
Sinopse
Salvador, século 17. A fortuna prometida pelas lendárias minas de prata de Robério Dias Correia teria o poder de decidir o destino da colônia. No entanto, para defender o Brasil, Estácio, filho de Robério, teria de resgatar o roteiro das minas deixado pelo pai antes de morrer. Assim, Estácio poderá reabilitar a memória do pai, livrando-o da acusação de falso e embusteiro, e superar o preconceito social casando-se com a amada Inezita, cujo pai, o nobre Dom Francisco de Aguilar, tem outro pretendente para a filha, o fidalgo Dom Cristóvão.
O padrinho de Estácio, o intelectual Vaz Caminha, lhe repassa uma carta deixada por seu pai. Escrita à mãe de Estácio há cerca de quatro anos, a carta ainda estava selada e trazia grandes informações. Contudo, o maior problema do rapaz é ter um grande poder nas mãos sem saber usá-lo corretamente. Em meio a muitos altos e baixos, Estácio, sempre justo, acaba por não desejar a riqueza material, mas salvar a honra do pai e casar-se com Inezita. Enquanto isso, o sorrateiro Padre Molina também quer se apoderar das minas de prata, visando destruir o império católico.
FÚLVIO STEFANINI – Estácio Dias Correia
REGINA DUARTE – Inezita (Inêz de Aguilar)
ARMANDO BÓGUS – Dom Cristóvão de Ávila
ARLETE MONTENEGRO – Elvira de Paiva
PAULO GOULART – Dom Francisco de Aguilar
RENATO MASTER – Dom Fernando de Ataíde
CARLOS ZARA – Padre Gusmão de Molina (Vilar)
SILVANA LOPES – Dulce
STÊNIO GARCIA – Dom José de Aguilar
MARIA ISABEL DE LIZANDRA – Raquel
IVAN MESQUITA – Samuel
ROGÉRIO MÁRCICO – Vaz Caminha
DAVID NETTO – Dom Álvaro de Carvalho
SUSANA VIEIRA – Joaninha
SÔNIA OITICICA – Luiza de Paiva
SILVIO FRANCISCO – João Fogaça
VERA NUNES – Ismênia
HENRIQUE CÉSAR – Batista
RIVA NIMITZ – Brásia
PROCÓPIO FERREIRA – Provençal
GERALDO LOUZANO – Padre Figueira
OSMANO CARDOSO – Padre Inácio
MÁRCIO TRUNKL – Gil
JAIME BATISTA – Padre Batista
JACYRA SILVA – Durvalina
ANTÔNIO ABUJAMRA
J. FRANÇA – Lucas
ARNALDO WEISS
TONY VIEIRA – Antão
JOÃO JOSÉ POMPEO
ALEX ANDRÉ (JOSÉ GUILHERME TEDD)
GLÓRIA MENEZES – Zana
LÍDIA COSTA – Zana (substituta)
– núcleo de ESTÁCIO DIAS CORREIA (Fúlvio Stefanini), moço de bom caráter. Destemido cavaleiro, é reputado como o maior espadachim da Bahia. Cedo conheceu a orfandade e a desonra, mas, em compensação, recebeu os carinhos e os ensinamentos de seus padrinhos. Ama uma moça de família abastada, mas não tem o consentimento por ser pobre e por carregar a marca de infame, já que seu falecido pai, Robério Dias Correia, foi acusado de traidor da Coroa por se apossar de um mapa que levava a minas de prata. Deseja restaurar o nome da família e encontrar o mapa deixado pelo pai:
os pais de criação: VAZ CAMINHA (Rogério Márcico), advogado português que imigra para o Brasil. Solteirão culto e intelectual, deu a Estácio carinho de pai e proporcionou-lhe uma educação esmerada,
e DOM ÁLVARO DE CARVALHO (David Netto), mestre de armas que dividiu com Vaz Caminha a responsabilidade de sua educação. Dedica a Estácio o mesmo afeto do advogado. Com este, tem constantes cenas de ciúmes, pois vê em sua influência sobre Estácio algo que pode desviá-lo da carreira das armas, sonho que Dom Álvaro alimentou para seu pupilo.
– núcleo de INEZITA (Regina Duarte), jovem romântica, o amor de Estácio. Filha de uma família da nobreza espanhola radicada no Brasil. O namoro é proibido por seu pai, que considera Estácio um traidor e que tem outro pretendente para ela:
o pai DOM FRANCISCO DE AGUILAR (Paulo Goulart), homem para quem a honra está acima de tudo. Admira Estácio, mas, mesmo assim, impede por todos os modos o casamento com sua filha
o irmão JOSÉ (Stênio Garcia), rapaz rude e maldoso, sem escrúpulos, apesar de se julgar um cavalheiro. Odeia Estácio e faz tudo para impedir o romance dele com sua irmã
o pretendente DOM FERNANDO DE ATAÍDE (Renato Master), homem cruel, principal rival de Estácio. É o escolhido da família Aguilar para desposá-la. É um homem de posses e títulos, mas de caráter mesquinho
a amiga JOANINHA (Susana Vieira), mulata livre, de origem desconhecida. Pura, não vê maldade em ninguém. Serve de pombo correio entre Inezita e Estácio.
– núcleo de ELVIRA DE PAIVA (Arlete Montenegro), melhor amiga de Inezita. Vive sob o jugo da mãe, que quer torná-la freira. Não aceita o destino que a mãe escolheu para si:
a mãe LUIZA (Sônia Oiticica), viúva, beata fervorosa, mulher enérgica e intransigente. Vive vigiando a única filha, a quem prometeu a vida à igreja.
– núcleo de DOM CRISTÓVÃO DE ÁVILA (Armando Bógus), cavalheiro descendente de uma das mais ilustres famílias baianas. Sincero, franco e leal a seu amigo Estácio. Apaixonado por Elvira, com quem vive um amor proibido, prejudicado pela mãe dela:
o amigo JOÃO FOGAÇA (Silvio Francisco), homem simples, de caráter nobre e alma ingênua. Por meio de sua amizade a Cristóvão, presta grandes favores a Estácio.
– núcleo de VILAR (Carlos Zara), homem de muito saber, mas nenhum caráter, capaz de todos os golpes e artimanhas. Ordena-se padre, como novo nome, GUSMÃO DE MOLINA, para vir ao Brasil como jesuíta para se apossar do mapa das minas de prata:
a mulher DULCE (Silvana Lopes), espanhola.
– núcleo de RAQUEL (Maria Isabel de Lizandra), judia filha de um agiota. É obrigada pelo pai a se sacrificar por causa de seus interesses. Ele a envolve nas negociações que mantem com os holandeses. Deste modo, Raquel conhece Estácio, a quem vem a amar profundamente:
o pai SAMUEL (Ivan Mesquita), agiota, mais interessado em seus negócios do que na felicidade de sua filha.
Superprodução
Primeira novela histórica de Ivani Ribeiro, buscando cada vez mais a identidade nacional em sua obra.
Uma superprodução da TV Excelsior, que se esmerou ao recriar a cidade de Salvador do século 17 (1609), então capital do Brasil (*). Na época, foi considerada a novela mais cara já produzida para a televisão (**).
A cidade cenográfica foi erguida no sítio Alvarenga, em São Bernardo do Campo (*), em terreno cedido pelo prefeito da cidade, e contava com uma praça e sete ruas, com casas (**).
Algumas externas foram gravadas no Mosteiro de São Bento e no Pátio do Colégio, em São Paulo (*).
A execução da obra foi o resultado de um trabalho de pesquisa que abrangeu móveis, roupas, músicas, arquitetura, costumes e tudo mais relacionado à época (**).
Os cenários eram de Jorge Vede, que visitou bibliotecas e museus e tomou contato com peças antigas, estudando a arte colonial (**).
Com figurinos de Isabel Pancada, pela primeira vez em uma novela os figurantes vestiram roupas confeccionadas sob medida (**).
O maestro Paulo Herculano compôs uma trilha sonora especial, com pesquisa apropriada (**).
Texto
Ivani Ribeiro, na medida do possível, foi fiel ao texto de José de Alencar, esforçando-se para conservar a linguagem do escritor. Em alguns diálogos, porém, a adaptadora permitiu adotar uma linguagem mais livre, em tom coloquial.
Cada capítulo adaptado foi relido quatro ou cinco vezes, em voz alta, por Ivani, procurando a harmonia, o tom e a nota certa das falas. “É uma verdadeira música”, afirmou ela (**).
Desentendimento
Após os sucessos de A Deusa Vencida, Almas de Pedra e Anjo Marcado, a parceria entre Ivani Ribeiro e Walter Avancini foi interrompida. No decorrer de As Minas de Prata, a autora e o diretor se desentenderam.
Avancini queixava-se da adaptação de Ivani. Para o diretor, o texto estava um pouco dispersivo, muito preso ao romance de José de Alencar. Em sua visão, isso prejudicava a ação, o elemento que mais prendia o telespectador diante do vídeo. O diretor acabou afastando-se e foi substituído por Carlos Zara, que já estava no elenco da novela, vivendo o vilão Padre Molina.
A separação entre Ivani e Avancini, entretanto, durou pouco. Na novela seguinte, Os Fantoches, autora e diretor estavam juntos outra vez (*).
Elenco
Glória Menezes, interpretando Zana, também não foi até o fim, sendo substituída pela atriz Lídia Costa.
Para preparar-se para sua personagem – a judia Raquel -, Maria Isabel de Lizandra passou uma semana em um kibutz em Jundiaí, aprendendo canto e danças populares israelitas (**).
Para interpretar o protagonista Estácio Dias, o louro Fúlvio Stefanini escureceu seus cabelos (**).
Estreia em televisão do ator Stênio Garcia. Também a primeira novela da atriz Sônia Oiticica.
Nova versão
O romance de José de Alencar também serviu como base para a novela A Padroeira, produzida pela Globo em 2001 – inicialmente, com o mesmo diretor, Walter Avancini, que acabou falecendo durante os trabalhos.
Luigi Baricelli, Deborah Secco e Maurício Mattar viveram em A Padroeira os personagens equivalentes aos de Fúlvio Stefanini, Regina Duarte e Armando Bógus em As Minas de Prata.
Paulo Goulart viveu em ambas produções o mesmo personagem, o pai da mocinha: Dom Francisco de Aguilar, pai de Inezita (Regina Duarte) em 1966-1967; e Dom Lourenço de Sá, pai de Cecília (Deborah Secco) em 2001. Stênio Garcia também participou das duas novelas, mas em personagens diferentes.
* “Ivani Ribeiro, a Dama das Emoções”, Carolline Rodrigues.
** Revista TV Sul n° 81, 16/12/1966, pesquisa: Maurício Gyboski.
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