve, o que fez a cidadezinha de Tabacópolis virar de pernas para o ar. Acontecimentos inexplicáveis se sucedem ratificando as profecias e causando pânico. Os moradores entram em polvorosa deixando a prefeita Florisbela Mendonça revoltada diante de tanta confusão.
Como o tempo é curto, o empresário Tião Socó, dono de uma fazenda de fumo e de uma empresa de cigarros, resolveu investir na bela cunhada, Gardênia, vislumbrando o fim do seu probleminha de impotência sexual. Porém, ela não está nem aí para os problemas dele e precisa lidar com o ciúme do marido Tonico Laranjeira.
Josias, neto do poderoso Coronel Hildázio Junqueira, não aguenta mais a resistência da noiva Letícia, filha de Tião Socó, que insiste em manter-se virgem até o casamento. Porém, a jovem desperta para um novo amor, o peão Rosalvo, e não resiste a essa paixão, entregando-se a ele. Descoberto, Rosalvo acaba castrado pelo noivo traído.
A jovem Lucilene luta para firmar-se como cantora ao mesmo tempo em que tenta livrar da polícia o namorado Nado, filho da prefeita Florisbela, rapaz problemático acusado de ter matado Maninho, outro dos netos do Coronel Hildázio. Em meio ao caos, muita coisa ainda está para acontecer na cidade que enlouquece quando descobre que o mundo vai acabar.
PAULO BETTI – Joãozinho de Dagmar
JOSÉ WILKER – Tião Socó
BRUNA LOMBARDI – Gardênia
LIMA DUARTE – Coronel Hildázio Junqueira
VERA HOLTZ – Florisbela Mendonça
MAURÍCIO MATTAR – Rosalvo
PALOMA DUARTE – Letícia
GUILHERME FONTES – Josias
OTÁVIO AUGUSTO – Tonico Laranjeira
ÂNGELA VIEIRA – Margarida
PATRÍCIA FRANÇA – Lucilene
MARCOS WINTER – Nado
PEDRO PAULO RANGEL – Mudinho
TOTIA MEIRELLES – Cacilda
MÁRIO BORGES – Joca
RENATA DUTRA – Fabiana
EDUARDO GALVÃO – Otávio
NORTON NASCIMENTO – Frei Eusébio
TATIANA ISSA – Maria do Socorro
OSWALDO LOUREIRO – Delegado Romildo Galvão
ALÉXIA DESCHAMPS – Valdete
ISABEL FILLARDIS – Marialva
LUCIANA COUTINHO – Jaciara
LÚCIA ALVES – Fafá Badaró
CININHA DE PAULA – Zizí Badaró
RICARDO BLAT – Emiliano
CARLOS VEREZA – Dr. Pestana
BERNADETE LYS – Elisa
RENATA LIMA – Dalva
TAMARA TAXMAN – Clotilde
MARCELO FARIA – Maninho
TATO GABUS – Vadeco
MARILÚ BUENO – Dagmar
CARLOS GREGÓRIO – Michel Renault
FÁTIMA FREIRE – Marieta
TONICO PEREIRA – Chico Veloso
CLEYDE BLOTA – Creusa
WÁLTER SANTOS – Juvenal
ESTELITA BELL – Maria Chupeta
ARIEL COELHO – Dr. Yan
FERNANDA LOBO – Helô (Heloneida)
CLARICE NISKIER – Belmira
CLÁUDIO TOVAR – Juanito
DAVID BRASIL – Gisele
ANDRÉA MURUCCI – Zulmira
e
ALMIR RIBEIRO – garoto
ANDRÉA MELLO – mulher na fila de Joãozinho de Dagmar
ÂNGELA BRITTO – secretária da prefeitura
ARTHUR COSTA FILHO – um dos músicos do bordel
BEIJA-FLOR – Coice de Mula
CARLA BRANDÃO – mulher na fila de Joãozinho de Dagmar
CAUÊ – garoto
CÉSAR AUGUSTO – guarda da boate Starlight
CÉSAR MACEDO – tocador de violão no bordel
CRISTINA PROCHASKA – advogada de defesa
EUNICE GONÇALVES – beata
FERNANDO LÚCIO – garoto
GILDA NERY – beata
GISELE FERREIRA – beata
GISELE SUMAR – empregada de Florisbela
ILDA REIS – empregada de Tião Socó
JAYME DEL CUETO – secretário
JOÃO PHELLIPPE – coroinha
JOSÉ AUGUSTO BRANCO – advogado de Josias
LÍVIA ARCHER – filha do delegado Galvão
MÁRIO LAGO – Frei Luiz (conselheiro de Frei Eusébio)
MAURO MENDONÇA – advogado de defesa
MILTON GONÇALVES – juiz
MIRELY POLANK – beata
RAPHAELA FREITAS – filha do delegado Galvão
RODOLFO BOTTINO – promotor
SIMONE AMARAL – enfermeira
STEFAN ARCHER – filho do delegado Galvão
TECA MACEDO – enfermeira
THYAGO MOACIR – filho do delegado Galvão
WALDIR AMÂNCIO – secretário
– núcleo de JOÃOZINHO DE DAGMAR (Paulo Betti), guru, vidente e paranormal que prevê a iminência do fim do mundo, pondo a cidadezinha de Tabacópolis em polvorosa:
a mãe DAGMAR (Marilu Bueno), única que tem influência sobre ele
as três belas mulheres com quem vivia: MARIALVA (Isabel Filardis), JACIARA (Luciana Coutinho) e VALDETE (Alexia Deschamps);
– núcleo de TIÃO SOCÓ (José Wilker), plantador de tabaco, proprietário da Socó S.A, deputado e figura importante em Tabacópolis. Impotente sexualmente, tem um desejo reprimido pela bela cunhada:
a mulher MARGARIDA (Ângela Vieira)
as filhas LETÍCIA (Paloma Duarte) e MARIA DO SOCORRO (Tatiana Issa)
a cunhada GARDÊNIA (Bruna Lombardi), irmã de Margarida, a quem sempre desejou
o cunhado TONICO LARANJEIRA (Otávio Augusto), marido de Gardênia, extremamente ciumento. Dono do único jornal da cidade, a Tribuna de Tabacópolis
o capataz JUVENAL (Valter Santos).
– núcleo de FLORISBELA MENDONÇA (Vera Holtz), prefeita de Tabacópolis, mulher autoritária, de pulso firme:
o marido JOCA (Mário Borges), submisso
os filhos NADO (Marcos Winter), músico viciado em drogas, e FABIANA (Renata Dutra), que trabalha na Tribuna
a irmã ELIZA (Bernadete Lys), obsessiva com sujeira.
– núcleo do CORONEL HILDÁZIO JUNQUEIRA (Lima Duarte), um dos fundadores da cidade, inimigo de Florisbela, a quem culpa pelo suicídio do filho:
a nora CLOTILDE (Tamara Taxman), viúva de seu filho
os netos, filhos de Clotilde, JOSIAS (Guilherme Fontes), noivo de Letícia; MANINHO (Marcelo Faria), mau caráter, e DALVA (Renata Lima)
o peão ROSALVO (Maurício Mattar), que se envolve com Letícia, noiva do patrão, e paga um alto preço por isso
o namorado de Dalva, OTÁVIO (Eduardo Galvão), médico idealista que luta contra o descaso das autoridades.
– núcleo de LUCILENE (Patrícia França), cantora da Boate Starlight, namorada de Nado, mas se envolve com Maninho quando o namorado, através de uma armação, é preso injustamente:
o irmão VADECO (Tato Gabus Mendes), oportunista que se casa com Dagmar e se aproveita da “visão” de Joãozinho para vender terrenos no céu
o amigo MUDINHO (Pedro Paulo Rangel), seu confidente que vivia nas ruas pedindo esmolas.
– núcleo de FREI EUZÉBIO (Norton Nascimento), pároco da Igreja que entra em conflito ao se apaixonar por Maria do Socorro, uma de suas fiéis:
o conselheiro FREI LUÍS (Mário Lago).
– núcleo das irmãs Badaró, ZIZI (Cininha de Paula) e FAFÁ (Lúcia Alves), solteironas fofoqueiras, religiosas e reprimidas sexualmente:
o primo EMILIANO (Ricardo Blat), esquizofrênico que alterna distúrbios e lucidez. As primas se “aproveitam” da loucura dele.
– núcleo do cientista MICHEL RENAULT (Carlos Gregório), que chega à cidade para realizar uma pesquisa na “Gruta do Amor”:
a mulher CACILDA (Totia Meirelles), sexóloga que estuda o comportamento dos moradores de Tabacópolis.
– demais personagens:
DR. PESTAVA (Carlos Vereza), diretor de um hospício que se envolve com Eliza;
DELEGADO ROMILDO GALVÃO (Oswaldo Loureiro)
CHICO VELOSO (Tonico Pereira), jornalista da Tribuna.
Tapa-buraco
Dias Gomes havia escrito O Fim do Mundo para apresentá-la como minissérie, mas ela acabou lançada como mininovela, exibida como tapa-buraco.
A nomenclatura “mininovela” se justifica não só pela quantidade de capítulos (35), mas também pela faixa em que a atração foi ao ar: o tradicional horário das oito da noite, de novelas. Se tivesse sido exibida mais tarde, certamente seria chamada de minissérie.
A novela O Rei do Gado (de Benedito Ruy Barbosa) seria a substituta de Explode Coração (de Glória Perez), mas atrasos na produção a impossibilitaram de estrear na data desejada. A solução foi pegar o texto que Dias havia escrito para ser uma minissérie e entregar a direção para Paulo Ubiratan. A hipótese de espichar a trama de Glória chegou a ser cogitada, mas a emissora a descartou, pois tinha assumido o compromisso de liberar a novelista no início de maio de 1996, para o julgamento dos acusados do assassinato de sua filha, a atriz Daniella Perez (assassinato ocorrido em 1992).
O Fim do Mundo foi lançada com grande publicidade: “uma supernovela em 35 capítulos”. Manteve a audiência do horário, mas de “super” não trouxe nada, a não ser o característico universo de Dias Gomes. Ainda assim, conseguiu despertar no público o interesse pelo apocalipse – como a própria letra da música da abertura sugeria: “O que você faria se só te restasse esse dia?”
Elenco
Bom trabalho de Paulo Betti, que encarnou o místico-médium-vidente-guru-bruxo Joãozinho de Dagmar, que exalava perfume, entortava garfos e tinha premonições e receitas polêmicas para curar os males do povo.
A novela terminou com uma homenagem ao camera-man Custódio Ferreira, o Negão, que morrera logo depois de terminar de filmar o último capítulo, em um acidente automobilístico, voltando da locação da novela em Vassouras, no interior do Rio de Janeiro. (Site Memória Globo)
Efeitos especiais
Para cuidar dos efeitos especiais, montou-se uma produção paralela. Pela primeira vez em uma telenovela, criaram-se objetos e animais virtuais em três plataformas de computadores. Para as gravações do cataclismo, foi feita uma maquete dez vezes menor que a cidade cenográfica.
Entre os trabalhos da equipe de efeitos especiais – comandada pelo chefe da Coordenação de Efeitos Visuais, Paulo Badaró – estavam: postes caindo, carros tragados pela terra, raios, trovões, a torre da igreja que foi construída torta e que um raio a colocou no lugar, o OVNI que caiu, a segunda cabeça de um bezerro, furacões, o céu incandescente, as cenas que pareciam ter sido feitas à luz da lua, etc.
Locações
As cenas externas foram gravadas em diversas locações, como Vassouras (RJ), Gruta de Maquiné e Carrancas (MG) e o interior da Bahia, em uma fábrica de charutos. Também foi construída no Projac (RJ) uma cidade cenográfica que ocupou uma área de 35 mil metros quadrados.
Repetecos
O Fim do Mundo foi reprisada de 15/08 a 29/09/2000 (em forma compacta) apenas para o Distrito Federal, após o Jornal Nacional, no horário em que no resto do país era exibido o Horário Eleitoral Gratuito.
E novamente O Fim do Mundo serviu como um tapa-buraco: foi reprisada no Viva (canal de TV por assinatura pertencente ao Grupo Globo), entre 18/12/2017 e 29/01/2018 (às 23h30, com repeteco às 13h30 do dia seguinte), para cobrir o período de final de ano, evitando assim a estreia de uma novela longa durante as festas de Natal e Ano Novo.
A novela foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming do Grupo Globo) em 13/03/2023.
E mais
No mesmo dia da estreia de O Fim do Mundo (06/05/1996) na Globo, às 20h30, a concorrente SBT lançou três novelas, em horários diversos: Colégio Brasil, às 18h30, Antônio Alves, Taxista, às 20h, e Razão de Viver, às 21h.
A temática “fim do mundo” voltou a ser abordada na série Como Aproveitar o Fim do Mundo, de Fernanda Young e Alexandre Machado, exibida em 2012. Ainda na novela Apocalipse (2017-2018), da Record TV, inspirada no livro da Bíblia.
01. O ÚLTIMO DIA – Paulinho Moska (tema de abertura)
02. SOLIDÃO – Alceu Valença (tema de Nado)
03. TEU CAFUNÉ – Maurício Mattar (tema de Rosalvo)
04. BELÍSSIMA (SEI BELÍSSIMA) – Vanessa Barum (tema de Gardênia)
05. E… O MUNDO NÃO SE ACABOU – Adriana Calcanhoto (tema geral e tema das vinhetas de intervalo)
06. BALADA DO LOUCO – Arnaldo Baptista (tema de Emiliano)
07. NOSSA PAIXÃO – Selma Reis (tema de Otávio e Fabiana)
08. PROFETAS – Zé Ramalho (tema de Joãozinho de Dagmar)
09. MATANDO A PAU – Simone Moreno (tema de Florisbela)
10. LENDA PESSOAL – Tânia Maya (tema de Frei Eusébio e Socorro)
11. SÓ LOUCO / NÃO TEM SOLUÇÃO / NEM EU – Patrícia França (tema de Lucilene)
12. RAIOS DA MANHÃ – Jorge Vercilo (tema de Letícia)
13. LESTE – Guilherme Dias Gomes (tema de Tião Socó)
Produção musical: Guilherme Dias Gomes
Direção musical: Mariozinho Rocha
Tema de abertura: O ÚLTIMO DIA – Paulinho Moska
Meu amor, o que você faria
Se só te restasse um dia
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia?
Corria prum shopping center
Ou para uma academia
Pra se esquecer que não dá tempo
Pro tempo que já se perdia
Andava pelado na chuva?
Corria pro meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?
Meu amor, o que você faria, hein?
O que você faria?
Abria a porta do hospício
Trancava a da delegacia?
Dinamitava o meu carro?
Parava o tráfego e ria?
Meu amor, o que você faria
Se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?…
“Não existem loucos, existem dissidentes”, como sempre falava o personagem Dr. Pestana
Novela extremamente ousada pro horário das 20h (até porque não era essa a ideia inicialmente). Trama absurdista, personagens totalmente xaropes, assuntos como sexualidade, abuso sexual, aborto, antimanicomialismo, seitas, tratados na lata, sem nenhuma delicadeza (o que as vezes foi positivo, outras vezes não). O núcleo das irmãs Badaró era uma bagunça freudiana e inclusive gerou um diálogo que eu acho bem problemático, mas enfim.
Recomendo, não é pra qualquer um, mas vale dar uma olhada.
Uma pena o Dias Gomes encerrar a sua carreira na TV com esse tapa-buraco, que serviu pra isso mesmo, como se fosse um Chaves da Globo..
Tentativa do Dias Gomes de recriar seu universo (de Saramandaia, Roque Santeiro, O Bem Amado) sem sucesso.
Era boazinha… mas só. Até levantou um burburinho sobre o fim do mundo, na época. Nada mais. Se fosse exibida mais tarde, como minissérie, provável que tivesse sido um fracasso de audiência.
Na época eu só não assisti por causa da escola a noite, se não com certeza teria assistido. E no momento não tenho o minímo interesse e vontade em assistir.
Gostei. Em 1996, falava-se pouco sobre “o fim do mundo”. E a proposta de ser uma novela com apenas 35 capítulos, foi algo atípico e muito interessante. Muito bom rever a trama no Viva também, visto que ela nunca havia sido reprisada. Poderia ter sido uma novela de 150/180 capítulos.
Um pouco incômoda numa época em que as pessoas achavam que o mundo ia acabar em 2000. Torçi até o fim para que as coisas tomassem outro rumo, mas ainda bem que na vida real sim, apesar do encaminhamento para o caos que continuou e continua em andamento.