Sinopse

Um homem e uma mulher passeiam à noite em uma praia deserta. Como se seguisse um ritual, a mulher coloca um vestido de noiva e, durante o sexo, é brutalmente estrangulada para em seguida ser deixada na porta de uma igreja. Este é o terceiro crime cometido com o mesmo estilo e o detetive França está obstinado em identificar o criminoso. Porém, provar a autoria dos crimes é o grande desafio.

O psicopata se esconde na pele de Donato Menezes, conceituado restaurador de obras de arte que leva uma vida pacata ao lado da noiva Cinara e da tia doente Eulália. Suas vítimas são mulheres de diversas classes sociais, como Marilene, professora do subúrbio; Kátia de Sá Montese, socialite; e Fátima, filha de um pastor. Em comum, todas têm um vestido de noiva para vender anunciado em classificados de jornal.

Seguindo um ritual, o serial killer entra em contato com as vítimas, seduzindo-as, para então executá-las. Antes de matá-las, pede que elas usem o vestido de noiva. Paralelamente à busca do assassino, o detetive França enfrenta uma crise no casamento com Mariana e começa a se envolver com Leiloca, que ele acaba por usar para atrair o assassino.

Globo – 22h30
de 2 a 26 de junho de 1992
16 capítulos

minissérie de Dias Gomes
escrita por Dias Gomes, Ferreira Gullar e Marcílio Moraes
direção de Roberto Farias, Maurício Farias e Mauro Farias
direção geral de Roberto Farias

MIGUEL FALABELLA – Donato de Castro Menezes (Cândido Martins / Rafael / Leonardo)
REGINALDO FARIA – Detetive França (Jorge França)
PATRÍCIA PILLAR – Cinara Alves
HUGO CARVANA – Delegado Adroaldo Lima Jr.
BRANCA DE CAMARGO – Leiloca
ZEZÉ POLESSA – Mariana
YARA LINS – Eulália
CHICA XAVIER – Rosa
RICARDO PETRÁGLIA – Paulão (Paulo Alves)
PATRÍCIA PERRONE – Lucinha (Lúcia Alves)
MARCELO FARIAS – Cláudio Ribeiro
PATRÍCIA NOVAES – Mary Rose Alves
EWERTON DE CASTRO – Dr. João Bacelar
TÁSSIA CAMARGO – Marilene Feitosa
SUELY FRANCO – Júlia
JOÃO CAMARGO – Amaury
CHRISTIANE TORLONI – Kátia de Sá Montese
RAUL CORTEZ – José Carlos Montese
ANA BEATRIZ NOGUEIRA – Fátima Barbosa (depois chamada de Corrêa)
ROBERTO BOMTEMPO – Adilson Costa
NELSON DANTAS – Pastor Justino
HILEANA MENEZES – Lurdes
MÁRCIA CABRITA – Adelaide
FÁBIO JUNQUEIRA – Raul
FERNANDO BENÉVOLO – Eduardo
LALA DEHEIZELIN – Helena Munhoz da Rocha

e
AUGUSTO OLÍMPIO – mendigo que viu o assassino deixando o corpo de Mary Rose na porta da igreja
BENJAMIM CATTAN – Gomide (restaurador de obras de arte consultado por França)
CECÍLIA LAJE – Célia (empregada no apartamento de Eulália)
CIBELE LARRAMA – atendente da loja que vende o vestido de noiva a Fátima
CIDINHA MILAN – Maria (empregada no apartamento dos Montese)
DESIRÉE VIGNOLLI – mulher de Bacelar
DOMINGOS DE OLIVEIRA – Indalécio Piolho (Bico Doce, comprador do vestido de noiva de Leiloca)
EXPEDITO BARREIRA – Manuel (caseiro na propriedade dos Montese em Angra dos Reis)
FERNANDO AMARAL – diretor do manicômio judiciário, informa Cinara que Donato fugiu
FLÁVIA BONATO – colega de trabalho de Fátima no escritório
GUTI FRAGA – legista do Instituto Médico Legal
JACYRA SAMPAIO – Mãe Gertrudes de Nilópolis (mãe de santo do terreiro frequentado por Rita)
JOÃO FELIPE – Miro (filho mais velho de França e Mariana)
JOEL SILVA – policial auxiliar de França
KARINA PEREZ – provável próxima vítima de Donato, no último capítulo
LADY FRANCISCO – dona da casa onde Mary Rose alugava um quarto
MARCUS VINÍCIUS – Pedro (porteiro no prédio ondem moram os Montese)
MARIA GLADYS – Rita de Cássia dos Santos (ex-empregada de Kátia de quem ela furtou o vestido de noiva)
MARIETA SEVERO – promotora no julgamento de Donato
MÁRIO ROBERTO – Aristides (policial de Angra dos Reis que investiga o desaparecimento de Kátia)
MIGUEL ROSEMBERG – juiz de paz no casamento de Donato e Cinara
MILTON GONÇALVES – Dr. Assunção (advogado de Donato)
ODENIR FRAGA – escrivão na delegacia
PAULO CÉSAR PEREIO – narrador
ROGÉRIO FABIANO – namorado de Amaury
RUY REZENDE – apresenta-se como o “matador de noivas”
SÉRGIO MAMBERTI – dono da boate onde Mary Rose trabalhava
TONY FERREIRA – Dr. Guerra (médico de Eulália)
WALDEMAR BERDITCHEVSKY – juiz no julgamento de Donato
Jorginho (filho mais novo de França e Mariana)

– núcleo de DONATO MENEZES (Miguel Falabella), restaurador de obras de arte, homem culto e distinto, jovem e bonito. Solteiro e introspectivo, tem dificuldades em se relacionar afetivamente pois sofrera um trauma no passado com sua noiva. Furtivamente, busca em jornais mulheres que vendem vestido de noiva, para envolvê-las e assassiná-las. Para cada uma delas, apresenta-se com um nome diferente. Segue um ritual: pede para que a vítima se vista de noiva e, no ato sexual, a estrangula. Depois de morta, abandona a vítima na porta de uma igreja. Após algumas mortes, passa a ser caçado pela polícia:
a ex-noiva HELENA (Lala Deheinzelin), que, no passado, o traiu antes do casamento, deixando-o traumatizado. Reaparece no final, ao tomar conhecimento de seu julgamento
a tia EULÁLIA (Yara Lins), que o criou como mãe. Doente, vive em uma cadeira de rodas e sabe que tem pouco tempo de vida. Tem adoração pelo sobrinho e seu maior desejo é vê-lo casado. Começa a desconfiar de seu comportamento
a governanta ROSA (Chica Xavier), cuidadora de Eulália, está na casa desde que Donato era criança
a empregada CÉLIA (Cecília Laje)
o assistente em seu ateliê EDUARDO (Fernando Benévolo).

– as vítimas de Donato, por ordem de assassinato:
MARIA LÚCIA DE OLIVEIRA, apenas citada
EUNICE ARAÚJO DANTAS, apenas citada
MARY ROSE ALVES (Patrícia Novaes), crooner em uma boate
MARILENE FEITOSA (Tássia Camargo), professora primária no subúrbio, para quem apresentou-se como Cândido
KÁTIA DE SÁ MONTESE (Christiane Torloni), socialite entediada, para quem apresentou-se como Rafael
FÁTIMA BARBOSA (CORRÊA) (Ana Beatriz Nogueira), filha de um pastor batista, para quem apresentou-se como Leonardo. Escapa de ser morta
(Karina Perez), provável próxima vítima.

– núcleo de FRANÇA (Reginaldo Faria), detetive de polícia que investiga obstinadamente o caso do “matador de noivas”. Assume o caso (no primeiro capítulo) quando morre Mary Rose, moça que conheceu:
a mulher MARIANA (Zezé Polessa), com quem vive um casamento em crise, já que ela acha que ele é relapso com a relação
os filhos: MIRO (João Felipe), garoto em idade escolar, e JORGINHO, bebê
o delegado ADROALDO (Hugo Carvana), seu superior na delegacia, com quem mantém uma parceria nas investigações, embora várias vezes seja contrariado e desobedecido por ele.

– núcleo de CINARA (Patrícia Pillar), noiva de Donato. Apaixonada, não entende por que ele às vezes é muito frio e por que não deseja marcar o casamento. Tem a total aprovação de Eulália, que sonha vê-la casada com o sobrinho:
o irmão PAULÃO (Ricardo Petráglia), sujeito brincalhão e piadista. Separado, melhor amigo de Donato
a sobrinha LUCINHA (Patrícia Perrone), adolescente de personalidade forte. Filha de Paulão que vivia com a mãe em São Paulo. Vai para a casa do pai no Rio quando se descobre grávida
o namorado de Lucinha, CLÁUDIO (Marcelo Faria), deseja assumir o filho e casar
o pretendente RAUL (Fábio Junqueira), com quem começa a sair quando ela e Donato dão um tempo na relação.

– núcleo de MARY ROSE (Patrícia Novaes), a terceira vítima de Donato e a primeira mostrada na trama. Crooner de uma boate na Zona Sul, teve um envolvimento com França anteriormente. É a morte dela o estopim para a obstinação de França em descobrir a identidade do assassino:
a amiga LEILOCA (Branca de Camargo), moça bonita e independente, é camelô no calçadão de Copacabana. Envolve-se com França e, ao mesmo tempo, ajuda-o nas investigações
o dentista BACELAR (Ewerton de Castro), homem casado com quem tivera um caso. É o primeiro suspeito levantado por França. Seu álibi era a mulher, mas reluta em usá-lo pois isso destruiria seu casamento
o patrão (Sérgio Mamberti), dono da boate onde trabalhava.

– núcleo de MARILENE (Tássia Camargo), professora primária em Braz de Pina, subúrbio do Rio, a quarta vítima de Donato, para quem ele apresentou-se como Cândido. Desmanchou o casamento quando descobriu que o noivo era bissexual:
a mãe JÚLIA (Suely Franco)
o ex-noivo AMAURY (João Camargo), cujo noivado foi rompido por Marilene ao descobrir sua bissexualidade. Vive atrás dela cobrando os móveis que comprou, mas ela o detesta e se nega a entregar
o namorado de Amaury, (Rogério Fabiano).

– núcleo de KÁTIA DE SÁ MONTESE (Christiane Torloni), socialite bonita, charmosa e elegante, mas entediada com o casamento. A quinta vítima de Donato, para quem ele apresentou-se como Rafael:
o marido JOSÉ CARLOS MONTESE (Raul Cortez), homem objetivo e um tanto seco consigo. Vive mais para o dinheiro do que para o casamento
a ex-empregada RITA (Maria Gladys), que furtou o vestido de noiva da patroa e o vendeu a Donato
a atual empregada MARIA (Cidinha Milan)
o caseiro MANUEL (Expedito Barreira), na propriedade dos Montese em Angra dos Reis.

– núcleo de FÁTIMA (Ana Beatriz Nogueira), jovem romântica e extremamente religiosa, filha de um pastor batista, para quem Donato apresentou-se como Leonardo. Decepcionou-se com o noivo, que queria obrigá-la a fazer sexo. Escapa de ser morta por Donato:
os pais: JUSTINO (Nelson Dantas), pastor batista, e LURDES (Hileana Menezes), gente religiosa e conservadora
a parenta ADELAIDE (Márcia Cabrita), solteirona, mora com sua família
o ex-noivo ADILSON (Roberto Bomtempo), vendedor de carros em uma concessionária. Rompe o noivado depois de tentar forçá-la a fazer sexo, sem conseguir.

Inspirações

A ideia para a minissérie As Noivas de Copacabana surgiu quando Dias Gomes assistia a um quadro sobre psicopatas exibido no Fantástico, sobre o caso de Heraldo Madureira, morador de Niterói, no Rio de Janeiro, que assassinava suas vítimas vestidas de noiva. Condenado, Heraldo fugiu do manicômio judiciário onde estava preso – desfecho dado ao protagonista da minissérie, Donato (Miguel Falabella). (*)

A fim de que a trama policial privilegiasse o suspense e para chegar ao perfil do protagonista, o autor baseou-se em pesquisas, filmes e na observação das manifestações da doença.

Suspense

Experiente como diretor de policiais – o filme O Assalto ao Trem Pagador, de 1962, e a minissérie A Máfia no Brasil, de 1984 – Roberto Farias procurou executar fielmente o texto de Dias Gomes, até mesmo porque, como afirmou na estreia da série, “vai ser interessante para o público ver um homem bonito e bem posto na vida [o assassino interpretado por Miguel Falabella] com essa patologia. Além do mais, é um desafio da TV apresentar uma história de suspense, mas que faz o público torcer para que determinada vítima, que você sabe que vai morrer, não morra. É o suspense pelo momento em que o policial vai pôr a mão no bandido. Porque todo mundo sabe quem é o bandido, quem é a vítima.”

Sobre a composição de seu personagem, Miguel Falabella comentou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, do Projeto Memória Globo:
“Daniel Filho [executivo da Globo na época] me deu uma dica quando perguntei como fazer um psicopata: ‘Você tem que decorar seu texto muito bem e, durante todo o tempo, pensar em outra coisa.’ Eu dizia a fala numa cena, mas estava com outro discurso na cabeça. Isso deu uma estranheza muito interessante ao personagem.”

Locações e figurinos

Outro atrativo da série foi a ambientação, o bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, que serviu de cenário para cerca de 50% das gravações.

Os figurinos foram de responsabilidade de Helena Brício, que criou oito vestidos de noiva, cada qual com um estilo diferente.

Trilha sonora

Foi notável a ausência de uma trilha sonora, coisa rara em uma produção da TV Globo até então. A trilha se resumiu à música “Copacabana” (de João de Barros e Alberto Ribeiro), cantada ou em variações instrumentais que, inclusive, foi apresentada de forma remixada na abertura – que teve a participação do trompetista Guilherme Dias Gomes, filho do autor. (*)

Repetecos

As Noivas de Copacabana foi reapresentada de 31/01 a 10/02/1995, nas comemorações dos 30 anos da emissora.
Também entre 20 e 30/10/1998, em 8 capítulos.

Ainda: reprisada de 25 a 31/01/2005, no Multishow (canal de TV paga pertencente à Rede Globo), nos 40 anos da emissora (a versão internacional, de 5 capítulos).
No Viva (outro canal de TV a cabo da Globo), entre 21/03 e 11/04/2013.
E em formato de telefilme, em janeiro de 2015, na faixa Luz, Câmera, 50 Anos, em homenagem ao cinquentenário da TV Globo.

A minissérie foi lançada em DVD em 2009

Disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming do Grupo Globo) em 01/05/2023.

Final diferente

O final da versão internacional, apresentada no Multishow, é diferente do final apresentado na exibição original e nas duas reprises globais.

Na versão original, o serial killer Donato (Miguel Falabella) é preso mas foge da cadeia pouco depois, e a última cena da minissérie mostra Donato se apresentando para uma provável nova vítima (Karina Perez).

Na versão internacional, a minissérie acaba na prisão de Donato, sem mostrar (nem ao menos deixar subentendido) a sua fuga.

(*) Site Memória Globo

Tema de abertura: COPACABANA *

Existem praias tão lindas
Cheias de luz
Nenhuma tem os encantos
Que tu possuis
Tuas areias
Teu céu tão lindo
Tua sereia
Sempre sorrindo

Copacabana
Princesinha do mar
Pela manhã tu és a vida a cantar
E a tardinha o sol poente
Deixa sempre uma saudade na gente
Copacabana
O amor eterno cantor
Ao te beijar ficou perdido de amor
E hoje vive a murmurar
Só a ti, Copacabana
Eu hei de amar…

* O tema de abertura era uma versão instrumental da música

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