Sinopse

Dulcinéa, velha vedete do teatro rebolado, aparecia às voltas com crianças abandonadas.

Bandeirantes – 19h
de 1º de dezembro de 1980
a 14 de março de 1981

novela de Sérgio Jockyman
escrita por Sérgio Jockyman e Jorge Andrade
direção de Henrique Martins
supervisão de Wálter Avancini

Novela anterior no horário
Cavalo Amarelo

DERCY GONÇALVES – Dulcinéa
RENATA FRONZI – Ludmila
PAULO GONÇALVES – Camilo
HOMERO KOSSAC – Morgado
NICOLE PUZZI – Carolina
ARLINDO BARRETO – Marcelo
GUILHERME CORRÊA – Porfírio
ETTY FRASER – Elisa
MARIA FERNANDA – Mariana
HÉLIO SOUTO – Mateus Sampaio Godói
BETE MENDES – Jerusa
AGNALDO RAYOL – Thales
ABRAHÃO FARC – Eugênio
SÔNIA OITICICA – Lucrécia
BENJAMIN CATTAN – Conde de Castelnuovo
PAULO HESSE – Demóstenes
SANDRA BARSOTTI – Alice
JACQUES LAGOA – Xande
OSWALDO CAMPOZANA – Lambari
LIA DE AGUIAR – Múrcia
MUÍBO CÉSAR CURI – Curvino
SUZY CAMACHO – Drª Helena
LÍLIAN VIZZACHERO – Minga
CARMEM MARINHO – Perla
CRISTINA PRADO – Cristina
MÁRCIA MAY – Márcia
LUÍS ANTÔNIO – Mico
AFONSO NIGRO – Caco
e
YONÁ MAGALHÃES – Pepita

Esticar o sucesso

Após a repercussão positiva de Dercy Gonçalves na novela Cavalo Amarelo, a TV Bandeirantes decidiu aproveitar a personagem em sua atração seguinte, Dulcinéa Vai à Guerra, na tentativa de esticar o sucesso.

Ivani Ribeiro, autora de Cavalo Amarelo, não aceitou escrever a continuação, ficando essa tarefa a cargo de Sérgio Jockyman. Foi a primeira vez na história das novelas brasileiras que uma personagem saiu de uma história e entrou em outra de autor diferente.

Os atores Guilherme Corrêa, Etty Fraser, Jacques Lagoa e Oswaldo Campozana, do elenco da novela anterior, retornaram com seus personagens (Porfírio, Elisa, Xande e Lambari, respectivamente). Yoná Magalhães, que viveu Pepita, uma das protagonistas de Cavalo Amarelo, também esteve de volta, mas apenas em uma participação especial.

Fiasco e troca de autores

Dulcinéa Vai à Guerra foi um fiasco que pôs por terra o sucesso que a personagem de Dercy havia alcançado na novela anterior. (“Memória da Telenovela Brasileira”, Ismael Fernandes)

Em uma tentativa de recuperar parte da audiência de Cavalo Amarelo, a Bandeirantes passou a continuidade da trama para Jorge Andrade (a partir do capítulo 41).

A troca de autores trouxe muitas mudanças, inclusive no enredo. Alguns personagens simplesmente desapareceram, como Drª Helena (Suzy Camacho), Ludimila (Renata Fronzi), Múrcia (Lia de Aguiar) e Perla (Carmem Marinho). Enquanto novos surgiram, como os vividos por Sônia Oiticica, Bete Mendes, Hélio Souto, Benjamim Cattan e Maria Fernanda.

O diretor Wálter Avancini comentou a saída de Sérgio Jockyman: “A bem da verdade, o estilo de Jockyman provocou um equívoco quanto ao melhor aproveitamento de Dercy Gonçalves na novela. Foi só isso, um problema de estilo de texto. Então nos reunimos, conversamos, e ficou tudo bem. Partimos para um novo esquema junto com Jorge Andrade, que tem um espírito que conhecemos.” (TV-Pesquisa PUC-Rio)

Menor abandonado

Um dos objetivos principais da novela era tratar do problema do menor abandonado. Ao assumir o texto, Jorge Andrade afirmou que a centralização da história em Dulcinéa não queria dizer que os outros atores teriam menos importância.

“Suas personagens são vivas e cada uma tem sua dimensão. A proposta era discutir o problema do menor, mas o fato de colocar meia dúzia de garotos no elenco, não significa isso. Agora dou a importância que o problema tem, através da Dulcinéa, mostro a grandeza, a beleza de sua alma ao fazer tudo pelos meninos, marco a força de uma mulher que aceita um jogo cômico para conseguir isso”, disse o autor em entrevista à Folha de São Paulo, publicada em 10/01/1981.

Censura

Com a presença de Dercy Gonçalves na novela, a Censura do Regime Militar continuou implicando (como acontecera em Cavalo Amarelo).

“(…) com expressões como ‘bom pra manjar se tem alguém peladão fazendo sacanagem, né?’ (sobre janela de vidro na piscina), ‘Parece cama de bordel’, ‘Casa de família, hein! Imagina se não fosse!’ e ‘Mulher é bom… porque dura apenas uma noite!’
(“Beijo Amordaçado – A Censura às Telenovelas Durante a Ditadura Militar”, Cláudio Ferreira)

Mudança na abertura

A troca de autores também fez mudar a música-tema da abertura da novela. A música dos Demônios da Garoa – “Lenço na Molera” – foi substituída por outra, das Frenéticas – “La Canga“. Na nova fase de Dulcinéa Vai à Guerra, a trilha sonora passou a ser exclusivamente composta por músicas das Frenéticas, do disco “Babando Lamartine”, que tinha regravações de músicas de Lamartine Babo.

E mais

Outros casos de personagens de uma novela que voltaram em uma produção própria (spin-off): os personagens Shazan e Xerife, de Paulo José e Flávio Migliaccio na novela O Primeiro Amor (1972), ganharam um seriado com eles, Shazan, Xerife e Companhia, exibido entre 1972 e 1974; a novela O Bem-Amado (1973) foi transformada em seriado em 1980; o personagem Mário Fofoca – Luis Gustavo da novela Elas por Elas (1982) – ganhou um seriado em 1983; e Lara, vivida por Susana Vieira na minissérie Cinquentinha (2009), voltou como protagonista na série Lara com Z, em 2011.

Na nova fase da novela, a trilha sonora passou a ser exclusivamente composta por músicas das Frenéticas, do disco Babando Lamartine, que tinha regravações de músicas de Lamartine Babo.

Primeiro tema de abertura: LENÇO NA MOLERA – Demônios da Garoa

É tarde, nóis já vai indo
Pomo um lenço na molera
Que o orváio vem caindo
Nóis já está tussindo
Não quisemo acreditar na nossa véia
Fumos ver a Dulcinéa
E o castigo vem do céu, e vem do céu
Da outra vez, nóis aceita a sua idéia
Nóis namora a Dulcinéa
Mais nóis leva o bornél

Segundo tema de abertura: LA CANGA – Frenéticas

Vamos dançar la canga
Como mamãe e papai
Quem está de fora não entra
Quem está de dentro não sai

Aperta a mão assim
Pra não abrir a roda
Porque atualmente
É essa a grande moda
Agora aperto eu
Depois apertas tu
E a turma grita uuuuuu
(O povo grita)

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