Sinopse
Helena começa a questionar se é feliz em seu casamento com Téo. Tem uma vida regrada, vive um relacionamento estável, sem grandes brigas, mas também sem muita paixão. O casal tem um filho pequeno, Lucas. Ela dirige a Escola Ribeiro Alves (ERA), propriedade de seu marido e da sua cunhada Lorena. Téo é saxofonista de uma banda de jazz. A crooner da banda é a amiga Pérola, com quem ele teve uma filha no passado, Luciana.
Hilda e Heloísa, as irmãs de Helena, também são casadas e amam seus maridos, cada uma à sua maneira. Hilda é uma mulher segura e vive um casamento feliz com Leandro, mas sua felicidade será abalada com a descoberta de uma doença. Já Heloísa é problemática e tem um ciúme doentio de Sérgio, que beira a insanidade. As três irmãs são grandes amigas e compartilham suas angústias e dúvidas a respeito do futuro e felicidade.
O reencontro de Helena com um antigo namorado, César, a fará questionar suas escolhas: talvez ela tenha se casado com o homem errado… Quando conheceu Téo, Helena deixou César para se casar com o músico e não o reencontrou mais. Mas ela recebe a notícia de que ele está morando no Rio de Janeiro, que ficou viúvo, que é neurocirurgião na clínica onde sua enteada Luciana trabalha, e que a filha dele, Marcinha, é aluna da ERA.
No passado, César se sentiu preterido e enganado por Helena. Com o passar dos anos, o médico se transformou em um homem duro e temido pelos que trabalham com ele. Viúvo, tem uma relação instável com o filho Rodrigo, que o acusa da infelicidade da mãe recém-falecida, e não aceita sua relação com Laura, companheira de trabalho. Mas Laura será trocada pela bela médica Luciana, que chamou a atenção de César.
Para aumentar suas incertezas sobre o futuro de seu casamento, Helena passa a desconfiar de um caso de Téo com uma certa Fernanda. Na verdade, não há mais nada entre os dois, mas Lucas, filho adotivo de Helena e Téo, é fruto desse antigo caso, fato que Helena desconhecia. Com o passar do tempo e a morte de Fernanda, vítima de uma bala perdida, Helena descobrirá a real paternidade do filho adotivo.
Lorena, irmã de Téo, já foi professora, mas decidiu delegar para a cunhada a direção de sua escola. Foi casada com Rafael, com quem teve dois filhos, Vidinha e Diogo, ele, recém-casado com Marina, apaixonada por ele e louca de ciúmes por causa de Luciana, prima de Diogo com quem ele teve uma relação mal-resolvida. Lorena desperta para a paixão ao conhecer Expedito, filho de um empregado, um rapaz bem mais jovem que ela.
Raquel é outra mulher que se vê envolvida por um homem mais jovem. Professora de Educação Física, ela troca São Paulo pelo Rio na esperança de mudar de vida. Vai buscar uma oportunidade na ERA e se depara com o adolescente Fred, que se apaixona pela nova professora. Mas este caso ainda vai enfrentar um sério obstáculo: o violento Marcos, ex-marido de Raquel que chega ao Rio em seu encalço para atormentar sua vida.
CHRISTIANE TORLONI – Helena
JOSÉ MAYER – César
TONY RAMOS – Téo
SUSANA VIEIRA – Lorena
GIULIA GAM – Heloísa
MARCELLO ANTONY – Sérgio
HELENA RANALDI – Raquel
DAN STULBACH – Marcos
CAROLINA DIECKMANN – Edwiges
ERIK MARMO – Cláudio
CAMILA PITANGA – Luciana
RODRIGO SANTORO – Diogo
VANESSA GERBELLI – Fernanda
VERA HOLTZ – Santana
LAVÍNIA VLASAK – Estela de Azevedo Franco
NICOLA SIRI – Padre Pedro
REGIANE ALVES – Dóris
MARCOS CARUSO – Carlão
MARTHA MELLINGER – Irene
OSWALDO LOUZADA – Leopoldo
CARMEM SILVA – Flora
MARIA PADILHA – Hilda
EDUARDO LAGO – Leandro
CAROLINA KASTING – Laura
PALOMA DUARTE – Marina
NATÁLIA DO VALLE – Sílvia
CLÁUDIO MARZO – Rafael
JÚLIA ALMEIDA – Vidinha
LEONARDO MIGGIORIN – Rodrigo
PITTY WEBO – Marcinha
PEDRO FURTADO – Fred
REGINA BRAGA – Ana
UMBERTO MAGNANI – Argemiro
RAFAEL CALOMENI – Expedito
CAROL CASTRO – Gracinha
SERAFIM GONZALEZ – Dr. Onofre Moretti
MARLY BUENO – Marta
ANA ROBERTA GUALDA – Paulinha
TIÃO D’AVILA – Osvaldo
ALINNE MORAES – Clara
PAULA PICARELLI – Rafaela
MANOELITA LUSTOSA – Inês
PAULO CORONATO – Caetano
RENATA PITANGA – Shirley
GUILHERMINA GUINLE – Rosinha
XUXA LOPES – Leila
ELISA LUCINDA – Pérola (Rita de Cássia)
LAÉRCIO DE FREITAS – Ataulfo
DANIEL ZETTEL – Carlinhos
GISELLE POLICARPO – Elisa
WALDEREZ DE BARROS – Alzira
SÔNIA GUEDES – Matilde
PAULO FIGUEIREDO – Afrânio
JOANA MEDEIROS – Leonora
LAURA LUSTOSA – Margareth
ROBERTA RODRIGUES – Zilda
LICA OLIVEIRA – Adelaide
ROBERTO FROTA – Lobato
SHEILA MATTOS – Celeste
TILA TEIXEIRA – Tereza
CRISTINA FAGUNDES – Vilma
ARLETE HERINGER – Ivone
as crianças
BRUNA MARQUEZINE – Salete (filha de Téo e Fernanda)
VICTOR CUGULA – Lucas (filho de Téo e Helena)
e
ADRIANO GARIB – motorista do carro no qual Dóris bate quando está passeando com o carro de Estela
ALCEMAR VIEIRA – amigo de Diogo
ALESSANDRA COLASSANTI – Rebeca (funcionária da joalheria do hotel, amante de Afrânio)
ALEXANDRE BARBALHO – médico com Luciana no Hospital Miguel Couto falando sobre Fernanda
ALFREDO MARTINS – Evaristo (advogado do dono da chácara onde vive o Padre Pedro, negocia com Estela a venda do imóvel)
ALMIR MARTINS – taxista que leva Cláudio, Edwiges e o cachorro Bruce para o veterinário
ANA BARROSO – Monique (recepcionista na clínica do Dr. Moretti)
ANA PAULA BOUZAS como ela mesma, na peça assistida por Carlão e Irene
ANDRÉA BASSIT – Marli (empregada de Heloísa)
ANDRÉ BICUDO – Lacerda (professor da ERA)
ANDRÉ PIMENTEL – garçom com quem Raquel esbarra no corredor do hotel quando fugia de Marcos
ANDRÉ SALVADOR – motorista do táxi que Vilma e Natália pegam após visitar Fernanda no hospital
ÂNGELA RABELO – vizinha de Raquel
ANNA AGUIAR como ela mesma, na peça assistida por Carlão e Irene
ANTÔNIO CARLOS FEIO – oficial de justiça que entrega uma intimação a Marcos
ANTÔNIO MENDEL – Afonso (porteiro do prédio onde Cláudio tem um apartamento e coloca Gracinha e seus pais)
ARTHUR LOPES – anjo que aparece para Salete
ASSAYO HORISAWA – Chica (empregada de César)
BEATRIZ LYRA – amiga de Marta
BERNARDO MARINHO – filho de uma paciente da clínica do Dr. Moretti já falecida
BETA PEREZ – Simone (funcionária da delicatessen de Hilda)
BETO BELLINI – homem na orla que faz piadas sobre a batida de carro causada por Dóris
BRUNO PADILHA – Miguel (médico na clínica de César)
CACÁ AMARAL – juiz de paz que realiza o casamento de Helena e César
CACO BARESI – Orlando (marido de Celeste, pai de Gracinha, empregado na casa de Onofre)
CARLA RIBAS – Rosana (participante do MADA)
CARLA SOUZA LIMA – Carlota (produtora de moda que lança Expedito)
CARLOS SANTIAGO RIBEIRO como ele mesmo, com a mulher Cleyde, pais da menina Gabriela, morta e um tiroteio, dando depoimento
CAROL MACHADO como ela mesma, na peça assistida por Carlão e Irene
CAROL MONAAN – Cristina (funcionária da agência de turismo de Afrânio)
CHARLES MYARA – mestre de cerimônia na quermesse realizada na ERA
CHICO EXPEDITO – motorista de ônibus que destrata Leopoldo e Flora
CHRIS BONNA – Isabel (primeira esposa de César, morre no primeiro capítulo)
CHRISTIANE ALVES – Drª Natália (médica de Salete)
CLÁUDIA ABREU – Pluft na peça Pluft, o Fantasminha, que Téo leva Lucas para assistir
CLÁUDIO AMADO – funcionário do hotel
CLÁUDIO CINTI – operário na estrada onde Estela sofre um acidente
CLEYDE RIBEIRO como ela mesma, com o marido Carlos, pais da menina Gabriela, morta e um tiroteio, dando depoimento
CYRIA COENTRO – Janete (participante do MADA)
DAVID HERMAN – Roberto (pai de Clara, marido de Margareth)
DEIWIS JAMAICA – primo de Jeremias no batizado de seu filho com Sônia
DIEGO GONÇALVES – Jairo (filho de Pérola e Ataulfo)
DJA MARTHINS – camareira do hotel a quem Marcos atende a porta nu
EDI BOTELHO – médico de quem Luciana discorda sobre um procedimento a ser realizado em um paciente em coma
EDSON SILVA – Cleber (empregado da casa de Lorena em Petrópolis)
EDUARDO CANUTO – socorre Heloísa quando ela bate o carro
EDUARDO ESTRELA – Amadeu (porteiro no prédio de Helena)
EMÍLIO DI BIASI – mastologista a quem Hilda apresenta seus exames
ESTER JABLONSKI – Isabel (terapeuta de Santana)
EVANDRO HERMÍNIO – PM que reconhece Téo quando ele é colocado na ambulância após o tiroteio na rua
FABIANA KARLA – Célia (empregada de Lorena)
FÁBIO JUNQUEIRA – Dr. Marcondes (médico na clínica de César)
FELIPE PORTO – um dos ladrões no tiroteio com a polícia que culmina com Téo e Fernanda baleados
FERNANDO VIEIRA como ele mesmo, na peça assistida por Carlão e Irene
FREDERICO LESSA – Antônio (recepcionista do hotel)
GILBERTO MARMOROSH – médico na clínica do Dr. Moretti
GILBERTO MIRANDA – Severino (porteiro do prédio onde moram os pais de Clara)
GIOVANNA DE TONI – Telma (promoter que organiza o casamento de Diogo e Marina no primeiro capítulo)
GUILHERME CAILLAUX – Reizinho (bellboy do hotel)
HARILDO DEDA – paciente de César que lhe presenteia com um pote de cocadas
HENRIQUE TAXMAN – médico na clínica do Dr. Moretti
HYLKA MARIA – Cleide (empregada da casa de Lorena em Petrópolis)
IGOR COTRIM – Romeu (um namorado de Dóris)
ILDECÉLIA SANTOS – Maria (empregada de Helena)
ISABELA LOBATO – Selma (empregada de Leonora)
IVAN GRADIM – PM na estrada após o acidente de Estela, barra a passagem do Padre Pedro
JACKIE SILVA como ela mesma, jogadora de vôlei na turma da terceira idade da qual participam Flora e Leopoldo
JARBAS TOLEDO – paquera Dóris e rouba as joias que Estela lhe deu
JAVIER GOMES – amante mexicano de Helena
JITMAN VIBRANOVSKY – médico que atende Vidinha depois de ela quase ser atropelada por Heloísa
JOÃO JÚNIOR – Martins (porteiro no prédio de Raquel)
JORGE COUTINHO – pai de Jeremias no batizado de seu filho com Sônia
JORGE MEDINA – funcionário da loja de motos de Cláudio e Diogo
JOTA FARIAS – um dos ladrões no tiroteio com a polícia que culmina com Téo e Fernanda baleados
JOYCE DE OLIVEIRA – beata amiga da Alzira
JÚLIA IANINA – Vera (integrante das reuniões do MADA)
JULIANA ARARIPE – Luísa (amiga de Daniele, juntas abordam Diogo durante o café da manhã no hotel)
JULIANA DIDONE – Luiza (aluna da ERA)
JULIANA LINARES – Adriana (antiga amiga de Heloísa que a vê parada diante do MADA)
JULIANA MESQUITA – Renatinha
KENIA COSTA – atende Raquel e Helena quando elas estão na Delegacia da Mulher para denunciar Marcos
LÉO WEINER – Dr. Monteiro (anestesista na clínica do Dr. Moretti)
LIUBA FRANKENTHAL – da turma de ginástica na praia com Flora e Leopoldo
LORENA SILVA – inspetora da Delegacia da Mulher que toma o depoimento de Marcos
LOUISE CARDOSO – mãe de Pluft na peça Pluft, o Fantasminha, que Téo leva Lucas para assistir
LUCA BIANCHI – Alcides (barman no hotel)
LUCAS MARGUTTI – Railson (funcionário da livraria do hotel)
LUCIANA FREGOLENTE – amiga de Estela, com ela depois do leilão em que doou roupas
LUCIANA RIGUEIRA – Odete (empregada de Hilda)
LUCIELLE DI CAMARGO – Dirce (telefonista do hotel)
LÚCIO FERNANDES – um dos rapazes que chegam com Estela, Dóris e Vidinha em uma reunião na casa de Lorena
MARCEL MIRANDA – Washington (filho de Caetano e Rosinha)
MARCELO CAPOBIANCO – PM que conversa com Laura após Rodrigo provocar um acidente quando a perseguia
MARCELO ESCOREL – Nestor (motorista de Marcinha)
MARCIO RICCIARD – taxista que leva Flora e Leopoldo para o Retiro dos Artistas
MARCIUS MELHEM – Otávio (marido de Adriana, amiga de Heloísa que está grávida)
MARCO ANTÔNIO GIMENEZ – Padre Olavo
MARCOS BREDA como ele mesmo, na peça assistida por Carlão e Irene
MARCOS FRANÇA – primeiro médico que atende Estela logo que ela chega na clínica após o acidente
MARCOS JOSÉ – Rogério (paramédico que atende Estela, depois Hilda)
MARIA CLARA GUEIROS – Cecília (secretária de César)
MARIANA NUNES – Francis (funcionária do hotel)
MARISE GONÇALVES – Cândida (empregada de Lorena)
MAURICIO RIBEIRO – aluno da ERA em uma reunião na biblioteca para tratar da festa de formatura
MIGUEL NADER – policial que vai a casa de Vilma saber sobre Fernanda / um dos policiais que leva a intimação a Marcos
MILTON ANDRADE – padre no funeral de Isabel
MÚCIO MEDEIROS – motorista de caminhão que leva o carro que Padre Pedro ganhou até sua igreja
MURILO ELBAS – Djalma (marido de Vilma)
NARA KAISERMAN – enfermeira na clínica do Dr. Moretti
NAURA SCHNEIDER – participante do MADA
NEYDE MOURA – mulher do paciente de César que lhe presenteia com um pote de cocadas
NICA BONFIM – camareira do hotel arrumando o quarto de Sérgio quando Heloísa vai até lá
NOEMI MARINHO – delegada da Delegacia da Mulher que interroga Marcos
OTÁVIO MENDES – Dr. Edgard (psiquiatra que avalia Heloísa depois do acidente na clínica do Dr. Moretti)
PALOMA RIANI – Patrícia (conversa com Vidinha quando ela está saindo do prédio onde mora)
PAULO CARVALHO – médico com quem Hilda faz um exame para colher material para biópsia
PAULO MATHIAS JR. – Tião (empregado da casa de Lorena em Petrópolis)
PAULO ZULU como ele mesmo
PEDRO KOSOWSKI – Beto (namorado de Elisa)
PRISCILA DIAS – Sônia (empregada de Helena)
REGIANA ANTONINI – participante do MADA
REJANE ZILLES – leiloeira quando Estela doa roupas para caridade
REMO ROCHA – um dos rapazes que chegam com Estela, Dóris e Vidinha em uma reunião na casa de Lorena
RENATA MELLO – Nair (mãe de Paulinha)
REYNALDO GIANECCHINI – Ricardo (amigo de Diogo que fica com Lorena no final)
RICARDO DUQUE – homem na orla que faz piadas sobre a batida de carro causada por Dóris
ROBERTA SANTHIAGO – babá do filho de Adriana, amiga de Heloísa
ROBERTO LOBO – viúvo de uma paciente falecida na clínica do Dr. Moretti
RODRIGO FAUSEN – Mauro (médico na clínica de César)
ROGÉRIO FALABELLA – Dr. Alfredo (médico na clínica de César)
RÔMULO SIMÕES – rapaz que assiste ao atropelamento do cachorro Bruce por Cláudio
RONALDO REIS – Robson (ascensorista do hotel)
ROSIMAR DE MELO – no Hospital Miguel Couto quando Fernanda e Téo são baleados
ROSINDA ROSA como ela mesma, no Retiro dos Artistas quando Flora e Leopoldo visitam o local
RUDY como ela mesma, cabeleireira de Lorena
SALVATORE GIULIANO – atende Edwiges quando ela vai comprar um computador
SANDRA HANSEN – Mirtes (ascensorista do hotel)
SANDRO ROCHA – homem na fila do aeroporto que reclama da demora causada pela discussão de Heloísa e Sérgio
SÉRGIO BRITTO como ele mesmo, quando Flora, Leopoldo e família vão assistir ao espetáculo Sérgio 80
SÉRGIO MONTE – PM que atende a batida de carro causada por Dóris
SÉRGIO STERN – funcionário do aeroporto que repreende Heloísa e Sérgio que estão discutindo na fila
SILVIO POZATTO – Marcelo (fotógrafo amigo de Lorena)
SYLVIO MEANDA – Eugênio (secretário de Estela)
THAISSA CARVALHO – aluna da ERA no final da quermesse conversando com Rafael, Clara e Carlinhos
VANESSA BUENO – Daniele (mulher que está no motel com Diogo no primeiro capítulo)
VERA FREITAS – Sandra
VICENTE BARCELLOS – Álvaro (patrão de Fernanda que a demite da loja)
VIRGÍNIA SALOMÉ – participante do MADA
WALDIR GOZZI – Luigi (professor da ERA)
WILLIAM TRAVASSOS – cliente de Sérgio em um almoço no hotel
WILSON CARDOZO – Jeremias (empregado no edifício de Helena, marido de Sônia)
WILSON RABELLO – conserta a máquina de lavar na casa de Irene
YOLANDA CARDOSO como ela mesma, no Retiro dos Artistas quando Flora e Leopoldo visitam o local
ZÉCARLOS MACHADO – Marcelo (pai de Fred)
Amauri (marido de Patrícia)
André (amigo de Miguel e Luciana, desperta o interesse de Dóris)
Barros de Andrade (médico na clínica de César)
Carol (colega de Fernanda na loja em que ela trabalhou)
Cátia (vendedora de uma loja de roupas de bebês que atende Marina e Diogo)
Daniel (homem do casal dono do cachorro Bruce, atropelado por Cláudio)
Dulce (mulher do casal dono do cachorro Bruce, atropelado por Cláudio)
Edinho (funcionário da loja de motos de Cláudio e Diogo)
Lívia (amiga de Estela no leilão em que ela doa roupas)
Mafalda (mulher de Cleber, empregada da casa de Lorena em Petrópolis)
Márcia (professora na aula de parto com Diogo e Marina)
Maurinho (filho de Marli e Amadeu)
Monteiro (médico do Hospital Miguel Couto, amigo de César, autoriza a transferência de Téo para a clínica de Dr. Moretti)
Walter (amigo que Téo encontra na porta do Teatro Tablado)
– núcleo de HELENA (Christiane Torloni), professora de História e diretora da Escola Ribeiro Alves, a ERA, uma das mais conceituadas do Rio de Janeiro. Mesmo sendo uma mulher confiante e segura, passa por uma fase de incertezas quanto à sua felicidade. Seus questionamentos sobre a vida conjugal ganham força quando ela reencontra um amor do passado, a quem abandonou para se casar:
o marido TÉO (Tony Ramos), músico, toca saxofone com sua banda de jazz no Nick Bar, em um famoso hotel do Leblon. É apaixonado pela mulher, embora perceba que o sentimento não é mais recíproco, devido às constantes crises na relação
o filho LUCAS (Victor Cugula), que ela acredita ser adotivo e nem imagina que ele é filho de Téo com outra mulher
as irmãs: HILDA (Maria Padilha), ponderada, sempre dá bons conselhos às irmãs. Doceira de mão cheia, tem uma delicatessen no hotel. Apaixonada pelo marido, com quem vive um casamento feliz e realizado. No decorrer da trama, descobre ter câncer de mama,
e HELOÍSA (Giulia Gam), mulher problemática e insegura. Morre de ciúmes do marido, por quem nutre uma paixão doentia, que beira a insanidade. Vive desconfiada de todas as mulheres que se aproximam dele, o que sufoca completamente a relação
os cunhados: LEANDRO (Eduardo Lago), marido de Hilda, por quem ele é apaixonado. Advogado e boa praça, também gosta de sair com os amigos e jogar vôlei na praia,
e SÉRGIO (Marcello Antony), marido de Heloísa. Arquiteto, joga vôlei com Leandro na praia. Ama a mulher, ao menos inicialmente, mas se aborrece quando ela exagera nos ciúmes
a sobrinha ELISA (Giselle Policarpo), filha de Hilda e Leandro
as empregadas MARIA (Ildecélia Santos) e SÔNIA (Priscila Dias)
os funcionários do prédio onde mora AMADEO (Eduardo Estrela) e JEREMIAS (Wilson Cardozo), marido de Sônia
a empregada de Heloísa, MARLI (Andrea Bassit).
– núcleo de CÉSAR (José Mayer), médico neurocirurgião conhecido por sua eficiência e exigência. Temido e, ao mesmo tempo, admirado por todos na clínica onde trabalha. Fica viúvo no primeiro capítulo. Grande amor do passado de Helena, a quem nunca perdoou por ter sido preterido. Ao reencontrá-la, percebe que nunca a esqueceu:
a esposa ISABEL (Chris Bonna, em participação especial), morre no início da trama
os filhos: RODRIGO (Leonardo Miggiorin), com quem tem uma relação difícil no começo, pois ele o acusa de ter sido negligente em relação à doença da mãe,
e MARCINHA (Pitty Webo), aluna da ERA. Ao contrário do irmão, mantém um bom relacionamento com o pai
a mãe MATILDE (Sônia Guedes), confidente do filho e dos netos
a amante LAURA (Carolina Kasting), médica e sua assistente. Com a morte de Isabel, cria grande expectativa de assumir seu relacionamento com ele, por quem é muito apaixonada. Porém, eles terminam e ela não aceita muito bem a situação.
– núcleo LORENA (Susana Vieira), irmã de Téo e proprietária da ERA. Não exerce mais a profissão de professora. Mulher vibrante, animada e de muitas paixões. Envolve-se com um rapaz bem mais jovem do que ela:
os filhos: DIOGO (Rodrigo Santoro), bon vivant que adora curtir a vida e as mulheres. Casa-se no início da trama, mas a relação é tempestuosa por causa do ciúme da mulher,
e VIDINHA (Júlia Almeida), de temperamento parecido com a da mãe, de quem é grande amiga. Apaixonada por Sérgio, torna-se alvo de Heloísa
a nora MARINA (Paloma Duarte), que casou-se com Diogo. Acredita que seu amor possa mudar o comportamento do marido. No entanto, passam a viver um casamento em crise
o ex-marido RAFAEL (Cláudio Marzo), com quem mantém uma ótima relação. Amigo de Téo, é gerente do hotel no Leblon onde se passa parte da trama
a amante de Rafael, LEILA (Xuxa Lopes), telefonista do hotel. Os dois têm um caso não assumido, embora todos saibam
as empregadas CÉLIA (Fabiana Karla) e CÂNDIDA (Marise Gonçalves), suas fãs.
– núcleo de LUCIANA (Camila Pitanga), filha de Téo, jovem médica residente. Com uma paixão mal resolvida há anos pelo primo Diogo, acaba envolvendo-se com César, com quem trabalha na clínica:
a mãe PÉROLA (Elisa Lucinda), cantora da banda de jazz em que Téo é saxofonista
o padrasto ATAULFO (Laércio de Freitas), marido de Pérola, maestro e companheiro de banda
o meio-irmão JAIRO (Diego Gonçalves), filho de Pérola e Ataulfo, amigo de Lucas
a amiga TEREZA (Tila Teixeira), médica com quem divide o apartamento. Trabalha com ela na clínica e se interessa por César.
– núcleo de FERNANDA (Vanessa Gerbelli), ex-prostituta com quem Téo se envolveu. É a mãe biológica de Lucas. Vive em um apartamento em Copacabana e recebe uma mesada de Téo, por quem nutre um sentimento, acreditando que um dia ele vá ficar com ela. No decorrer da trama, morre vítima de bala perdida em um tiroteio:
a filha SALETE (Bruna Marquezine), criança encantadora que adora Téo e se torna amiga de Lucas. Paira a dúvida se ela é também filha dele
a mãe INÊS (Manoelita Lustosa), mulher ambiciosa e insensível que explora a filha e, após sua morte, usa Salete para extorquir dinheiro de Téo
a amiga VILMA (Cristina Fagundes), sua vizinha.
– núcleo de EDWIGES (Carolina Dieckmann), garota de origem humilde, inteligente, trabalhadora, alegre e romântica. Deseja encontrar um amor e casar-se virgem. Passeadora de cães, também trabalha com a mãe na cantina da ERA:
os pais: ARGEMIRO (Umberto Magnani), que trabalha na fazenda de Lorena,
e ANA (Regina Braga), cantineira da Era
o irmão mais velho EXPEDITO (Rafael Calomeni), peão na fazenda de Lorena, trabalha com o pai. Jovem tímido por quem Lorena se apaixona. Os dois se casam e ela o ajuda na carreira de modelo. Quando se separam, ele se envolve com Marina.
– núcleo de CLÁUDIO (Erik Marmo), rapaz bonito e rico, disputado pelas mulheres. Aficionado por esportes radicais, tem uma loja de motos em sociedade com Diogo. Apaixona-se por Edwiges, que gosta dele, mas ela resiste a entregar-se:
os pais: ONOFRE MORETTI (Serafim Gonzalez), médico respeitado, dono da clínica onde César trabalha,
e MARTA (Marly Bueno), mulher arrogante e preconceituosa. Presta atenção nas namoradas do filho e, logicamente, não aceita Edwiges por ela ser pobre
os empregados CELESTE (Sheila Mattos) e ORLANDO (Caco Baresi), marido e mulher
a filha dos empregados, GRACINHA (Carol Castro), garota bela que apaixona-se por ele. Engravida de Cláudio, para o desespero de Edwiges e de Marta.
– núcleo de RAQUEL (Helena Ranaldi), professora de Educação Física, vem de São Paulo para o Rio de Janeiro em busca de emprego na ERA. Na verdade, acredita que mudar de cidade é um recomeço para sua vida ao se afastar do ex-marido, de quem está fugindo:
o ex-marido MARCOS (Dan Stulbach), que acaba a reencontrando. Homem violento que se esconde sob um capa de galante e gentil aos olhos dos outros. Tem ciúme doentio de Raquel, a quem persegue e espanca
o aluno FRED (Pedro Furtado), garoto discreto e tímido que vive para a natação, alvo do amor de Marcinha. Apaixona-se pela professora e os dois vivem um romance ameaçado pela ira de Marcos
a mãe de Fred, LEONORA (Joana Medeiros), que tem por ele um cuidado excessivo
a empregada e amiga IVONE (Arlete Heringer).
– núcleo de DÓRIS (Regiane Alves), moça voluntariosa, interesseira e malcriada. Não quer mais dividir o quarto com o irmão e pressiona os pais para ter um espaço próprio ou para que os avós deixem a casa, já que eles ocupam um quarto que poderia ser dela. Seu comportamento perturba toda a família, já que ela insiste em maltratar os avós:
os pais: CARLÃO (Marcos Caruso), contador desempregado, não consegue um emprego formal e vive de pequenos trabalhos. Não admite que os pais cogitem deixar sua casa, travando embates com a filha,
e IRENE (Martha Mellinger), sempre contornando as instabilidades financeiras e os problemas familiares
o irmão CARLINHOS (Daniel Zettel), aluno da ERA, com quem entra em constante atrito. Ao contrário da irmã, é muito carinhoso com os avós
os avós LEOPOLDO (Oswaldo Louzada) e FLORA (Carmem Silva), que foram atores de teatro no passado e hoje, idosos, vivem na casa do filho. Tentam ajudar a família dentro de suas possibilidades. Para não gerar atritos, sofrem calados as humilhações causadas pela neta
a empregada ZILDA (Roberta Rodrigues), alvo das investidas de Carlinhos, acaba o iniciando no sexo.
– núcleo de SILVIA (Natália do Valle), mãe de Marina, irmã de Marta. Infeliz no casamento, teme que o mesmo ocorra com a filha. Ainda bela, decide agitar sua vidinha iniciando um tórrido romance com o namorado de sua empregada:
o marido AFRÂNIO (Paulo Figueiredo), dono de uma agência de turismo. Pensa em dinheiro e negócios em primeiro lugar, em detrimento da esposa, embora mime a filha
a empregada SHIRLEY (Renata Pitanga), moça muito bonita. Não desconfia que seu namorado é casado e que também mantem um caso com sua patroa
o amante CAETANO (Paulo Coronato), taxista, namorado de Shirley. Esconde que é casado
a mulher de Caetano, ROSINHA (Guilhermina Guinle), secretária da ERA
a amante de Afrânio, REBECA (Alessandra Colassanti), funcionária da joalheria do hotel.
– núcleo de ESTELA (Lavínia Vlasak), prima de Helena, milionária excêntrica, bela, chique e divertida, que vive no hotel e promove altas festas. Amiga de Dóris, que vai trabalhar para ela. Apaixona-se perdidamente por um padre e não descansa enquanto não o conquista:
o PADRE PEDRO (Nicola Siri), italiano de ideais humanitários que realiza um trabalho assistencial a crianças. Alvo da paixão de Estela, vive uma crise interior ao tentar resistir a esse amor:
a tia do Pedro Padre, ALZIRA (Walderez de Barros), beata que o ajuda a cuidar de sua igreja
o secretário EUGÊNIO (Sylvio Meanda), faz-tudo, amigo e confidente.
– núcleo da Escola Ribeiro Alves, a ERA:
os professores: SANTANA (Vera Holtz), professora de Geografia, amiga e confidente de Helena. Carrega frustrações que desconta no alcoolismo, o que causa sérios transtornos em sua vida pessoal e profissional,
ADELAIDE (Lica Oliveira), que divide apartamento com Santana,
LOBATO (Roberto Frota), alvo do amor platônico de Santana,
LUIGI (Waldir Gozzi) e LACERDA (André Bicudo)
o porteiro OSVALDO (Tião D’Ávila), homem humilde que não teve a oportunidade de estudar, por isso orgulha-se da filha, que é aluna bolsista
a filha de Osvaldo, PAULINHA (Ana Roberta Gualda), aluna bolsista, amiga de Marcinha. Garota amargurada por ser pobre, tem vergonha e despreza o pai. Preconceituosa, arrogante e metida, pega no pé de todo mundo
as alunas CLARA (Alinne Moraes) e RAFAELA (Paula Picarelli), que mantêm um romance
os pais de Clara, ROBERTO (David Herman) e MARGARETH (Laura Lustosa), mulher homofóbica que não aceita a relação da filha.
Sucesso
O maior sucesso da TV no ano de 2003. O autor, Manoel Carlos, mobilizou o público com suas tramas envolventes e uma galeria de personagens coadjuvantes carismáticos, que chamaram mais a atenção do que a protagonista Helena, dessa vez vivida por Christiane Torloni.
Foi a última novela de Manoel Carlos com direção de núcleo de Ricardo Waddington, com quem o autor havia feito os sucessos História de Amor, Por Amor e Laços de Família, e a minissérie Presença de Anita (entre 1995 e 2001).
Após Mulheres Apaixonadas, Maneco trocou de diretor: Jayme Monjardim assinou as novelas Páginas da Vida, Viver a Vida e Em Família, e a minissérie Maysa, Quando Fala o Coração (entre 2006 e 2014).
Mulheres Apaixonadas venceu o Troféu Imprensa de melhor novela de 2003, enquanto Giulia Gam foi eleita a melhor atriz e Bruna Marquezine (aos 7 anos, em sua primeira novela) a revelação do ano na TV.
Dan Stulbach – marcado por sua atuação, lembrado até hoje pelo “personagem da raquete” – foi premiado com o Troféu Imprensa e com o APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor ator de 2003.
Revezamento de tramas
Os assuntos polêmicos do cotidiano da classe média construídos pelo autor cultivaram uma série de interrogações na cabeça do público e serviram de motor para a ótima audiência de Mulheres Apaixonadas, garantindo seu sucesso.
Com uma estrutura similar à dos seriados, a produção garantiu vários clímaces com as tramas paralelas. Todas as histórias, em determinado momento, assumiam pesos semelhantes ou até superiores aos dos conflitos da personagem principal, Helena.
O autor explicou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo):
“Minha ideia foi montar um painel. Com isso, investi num novo formato de novela, em que as histórias tinham vida própria e se entrelaçavam umas com as outras, mas corriam paralelamente. Foi muito difícil de fazer, mas muito prazeroso.”
Abordagens
Cheia de temas fortes, a novela discutiu violência doméstica, preconceito social e contra idosos, homossexualidade feminina, alcoolismo, ciúme doentio e até violência urbana e câncer.
O público sensibilizou-se com o drama da professora Raquel (Helena Ranaldi) que não conseguia se livrar do marido violento Marcos (Dan Stulbach), que a espancava com uma raquete de tênis – um instrumento que nasceu circunstancialmente, conforme disse o autor ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”:
“Eu precisava introduzir o personagem na escola onde a mulher dele era professora. Então criei um professor de tênis amador. Com isso, fiz o personagem aparecer pela primeira vez com uma raquete de tênis. Ele conversava com os alunos com aquela raquete na mão o tempo todo. (…) Daí tornou-se a marca registrada do personagem.”
Entre as novidades da trama, as adolescentes homossexuais Rafaela (Paula Picarelli) e Clara (Alinne Moraes). Na trama, o romance das meninas provocou a ira de alguns personagens. Fora das telas, uma pesquisa encomendada pela Globo comprovou a simpatia do público por elas, “desde que não houvesse cenas de beijo”. À época, essa aceitação era bastante representativa, uma vez que as lésbicas Leila (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni) da novela Torre de Babel (de 1998, cinco anos antes) causaram rejeição e tiveram de deixar a trama na explosão do shopping center da história. Mesmo assim, Rafaela e Clara tiveram um beijo no final, porém casto (um selinho) e na penumbra.
Também ficaram na memória do público: a personagem Santana (Vera Holtz), professora que enfrentou dificuldades para se livrar do vício da bebida e provocou transtornos na vida dos amigos, que a estimulavam a procurar tratamento; e o comportamento da rebelde Dóris (Regiane Alves), que não economizava esforços para maltratar os avós Leopoldo e Flora, vividos por Oswaldo Louzada e Carmem Silva.
Ficou famosa a sequência em que o pai de Dóris, Carlão (Marcos Caruso), lhe dá uma surra de cinto por causa de seu comportamento. Regiane Alves é lembrada até hoje pela sua personagem má.
Manoel Carlos fez apologia a várias causas politicamente corretas. No começo da novela, o casal de velhinhos Leopoldo e Flora fez campanha pela vacinação dos idosos contra a gripe. A discussão sobre direitos dos idosos foi parar no Congresso, em Brasília. Leopoldo e Flora também ajudaram a divulgar o Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, no Rio.
Em seguida, o drama da ciumenta Heloísa (Giulia Gam) serviu de mote para que se divulgasse o trabalho do MADA (Mulheres que Amam Demais Anônimas), um grupo de apoio à mulher.
Também a violência doméstica contra a mulher, a prevenção do câncer de mama, o alcoolismo e a impunidade foram merchandisings sociais abordados pelo autor.
De acordo com Manoel Carlos, em depoimento para o livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, muitas das histórias de Mulheres Apaixonadas eram verdadeiras. Como a do Padre Pedro, personagem de Nicola Siri, de quem o autor manteve inclusive o nome da pessoa que o inspirou:
“O Padre Pedro Maria, reitor da escola onde estudei [no interior de São Paulo], era um homem muito bonito, um espanhol de 45 anos. Ele era a paixão da cidade. Uma vez, uma menina foi ao confessionário dizer que gostava dele. Ele a expulsou de lá. A cidade inteira ficou sabendo, porque ela contou para todo mundo.”
Também a inspiração para a personagem Paulinha (Ana Roberta Gualda), que hostilizava o pai, porteiro do colégio onde estudava:
“Uma professora de meus filhos me contou que uma das suas alunas fingia não conhecer o pai, porteiro da escola na qual estudava. Fiz isso acontecer na novela. O público ficou com pavor daquela menina.”
A classe das empregadas domésticas se mobilizou por causa das cenas em que Carlinhos (Daniel Zettel) assediava Zilda (Roberta Rodrigues): o Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Jundiaí moveu ação contra a novela, mas a justiça negou o pedido.
A novela e a repercussão das tramas viraram tema de reportagem da revista americana Newsweek, publicada em julho de 2003 (Site Memória Globo). Mulheres Apaixonadas também foi capa da revista Veja.
Morte em tiroteio
O então prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, hesitou, mas acabou permitindo que fossem feitas no Leblon as gravações das cenas do tiroteio entre bandidos e polícia que culminou com os personagens Fernanda (Vanessa Gerbelli) e Téo (Tony Ramos) baleados – cenas levadas ao ar nos dias 9 (sábado) e 11/08/2003 (segunda-feira). O anúncio da reprodução do tiroteio pela novela provocou protestos de setores de turismo do Rio, temerosos de que o episódio reforçasse a imagem de insegurança da cidade.
Em consequência, ficção e realidade se misturaram no domingo do dia 14/09/2003 quando foi feita nas ruas do Rio de Janeiro a passeata Brasil Sem Armas. Lá estava parte do elenco de Mulheres Apaixonadas. O evento ganhou espaço na trama e as cenas foram apresentadas no dia seguinte.
A gravação da sequência do tiroteio aconteceu nas ruas do Leblon nos dias 05 e 07/08/2003. De acordo com a Polícia Militar, cerca de mil curiosos se reuniram para assistir, durante mais de sete horas, às gravações. A aglomeração atrapalhou o ritmo do trabalho. A equipe de produção envolveu cerca de 400 pessoas, entre as quais 200 figurantes, 5 PMs, 4 guardas municipais e 20 dublês, além de 130 carros e duas gruas. Cerca de 60 fotógrafos e jornalistas registraram as gravações. (Folha de São Paulo, 05/08/2003)
Elenco
Entre os destaques do elenco, os veteranos atores Oswaldo Louzada, que completou 91 anos durante a novela, e Carmem Silva, que completou 87, como o casal Leopoldo e Flora, que eram maltratados pela neta Dóris (Regiane Alves). O sucesso da dupla rendeu, no ano seguinte (2004), o quadro Dadá e Dedé no humorístico Zorra Total. Mulheres Apaixonadas foi a última novela dos atores. Oswaldo Louzada faleceu em 22/02/2008, aos 95 anos, de falência múltipla dos órgãos. Carmem Silva faleceu dois meses depois, em 21/04/2008, aos 92 anos, também de falência múltipla dos órgãos.
Além de ser a primeira novela de Bruna Marquezine, Mulheres Apaixonadas foi também a primeira dos atores Leonardo Miggiorin (revelado na minissérie Presença de Anita), Erik Marmo, Carol Castro, Nicola Siri, Roberta Rodrigues, Daniel Zettel e Waldir Gozzi.
Primeiro trabalho na TV de Fabiana Karla, em um pequeno papel, antes de ficar famosa como comediante de programas de humor da Globo.
Primeira novela da veterana atriz Manoelita Lustosa.
Primeira novela na Globo da atriz e cantora Elisa Lucinda e do ator (e então modelo) Rafael Calomeni.
Graças à mãozinha do autor, o maestro Laércio de Freitas e o saxofonista J. T. Meirelles, deram uma boa sacudida em suas carreiras. Os dois faziam parte do grupo de músicos do Nick Bar, um dos cenários da trama, do qual Téo (Tony Ramos) também fazia parte.
No capítulo de 12/09/2003, os personagens de Tony Ramos e Christiane Torloni discutiram a relação por exatos 18 minutos e 30 segundos. A cena durou um bloco inteiro: um dos maiores bifes (como são chamados os diálogos longos na dramaturgia) da nossa TV. (“Almanaque da Televisão Brasileira”, Bia Braune e Rixa)
Abertura e trilha sonora
A abertura da novela se assemelhava a slides de casamentos e formaturas, tendo a mulher como foco principal, em momentos especiais, de amor, paixão, afeto, felicidade e confraternização. Durante os oito meses em que Mulheres Apaixonadas esteve no ar, foram exibidas 15 aberturas diferentes. As fotos, enviadas pelos telespectadores, de mulheres anônimas, eram constantemente trocadas. Na última semana de exibição, a vinheta exibiu fotos de pessoas que trabalharam nos bastidores da trama.
Para as reprises no Viva (em 2020) e no Vale a Pena Ver de Novo (em 2023), a abertura da novela foi alterada no mesmo esquema da abertura original: o público foi estimulado a enviar fotos, que foram inseridas na nova vinheta. Tal qual na exibição original, as fotos eram trocadas de tempos em tempos.
A música-tema da abertura, o clássico “Pela Luz dos Olhos Teus” – de Vinícius de Moraes em uma gravação de Tom Jobim e Miucha – já fizera parte da trilha da novela Dona Xepa, em 1977. Em 1998, a música embalou uma vinheta da Globo que tinha como slogan “Globo, um caso de Amor com o Brasil”, com os principais rostos que representavam e emissora na época – dessa vez em uma gravação de Gal Costa e Djavan.
A Som Livre inovou ao lançar, pela primeira vez, a trilha dupla da novela no mesmo box de CDs – um com a trilha nacional e outro com a internacional -, com duas capas, com as fotos de Rodrigo Santoro e Carolina Dieckmann. O CD foi um sucesso, tendo vendido quase 600 mil cópias, um êxito para a sua época. O CD internacional, repleto de hits das FMs, impulsionou as vendas.
Animada com a repercussão, a Som Livre lançou, posteriormente, mais um CD da novela (dessa vez CD único), com músicas nacionais e estrangeiras (com a foto de Erik Marmo na capa).
Exibições
Mulheres Apaixonadas foi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo em duas ocasiões.
Exibida entre 01/09/2008 e 27/02/2009, foi um sucesso: por mais de uma vez a novela deu mais audiência que as tramas inéditas das 17, 18 e 19 horas da época – Malhação, Negócio da China e Três Irmãs.
Ganhou nova reprise entre 29/05 e 01/12/2023.
Também reprisada no Viva (canal pertencente ao Grupo Globo), entre 24/08/2020 e 17/04/2021, às 23 horas (com repeteco do capítulo às 13h30).
A novela foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming do Grupo Globo) em 10/05/2021 (depois, novamente, em 19/02/2024).
Trilha sonora nacional
01. VELHA INFÂNCIA – Tribalistas (tema de Edwiges e Cláudio)
02. SEM FANTASIA – Chico Buarque e Maria Bethânia (tema de Raquel e Fred)
03. EU E A BRISA – Márcia (tema de Lorena)
04. EU SOU ASSIM – Luiza Possi (tema de Expedito)
05. O AMOR EM PAZ – Gal Costa (tema romântico geral)
06. LUXO PESADO – Fernanda Abreu
07. PRECISO APRENDER A SER SÓ – Maria Bethânia (tema de Helena)
08. TODO ERRADO – Caetano Veloso e Jorge Mautner
09. VOCÊ – Marília Gabriela e Reynaldo Gianecchini (tema de locação: Leblon)
10. NÃO SEI COMO FOI – João Bosco e João Donato (tema de Luciana e César)
11. ONDE ANDA VOCÊ – Cauby Peixoto e Ângela Maria (tema de Silvia e Caetano)
12. MEDITAÇÃO – Nara Leão (tema geral)
13. NÃO TEM SOLUÇÃO – Nana Caymmi (tema de Silvia)
14. PELA LUZ DOS OLHOS TEUS – Tom Jobim e Miucha (tema de abertura)
15. DRUM’ N’ BOSSA – Insoul
Trilha sonora internacional
01. DON’T KNOW WHY – Norah Jones (tema de Raquel)
02. DISEASE – Matchbox Twenty (tema de Rodrigo)
03. I’M WITH YOU – Avril Lavigne (tema de Raquel e Fred)
04. NOTHING AT ALL – Santana e Musiq (tema de Heloísa)
05. YOU BELONG TO ME – Jennifer Lopez (tema geral)
06. VIVIR SIN AIRE – Maná (tema de Clara e Rafaela)
07. MISUNDERSTOOD – Bon Jovi (tema de Edwiges e Cláudio)
08. SEXED UP – Robbie Williams (tema de Diogo e Marina)
09. IMBRANATO – Tiziano Ferro (tema de Estela e Padre Pedro)
10. THE WAY YOU LOOK TONIGHT – Rod Stewart (tema de Helena, César e Téo)
11. NOCHE DE RONDA – Paolo (tema de Helena)
12. TE DEJO MADRID – Shakira (tema do núcleo jovem)
13. HURT YOU SO BAD – Crazy Town (tema de locação: ERA)
14. DANCER – Computernet (tema para as festas)
15. D-DEEP – Deep House
Sonoplastia: Nelson Zeitoune, Raphael Salles e Renato Muniz
Produção musical: Alberto Rosenblit
Direção musical: Mariozinho Rocha
Seleção de repertório: André Werneck, Manoel Carlos e Ricardo Waddington
Trilha sonora 2
01. I´VE GOT YOU UNDER MY SKIN – Diana Krall (tema de Helena e César)
02. LA VIE EN ROSE – Tony Bennett & K.d. Lang (tema de Silvia e Caetano)
03. AMOR MAIOR – Jota Quest (tema de Diogo e Luciana)
04. MAIS UMA VEZ – Renato Russo (tema de Cláudio e Edwiges)
05. THEY CAN´T TAKE THAT AWAY FROM ME – Rod Stewart (tema de Téo e Laura)
06. TELL ME ALL ABOUT IT – Natalie Cole (tema de Helena, Hilda e Heloísa)
07. FLY ME TO THE MOON – Peter Jones (tema geral)
08. DOIS RIOS – Skank (tema de Paulinha e Rodrigo)
09. INCONDICIONALMENTE – Capital Inicial (tema de Cláudio e Gracinha)
10. SERENATA AO LUAR – Paula Lima (tema de Dóris e Marcos)
11. NICK BAR – Dick Farney (tema de locação: Nick Bar)
12. ALGUÉM COMO TU – Elisa Lucinda (tema de locação: Nick Bar)
13. DE BEM COM A VIDA – Alberto Rosenblit (tema geral)
14. AS ROSAS NÃO FALAM – Leo Gandelman
15. DREAMS – Heaven
16. JAZZY + FUNKY + BOSSA = COOL!!! – Insoul (tema de locação: Hotel Praia do Leblon)
Seleção de repertório: André Werneck e Mariozinho Rocha
Supervisão: Manoel Carlos e Ricardo Waddington
Ainda
CRUISIN´ – Mr. Jam (na festa de réveillon de César)
DANCIN´ DAYS – Lulu Santos (na festa de réveillon de César)
DETALHES – Maria Bethânia (no carro quando Silvia e Caetano vão ao motel)
FAINT – Linkin Park (na perseguição policial que antecede a cena em que Téo e Fernanda são baleados no tiroteio)
IT´S RAINING MEN – The Weather Girls (na festa de Marcinha)
NÃO QUERO DINHEIRO (SÓ QUERO AMAR) (Memê Mix) – Tim Maia (na festa de casamento de Diogo e Marina)
PENSANDO EM MINHA AMADA – Chitãozinho & Xororó (Cleide e Vidinha conversam enquanto a música toca na rádio)
TARDE EM ITAPOÃ – Toquinho e Gilberto Gil (no primeiro capítulo, Rafael e Vidinha cantam no carro em direção à festa de casamento de Diogo e Marina)
Tema de abertura: PELA LUZ DOS OLHOS TEUS – Tom Jobim e Miucha
Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai que bom que isso é, meu Deus
Que frio que me dá
O encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus
Só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus
Me sinto incendiar
Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus
Já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus
Sem mais lará-lará
Pela luz dos olhos teus
Eu acho meu amor
Que só se pode achar
Que a luz dos olhos meus
Precisa se casar…
Excelente novela, mas acho Laços de Família e Por Amor melhores.
Trama de extrema utilidade pública, considero a melhor novela do Manoel Carlos sem falar na direção segura e precisa de Ricardo Waddington acompanhado de Rogério Gomes e José Luiz Villamarim. Já se fazem 21 anos da trama e ela continua atemporal até hoje com temas recorrentes e discutidos até hoje na sociedade para um futuro melhor como a relação LGBT(que até então era rejeitado na TV), a violência contra a mulher, os maus-tratos contra os idosos, alcoolismo, câncer de mama, desarmamento, entre outras que mobilizaram o publico naquele ano de 2003. O elenco repleto de estrelas: Christiane Torloni, Tony Ramos, José Mayer, Susana Vieira, Camila Pitanga, Helena Ranaldi, Carolina Dieckmann, Rodrigo Santoro, Vera Holtz, Giulia Gam, Marcello Antony, Erik Marmo, Marcos Caruso entre outros, mas o que chamou mais atenção foram os coadjuvantes que chamaram atenção nessa novela, Bruna Marquezine chamando a atenção do Brasil com 8 anos de idade com a Salete, Vanessa Gerbelli dando um show no drama com a Fernanda e a cena antológica do tiroteio no Leblon ao lado de Tony Ramos e a morte de Fernanda no hospital marcaram o público, Manoelita Lustosa como a perversa Inês, Alinne Moraes e Paula Picarelli como o casal LGBT Clara e Rafaela que sofriam discriminação da rebelde Paulinha, vivida por Roberta Gualda que também deu um show, mas os destaques ficaram por conta de Dan Stulbach e Regiane Alves na pele dos diabólicos Marcos (o marido violento de Raquel, ou o raqueteiro) e a perversa Dóris que vivia maltratando os avós e chocaram o público. Apesar de ter sido o grande destaque do ano de 2003, deixo a ressalva que o final da novela me decepcionou e bastante, já achava errado o envolvimento de Raquel com Fred, mas o Fred morrer junto com o Marcos foi injustiça demais, quem deveria ter morrido junto com o Marcos devia ter sido a Dóris que participou daquele plano diabólico e só depois se deu conta da merda que estava fazendo, Paulinha também que aprontou a novela inteira e terminar bem de boa também foi muito fraco. Mas não perde a classe de um novelão!!!!
Eu tinha 13 anos quando essa novela passou e lembro que eu era completamente viciado. E os adolescentes comentavam a novela na escola. Hahahaha um marco na teledramaturgia brasileira.
Ótima novela. Ano 2003,bons tempos…sempre é bom lembrar
…vi que reprisaraõ mais uma vez. Lembro de vias do ‘baita’ bairro (morei neste). Agora uma coisa até cansativa.
Estou prestes a encerrar a maratona da novela no Globoplay e já constato que é uma das minhas preferidas de Manoel Carlos. O início apresenta todos os personagens e você até se perde no meio de um elenco quilométrico, com inúmeros personagens coadjuvantes de destaque – algo bem pouco visto na teledramaturgia, diga-se de passagem. Creio que Maneco aqui quis mesmo apostar num painel, num formato diferente, pois é nítido que o destaque à Helena vai rápido diminuindo em certo ponto e cede espaço à tramas paralelas, que aqui que nem podem se chamar ‘paralelas’, pois elas verdadeiramente protagonizam a novela junto com a Helena, algo que quase nenhuma novela anterior e posterior realizou.
O fato da Helena não ser a ‘maior’ da novela pode gerar estranhamento, principalmente quando comparada às anteriores, cujos dramas eram fortes e marcantes, principalmente o de Baila Comigo e Por Amor. O drama de Helena é bem cotidiano e quase sem importância, porém o folhetim é tão delicioso e sedutor que prende a atenção em todos os capítulos, em uma brilhante carpintaria de Maneco – que de fato, deve ter sido muito difícil conduzir como o próprio diz. Os cartuchos eram tantos que não houve nenhum momento de marasmo, como é bem possível de acontecer em uma obra de 200 capítulos (Vale Tudo deve ter sido uma das únicas exceções até hoje).
Elenco bem escalado, principalmente pelas presenças femininas, que comandam a novela. Há problemas, mas o texto agitado, dinâmico e inspirado, o elenco, boa trilha sonora, direção impecável e o charme da trama compensam.