Sinopse

Odorico Paraguaçu (Marco Nanini), prefeito da cidadezinha de Sucupira, tem como meta prioritária em sua administração a inauguração de um cemitério. É apoiado pelas irmãs Cajazeiras – Dorotéia (Zezé Polessa), Dulcinéia (Andréa Beltrão) e Judicéia (Drica Moraes) -, com as quais mantém relações muito próximas.

Odorico tem em Vladimir (Tonico Pereira), dono do único jornal da cidade, seu principal opositor. A trama é narrada por Neco Pedreira (Caio Blat), rapaz que se apaixona por Violeta (Maria Flor), filha do prefeito, moça moderna que estuda na capital. Os dois vivem um romance proibido enquanto Odorico sonha em abrir o cemitério municipal.

Por falta de defunto, o prefeito nunca consegue realizar sua meta. Odorico arma situações para que alguém morra. Inclusive importando um moribundo, Ernesto (Bruno Garcia), que não morre, e contratando Zeca Diabo (José Wilker), matador responsável pela morte de seu antecessor na prefeitura.

Globo – 23h
de 18 a 21 de janeiro de 2011
4 capítulos

baseada na obra de Dias Gomes
roteiro de Guel Arraes e Cláudio Paiva
direção de Guel Arraes
produção de Paula Lavigne

MARCO NANINI – Odorico Paraguaçu
JOSÉ WILKER – Zeca Diabo
MATHEUS NACHTERGAELE – Dirceu Borboleta
CAIO BLAT – Neco Pedreira
MARIA FLOR – Violeta
ZEZÉ POLESSA – Dorotéia Cajazeir
ANDRÉA BELTRÃO – Dulcinéia Cajazeira
DRICA MORAES – Judicéia Cajazeira
TONICO PEREIRA – Vladimir
EDMILSON BARROS – Chico Moleza
BRUNO GARCIA – Ernesto

Antecedentes

Terceira vez que a televisão apresenta a adaptação da peça “Odorico, O Bem-Amado, e os Mistérios do Amor e da Morte”, de Dias Gomes, encenada pela primeira vez em 1969, depois de sete anos engavetada.

Em 1973, foi ao ar a novela que marcou a TV brasileira, estrelada por Paulo Gracindo (Odorico Paraguaçu), Lima Duarte (Zeca Diabo), Emiliano Queiroz (Dirceu Borboleta) e outros. Entre 1980 e 1984, a Globo levou ao ar o seriado, com parte do elenco da novela original.

Em 2010, a história de Dias Gomes chegou aos cinemas no filme de Guel Arraes, produzido por Paula Lavigne. A Globo então apresentou o filme em 2011 em formato de minissérie, dividido em 4 capítulos.

Adaptação

Marco Nanini já havia vivido o prefeito Odorico Paraguaçu no teatro. O ator narrou como o personagem caiu em suas mãos:
“O Bem-Amado apareceu na minha vida de uma forma engraçada porque primeiro o Guel me sondou para fazer um filme produzido por Paula Lavigne e havia uma possibilidade para se tornar série para TV. O assunto ficou em banho-maria por muito tempo, até que eu resolvi montar no teatro, o que foi a fonte de tudo: a peça.”

Sobre a história, comentou Guel Arraes, diretor e idealizador do projeto:
“A história se passa na época que foi escrita, entre 61 e 64, mas na verdade esse é só um pretexto para falar dos dias de hoje. Então você termina atualizando, fingindo que está fazendo uma coisa de época. Então, pegando o exemplo das personagens das Cajazeiras, que eram muito mais umas beatas… Elas estão muito mais parecidas com peruas. São como as peruas pioneiras, as grã-finas, tem outro contexto. O próprio Odorico Paraguaçu, que é o prefeito, ele não é aquele coronel que na época que a peça foi escrita representava um pouco o atraso. Hoje em dia esse personagem está tão longínquo, que fazer um coronel de paletó branco e outras coisas, tornaria muito arcaica a obra.
Então o Odorico, sem ser nenhum político atual, ele é muito mais urbano, muito mais um bacharel que assimilou mal a faculdade, que fala difícil para impressionar do que aquele “coronelzão”. Tem também um personagem que é um vilão de esquerda, uma esquerda raivosa, que acho uma crítica possível de fazer hoje em dia. Na época não se podia, os intelectuais eram todos de esquerda, a esquerda era uma heroína e hoje em dia já se relativiza um pouco mais e se pode satirizar também a esquerda. Então a atualidade trouxe muitos elementos para acrescentar a nova leitura.”

Novela x minissérie

Na novela, a filha de Odorico se chamava Telma (interpretada por Sandra Bréa) e se envolvia com o médico Juarez Leão (Jardel Filho). Nesta versão, Telma era Violeta (Maria Flor) e se envolvia com o jornalista Neco Pedreira (Caio Blat), que na novela original foi vivido pelo ator Carlos Eduardo Dolabella.

O personagem Vladimir (Tonico Pereira) não existia na novela. Ele representa a oposição política a Odorico Paraguaçu. Na novela, a oposição era representada por Donana Medrado (Zilka Salaberry) e Lulu Gouveia (Lutero Luiz), personagens que nao existiram no filme de Guel Arraes.

Chico Moleza, o coveiro de Sucupira, foi vivido no filme por Edmilson Barros. Este personagem era a junção de dois que já existiam na novela: Chico Moleza, vivido por Antônio Ganzarolli, e Nezinho do Jegue, vivido por Wilson Aguiar. Sobre os personagens, comentou Edmilson Barros:
“Tanto na novela quanto no seriado tinha o Nezinho do Jegue que quando estava sóbrio ele elogiava Odorico e quando bebia, se exaltava e xingava Odorico. Fui chamado pelo Guel para fazer Chico Moleza, mas quando li o roteiro me encantei muito pelas piadas de Nezinho. Como ainda não tinha ator escalado para o papel, propus que Chico e Nezinho fossem irmãos gêmeos. No final da primeira leitura fiquei com aquele sentimento de querer fazer o Nezinho, mas Guel não tinha gostado muito da ideia dos dois serem gêmeos. Quando fui acertar os últimos detalhes para começar a filmar fui informado pela equipe que Guel reescreveu o personagem e juntou as características dos dois personagens. Então o personagem ficou muito rico, maravilhoso, é diversão pura!”

bemamadomint
01. ESTA TERRA
02. A VIDA É RUIM
03. CARCARÁ
04. NOSSA CANÇÃO
05. JINGLE DE ODORICO
06. BOOGIE SEM NOME
07. CHACHACHÁ DAS CAJAZEIRAS
08. CAJAZEIRA TENTAÇÃO
09. A BANDEIRA DO MEU PARTIDO
10. A VIDA É RUIM (instrumental)

A trilha conta com os artistas Caetano Veloso, Mauro Lima e Berna Ceppas
e tem participações especiais de Zé Ramalho, Mallu Magalhães, Jorge Mautner e Zélia Duncan.

Tema de abertura: JINGLE DE ODORICO

O bem-amado
O grande líder
Ele é o salvador
O povo não esquece
O povo tem memória
Ainda bem que ele voltou!

O patrão, o empregado
O analfabeto, o doutor
Seja macho ou seja fêmea
Seja o bicho que for!

Quem vê o lado pobre
Não esquece do rico
É o Odorico!
Ladrão, covarde
Tudo isso é mexerico
É o Odorico!

Veja também

  • bemamado_novela

O Bem-Amado (a novela)

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O Bem-Amado (a série)