Sinopse
O jovem Luís Jerônimo deixa o Rio de Janeiro para se cuidar de pneumonia no ar puro de Vila da Mata, interior do Espírito Santo. Na fazenda do Coronel Boanerges, grande amigo de seu pai, Luís conhece a caipirinha tímida Zuca, afilhada do coronel. Os dois se apaixonam e enfrentam todas as dificuldades, principalmente por Zuca ser a namorada do peão Tobias. E também pela chegada da espanhola Pepa, apaixonada por Luís, com quem ele tivera um caso. Pepa se estabelece na fazenda vizinha, de propriedade do Coronel Justino, inimigo político do Coronel Boanerges.
Era também a história política da cidade, por meio de Boanerges e Justino, dois coronéis disputando o poder. Entre a luta dos dois partidos, acontece o amor de Belinha e Neco, ela, filha de Boanerges, ele, filho de Justino, impossibilitado pela rivalidade dos pais. E a família de Tobias, gente simplória, que tenta reaver terras usurpadas por Justino. No passado, a irmã Rosa fugiu para viver um amor proibido, abandonando a família. Os pais temem que a outra filha, Tina, tenha o mesmo destino. Porém, Tina é apaixonada por Tomé, ex-noivo de sua irmã que não consegue esquecê-la.
GLÓRIA PIRES – Zuca
FÁBIO JÚNIOR – Luís Jerônimo
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Coronel Boanerges
NEUZA AMARAL – Emerenciana
SIMONE CARVALHO – Belinha
KADU MOLITERNO – Neco
GILBERTO MARTINHO – Coronel Justino
ARLETE SALLES – Pepa
ROBERTO BONFIM – Tobias
FÁTIMA FREIRE – Mariquinha
MILTON MORAES – Joaquim
ÍSIS KOSCHDOSKI – Pequetita Novais
CARLOS DUVAL – Zé da Estação
ANA ARIEL – Siá Bina
MAURÍCIO DO VALLE – Tomé
PATRÍCIA BUENO – Tina
OSWALDO LOUZADA – Felício
YARA SALLES – Generosa
AUGUSTO OLÍMPIO – Chico da Venda
ÍRIS NASCIMENTO – Ritinha
COSME DOS SANTOS – Zaqueu
GILBERTO COSTA – Nastácio
JOSÉ MARIA MONTEIRO – Xexéu
PAULO PINHEIRO – Vigário Gabriel
KLEBER DRABLE – Capitão Macário
MÁRIO POLIMENO – Chico Bento
ROBERTO MURTINHO – Dr. Edmundo Esteves
MARLENE FIGUEIRÓ – Julieta
ELOÍ CRUZ – Maria
CAHUÊ FILHO – Dr. Teles
FRANCISCO DANTAS – Delegado André
e
ANTÔNIO POMPEO – Pedrinho
BENJAMIM CATTAN – Jorge Adib
CARLOS VEREZA – Coronel Olavo
CHRISTIANE GROSSI – dublê de Glória Pires, no final
DIOGO VILELA – Onofre
ÉLCIO ROMAR – viajante que assedia Zuca na hospedaria, no início
GIANFRANCESCO GUARNIERI – Padre Genésio
JARDEL FILHO – Dom Arsênio Miranda
LUTERO LUIZ – Desidério
NEY LATORRACA – Tonho
ORION XIMENES – empregado do Coronel Justino
PAULO JOSÉ – Fernão (empregado do Coronel Justino)
PAULO PIRANHA – empregado do Coronel Justino
RAFAEL DE CARVALHO – Fernando Romero, o Barão de Pindamonhangaba
SANDRA BARSOTTI – Rosa (irmã de Tina e Tobias, filha de Felício e Generosa)
– núcleo de ZUCA (Glória Pires), caipirinha de origem humilde, bela e charmosa na sua simplicidade, quase inocente. Noiva de um peão apaixonado, vai passar um tempo na fazenda de seu padrinho:
os pais ZÉ DA ESTAÇÃO (Carlos Durval), chefe da estação de trem de Pau D’Alho e dono do único hotel da cidadezinha. Bom negociante, honesto e amigo, é uma pessoa estimada na região,
e SIÁ BINA (Ana Ariel), cozinheira e doceira de mão cheia. Braço-direito do marido, toma conta do hotel com a filha
o empregado CHICO DA VENDA (Augusto Olímpio), um tipo engraçado, cuida do bar anexo à sala do hotel, servindo bebidas e petiscos para caboclos da região e viajantes.
– núcleo de LUÍS JERÔNIMO (Fábio Júnior), rapaz fino, educado, criado no Rio de Janeiro. Vivencia suas paixões intensamente, porém sem responsabilidade. Não demonstra o menor interesse pelos negócios do pai, mesmo sabendo que um dia irá substituí-lo. Vai se tratar de um mal nos pulmões na fazenda de um primo de seu pai, em Vila da Mata, interior do Espírito Santo. Lá conhece a caboclinha Zuca, por quem se apaixona, mudando radicalmente seu comportamento:
o pai JOAQUIM (Milton Moraes), viúvo, homem de posses que mora no Rio de Janeiro. Próspero comerciante, de caráter forte e educado, vive apenas para o trabalho, pensando no futuro do filho. Preocupa-se com o tipo de vida que ele leva, principalmente depois que descobre sua doença
a pretendente, no início, PEQUETITA NOVAIS (Ísis Koshdoski), jovem inteligente e simpática, quase irreverente. Acredita ter encontrado em Luís o grande amor, mas descobre mais tarde que está enganada, ao se apaixonar pelo pai do rapaz, Joaquim
o médico de Luís e amigo de Joaquim, DR. EDMUNDO ESTEVES (Roberto Murtinho), especialista em doenças dos pulmões.
– núcleo do CORONEL BOANERGES (Cláudio Corrêa e Castro), chefe político da região de Vila da Mata e presidente da câmara, é padrinho de Zuca. Primo de Joaquim e Luís Jerônimo, a quem abriga durante a recuperação de sua doença. É contra a violência, pacificador e mediador nas questões da região:
a esposa EMERENCIANA (Neuza Amaral), mulher simples e cativante, mas de pulso forte e atitudes claras. Em algumas ocasiões consegue ser mais política do que o próprio marido. Embora não seja sofisticada, é uma excelente dona de casa. Passa boa parte da trama grávida de seu segundo filho
a filha BELINHA (Simone Carvalho), formou-se professora primária e quer lecionar, mas seu pai gostaria que ela fizesse um curso superior para ter um diploma. Tem uma visão moderna do mundo e discorda de algumas atitudes do pai
a empregada RITINHA (Íris Nascimento), espevitada, amiga e confidente de Belinha, alvo das investidas de Chico da Venda
o empregado NASTÁCIO (Gilberto Costa), faz todo tipo de trabalho, dentro e fora de casa, servindo ainda como motorista da família em passeios e viagens
a cozinheira MARIA (Eloí Cruz).
– núcleo do CORONEL JUSTINO (Gilberto Martinho), inimigo político do Coronel Boanerges. Prepotente e de espírito forte, tem a disposição de um garoto. Não se conforma com a liderança de Boanerges e luta contra ela, embora sem sucesso:
o filho NECO (Kadu Moliterno), abandonou os estudos de Direito e voltou para a sua terra para ser fazendeiro. Apaixona-se por Belinha, mas o amor dos dois é inviabilizado pelos coronéis que se detestam
a filha MARIQUINHA (Fátima Freire), professora, moça bonita e reservada. Por iniciativa própria, é mestra da única escola rural da região. Ama em silêncio um peão da fazenda do Coronel Boanerges
a mulher do segundo casamento PEPA (Arlete Salles), dançarina espanhola, uma figura extravagante. Fora amante de Luís Jerônimo no Rio de Janeiro. Vem para Vila da Mata atrás do rapaz, mas acaba arrebatada por Justino, com quem se casa
a empregada JULIETA (Marlene Figueiró), que sente uma paixão incubada pelo patrão
o amigo XEXÉU (José Maria Monteiro), tabelião Vila da Mata, que atende também em Pau D’Alho. Seu comparsa nas falcatruas contra o Coronel Boanerges.
– núcleo de TOBIAS (Roberto Bonfim), peão na fazenda do Coronel Boanerges, caboclo forte, destemido e brigão. Excelente cavaleiro, transporta boiadas pelos sertões. Namorado de Zuca no início, vai disputá-la com Luís, com quem entra em constante atrito. Alvo do amor platônico de Mariquinha:
os pais FELÍCIO (Oswaldo Louzada), um dos caboclos mais antigos da região, aceita a perda de suas terras como uma fatalidade e não consegue forças para lutar contra o Coronel Justino, que lhe tomou. Homem triste, calejado, vive doente,
e GENEROSA (Yara Salles), mulher conformada e rude, sofre pela ausência de uma filha que fugiu há muito tempo. Não incentiva o marido a ir à luta nas questões das terras perdidas
as irmãs TINA (Patrícia Bueno), moça rebelde e inconformada com a vida. O irmão cuida para que ela não tenha o mesmo destino da outra irmã, que fugiu. É apaixonada pelo antigo namorado da irmã, que não lhe corresponde
e ROSA (Sandra Barsotti, em uma participação), que abandonou a família para seguir o homem que amava, contra a vontade de todos
o amigo TOMÉ (Maurício do Valle), também empregado de Boanerges, mora na casa de Tobias. Fora noivo de Rosa, e não consegue esquecer esse amor, apesar das investidas de Tina, que faz de tudo para conquistá-lo.
– demais personagens:
ZAQUEU (Cosme dos Santos), atendente de um bar no vilarejo. Apaixona-se por Ritinha e disputa a moça com Chico da Venda
VIGÁRIO GABRIEL (Paulo Pinheiro), de espírito bonachão, vive das doações dos caboclos, que tanto podem ser alguns trocados como pequenos animais que sirvam para a sua alimentação
CAPITÃO MACÁRIO (Kleber Drable), coletor estadual. Apesar da idade, é um homem de espírito jovial. Está sempre por dentro das novidades e discute com os amigos a situação política e econômica do país
CHICO BENTO (Mário Polimeno), fazendeiro remediado da região, aliado de Boanerges na política. Adora uma boa prosa nas vendas das redondezas
DOUTOR TELES (Cahuê Filho), médico de Vila da Mata, atende Luís em sua permanência na fazenda de Boanerges
DELEGADO ANDRÉ (Francisco Dantas).
Sucesso
Sucesso de Benedito Ruy Barbosa em que o autor explorou um de seus temas preferidos: a vida rural.
Cabocla foi eleita a melhor novela de 1979 pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e Roberto Bonfim o melhor ator (juntamente com Paulo Autran, por Pai Herói, e Rubens de Falco, por Gaivotas).
A toque de caixa
De acordo com Benedito, em depoimento ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo), a opção por Cabocla foi decidida em cima da hora e a produção da novela começou a toque de caixa.
Cabocla estreou (em junho de 1979) com uma frente de apenas quatro capítulos (tempo entre o que é escrito e o que vai ao ar).
Porém, quando o autor pôs um ponto final à sua trama, estava tão adiantado que ainda havia 60 capítulos para serem exibidos: “Eu escrevia três capítulos de Cabocla por dia, de tanto que gostava da história!”
Demissão do autor
Faltando dois meses para o término de Cabocla, com seu trabalho finalizado, Benedito Ruy Barbosa foi chamado para espichar a trama, escrever mais capítulos além do inicialmente previsto. Porém, o autor não aceitou. A Globo estava com a produção seguinte, Olhai os Lírios do Campo, atrasada e não contava com a negativa de Benedito. Para tapar o buraco no horário das seis, foi então exibido um compacto de Escrava Isaura (de 1976-1977) até que a novela substituta ficasse pronta para estrear.
O fato é que Benedito estava desgostoso com a Globo, que recusou o projeto de sua novela Os Imigrantes.
A emissora solicitara a ele que escrevesse o último capítulo da problemática Os Gigantes, novela das oito da época, que custou a demissão de seu autor, Lauro César Muniz. Em solidariedade ao amigo Lauro, Benedito recusou essa nova tarefa, entregou sua própria carta de demissão e foi escrever novelas na TV Bandeirantes.
Cabocla terminou em 15/12/1979 e, em 01/01/1980, Benedito estreava na nova emissora com a novela Pé de Vento. Em 1981, a TV Bandeirantes aceitou produzir Os Imigrantes, que tornou-se a novela de maior sucesso da história da emissora.
Elenco
Glória Pires e Fábio Júnior se conheceram e começaram a namorar durante Cabocla. Em 1981, oficializaram a união; em 1982 nasceu Cléo, filha do casal; e em 1983 se separaram, logo após as gravações da novela Louco Amor, em que viviam o par romântico protagonista, Luís Carlos e Cláudia. O divórcio foi conturbado e os dois nunca mais voltaram a contracenar.
Glória Pires ganhou o papel da protagonista Zuca por causa do sucesso de seu trabalho anterior, a personagem Marisa da novela Dancin´ Days (1978). Entretanto, não foi o primeiro nome cotado para interpretá-la. Sônia Braga foi a atriz inicialmente sondada, mas não aceitou o papel.
Com um novo perfil, Benedito Ruy Barbosa teve que reescrever cenas da novela, como explicou ao livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo”, de André Bernardo e Cíntia Lopes:
“Por causa do tipo físico de Glorinha, tive que reescrever os primeiros capítulos. Afinal, eu havia imaginado a Zuca como um autêntico mulherão”, – perfil de Sônia, muito diferente do de Glória Pires na época.
Ainda assim, Glória passou por uma caracterização para viver a personagem: longas sessões diárias no cabeleireiro, para ondular seus cabelos lisos, e de maquiagem no rosto, pescoço, colo, pernas, braços e mãos, já que Zuca precisava ser mais morena do que a atriz. (“40 Anos de Glória”, Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti)
Em novembro de 1979, Glória Pires adoeceu e foi hospitalizada, com convulsões e febre alta, diagnosticada com rubéola. Acabou não podendo gravar os dois últimos capítulos da novela. Para as últimas cenas de Zuca, foi convocada uma substituta, Christiane Grossi, muito parecida com ela, que serviu de dublê, sendo focalizada apenas de perfil ou de costas. (jornal O Globo, 04/11/1979, pesquisa: Sebastião Uellington Pereira)
Cabocla – que aproveitava a repercussão do então casal Glória Pires e Fábio Júnior – sofreu uma mudança quando o lado político da história assumiu a protagonização e o difícil amor entre Neco de Belinha (Kadu Moliterno e Simone Carvalho) interessou mais aos telespectadores do que o romance entre Zuca e Luís Jerônimo (Glória e Fábio).
Primeira novela das atrizes Simone Carvalho e Íris Nascimento. Primeira novela na Globo da veterana atriz Yara Salles (mãe adotiva do ator Perry Salles).
Censura
Por meio do personagem Neco (Kadu Moliterno) – um rapaz que entra para a política -, a novela passou a tratar da importância do voto consciente, em um ambiente onde prevalecia a prática do coronelismo e o “voto de cabresto”. Nos seus discursos contra os coronéis da região, Neco apregoava: “O voto não se vende!”
O último capítulo – exibido em dezembro de 1979, com o país ainda sob o jugo da Ditadura Militar – destacou o direito ao voto e sua importância.
Benedito Ruy Barbosa comentou sobre a ação da censura do Regime Militar: “A censura era imbecil demais!” Ele foi impedido, por exemplo, de mostrar uma sequência de imagens em que Zuca encontra Luís Jerônimo em um quarto da fazenda do Coronel Boanerges (Cláudio Correa e Castro).
“Ele está tossindo, bem mal, sabe… Mas eles não queriam que aparecesse uma cena de dois solteiros conversando em um quarto. Achavam uma afronta.”
Locação
Uma fazenda em Conservatória, no interior do Rio de Janeiro, serviu de locações para a novela.
Reprise
A novela foi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo de 09/11/1981 a 19/03/1982.
Outras versões
Essa era a segunda versão para a TV do romance de Ribeiro Couto (publicado pela primeira vez em 1931). Em 1959, Cabocla foi apresentada pela extinta TV Rio, em uma época em que as novelas ainda não eram diárias. Os papéis principais (Zuca e Luís Jerônimo) foram interpretados por Glauce Rocha e Sebastião Vasconcelos.
Em 2004, Cabocla ganhou um remake, com atualização de texto de Edmara e Edilene Barbosa, filhas de Benedito, que supervisionou o roteiro nessa nova produção. Vanessa Giácomo e Daniel de Oliveira viveram os protagonistas.
E Sebastião Vasconcelos, o Luís Jerônimo da versão da TV Rio, retornava à história em 2004 em outro personagem, o velho Felício.
01. ANDORINHA – Gilson (tema de Luís Jerônimo)
02. PELO SINAL – Ruy Maurity (tema de Zuca)
03. CONFIDÊNCIAS – Fafá de Belém (tema de Pepa)
04. ASSIM É MEU SERTÃO – Sérgio Reis (tema geral)
05. MORRO VELHO – Milton Nascimento (tema geral)
06. MÁGOAS DE CABOCLO – Nelson Gonçalves (tema de abertura)
07. AMORA – Renato Teixeira (tema de Belinha e Neco)
08. VOCÊ VAI GOSTAR – Vanusa
09. ATÉ PARECE UM SONHO – Odair José (tema de Zuca e Luís Jerônimo)
10. GOSTO DE MAÇÃ – Cauby Peixoto
11. CAVALO ZAINO – José Toledo
12. SABIÁ LARANJEIRA / ANDORINHA PRETA – Nara Leão
13. O TREM TÁ FEIO – Banda de Pau e Corda
Sonoplastia: Sérgio Cuíca
Direção de produção: Guto Graça Mello
Produção musical: Octávio Burnier
Pesquisa de repertório: Arnaldo Schneider
Tema de abertura: MÁGOAS DE CABOCLO – Nelson Gonçalves
Cabocla, seu olhar está me dizendo
Que você está me querendo
Que você gosta de mim
Cabocla, não lhe dou meu coração
Pois se você me quer muito
Amanhã não quer mais não
Não creio mais em amor nem amizade
Vivo só para a saudade
Que o passado me deixou
A vida para mim não vale nada
Desde o dia em que a malvada
O coração estraçalhou
Às vezes pela estrada enluarada
Lembro de uma toada
Que era para mim cantada
Quando eu era feliz e não pensava
Que a desgraça em minha porta
Passo a passo me rondava
Depois que ela partiu eu fiquei triste
Nada mais para mim existe
Fiquei no mundo a penar
E quando eu penso nela
Oh grande Deus!
Eu sinto nos olhos meus
Triste lágrima a rolar…
A versão de 1979 é um clássico: Elenco afiado, direção competente, cenários retratando com fidelidade o ambiente dos anos 20, tanto nas cenas da capital no caso o Rio de Janeiro, quanto as do campo. Novela emocionante e que marcou época. Estreia de Glória Pires cmo protagonista. Realmente o casal Neco ( kadu Moliterno) e Belinha ( Simone Carvalho )ganhou a simpatia do público que torciam, por um final feliz. Cláudio Corrêa e Castro e Gilberto Martinho, deram um show como Boanerges e Justino, assim como Roberto Bomfim e o seu rústico mas carismático Tobias. Oh saudade, se pudéssemos voltar atrás no tempo.
A produção desta novela parece mais simples mesmo para o padrão dos anos 70. Apesar de competente (faz o feijão com arroz) acho a direção do Herval Rossano um pouco preguiçosa assim como em algumas novelas do anos 80 (vide a Gata Comeu).Arlete Sales por exemplo esteve ótima, mas seu espanhol nessa novela era horrível, talvez por naquela época não haver grande preocupação com um laboratório mais apurado.
Ressalto que as atuações e o texto dessa versão de ‘Cabocla’ 1979 são fortes e dão credibilidade ao que foi exibido. Pessoalmente achei que a produção de 2004 foi bem atualizada e teve praticamente o mesmo texto bem supervisionado pelo Benedito Ruy Barbosa. O que não podia ser feito em 1979 foi melhorado bastante, por isso não vejo motivo para torcerem o nariz para a nova produção como fazem alguns saudosistas. Outra coisa a se notar é uma certa reverência da produção de 2004 para com a novela de 1979, até algumas canções da trilha antiga foram mantidas ganharam novas versões em ‘ 2004’ como é o caso de ‘cavalo zaino’, ‘o trem tá feio’ e ‘Amora’ que foi mantida na voz de Renato Teixeira mais uma vez.
Foi o inicio das novelas das 6 de longa duração…..Um clássico, uma singeleza de novela, deliciosa de se assistir…….sem palavras…..uma ingenuidade boa nesta historia caipira, espetacular de se assistir!!
Quanto à essa 1ª versão, tenho muita vontade de ver. Não gosto muito de novelas rurais, mas queria ver “Cabocla”, pra poder matar saudades dos anos 70 e ver Fábio Júnior e Glória Pires, bem novinhos.