Sinopse
Três mulheres fortes que representam diferentes facetas da ambição. Beatriz (Glória Pires), de classe privilegiada, tem sede de poder e sabe usar a sensualidade para conseguir o que quer. Aos olhos dos outros já tem tudo, mas sempre quer mais. Um crime a une a Inês, em uma relação de chantagem em que uma anula a outra.
Inês (Adriana Esteves), de classe média, se equipara a Beatriz na falta de caráter e na facilidade para corromper, mas não tem os atributos e os privilégios da outra. Sua obsessão é ser como Beatriz. São vilãs fortes que, para atingir seus objetivos, vão viver um perigoso jogo de negociação e equilíbrio de forças.
A ambição de Regina (Camila Pitanga) é simples: de origem humilde, quer estudar e avançar na vida. Sua meta é interrompida pelo assassinato de seu pai, vítima do jogo de cobiça entre Inês e Beatriz. Caberá à jovem guerreira provar que é possível conseguir o que quer sem se corromper ou passar por cima dos outros.
GLÓRIA PIRES – Beatriz Amaral Rangel
ADRIANA ESTEVES – Inês Junqueira
CAMILA PITANGA – Regina Rocha
THIAGO FRAGOSO – Vinícius Loureiro
MARCOS PALMEIRA – Aderbal Pimenta
CÁSSIO GABUS MENDES – Evandro Rangel
SOPHIE CHARLOTE – Alice
FERNANDA MONTENEGRO – Teresa Petrucceli
NATHALIA TIMBERG – Estela Marcondes
ARLETE SALLES – Consuelo Pimenta
BRUNO GAGLIASSO – Murilo
THIAGO MARTINS – Diogo
CHAY SUEDE – Rafael
LUÍSA ARRAES – Laís
LAILA GARIN – Maria José
GABRIEL BRAGA NUNES – Luís Fernando Vidal
MARCELLO MELO JR. – Ivan
HERSON CAPRI – Otávio
BRUNO GISSONI – Guto
TAINÁ MÜLLER – Cris
MARCOS PASQUIM – Carlos Alberto da Mata
MARCOS VERAS – Norberto
ÍGOR ANGELKORTE – Clóvis
JULIANA ALVES – Valeska
WERNER SCHÜNEMANN – Oswaldo
SHERON MENEZES – Paula
DUDU AZEVEDO – Bento
CLÁUDIO LINS – Sérgio
MARIA CLARA GUEIROS – Karen
ANDRÉ BANKOFF – Pedro
MAÍRA CHARKEN – Vera
DÉBORA DUARTE – Celina
LU GRIMALDI – Olga
VIRGÍNIA ROSA – Dora
ROSI CAMPOS – Zélia
CARLA SALLE – Helô
CRISTINA GALVÃO – Wilma
TADEU AGUIAR – Xavier
PETER BRANDÃO – Wolnei
CÉSAR MELLO – Tadeu
KIZI VAZ – Gabi
MARY SHEILA – Ivete
ROGÉRIA – Úrsula Andressa
MARCELO LAHAM – Ronaldo Queiróz
DAYSI LÚCIDI – Dulce
JACQUELINE LAURENCE – Simone
FILIPE RIBEIRO – Fred
PAULO VERLINGS – Tom Cruzes
VIVIANE PORTO – Cilene
RODRIGO FAGUNDES – Rubi
ANTÔNIO GONZALES – Zé Henrique
LUIZA THIRÉ – Flávia
PEDRO DONDÉ – Nelson
LUÍSA FRIESI – Sílvia
BEATRICE SAYD – Carla
LARA TREMOUROUX – Sandrinha
as crianças
SABRINA NONATA – Júlia
BERNADETE WILHELM – Nina
XANDE VALOIS – Joaquim
CAUÊ CAMPOS – Carlinhos
e
ADRIANO PETTERMANN – cliente que briga no bar de Cadelão assustando Alice
ALEXANDRE BARBALHO – juiz de paz no casamento de Alice
ALEXANDRE MOFFATTI – policial federal no acidente de helicóptero com Aderbal
ALEX BRASIL – Valdecir (ajudante de Regina na barraca da praia)
ALEX TEIX – oftalmologista
ALFREDO MARTINS – Deputado Virgílio (encontra Aderbal com Susana e o repreende)
ANNA DE AGUIAR (CAROLYNA AGUIAR) – assistente social do conselho tutelar que ameaça levar Júlia para o abrigo quando encontram drogas na mochila dela
ANDRÉA DANTAS – crítica gastronômica que seduz Luis Fernando
ANDRÉ DIAS – viúvo gay do secretário de comunicação de Jatobá, defendido por Vinícius depois de ser destratado por Aderbal e Consuelo
ANTÔNIO ISMAEL – idoso barrado de entrar num prédio
BERNARDO VELASCO – rapaz na praia com Alice
BETH ZALCMAN – juiza de paz que casa Teresa e Estela
BETO QUIRINO – Macarrão (dono da barraca onde Regina trabalha no início)
BIA ARANTES – Lara (envolve-se com Guto)
BRENNO DI FILLIPO – Cerqueira (capanga de Aderbal)
BRUNO DUBEUX – João Paulo (barman na boate de Guto)
CAETANO O’MAILAN – Tarcísio Flores (repórter que entrevista Regina após uma sessão de fotos)
CAMILA MOREIRA – Inês (adolescente)
CARLOS FONTE BOA – recepcionista de uma festa
CHARLES FRICKS – delegado que recebe denúncia de Aderbal contra Rafael ter drogado Laís
CHARLES MYIARA – advogado de Aderbal no caso das drogas com Laís
CHICO TERRA – motorista da mudança da familia de Luis Fernando para a Barra
CINARA LEAL – Penélope (funkeira cujo show Luís Fernando escreveu uma crítica)
CLARISSE PINHEIRO – prostituta que agride Alice na rua por achar que ela está roubando seu ponto
CLÁUDIA RAIA como ela mesma
CLÁUDIA VENTURA – repórter que entrevista Consuelo no último capítulo
CLÁUDIO TOVAR – crítico gastronômico que elogia Norberto
CRIS NICOLOTTI – Glória Diniz (apresentadora de TV que entrevista Norberto)
DANILO SACRAMENTO – Alex (treinador que substituiu Carlos Alberto)
DENNIS CARVALHO – Lauro (filho de Teresa)
DIRA PAES como ela mesma
DJHA MARTINS – Dona Marlene (costureira do morro)
DOUGLAS SIMON – juiz no processo de Cris
FÁTIMA BERNARDES como ela mesma
FLÁVIO PARDAL – fotógrafo que tenta ir pra cama com Alice
GABRIELLA GOMMES – Monique Pimentinha (prostituta que trabalha para Murilo)
GAL COSTA como ela mesma
GARCIA JÚNIOR – juiz no processo de Regina
GEOVANNA EWBANK – Vanessinha Pitbull (prostituta amiga de Murilo)
GERO PESTOLAZZI – médico que atende Teresa
GUILHERME LOGULLO – Caio (fotógrafo que transforma Regina em modelo)
GUSTAVO OTTONI – delegado
GUSTAVO PEREIRA – traficante, amigo de Wolnei morto em uma chacina
HANNA HOMANAZZI – Cecilia (garota que dá em cima de Rafael)
HÉLIO RIBEIRO – diretor da imobiliária do apartamento de Luis Fernando na Barra
HENRIQUE CÉSAR – cadeirante que briga com Luis Fernando e é defendido por Vinícius
ÍGOR ROBERTO LAGE – rapaz do cafezinho no escritório de Teresa
JACK BERRAQUERO – mendigo
JEAN-PIERRE NOHER – Pierre (representante de uma grife internacional de cosméticos que quer contratar Regina)
JORGE LUCAS – médico que cuida de Laís
JORGE NEVES – advogado cúmplice de Murilo na armação contra Vinícius
JULIANA GUIMARÃES – Dona Mareleide (cliente do salão de beleza de Ivete)
JUREMA REIS – Rosângela (empregada de Aderbal, no início)
LEANDRA LEAL como ela mesma
LEONARDO JOSÉ – síndico que barra a entrada de dois idosos num prédio e estes são defendidos por Vinícius
LEONARDO NETO – patrão de Alice subornado por Inês
LIÚBA FRANKENTHAL – senhora que confunde Ivan com um assaltante na delegacia
LORENA DA SILVA – advogada de Inês em uma das vezes em que ela foi a delegacia
LUDMILLA como ela mesma
LÚCIO ANDREY – assaltante do antiquário derrubado por Carlos Alberto
MARCELLA RAMALHO – Alice (1ª fase)
MARCELLO MELLO – segurança que examina o corpo de Murilo na boate e constata que ele está morto
MARCELO CAPOBIANCO – PM que prende Regina depois de encontrar drogas na mochila de Júlia
MARCELO PORTINARI – preso na cela em que Ivan é colocado
MÁRCIO GARCIA – pretendente de Karen, no final
MARCOS OTÁVIO – Denilson (motorista da família Pimenta)
MARCOS PITOMBO – Yuri (participa do plano de Beatriz para separar Aderbal de Inês)
MARCOS RUBIO – John (gringo que quer pagar para ficar com Regina)
MICHEL BERCOVITCH – Campos (advogado de Beatriz)
MICHELE BIRKHEUER – Olivia (celebridade que se irrita com Regina no restaurante)
NELSON XAVIER – Sebastião (sabia que Cristóvão se encontrou com Beatriz antes de ser assassinado)
NIKOLAS ANTUNES – marceneiro assediado por Beatriz
NILVAN SANTOS – cliente que briga no bar de Cadelão assustando Alice
PASCHOAL VILLABOIM – vendedor de pamonha dentro do prédio Sereia do Leme
PAULO GIARDINNI – advogado de Inês em uma das vezes em que ela foi a delegacia
PEDRO LIMA – falsário usado por Beatriz
RAUL LABANCA – médico que atende Ivan
ROBERTO BONFIM – Cadelão (dono do boteco onde Alice trabalhou)
ROBERTO LOBO – médico que atende Teresa
RODRIGO RANGEL – contratado por Inês para assustar Beatriz com uma cobra
ROGÉRIO FABIANO – Afonso (dono do restaurante que Luis Fernando faz assessoria de imprensa)
SAULO RODRIGUES – Cabo Cerqueira (miliciano que Aderbal usa para dar um susto em Luis Fernando após chantagem)
SÉRGIO STERN – pastor que rivaliza com Aderbal
SIMON PETRACCHI – Mário
SUSANA VIEIRA como ela mesma
TARCIANA SAAD – assessora de imprensa de Beatriz
TATSU CARVALHO – Jonas (produtor de eventos amigo de Murilo)
TUCA ANDRADA – Homero (marido de Inês)
VAL PERRÉ – Cristóvão Rocha (pai de Regina e Diogo, morto por Beatriz)
VICTOR SPARAPANE – rapaz que ajuda Alice quando ela trabalha no bar de Cadelão
VIÉTIA ROCHA – repórter que entrevista Regina para um programa de TV
XANDO GRAÇA – Deodato
YANNA LAVIGNE – Susana (amante de Aderbal)
ZECA CARVALHO – policial que prende Guto
ZICO como ele mesmo
– núcleo de BEATRIZ (Glória Pires), bela, sofisticada, inteligente, ambiciosa e sem nenhum escrúpulo. Casou-se por interesse e durante muito tempo comandou a construtora do marido, armando maracutaias para desviar dinheiro para suas contas no exterior. Considera-se acima do bem e do mal, capaz de mentir, roubar e até matar. Não contava que fosse se apaixonar pelo filho de um homem que assassinou:
o marido EVANDRO RANGEL (Cássio Gabus Mendes), milionário, casado pela segunda vez com Beatriz. Elegante, educado e sedutor. O casamento atendia aos interesses de ambos: Beatriz assumiu a frente dos negócios e ele passou a aproveitar mais o tempo livre. Logo se separam
o filho GUTO (Bruno Gissoni), do primeiro casamento. Foi criado pelo pai e por Beatriz que, mesmo não sendo nada maternal, logo conquistou o menino apoiando as suas vontades. Playboy inconsequente
o braço direito na construtora OTÁVIO (Herson Capri), a princípio seu aliado, mas fazia jogo duplo. Obcecado por ela, conseguiu chantageá-la, obrigando-a a se casar com ele
o engenheiro PEDRO (André Bankoff), trabalha na construtora
a secretária SILVIA (Luísa Friese)
a empregada CARLA (Beatrice Sayd).
– núcleo de INÊS (Adriana Esteves), cerebral, prática e objetiva, sempre teve uma enorme insatisfação. É ressentida, como se o mundo lhe devesse. Obcecada por Beatriz, com quem manteve algum contato quando eram adolescentes. Tem um misto de fascínio e inveja por ela. Vão viver um tenso jogo de negociação, rivalidade, conluio e confidências:
o marido HOMERO JUNQUEIRA (Tuca Andrada, participação), bom caráter, trabalhava na construtora de Evandro e foi transferido para Dubai com a família. Acaba morrendo vítima de um aneurisma, após uma discussão com a esposa, o que obriga a família a voltar para o Brasil
a filha ALICE (Sophie Charlotte), tem uma relação conflituosa com a mãe. No Brasil, esconde da família que se prostitui, influenciada pelo namorado mau-caráter. É assim que se envolve com o poderoso Evandro Rangel, um cliente, que se apaixona por ela
a tia CELINA (Débora Duarte), a criou quando ela ficou órfã. Amorosa e honesta. Preocupada com a obsessão da sobrinha, sempre a aconselhou a se afastar de Beatriz, em vão.
– núcleo de REGINA (Camila Pitanga), moça pobre, moradora do morro da Babilônia, no Rio de Janeiro. Batalhadora, determinada e despachada, enfrenta as agruras da vida com coragem, otimismo e humor. Tem uma barraca de coco na praia, de onde tira o seu sustento. Tem uma filha pequena com um malandro, que escondeu dela que era casado e tinha uma família. Com o assassinato do pai, enfrenta uma série de dificuldades para que a justiça seja feita:
os pais: CRISTÓVÃO ROCHA (Val Perré, participação), motorista particular de Evandro Rangel. Preocupado com o bem-estar da família, mas um marido infiel. Tinha um caso com Beatriz, mulher de seu patrão, mas acabou assassinado por ela, que acreditava que ele era cúmplice de sua rival Inês, que, por sua vez, a chantageava. Um mal-entendido que uniu dramaticamente Regina a duas mulheres ambiciosas que disputavam o poder,
e DORA (Virgínia Rosa), zelosa com a família e querida pelos vizinhos
o irmão DIOGO (Thiago Martins), atleta, faz saltos ornamentais. Bom caráter e um tanto ingênuo. Vai ter um caso com Beatriz, que se apaixona perdidamente sem desconfiar que ele é filho de Cristóvão, o homem que matou
a filha pequena JÚLIA (Sabrina Nonata) , mora com a mãe e com a avó, mas frequenta a casa do pai e, apesar de saber dos seus defeitos, é louca por ele
o ajudante na barraca VALDECIR (Alex Brasil), toma conta quando ela precisa se ausentar.
– núcleo de VINÍCIUS (Thiago Fragoso), advogado idealista. Divorciado, trabalha como assessor jurídico da prefeitura do município de Jatobá. Não se vende nem é conivente com corrupção. Sonha em ser juiz. Rapaz simpático, firme, carinhoso e gentil. Apaixona-se por Regina e ajuda a enfrentar problemas com a Justiça:
a mãe adotiva OLGA (Lu Grimaldi), trabalha como gerente em um restaurante no Leme. É uma mulher afetuosa e de bom coração
o irmão MURILO (Bruno Gagliasso), filho biológico de Olga. Sem nenhum caráter, detesta o irmão. Cafetão, malandro e sedutor, envolve Alice, apaixonada por ele, fazendo-a se prostituir. Acaba assassinado no decorrer da trama
a ex-mulher CRIS (Tainá Müller), deixou o marido depois de uma proposta de trabalho no exterior. Separaram-se com mágoa mútua, mas sem inimizade. Quando volta ao Brasil, tenta reconquistá-lo a todo custo, batendo de frente com Regina
o amigo BENTO (Dudu Azevedo), seu confidente. Bonito e bom-caráter, faz o estilo garoto de praia, sem profissão definida e sem muitas ambições.
– núcleo de TERESA (Fernanda Montenegro), dona de um prestigiado escritório de advocacia, mantem uma relação estável com outra mulher. Ficou famosa ao lutar pela libertação de presos políticos durante a ditadura. Também atuou em casos de discriminação sexual e semelhantes, que reforçam a sua posição de ativista. Vai ser conselheira de Vinícius:
a mulher ESTELA (Nathalia Timberg), mãe de Beatriz, não imagina que ela está envolvida em negócios escusos e é uma assassina. Dona de um antiquário
o neto temporão de Estela, RAFAEL (Chay Suede), criado desde pequeno por ela e Teresa como filho. A mãe dele, filha biológica de Estela, morreu e o pai sumiu no mundo. O rapaz chama ambas de “mãe” e tem ótima relação com elas. Bonito, inteligente, responsável e tímido
a amiga SIMONE (Jacqueline Laurence), gerente do antiquário de Estela
a secretária em seu escritório FLÁVIA (Luísa Thiré), eficientíssima, tem toda a confiança da chefe.
o estagiário no escritório NELSON (Pedro Dondé)
a empregada WILMA (Cristina Galvão).
– núcleo de ADERBAL PIMENTA (Marcos Palmeira), infiel, mas discretíssimo, é um marido carinhoso e sempre presente, mas dominado pela mãe megera. Prefeito recém-eleito do município de Jatobá. Corrupto, entrou na política para ganhar dinheiro. Apela para o eleitorado mais conservador, mas é hipócrita e um falso moralista:
a mulher MARIA JOSÉ (Laila Garin), tem respeito e admiração por sua carreira pública, sem imaginar as falcatruas que comete. Tolera com paciência os desmandos da sogra, para não desagradar o marido nem quebrar a harmonia do lar
a filha LAÍS (Luisa Arraes), respeita Aderbal, mas é crítica com certas atitudes dele, como manter dois padrões de vida diferentes. Apaixona-se por Rafael, mas terá que enfrentar a sua família preconceituosa, já que o namorado foi criado por duas mulheres
a avó CONSUELO (Arlete Salles), mãe de Aderbal, dominadora, vive dando puxão de orelha no filho. Acha que tem o direito de mandar em todos e ser obedecida. Preconceituosa, intolerante, deslumbrada, cafona e casca-grossa. Sente prazer em humilhar a nora
o assessor RONALDO (Marcelo Laham), seu braço direito na prefeitura de Jatobá
a secretária da prefeitura DULCE (Daisy Lucidi), funcionária pública de carreira, não quer se aposentar, pois adora as emoções dos bastidores do poder
o copeiro XAVIER (Tadeu Aguiar), tenta, com muito custo, ensinar boas-maneiras à família Pimenta
a amiga de Laís SANDRINHA (Lara Tremouroux), estudam juntas.
– núcleo de LUÍS FERNANDO (Gabriel Braga Nunes), pai de Júlia, que teve com Regina. Charmoso, sedutor e mulherengo. No passado, envolveu-se com Regina, que logo descobriu que ele era casado, pai de dois filhos, e hoje não quer nada dele, a não ser que pague a pensão da filha. Jornalista, perde o emprego em um jornal e passa a viver de bicos:
a mulher KAREN (Maria Clara Gueiros), corretora de imóveis. Trabalha muito, vive assoberbada para dar conta de tantas tarefas. Apesar da irritação com as constantes armações do marido, não resiste ao seu charme e acaba perdoando-o
os filhos com Karen: NINA (Bernadete Wilhelm), quase sempre consegue o que quer, principalmente do pai,
e JOAQUIM (Xande Valois), discreto e tímido, mas nada bobo
a sogra ZÉLIA (Rosi Campos), manicure, trabalha em um salão de cabeleireiro no Leme, e atende clientes como Beatriz. Fofoqueira de plantão, é a ponte entre Beatriz e o mundo de classe média, Inês e Regina, abastecendo um lado e outro de informações dependendo da situação
o irmão NORBERTO (Marcos Veras), fez curso de culinária e trabalha como auxiliar do chef de um hotel de luxo em Copacabana
o amigo de Norberto, CLÓVIS (Igor Angelkorte), com quem mora e faz dupla cômica. Despejados de um apartamento em Copacabana, vão morar num conjugado no Leme.
– núcleo de CARLOS ALBERTO (Marcos Pasquim), amigo de Evandro. Instrutor de saltos ornamentais e figura muito respeitada no mundo dos esportes. Treinador de Diogo:
o filho FRED (Filipe Ribeiro), melhor amigo de Guto, é tão playboy quanto ele, mas o caráter é ainda pior. Preconceituoso e machista
o irmão SÉRGIO (Cláudio Lins), convidado por Evandro para trabalhar em sua construtora e ficar de olho nas jogadas de Inês. Homossexual reprimido, apaixona-se por um rapaz que conhece na praia.
– núcleo do morro da Babilônia, onde moram Regina e sua família:
PAULA (Sheron Menezes), advogada no escritório de Teresa, amiga de Regina. Bonita e atraente, é uma mulher moderna, independente e bem-sucedida. De origem humilde, conquistou a duras penas seu lugar no mercado e a confiança de Teresa
IVAN (Marcello Melo Jr.), irmão de Paula, mora com ela. É instrutor de slackline na praia. Gay assumido, terá um caso com Sérgio, que resiste a sair do armário
VALESKA (Juliana Alves), bela e desinibida. Ficou com má fama por ter namorado o chefe do tráfico no morro. Vai ser disputada por Norberto e Clóvis, mas, na verdade, não está interessada em nenhum dos dois
OSVALDO (Werner Schünemann), ex-namorado de Valeska. Antes da pacificação do morro, era um traficante cruel
TADEU (Cesar Mello), dono do bar que é ponto de encontro do morro. Boa gente e generoso com os vizinhos. Foi namorado de Paula, mas não suportou a sua independência
GABI (Kizi Vaz), trabalha no bar de Tadeu. Apaixonada, sonha em casar e ser feliz para sempre. Foi namorada de Diogo e sofreu muito quando ele rompeu com ela
WOLNEI (Peter Brandão), irmão de Tadeu. Deixou-se levar pelas tentações do dinheiro aparentemente fácil e de pouco adiantam as tentativas do irmão para salvá-lo. Topa qualquer ilegalidade por dinheiro
CARLINHOS (Cauê Campos), irmão caçula de Tadeu e Wolnei. Esperto, estudioso, melhor amigo de Júlia
TOM CRUZES (Paulo Verlings), moto-taxista do morro. O feio que se acha lindo. Ganhou o apelido porque se acha galã
– demais personagens:
HELÔ (Carla Salle), prostituta que trabalhava para Murilo. Apaixonou-se por Guto, mas sofreu quando percebeu que ele não a tratava com respeito
VERA (Maira Charken), delegada titular na delegacia do Leme
ZÉ HENRIQUE (Antonio Gonzalez), investigador de polícia, na delegacia do Leme
ÚRSULA ANDRESSA (Rogéria), veterana estrela do show business. Adotou esse nome artístico porque se acha a cara de Ursula Andress. Descobre-se que é o pai de Osvaldo
RUBI (Rodrigo Fagundes), porteiro do Edifício Sereia do Leme, onde moram Clóvis e Norberto. Apesar de jovem, é fã de Cauby Peixoto, paixão herdada da mãe
IVETE (Mary Sheila), cabeleireira e administradora do salão de beleza no Leme onde Zélia trabalha. Vive às turras com ela
CILENE (Viviane Porto), cabeleireira no salão de Ivete. Baiana arretada, chegou há pouco tempo no Rio. É alegre e comunicativa.
Ibope baixo
Babilônia penou com a repercussão negativa refletida na baixa audiência. Apesar de a emissora continuar líder no horário, foi o menor Ibope já registrado em uma novela do prime-time da Globo até então: fechou com média geral de 25 pontos na Grande São Paulo. As duas anteriores, Em Família e Império, marcaram 30 e 33, respectivamente.
A estreia alcançou 33 pontos no Ibope. Nos capítulos seguintes, a audiência foi caindo: no segundo capítulo obteve 30 pontos e ao final de sua primeira semana, a novela já havia perdido um terço de seu público. Essa rejeição ocorreu também nos demais estados.
Antecedentes (*)
Com título inicial de Três Mulheres, a novela teve sua estrutura formada por duas antagonistas, que seriam inimigas entre si, mas fariam um conluio para combater a protagonista. Glória Pires e Deborah Evelyn foram escaladas como as vilãs e Camila Pitanga como a mocinha. Gilberto convidou as três ainda na fase de elaboração da sinopse e elas aceitaram.
Na visão dos autores, Babilônia ia contar a história de uma mulher guerreira buscando justiça para sua família, tendo como pano de fundo as tensões entre classes sociais do Brasil na época. Moradora da favela, Regina (Camila Pitanga) era a batalhadora da então muito falada “nova classe C”. Vivendo em um apartamento com vista para o morro, Inês (Deborah Evelyn) representava a classe média ressentida. Beatriz (Glória Pires), moradora da avenida Atlântica, simbolizava a elite predatória.
Em outubro de 2014, a direção da Globo comunicou a Gilberto que ele deveria trocar uma das protagonistas, Deborah Evelyn, por Adriana Esteves. Seria a primeira novela de Adriana após o sucesso avassalador da vilã Carminha de Avenida Brasil, dois anos antes. A personagem icônica ainda estava na memória do público e da emissora. Com Adriana, a nova novela de Gilberto teria um atrativo a mais, acreditavam os executivos da Globo.
Os autores temiam que o público não fosse aceitar Adriana como Inês, por ela não ter os mesmos apelos de Carminha. Mais do que isso, enxergavam que Inês, subalterna a Beatriz, deveria ser vivida por uma atriz que não tivesse o mesmo status de Glória Pires. Os argumentos não convenceram a emissora. Porém, Gilberto e sua equipe estavam certos.
Beijo lésbico
Em janeiro de 2015, a dois meses da estreia, os autores revelaram alguns detalhes da trama, em especial que a história apresentaria um casal homossexual da terceira idade vivido por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg. Para evitar especulações sobre quando as personagens iriam se beijar, Ricardo Linhares, um dos autores, sugeriu que elas dessem um selinho logo no primeiro capítulo para tirar o assunto da pauta. (*)
As chamadas de estreia aguçaram a curiosidade do público. O primeiro capítulo foi “de tirar o fôlego”: dinâmico, bem roteirizado, em uma ótima produção e direção, e performances excelentes da dupla Glória Pires e Adriana Esteves, as protagonistas vilãs (que geraram o meme “Não estou disposta!”).
Por volta do sétimo minuto do capítulo de estreia, as personagens Estela (Nathalia) e Teresa (Fernanda) foram apresentadas ao público como um casal. Teresa está se arrumando para dormir quando Estela chega e, carinhosamente, beija a sua mão. Teresa retribui fazendo carinho no rosto da companheira. As duas sorriem e se beijam na boca. Em seguida, se abraçam. A cena durou quinze segundos, no máximo. (*)
No capítulo enviado aos atores e à equipe de gravação, as personagens dariam um selinho. Fernanda Montenegro decidiu por conta própria ir além e dar o beijo. O diretor Dennis Carvalho não se opôs. A direção da Globo assistiu ao capítulo uma semana antes da estreia e não viu nenhum problema na cena, afinal, pouco mais de um ano antes, os personagens de Mateus Solano e Thiago Fragoso haviam causado uma comoção positiva após se beijarem na boca no capítulo final da novela Amor à Vida, de Walcyr Carrasco. (*)
As reações negativas ao beijo foram enormes. Ao longo dos meses, o assunto foi intensamente debatido, com a exposição de várias teorias a respeito. A principal é que o público deveria ter sido “preparado” para a cena ao longo de algumas semanas ou meses de novela. Uma outra teoria é que a rejeição ocorreu porque eram duas atrizes muito conhecidas. O beijo não apenas provocou homofobia, como também despertou preconceito contra idosos (etarismo). (*)
A principal reação ao beijo, a que mais assustou a Globo, foi orquestrada por igrejas evangélicas. No dia seguinte à estreia, começou a circular nas redes sociais uma imagem do logotipo da novela com uma tarja instando o público a “não dar audiência para a novela que quer destruir os valores da família brasileira”. Na quinta-feira (19/03/2015), a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional divulgou uma nota de repúdio, convocando um boicote a Babilônia. (*)
Rejeição do público
Já na estreia os autores pesaram nas temáticas abordadas, provocando e assustando o público mais tradicional. Além do beijo lésbico sem aviso prévio, também violência doméstica e assassinato.
Ao mesmo tempo, a concorrência estava bem munida. O SBT, estável com a novela infantil Chiquititas, pôs a reprise do sucesso Carrossel para competir no horário da novela global. A emissora de Silvio Santos promoveu a reprise com uma mensagem moralista cutucando Babilônia: “Novela para família é aqui!”
A Record TV,por sua vez, começou a conquistar uma boa audiência com a novela bíblica Os Dez Mandamentos, que estreou uma semana depois de Babilônia – ainda que o enfrentamento direto fosse por pouco tempo.
O fato é que, apesar do ótimo primeiro capítulo, nas semanas que se seguiram, Babilônia foi desvendando um roteiro inconsistente. Era uma trama que prometia, mas que se revelou sem muito apelo. Para piorar, a mocinha, vivida por Camila Pitanga, ganhou a pecha de chata e a antipatia do público. Não havia na trama central um conflito romântico forte ou personagens com os quais o telespectador pudesse se identificar e torcer. Apenas duas vilãs loucas em uma briga de gato e rato e uma mocinha intragável.
Força-tarefa
Após uma enxurrada de críticas, de todos os lados, os autores se mobilizaram para tentar consertar a novela. Para conter a queda da audiência, várias medidas foram tomadas.
A direção da Globo decidiu antecipar a primeira pesquisa qualitativa. O resultado do grupo de discussão mostrou que o ponto principal de rejeição à novela era a questão moral. Para as espectadoras, o beijo das duas senhoras não foi apenas um escândalo, mas uma agressão, um desrespeito, uma afronta. (*)
O público também não queria ver Alice (Sophie Charlotte) como garota de programa, nem Murilo (Bruno Gagliasso) como cafetão. Até o título da novela, Babilônia, foi criticado por ser, na Bíblia, uma referência a degradação moral. Outra questão que apareceu na pesquisa foi a rejeição a Inês. Adriana Esteves estava fazendo, como desejado, uma vilã ressentida, invejosa e mesquinha, mas o público queria ver Carminha. (*)
O responsável pela rejeição não era apenas o beijo entre as personagens lésbicas, mas também a violência, a decadência de valores familiares, a maldade e imoralidade de vários personagens. Na novela havia um cafetão, uma mocinha prostituta, uma vilã assassina e ninfomaníaca, filha estapeando mãe e filho ameaçando pai.
Chamadas de relançamento foram veiculadas. A abertura sofreu ajustes e o logotipo, que tinha um fundo vermelho, ganhou cores mais suaves. A fotografia, que era escura, foi clareada. O diretor de dramaturgia da Globo, Silvio de Abreu, foi acionado: ele organizou e reescreveu cinco capítulos (do 37 ao 41) e acelerou acontecimentos.
Várias modificações na trama e em perfis de personagens foram providenciadas. A revelação do segredo envolvendo as duas vilãs, Beatriz (Glória Pires) e Inês (Adriana Esteves), foi antecipada.
Novela Frankenstein
E a emenda saiu pior que o soneto. As alterações descaracterizaram os perfis de vários personagens. A grande vilã Beatriz (Glória Pires), no início uma mulher fria e calculista, ávida por sexo e poder, revelou-se uma romântica boboca ao se apaixonar pelo nadador Diogo (Thiago Martins), em um romance pouco crível e sem nenhuma química entre os atores.
Alice (Sophie Charlotte) e sua mãe Inês (Adriana Esteves), que se odiavam, reconciliaram-se e viraram melhores amigas da noite para o dia. Alice, que era para ser uma prostituta de luxo, tornou-se uma mocinha chorosa. O cafetão Murilo (Bruno Gagliasso) só não perdeu a função na novela porque, nas últimas semanas, os autores o tomaram para ser a vítima do “Quem matou?”. O romance entre Alice e Evandro (Cássio Gabus Mendes), meloso e forçado, foi outra mudança drástica, já que ele, no início, havia sido apresentado como um machista mau-caráter. Ficou claro o foco nos romances para tentar fisgar o telespectador.
Os autores também investiram mais no humor do triângulo cômico (mas pouco engraçado) envolvendo Norberto, Valeska e Clóvis (Marcos Veras, Juliana Alves e Igor Angelkorte).
O foco nos personagens gays foi diminuído. O romance estre as lésbicas, que prometia ser uma abordagem interessante, praticamente sumiu da história. Teresa e Estela nunca mais se tocaram, nenhum carinho, muito menos beijo. Um dos cenários do casal, o quarto, deixou de ser usado: as duas senhoras só contracenavam na sala de estar, no escritório ou à mesa de jantar. (*)
Outro personagem descaracterizado foi Carlos Alberto (Marcos Pasquim), que seria um gay enrustido de caso com Ivan (Marcello Melo Jr.), mas que acabou envolvendo-se com Regina (Camila Pitanga).
Tanto se mexeu nos dramas e personagens de Babilônia que a novela se transformou em um remendo só, com tramas alinhavadas às pressas e personagens mal costurados e descaracterizados. Uma “novela Frankenstein”. Antes os autores tivessem seguido com a ideia original, porém tateando com cuidado nas abordagens dos temas considerados fortes ou pesados (ao público médio).
Para piorar, Gilberto Braga, o autor principal, passou todo o período da novela doente. Silvio de Abreu criticou a quantidade de autores na equipe de Gilberto, que, a seu ver, mais atrapalhou do que ajudou:
“O problema da novela foi que não teve o comando de Gilberto, que estava doente. E tinha muita gente para dar palpite. Não podia dar certo mesmo. Tinha dez pessoas escrevendo a novela.” (*)
Gilberto Braga ficou em silêncio por dois meses e meio, rejeitando inúmeros pedidos de entrevista, enquanto Babilônia era vilipendiada, pela mídia e pela opinião pública. Apenas em maio de 2015 ele concordou em falar com o jornal O Globo. Publicada no domingo, 31 de maio, a entrevista deixou transparecer a frustração de Gilberto com a repercussão negativa da novela e a sua irritação com o público e a Globo.
“Basicamente, a novela chocou por causa do beijo gay e porque tinha pouco amor e muito sexo”, disse. “Mas, depois das mudanças, a audiência não subiu em São Paulo. Até agora eu sofro a humilhação pública diária de perder para a novela das sete, I Love Paraisópolis”, lamentou. (*)
Gilberto também reclamou que a sinopse de Babilônia ficou por um ano na Globo e ninguém viu problemas. Sobre a repercussão negativa, o autor sugeriu que o problema era com o público de São Paulo, o maior do país, que teria um gosto muito popular. Referindo-se a um personagem de Silvio de Abreu, o autor ironizou: “Não sei escrever para quem gosta de Jamanta. Meu universo é anti-Jamanta.” (*)
Jamanta foi um personagem muito popular, interpretado por Cacá Carvalho, criado por Silvio de Abreu, em 1998, para a novela Torre de Babel, que depois retornou em Belíssima, em 2005-2006.
Final antecipado
Apesar das mudanças realizadas, a audiência continuou baixa. Em junho de 2015, a Globo confirmou a decisão de encurtar a novela em três semanas. Em vez de 161 capítulos, seriam apenas 143.
Babilônia terminou em 29/08/2015 com um “Quem matou?” e uma pequena vingança de Gilberto: Estela e Teresa repetiram o beijo que causou tanta polêmica no primeiro capítulo, sendo seguidas pelo casal formado por Sérgio e Ivan (Claudio Lins e Marcello Melo Jr.). (*)
Já as vilãs Beatriz e Inês foram condenadas, ficaram em uma mesma cela, fugiram juntas, continuaram suas brigas até se lançarem de carro em um penhasco – sequência que emulava as personagem de Susan Sarandon e Geena Davis no filme Thelma & Louise (1991). (*)
Babilônia só sofreu rejeição porque faltou aos autores maior cuidado ao apresentar uma trama difícil para o público médio digerir. Temas como preconceito, violência (doméstica ou urbana), prostituição e homossexualidade poderiam ser abordados e discutidos, mas não como uma imposição. Faltou sutileza. E faltou uma história central forte o bastante para cativar a audiência. Babilônia foi pretensiosa ao provocar o público e chamar a atenção para temas pesados. Porém, isso a afastou do folhetim. Na volta, ao tatear pelo folhetim na esperança de salvação, já era tarde demais.
Elenco
Em meio a tantos problemas, um grande destaque: o núcleo do político evangélico e corrupto Aderbal Pimenta, vivido por Marcos Palmeira. Com cenas divertidas envolvendo ele e sua mãe, Consuelo (Arlete Salles), fez-se crítica aos governos populistas e à intolerância. Escândalos políticos da época foram abordados, bem como a hipocrisia e ignorância do que se faz em nome da religião para alcançar poder e dinheiro. Aproveitando o gancho, vários diálogos soaram como uma resposta dos autores ao público representante da “tradicional família brasileira” que rejeitou a novela.
O diretor de núcleo Dennis Carvalho fez uma participação na novela, como Lauro, o filho homofóbico de Tereza (Fernanda Montenegro). Os atores repetiram a dobradinha de outra trama de Gilberto Braga, Brilhante (1981-1982), em que a situação era inversa: Fernanda era Chica Newman, a mãe homofóbica do personagem gay de Dennis Carvalho (Inácio).
Susana Vieira também apareceu em Babilônia para relembrar outra dupla do passado. Como ela mesma, Susana encontrou Consuelo, personagem de Arlete Salles, sua fã ardorosa. A situação remete às personagens das atrizes na novela Lua Cheia de Amor (de 1991, escrita por Ricardo Linhares, Ana Maria Moretzsohn e Maria Carmem Barbosa, sendo Linhares um dos autores de Babilônia): Kika Jordão (Arlete), a fã de Laís Souto Maia (Susana). Arlete Salles até repetiu em Babilônia o bordão de Kika: “Translumbrante!”.
Primeira novela das atrizes Laila Garin, Luísa Arraes e Lara Tremouroux. Primeira novela na Globo do ator Marcos Veras.
Locações e cenografia
Uma equipe de quase vinte pessoas viajou entre o calor de Dubai e o frio de Paris para captar as primeiras imagens da novela. Ao todo, foram quase duas semanas de gravação, que começou nos Emirados Árabes. Os atores tiveram quatro dias de gravação, para nove cenas na cidade, sendo uma delas em um shopping center, com 50 figurantes.
Logo depois, em Paris: durante três dias, uma equipe de quase 50 pessoas, entre produção local e da novela, gravou no Jardim de Luxemburgo, Place des Vosges, Ponte Bir Hakeim e Museu Rodin.
Babilônia teve duas cidades cenográficas, uma com ruas do bairro do Leme e outra que retratava a subida do morro da Babilônia. Mesmo assim, algumas cenas foram gravadas em locações reais.
“Por este motivo, adotamos um conceito mais realista, com dimensões reais, para fazer o link com a cidade cenográfica. Normalmente trabalhamos com proporções um pouco menores (10% a 20% menor que o real )”, explicou o cenógrafo, Mário Monteiro.
A cidade do Leme teve 17 construções e 6 mil metros quadrados com vários interiores, entre eles o prédio de Inês (Adriana Esteves), de Paula (Sheron Menezzes), de Luís Fernando (Gabriel Braga Nunes), loja de sucos, banca de jornal, quiosque de plantas e a delegacia. Já no morro da Babilônia, a equipe reproduziu um pequeno trecho do local com a casa de Regina (Camila Pitanga) e o botequim de Tadeu (César Mello), com área de 1,5 mil metros quadrados.
Além das cidades cenográficas, a novela teve 120 ambientes distintos, totalizando 40 cenários.
Abertura
Embalada pelo samba “Pra que chorar”, gravado pela cantora Mart´nália, a abertura da novela mostrava, em um espaço imaginário em diversos planos, elementos de construção – que remetiam a uma babel brasileira – nos quais os rostos das três protagonistas da trama eram refletidos.
Com as mudanças que a produção sofreu como forma de conter a fuga de audiência, a abertura também passou por ajustes. Doze dias após a estreia – a partir do capítulo de 28/03/2015, um sábado – a abertura ganhou mais luminosidade, o que a deixou menos soturna. A mudança também afetou o logotipo: antes aparecia vermelho sobre um fundo preto (o que poderia ser interpretado como algo diabólico), depois passou a surgir branco sobre um fundo acinzentado que simulava uma parede de cimento.
Streaming
Babilônia foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming da Globo) em 23/12/2024, dentro do Projeto Originalidade.
* “Gilberto Braga, o Balzac da Globo”, Artur Xexéo e Maurício Stycer.
Trilha sonora volume 1
01. INK – Coldplay (tema de Alice e Murilo, depois de Regina)
02. EU TE DESEJO AMOR (QUE RESTE-T-IL NOS AMOURS (I WISH YOU LOVE) – Maria Bethânia (tema de Estela e Tereza)
03. Ô SORTE – Mosquito (tema de Clóvis e Norberto)
04. ILUSÃO A TOA – Gal Costa (tema de Ivan e Sérgio)
05. SPLENDOR – Dan Torres
06. PRA QUE CHORAR – Mart´nália (tema de abertura)
07. DEIXA SE ENVOLVER – Melanina Carioca (tema de Valeska e Norberto)
08. LIKE NICE – Celso Fonseca (tema de Carlos Alberto e Regina)
09. AZUL DA COR DO MAR – Tim Maia (tema de Paula e Bento)
10. SONHOS – Caetano Veloso (tema de Regina e Vinícius)
11. DON’T WANNA TOUCHDOWN – Johnny Glovez featuring Polina (tema de Diogo)
12. NÃO DIGA NÃO – Nana Caymmi (tema de Beatriz e Diogo)
13. ALVORADA – Cartola (tema de locação: morro da Babilônia)
14. CONVICTED – Alisha Pillay
15. TILL I FORGET ABOUT YOU – Cymcolé
16. A PRESENÇA – Roger Henri
Trilha sonora volume 2
01. I´M NOT THE ONLY ONE – Sam Smith (tema de Beatriz e Diogo)
02. ESPERTA – Ana Carolina (tema de Inês e Aderbal)
03. MANIA – Zizi Possi (tema de Cris e Vinícius)
04. ESTAVA ESCRITO – Ney Matogrosso (tema de Guto e Helô)
05. ALL OF YOU – Karina Duque Estrada
06. UM TREM PARA AS ESTRELAS – Cazuza (tema de Murilo e Alice)
07. AMOR MARGINAL – Johnny Hooker (tema de Alice e Evandro)
08. O SAMBA DE NÓS DOIS – Daniel Chaudon (participação de Mart’nália) (tema de Tadeu e Gabi)
09. I´M ALIVE – Mister Jam featuring Francinne
10. TANGO DO MAL – Simone Mazzer (tema de Luís Fernando e Karen)
11. SABE VOCÊ? – Leila Pinheiro (tema de Regina e Vinícius)
12. LOVE IS ON MY MIND – Blushed
13. ONLY U – Leo Von
14. AMOR MEU GRANDE AMOR – Lucas Santtana (tema de Laís e Rafael)
Ainda
PURABOSSANOVA – Sérgio Brito e Rita Lee (tema de Ivan)
MEU BEBÊ – MC Jordan (tema de Norberto e Valeska)
CONVOCAÇÃO – MC Koringa
DIVISIONARY – Ages and Ages (tema de Laís e Rafael)
EVERY TIME WE SAY GOODBYE – Simply Red (tema de Regina e Vinícius)
DO I WANNA KNOW? – Artic Monkeys
Tema de abertura: PRA QUE CHORAR – Mart´nália
Pra que chorar
Se o sol já vai raiar
E o dia vai amanhecer
Pra que sofrer
Se a lua vai nascer
E e só o sol se pôr
Pra que chorar
Se existe amor
A questão é só de dar
A questão é só de dor, de dor
Quem não chorou
Quem não se lastimou
Não pode nunca mais dizer
Pra que chorar, pra que sofrer
Se há sempre um novo amor
Cada novo amanhecer…
Deu tudo errado!
E digo mais: Duvido que um dia seja reprisada num Vale a pena ver de novo da vida, pois se for, é capaz de perder no Ibope até pros telecultos da Rede TV!
E se fosse feita nas décadas anteriores, provavelmente teria “sumido” dos arquivos da Globo…
Triste fim de carreira do autor da (na minha opinião) melhor novela da história da TV brasileira, que é a Vale Tudo, além de outros clássicos como Escrava Isaura, Dancin´Days, Celebridade, Água Viva, Paraíso tropical e até as subestimadas Força de um Desejo, Corpo Santo, Brilhante e Helena!!!
Babilônia foi péssima, e ele teve erros de autor principiante em querer chocar o público nos primeiros capítulos, o que fez a audiência pegar um ranço irremediável pela novela, que se mostrava uma continuação do clima pesado do Jornal Nacional da época (com a crise política e econômica castigando a população)!!!
A Globo também errou ao obrigá-lo a engolir mudanças na novela que a descaracterizaram de vez!!!!
Se o Gilberto tivesse introduzido a história em doses mais suaves durante a obra, talvez ela não fosse tão rejeitada assim…
Nessa época, o que aparentava era uma preguiça ou falta de vontade em relação às trilhas sonoras, nem foto em estúdio ou uma capa bem elaborada se prestaram em realizar, nem a separação em nacional e internacional fizeram, fora a escolha das músicas.
Como foi dito, se os autores tivessem feito a abordagem dos temas mais pesados com leveza, talvez a novela pudesse ter se salvado, não precisaria nem mesmo reduzi-la em 3 semanas como ocorreu. Havia a história interessante por trás, envolvendo Beatriz, Inês e Regina, creio que, apesar dos pesares, essa espinha dorsal se manteve.