Sinopse
Reginaldo (como uma deusa…) é um empresário sem escrúpulos que mantem um caso amoroso com a fatal Penélope, mas se aproveita da ingenuidade da apaixonada Natália para explorar a família dela. O pai de Natália, Barbosa, é um velho caquético que não consegue comandar a família, para o desespero de sua mulher, Clotilde, a “cabeça” do clã. Amílcar é o outro filho do casal, um estudante rebelde que critica a sociedade e o governo e não aceita a vida alienada dos pais.
O sonho da romântica Natália é casar-se com seu amado Reginaldo (como uma deusa…) e, com ele, ter “dois lindos filhos“: Danielle Aparecida e Cleverson Carlos. Porém, ele, na realidade, a despreza e a usa para seus golpes. Para auxiliá-lo, Reginaldo (como uma deusa…) conta com a prestativa secretária, Dona Mariana, e com seu “capanga”, Agronopolus, uma criatura bizarra, misto high-tech de Corcunda de Notre-Dame e Nosferatu.
LUIZ FERNANDO GUIMARÃES – Reginaldo
DÉBORA BLOCH – Natália
NEY LATORRACA – Barbosa
LOUISE CARDOSO – Clotilde
DIOGO VILELA – Amílcar
CLÁUDIA RAIA – Penélope
GUILHERME KARAN – Agronopolus
REGINA CASÉ – Dona Mariana
Deboche
As chamadas de estreia já debochavam: “A primeira novela brasileira sem Paulo Gracindo!”.
Fogo no Rabo era exibida dentro do humorístico TV Pirata, em seu primeiro ano, 1988. Uma sátira escrachada ao formato telenovela, com todos os seus clichês folhetinescos levados às últimas consequências. Porém, aproveitou-se a fórmula também para fazer piada e brincar com assuntos sérios da época envolvendo política e crítica social.
Elenco
De todos os atores da temporada de 1988 do TV Pirata, apenas Marco Nanini e Cristina Pereira não fizeram parte do elenco fixo de Fogo no Rabo – apenas participações: Nanini chegou a substituir Luiz Fernando Guimarães como Reginaldo, e Cristina Pereira apareceu como uma enfermeira, no primeiro capítulo, e como a juíza que faz o casamento dos personagens na delegacia, no último capítulo.
Destaque para a atuação de Ney Latorraca, como o velho Barbosa, que nunca falava nada, apenas repetia as últimas palavras do que os outros falavam. O ator sempre cita esse personagem como um dos mais marcantes de sua carreira.
Na história da novela, Barbosa morria, mas o público, inconformado, escreveu para a TV. Por fim, foi gravado um capítulo em que o personagem aparecia dentro do caixão dizendo: “E aí, gente, eu voltei!”, sendo ressuscitado para o programa.
A atriz Louise Cardoso, surpresa com a repercussão de sua personagem, Clotilde, reclamou:
“Eu fiz uma carreira tão séria, estudei com Maria Clara Machado para virar mulher do Barbosa! É só o que escuto quando saio na rua: ‘Aí Clotilde!'”
Abertura e trilha sonora
A abertura de Fogo no Rabo era uma versão da abertura da novela Roda de Fogo, sucesso de dois anos antes: uma xepa de cigarro queimava a cauda de um felino animado (daí o seu título) que passava pela “roda de fogo”.
A música da abertura também foi aproveitada. Para o tema de encerramento, usou-se a música-tema da novela das oito da época, Mandala.
O principal tema musical era “Como uma deusa…”, soado cada vez que o nome do personagem Reginaldo era mencionado. Tratava-se da música “O Amor e o Poder”, gravada pela cantora Rosana, o tema de Jocasta (Vera Fischer) em Mandala, incansavelmente tocado nessa novela.
Fogo no Rabo teve até um comercial anunciando o LP com sua trilha sonora, com as músicas “Meu Coração Amanheceu Pegando Fogo”, o “Hino do Botafogo” e Me Chama”.
Repetecos
Fogo no Rabo consta no DVD TV Pirata e no DVD TV Pirata Novelas.
Em abril de 2021, Fogo no Rabo foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming do Grupo Globo) juntamente com a novela Roda de Fogo.
BOBO DA CORTE – Alceu Valença (tema de Barbosa)
MAIN TITLE – Vangelis (tema de Penélope)
MITOS – César Camargo Mariano (tema de encerramento)
O AMOR E O PODER – Rosana (tema de Reginaldo)
PRA COMEÇAR – Marina (tema de abertura)
UM DIA, UM ADEUS – Guilherme Arantes (tema de Mariana e Agronopolos)
Dentro da novela, foi anunciado o LP Fogo no Rabo, com as músicas:
HINO DO BOTAFOGO
ME CHAMA
MEU CORAÇÃO AMANHECEU PEGANDO FOGO
Pena não fazerem mais programas como a TV pirata. Imperdível assim como os normais também era.
Adorei vc ter feito um post sobre a novelinha da TV Pirata porque ela condensa muitas críticas ao gênero telenovela. Quem gosta de novela tinha de ver e dar boas risadas com Fogo no Rabo…