Bastidores
Novela suspensa e fim da emissora
Em 1980, mesmo em crise, a TV Tupi iniciou as gravações de sua nova novela, Maria Nazaré, tendo Eva Wilma e Carlos Augusto Strazzer como protagonistas.
A novela iria ao ar às 8 da noite, em substituição a Como Salvar Meu Casamento.
Teixeira Filho escrevia e Carlos Zara deixou a Globo (na qual havia atuado na novela Pai Herói) para dirigir Maria Nazaré.
A mídia da época chamou a atenção para a nova atração, mas a emissora acabou por suspender todas as suas produções, encerrando suas atividades em 18 de julho de 1980.
Pré-produção
Um grande trabalho de pesquisa para a produção da novela foi realizado no Nordeste, por Cleston Teixeira, filho de Teixeira Filho, que colaborava com o pai.
Cleston contou em entrevista exclusiva ao site Tele História que a personagem Maria Nazaré seria uma mistura de Maria Bonita com Joana D’Arc:
“Era a história da moça da cidade que vai para o campo em busca de um caminho espiritual e encontra no amor por um líder de um grupo cangaceiro o caminho para exercer com as próprias mãos a justiça divina.”
Uma cidade cenográfica em Itu (SP) foi construída e algumas cenas chegaram a ser gravadas.
Além do trabalho de coautoria da trama ao lado do pai, Cleston passou boa parte de 1979 viajando pelo Nordeste para pesquisar o tema.
“Fui à Bahia, rodei Pernambuco, Ceará, Paraíba, Sergipe e Alagoas rodando com uma Brasília da TV Tupi do Recife, ao lado de um repórter cinematográfico 16 mm e um motorista. Entrevistei cangaceiros, filhos e filhas dele, pesquisadores, tirei centenas de fotos, visite os museus sobre o tema que tinham objetos reais e material criado para os filmes que retratavam o cangaço, entre outras coisas. Tudo isso se transformou num grande relatório que entreguei para o Cyro del Nero [diretor artístico]. Infelizmente, fiquei sabendo depois que todo esse material foi queimado por uma das administrações que tentaram salvar a Tupi”, relatou Cleston.
“Também começou a preparação de atores com o trabalho de linguagem, sotaque e palavreado do cangaço. Foram produzidas as peças-modelo do figurino para reprodução em grande número, ou seja, aumentaram as dívidas da Tupi, pois tudo ficou no crédito. Era assim que se faziam as produções na emissora.”
Entre as cenas gravadas durante uma semana estava a invasão da cidade pelo grupo de cangaceiros.
“O material gravado seria usado para gerar imagens que a emissora usaria na abertura e divulgação da novela”, finalizou Cleston Teixeira.
A história nunca chegou a ser utilizada na televisão.
CARLOS AUGUSTO STRAZZER – Fogaréu
OTHON BASTOS – Coronel Junqueira
CARLOS ZARA
ALTAIR LIMA
JOFRE SOARES
WALTER SANTOS – Tenente Furtado
GERALDO DEL REY – Cabo Anselmo
ESTER GÓES – Cecília
MAITÊ PROENÇA – Marina
FRANCISCA LOPES – Negra Lu
FERNANDO BEZERRA – Precioso
RAFAEL DE CARVALHO – João Paixão
ELIAS GLEIZER – João Galdino
LUCY MEIRELLES – Elvira
ALDO CÉSAR – Manoel Floro
ROBERTO LOPES – José
HENRIQUETA BRIEBA – sogra do Coronel Junqueira
JOSÉ SANTA CRUZ
Nunca ouvi falar!
Carlos Augusto Strazzer gatíssimo nessa caracterização
Meu Deus, como a Tupi era insana, sem administração, sem seriedade a esta altura dos acontecimentos!!! Mesmo a beira da falencia, deixou duas novelas inacabadas e começou nova empreitada…..ao inves de se preocupar em dar “andamento” as novelas inacabadas, se é tinha saida para tal…..