Sinopse
As confusões e aventuras vividas por Dona Santa, uma mulher de meia-idade, descendente de italianos e moradora do bairro do Bixiga, em São Paulo. Ela perde o marido e é forçada – literalmente – a dirigir um táxi – seu fusca vermelho – pelas ruas da capital paulista para sobreviver.
Contando com a ajuda do Padre Ferdenuto, um amigo e conselheiro, Dona Santa tem de aturar em casa a indolência do genro boa-vida, Silvio, que não faz nada, mas diz que quer ser político e está à espera das eleições. A filha, Dileta, é apaixonada pelo marido malandro e está sempre o defendendo.
NAIR BELLO – Dona Santa
ELIAS GLEIZER – Padre Ferdenuto
CLÁUDIA ALENCAR – Dileta
AMILTON MONTEIRO – Silvio
ZÉ CARLOS DE ANDRADE – Silvio
SELTON MELLO – Sidney
RENATA NOGUEIRA – Margareth
nasce uma motorista
o recorde mundial
e o cinema nacional
o roubo das jóias
a venda de um passado
procure seus direitos
padre, não me caso mais
a muamba que chegou do japão
a amiga de infância
as feministas
tempo para ser feliz
domingo é dia de pescaria
a imagem dos milagres
o perfume de todas as flores da terra
sentimento de dona santa
senta que o leão é manso
adivinhe quem chegou de nápoles ?
os diabólicos herdeiros
confusão em dobro
hotel primor, um primor de hotel
casamento à portuguesa, com certeza
precisa-se de menores
o assalto do século
a contração espasmódica do diafragma
não balança que a casa cai
espiões em desfile
precisa-se: mais cultura para nossas avós
na semana que vem, vovó vai fugir
a semana da boa vizinhança
e os mineiros chegaram!
emagrecendo em alto estilo
quanto vale uma pessoa?
Criação
Seriado semanal da TV Bandeirantes. Com boa repercussão, foi reprisado várias vezes. Cada episódio – que tinha 50 minutos de duração – abordava um tema diferente.
O autor Geraldo Vietri voltava a criar uma personagem italiana cômica especialmente para Nair Bello interpretar, como fizera na novela João Brasileiro, o Bom Baiano (Tupi, 1978).
Vietri passou oito meses criando Dona Santa, que já existia em sua imaginação desde 1970, quando escreveu Nino, o Italianinho. Nesta novela, havia uma personagem homônima, interpretada por Myrian Muniz, uma mamma italiana para quem o autor escreveu alguns de seus melhores diálogos. (*)
Em matéria do jornalista Gabriel Priolli Neto, na Folha de São Paulo, em setembro de 1981, Vietri lembrou:
“Aquela personagem era muito forte para mim. Eu a usava como veículo, para dizer o que achava importante. Dona Santa é uma personagem popular que coloca as reivindicações de sua classe e tem contato com todas as outras. Em um táxi, entra desde um senador até um favelado. E Dona Santa não apenas ouve seus problemas, mas procura ajudar de alguma forma, às vezes com um conselho, às vezes com uma ação direta.” (*)
Gabriel Priolli assim definiu o seriado:
“Vietri se preocupou em situar os personagens no ambiente mais italiano da cidade, produzindo imagens externas que poderiam constar em qualquer filme neorrealista de Rossellini com a silhueta de São Paulo ao fundo, fazendo as vezes de Milão, Roma ou Turim.” (*)
Seguro de vida para atriz
Dona Santa marcou a carreira de Nair Bello. O primeiro desafio foi aprender a dirigir, aos 50 anos, fundamental para o papel, e ela não hesitou em frequentar uma autoescola.
“Vietri me obrigou a aprender a dirigir. Na gravação de uma cena, eu tinha de entrar na garagem da igreja de Nossa Senhora da Achiropita, o espaço do tamanho de um quarteirão. Quando ele disse o gravando e eu dei a partida no carro, bati na parede. A partir daí ele entendeu o meu drama e um dublê fazia essas cenas. No dia seguinte, apareceu um rapaz com um papel dizendo que era mandado pelo João Sayad [executivo da Bandeirantes na época]. Era para eu assinar dois papeis, um de seguro de vida e outro de seguro do carro!”, contou Nair. (*)
E mais
O sucesso de Dona Santa originou outro seriado de humor na Bandeirantes, Casa de Irene, em 1983, também de Geraldo Vietri para Nair Bello, que voltava a interpretar uma italiana, parecida com Dona Santa.
Primeiro trabalho do ator Selton Mello, então com 11 anos de idade. Antes de estrear na Globo – na novela Corpo a Corpo (1984) -, ele ainda atuou na Bandeirantes na novela infantil Braço de Ferro.
(*) “Geraldo Vietri, Disciplina é Liberdade”, Vilmar Ledesma.
01. DONA SANTA – Uccio Gaeta e Coro
02. TARANTELA SICILIANA / TARANTELA NAPOLITANA – Uccio Gaeta
03. BELLA RAGAZZA DALLE TRECCIE BIONDE – Uccio Gaeta e Coro
04. INVOCAZIONE À MARIA SANTISSIMA DI MONTEVERGINE – Uccio Gaeta e Coro
05. MAMMA – Uccio Gaeta
06. FERDENUTO – Uccio Gaeta e Coro
07. ETERNA VITA – Uccio Gaeta
08. UEI… PAESANO – Uccio Gaeta e Coro
09. TU SI ‘NA COSA GRANDE – Uccio Gaeta
10. MANGIA, MANGIA CHE TE FA BENE – Uccio Gaeta e Coro
11. NON TI SCORDAR DI ME – Uccio Gaeta
Sonoplastia: Salathiel Coelho
Tema de abertura: DONA SANTA – Uccio Gaeta e Coro
Que bela matina pra se trabalhar
Fregueses, vizinhos eu vou encontrar
Por minha família sou chefe do lar
Aqui no Bexiga, com minha alegria
A todos eu digo “Buon giorno, bom dia”
A todos eu digo “Buon giorno, bom dia”
Oh Santa, Dona Santa
Como alegre é seu jeito
Na rua, em casa, na igreja
Que mulher sem defeito
Um segredo em confissão
O que eu posso dizer
Essa senhora é tão boa
Tem vontade de viver
No domingo após a missa
Aquilo que mais me encanta
É vinho com spaghetti
Na casa da Dona Santa
Oh Santa, Dona Santa
Como alegre é seu jeito
Na rua, em casa, na igreja
Que mulher sem defeito…
Tenho uma vaga lembrança da época que passou, mas acho que confundo com Casa de Irene
Não sabia que a série teve una trilha sonora lançada comercialmente.