Sinopse
O ardiloso Senador Petrônio Paranhos dá uma entrevista à bela jornalista Magali Santanna, que está apenas interessada em saber sobre o seu romance com Arlete, jovem ambiciosa disposta a engravidar do velho por fertilização in vitro. Para conseguir esse furo, Magali aceitou entrevistar o político em um quarto de motel, condição imposta por ele. Porém, Paranhos tem uma síncope e morre durante a entrevista.
O detetive Aristênio Catanduva, que vigiava o senador, investiga o caso. De codinome Araponga, ele é um sujeito atrapalhado que trabalha para a Polícia Federal, depois de muitos serviços prestados ao Regime Militar. Porém, Araponga conserva as mesmas ideias e hábitos do velho regime. Tanto que tenta convencer seus superiores da necessidade de reativar o Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão da polícia política.
Araponga começa a teorizar conspirações e criar elos imaginários entre pessoas e situações. Suas ideias delirantes são reforçadas pelas mentiras do informante Tuca Maia, um malandro que vai trabalhar no mesmo jornal que Magali e tenta engabelar todo mundo. Ao manter contato com a jornalista Magali, Araponga se apaixona pela moça, o que pode por em risco a sua missão investigativa.
TARCÍSIO MEIRA – Araponga (Aristênio Catanduva)
CHRISTIANE TORLONI – Magali Santanna
TAUMATURGO FERREIRA – Tuca Maia
PAULO JOSÉ – Érico
LÚCIA VERÍSSIMO – Tamara
FLÁVIO GALVÃO – João Paulo
ARY FONTOURA – General Perácio
ELOÍSA MAFALDA – Zuleide
EDGARD AMORIM – Peracinho
CARLA MARINS – Arlete
ROGÉRIO FRÓES – Gavião (Nilo Paiva)
HELENA BRANDÃO (DARLENE GLÓRIA) – Dayse Sheldon
EWERTON DE CASTRO – Dr. Jansen
MONIQUE LAFOND – Elizabeth
RODRIGO SANTIAGO – Germano
GRACINDO JÚNIOR – Frei Bernardo
EDWIN LUISI – Alves
ELIZABETH GASPER – Marieta
DIRA PAES – Nininha
MARIA ODETE – Tia Coló
ZILKA SALABERRY – Dona Marocas
ÂNGELA VIEIRA – Jurema
MILTON GONÇALVES – Zé das Couves
ANA MARIA NASCIMENTO E SILVA – Celene
JAIME LEIBOVITCH – Mr. Jonathan Palmer
EDUARDO GALVÃO – Felipe
ÍTALO ROSSI – Zaca
HELOÍSA HELENA – Zora
THIAGO JUSTINO – Whitehouse
ROBERTO FROTA – Faisão Dourado
CLÁUDIO CUNHA – Coruja
MARCOS WAIMBERG – Dr. Décio
NANCY GALVÃO – Emília
LUÍSA THIRÉ – Lúcia
LÉA GARCIA – Mundica
SERGINHO – Rigoletto
FERNANDA MUNIZ – Cláudia
JOÃO SIGNORELLI – Escubidú
IVAN SETTA – Preá
CLÁUDIO CURI – Paulino
e
ADRIANA LESSA – Tina McCarlton (funcionária de Zaca)
AFRÂNIO GAMA
ALEF DEL AVILA (ALEPH DEL MORAL) – Dico (menino de rua)
ANSELMO VASCONCELLOS – Bitola (Severino José dos Santos, policial civil, ao final descobre-se que é o agente Gafanhoto, que envenenou o senador)
BEATRIZ LYRA – Neuza (dona pensão onde morava Pipoca)
BENJAMIM CATTAN – Delegado Pacheco
CARMELA SOARES – jornalista colega de Magali, Tuca Maia e Alves na Tribuna da Cidade
ÉDER SÁ – Delegado Amorim (substitui o delegado Pacheco)
ÊNIO SANTOS – Delegado Ribeiro (investiga o grupo que faz pesquisas com a urinolina)
FERNANDA LOBO – mulher fofoqueira
FERNANDO AMARAL – bispo que conversa com Frei Bernardo sobre comentários das beatas na igreja dele
FERNANDO JOSÉ – médico de Dona Marocas
GILMAR BALTHAZAR – jornalista colega de Magali, Tuca Maia e Alves na Tribuna da Cidade
IVAN MESQUITA – Mão-de-Gato (chaveiro que ajuda Araponga quando ele tem que explodir um cofre)
JOEL SILVA – Gregório (segurança na casa do General Perácio)
LILA RANDAM – mulher de Escubidú
LINA FRÓES – esposa do Dr. Ary Chicote, legista que emitiu o falso laudo de morte do senador Paranhos
LUIZA BRUNET – Dalila (agente designada para proteger Araponga, tem um caso com ele)
MARCELA ALTBERG – Tânia (amiga de Lúcia)
MARCO MIRANDA – Pipoca (cozinheiro do motel onde o senador Paranhos morreu, é assassinado como queima de arquivo)
PAULÃO DUPLEX – Brucutu (um dos seguranças de Zaca)
PAULO CARVALHO – jornalista colega de Magali, Tuca Maia e Alves na Tribuna da Cidade
PAULO GRACINDO – Senador Petrônio Paranhos (marido de Zora, pai de Tamara, amante de Arlete, morre no início)
RENATA FRONZI – apresentadora do programa de TV em que Tuca Maia é obrigado a desmentir o que publicou sobre a urinolina
SOLANGE COUTO – Jesualda
TEREZA BRIGGS – Dinalva (empregada na casa do general Perácio)
TONY TORNADO – coage Tuca Maia a desmentir o que ele publicou sobre a urinolina
Carlos (trabalha no jornal com Magali e Tuca Maia)
Gregório (um dos vigias que faz a segurança na casa do general Perácio)
Parrudo (um dos seguranças de Zaca)
Russo (um dos seguranças de Zaca)
– núcleo de ARAPONGA, codinome de ARISTÊNIO CATANDUVA (Tarcísio Meira), policial federal e ex-agente do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão que ele gostaria que fosse reativado. Fã de James Bond, como ele, exerce grande fascínio sobre as mulheres, apesar de seu tipo atrapalhado, ansioso e paranoico. Foi casado, mas separou-se por ter a sensação de estar traindo sua mãe, que o trata como uma criança indefesa, obrigando-o a tomar remédios (ele é asmático) e preparando, todas as noites, sua mamadeira. Fetichista, coleciona calcinhas das mulheres com quem se envolve:
a mãe DONA MAROCAS (Zilka Salaberry), já idosa, trata o filho como se fosse uma criancinha, incentivando todas as suas excentricidades e não suspeitando de suas atividades
a ex-mulher JUREMA (Ângela Vieira), bonita e sensual. Separou-se dela alegando que somente poderia viver com uma mulher: a própria mãe. Ela, no entanto, não se conforma com isso e o persegue, lutando para reconquistá-lo
e DALILA (Luísa Brunet), jovem bela e sensual com quem se envolveu. Na verdade uma agente designada para protegê-lo.
– núcleo de MAGALI SANTANNA (Christiane Torloni), jornalista atuante, prática e combativa, casada com um homem de temperamento totalmente oposto, o que dificulta o relacionamento. Chegam à conclusão de que um filho poderia melhorar o casamento, mas se deparam com a esterilidade dele. Para resolver o problema, resolvem fazer inseminação artificial. Vai envolver-se com Araponga:
o marido ÉRICO (Paulo José), astrônomo, trabalha no Observatório Nacional. Vive em outro mundo, perdido em suas observações e pesquisas, o que irrita Magali, uma mulher prática. Seu grande hobby é a música e toca contrabaixo. É apaixonado pela esposa, mas seu temperamento instável complica a relação. Acabam se separando
o amigo FREI BERNARDO (Gracindo Jr.), frade franciscano, homem de mente arejada e socialmente engajado. Apesar de tudo isso, vive em conflito, procurando conciliar os avanços da ciência e as transformações sociais com as posições dogmáticas da Igreja Católica
o compadre ALVES (Edwin Luisi), redator-chefe no jornal onde trabalha e seu padrinho de casamento
a aluna de Érico, LÚCIA (Luisa Thiré), estudante de Astronomia apaixonada por ele
o barman PAULINO (Cláudio Curi), atendente no bar frequentado por Érico.
– núcleo do GENERAL PERÁCIO (Ary Fontoura), militar reformado, pai de Magali. Figura risível, exageradamente preocupado com segurança, faz frequentes exercícios de defesa contra assaltos, tendo criado vários sistemas de alarme. Autoritário, torna-se síndico do seu condomínio e transforma os funcionários em uma espécie de soldados:
a mulher ZULEIDE (Eloísa Mafalda), mãe de Magali, vaidosa e insinuante, realiza fantasias sexuais criativas com o marido
o filho PERACINHO (Edgard Amorim), farrista, mulherengo, de caráter duvidoso e temperamento violento. Vive uma relação conflituosa com o pai e sente uma compulsiva atração pela marginalidade, talvez como forma de agredir a figura paterna e autoritária
a namorada de Peracinho, ARLETE (Carla Marins), uma trambiqueira. Instruída pelo namorado, tenta engravidar de um velho político para garantir uma boa herança
o anão RIGOLETTO (Serginho), seu fiel companheiro, sempre reforçando sua paranoia em relação à segurança
a empregada DINALVA (Tereza Briggs).
– núcleo de TUCA MAIA (Taumaturgo Ferreira), informante de Araponga. Ambicioso, malandro, envolvente, oportunista e mentiroso compulsivo. Mineiro, chega ao Rio e vai trabalhar com Araponga, de quem ficou amigo. Reforça os delírios do detetive ao lhe contar mentiras sobre os acontecimentos:
mora no apartamento de DONA MARIETA (Elisabeth Gasper), mulher que ainda mantém traços de beleza da juventude. Herdou o apartamento onde mora do seu amor do passado. Aluga um quarto para Tuca Maia
o namorado de Marieta, FELIPE (Eduardo Galvão), um mau-caráter, mais jovem que ela. Pretende dar um golpe por achar que ela é rica
a namorada de Minas NININHA (Dira Paes), moça ingênua, meiga e deslumbrada. Vigiada pela tia, mantém-se virgem. Acredita piamente nas mentiras que o namorado lhe conta
a tia de Nininha, COLÓ (Maria Odete), controla todos os passos da sobrinha. As duas vão ao Rio atrás de Tuca Maia e acabam se instalando no apartamento de Marieta.
– núcleo do SENADOR PETRÔNIO PARANHOS (Paulo Gracindo, participação), político habilidoso e conservador, candidato potencial à Presidência da República. Apesar de septuagenário, demonstra uma vitalidade espantosa. Casado, possui outras famílias e filhos, segredo só revelado após sua morte. Entre suas amantes está a jovem Arlete que, mancomunada com Peracinho, pretende dar um golpe engravidando dele. Como o político fez vasectomia, o casal tenta a técnica da reprodução in vitro. Morre no início, em um motel onde estava sendo entrevistado pela jornalista Magali Santanna. A entrevista no motel foi uma condição imposta por ele:
a mulher ZORA (Heloísa Helena), senhora fina e elegante. Embora nunca tivesse julgado o marido um santo, a revelação das aventuras amorosas do falecido lhe causam um profundo desgosto. Mesmo assim, continua a cultuar sua memória
a filha TAMARA (Lúcia Veríssimo), bonita, inteligente e culta. Quando está sóbria, torna-se chata e muito ciumenta. Quando está embriagada, fica alegre e engraçada. Por conta disso, seu marido a estimula a beber. É amiga de Magali e sabe da paixão do marido por ela. Por isso, no fundo, a detesta. Assume a direção dos negócios da família após a morte do pai
o genro JOÃO PAULO (Flávio Galvão), homem bem apessoado, prático e objetivo. Casou-se com ela por interesse, de olho em sua fortuna. Na verdade, é apaixonado por Magali, sendo capaz de tudo para ficar com ela, inclusive trair a confiança de seu amigo Érico, marido da amada. É assessor do sogro e acaba envolvido na morte dele
o advogado DR. DÉCIO (Marcos Waimberg), responsável pela partilha dos bens da herança do senador
a secretária EMÍLIA (Nancy Galvão), que vai trabalhar para Tamara após a sua morte
o mordomo WHITEHOUSE (Thiago Justino), figura exótica, sempre vestido com trajes de fantasia
os matadores ESCUBIDÚ (João Signorelli) e PREÁ (Ivan Setta), contratados por Tamara e João Paulo para um matar o mandante do outro.
– núcleo do DR. JANSEN (Ewerton de Castro), cientista apaixonado por Engenharia Genética. Possui uma moderna clínica onde realiza, entre outras experiências, inseminação artificial e fertilização in vitro. Dedica-se também a experiências misteriosas que provocam reações assustadoras em seus auxiliares:
o amigo DR. GERMANO (Rodrigo Santiago), seu auxiliar, um homem equilibrado e inteligente. Humanista, tem questionamentos quanto às implicações da Engenharia Genética
a enfermeira-chefe ELIZABETH (Monique Lafond), tímida e apaixonada por ele, não esconde seu ressentimento por não ser correspondida
a recepcionista CLÁUDIA (Fernanda Muniz).
– núcleo da organização que investiga crimes paralelamente à polícia, da qual Araponga faz parte, a fim de provar ao governo a necessidade de reativação do SNI:
NILO PAIVA, ou GAVIÃO (Rogério Fróes), superior de Araponga, aparecendo sempre com o rosto oculto por uma máscara. É autoritário e demonstra um profundo inconformismo com a extinção do SNI. Revela-se um vilão e passa a perseguir Araponga
FAISÃO DOURADO (Roberto Frota),
CORUJA (Cláudio Cunha)
BITOLA (Anselmo Vasconcellos), policial civil, ao final descobre-se que é o agente GAFANHOTO, que envenenou o senador.
– núcleo de ZÉ DAS COUVES (Milton Gonçalves), morador da favela, sócio do senador Petrônio Paranhos em invenções secretas. Com a morte do político, aproxima-se da família Paranhos. O personagem urina combustível, a chamada urinolina, produto que passa a ser cobiçado por várias pessoas:
a mulher MUNDICA (Léa Garcia), simplória e submissa
os interessados nas pesquisas da urinolina: DAYSE SHELDON (Darlene Glória), empresária misteriosa e de caráter duvidoso
CELENE (Ana Maria Nascimento e Silva), aliada de Dayse Sheldon, seduz Zé das Couves
MR. JONATHAN PALMER (Jaime Leibovitch), americano que tem interesse em levar as pesquisas sobre a urinolina para os Estados Unidos.
– núcleo de ZACA (Ítalo Rossi), contraventor que mantem uma boate que esconde um cassino clandestino:
a funcionária TINA MCCARLTON (Adriana Lessa)
os seguranças: RUSSO, PARRUDO e BRUCUTU.
Horário alternativo
Araponga deveria substituir Rainha da Sucata (no horário das oito da noite da Globo) no segundo semestre de 1990. Porém, a luta pela audiência estava toda concentrada no fenômeno Pantanal, novela exibida pela TV Manchete que se iniciava pouco antes de terminar o capítulo de Rainha da Sucata.
A Globo resolveu então investir em Araponga (escrita pelo trio Dias Gomes, Lauro César Muniz e Ferreira Gullar) em um horário alternativo, às 21h30, para bater de frente com Pantanal e tentar estancar a fuga de telespectadores. Para substituir Rainha da Sucata, a emissora convocou Cassiano Gabus Mendes, tradicional autor do horário das sete, que apresentou Meu Bem Meu Mal.
A tática de nada adiantou. Ainda que a concorrência direta entre as duas novelas tivesse sido por apenas dois meses, já que Araponga estreou (em outubro) quando Pantanal já se encaminhava para sua reta final (dezembro). Pesa ainda o fato de Araponga surgir com uma proposta nova de dramaturgia, enquanto Pantanal passava por sua fase de maior repercussão, com uma legião de fãs apaixonados.
De qualquer maneira, Pantanal continuou líder de audiência, entrou para a história de nossa TV, enquanto Araponga, hoje mal é lembrada.
Ritmo de seriado
Os autores a lançaram com o slogan “Um jeito novo de fazer novela”. A sequência de capítulos tinha a estrutura de novela, mas o ritmo era de seriado. Confundiu o telespectador. (“Memória da Telenovela Brasileira”, Ismael Fernandes)
O primeiro título pensado para a novela foi Ponto Futuro. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)
O roteiro de Araponga foi estruturado em conjunto pelos três autores (Dias, Lauro e Ferreira Gullar). Cada qual escrevia um capítulo individualmente e depois reuniam-se para discutir o rumo geral a ser dado à história. Eles experimentaram abordar temas pouco explorados em outras produções, como espionagem política e inseminação artificial.
Tema esvaziado
A novela apresentou ao grande público os “arapongas”, personagens do submundo da espionagem e da contra-espionagem, termo muito usado durante o Regime Militar, na década de 1970. O título da novela era o codinome do protagonista, interpretado por Tarcísio Meira, um ex-agente dos serviços de informações do regime.
A ideia foi de Dias Gomes. Os agentes da época costumavam escolher nomes de animais para esconder seus nomes verdadeiros, para não serem descobertos. As arapongas (as aves) têm um canto forte, estridente, que lembra sons metálicos. São aves barulhentas, quando se imagina que o trabalho de espionagem deva ser silencioso.
O processo de criação da novela foi longo – começou no início de 1990 e Araponga só foi ao ar em outubro –, o que, com as mudanças mundiais – como a queda do Muro de Berlim (1989), que culminou com o fim da União Soviética (1991) – colaborou para esvaziar um pouco a temática explorada pelo protagonista Araponga, paranoico em relação ao comunismo. (Site Memória Globo)
Detetive atrapalhado
Tarcísio Meira defendeu bem o seu personagem, puxado para o lado cômico. Teve inclusive a preocupação de não deixar margem de semelhança com outro detetive caricato e atrapalhado da TV: Mário Fofoca, que Luis Gustavo interpretou na novela Elas por Elas, de Cassiano Gabus Mendes, em 1982.
Em seu decorrer, algumas concessões foram feitas no sentido de atrair mais público, como a diminuída no teor trapalhão e humorístico do protagonista, que era chegado a teorias conspiratórios, em prol de cenas mais românticas, valendo-se da cancha de galã de Tarcísio Meira. (“Novela, a Obra Aberta e Seus Problemas”, Fábio Costa)
Tarcísio avaliou assim sua participação na novela:
“Foi um trabalho em que me diverti muito e o público também. Em um determinado momento, possivelmente por se lembrarem que se tratava de uma novela, os autores introduziram uma faceta romântica no personagem que talvez conflitasse com a maneira como eu vinha conduzindo. Mas, entre prós e contras, a novela teve um saldo muito positivo.”
Elenco
Um dos núcleos cômicos da novela ficou por conta do General Perácio e sua mulher Zuleide (Ary Fontoura e Eloísa Mafalda), um casal maduro com fantasias sexuais. Era praticamente uma reedição do casal que Dias Gomes criara para a novela Bandeira Dois, em 1971-1972, com os mesmos atores, mas com outros nomes para os personagens: Comandante Apolinário e Zulmira.
A modelo Luísa Brunet lançava-se como atriz – a exemplo de sua colega de profissão Silvia Pfeifer, que estreou na televisão como atriz no mesmo ano (1990), na minissérie Boca do Lixo e na novela Meu Bem Meu Mal.
Antes do ator Roberto Frota ser escalado e aparecer como Faisão Dourado, o personagem surgia na trama em uma tela de TV com imagem quadriculada e voz distorcida. Era perceptível que a voz em questão era de Cecil Thiré, o diretor geral da novela.
Após vinte anos da novela Irmãos Coragem (1970-1971), a atriz Zilka Salaberry voltou a interpretar a mãe de Tarcísio Meira, desta vez em uma abordagem cômica. Ela era Dona Marocas, que mimava em demasia o filho Aristênio, o Araponga.
Primeiro trabalho da atriz Adriana Lessa. Primeira novela na Globo das atrizes Ângela Vieira e Dira Paes.
Trilha sonora nacional
01. ARABOND – Nova Era (tema de Araponga)
02. CARTA MARCADA – Simone (tema de Magali)
03. SENTA A PUA – Lulu Santos (tema de Arlete)
04. IMENSAMENTE SÓ – Sandra de Sá (tema de Jurema)
05. DIAS DE LUA – Emílio Santiago (tema de Tamara)
06. ESTOU DE VOLTA – Stryx (tema de João Paulo)
07. AGENTE SECRETO – Ary Sperling e Milton Guedes (tema de Araponga)
08. ARAPONGA MIX – D. J. Marcello Mansur (tema de Abertura)
09. ESTRELAS DE OUTUBRO – Selma Reis (tema de Érico)
10. NOJENTO – M. C. Batata (tema de Tuca Maia)
11. SE EU QUISER FALAR COM DEUS – Itamara Koorax (tema de Frei Bernardo)
12. FIBRA DE HERÓI (BANDEIRA DO BRASIL) – Banda do Condomínio (tema de Perácio)
13. MELHORES MOMENTOS – Alcione (tema de Marieta)
14. IDAS E VOLTAS – Kátia (tema de Nininha)
Sonoplastia: Jenny Tausz
Produção musical: André Sperling
Direção musical: Mariozinho Rocha
Trilha sonora internacional
01. SECRET AGENT MAN – Johnny Rivers (tema de Araponga)
02. TEACH TIGER – April Stevens (tema de Dalila)
03. NEVER MY LOVE – The Association (tema de Nininha)
04. RESPECT – Aretha Franklin (tema de Arlete)
05. HURDY GURDY MAN – Donovan (tema de Érico)
06. THE PINK PANTHER – Henri Mancini
07. LAZY – Tab “Big Voice” Smith (tema de Dayse Sheldon)
08. HOW CAN YOU MEND A BROKEN HEART – Bee Gees (tema de Magali)
09. A LITTLE BIT ME, A LITTLE BIT YOU – The Monkees (tema de Tamara e João Paulo)
10. TURN! TURN! TURN! – The Byrds (tema de locação em Rio de Janeiro)
11. THAT’S WHAT I WANT – The Square Set (tema de locação em São Paulo)
12. DON’T PLAY THAT SONG – Ben E. King (tema de Jurema)
13. SKY HIGH – Jigsaw (tema de ação geral)
14. NIGHT LOVERS – Charles Marx (tema de Marieta)
Gerente de produto: Toninho Paladino
Seleção de repertório: Sérgio Motta
Coincidentemente, pela 3ª vez Ary Fontoura e Eloísa Mafalda foram um casal na Teledramaturgia: Bandeira Dois (1971-1972), Roque Santeiro (1985-1986) e Araponga (1990-1991)!
As trilhas sonoras nacional e internacional desta novela são perfeitas. Desde o repertório até as capas com a lindíssima Luiza Brunet.
Araponga poderia ser reprisada atualmente, já que a paranóia idiota em relação ao comunismo infelizmente está rondando novamente nossas vidas! Uma reprise deixaria evidente essa idiotice!
Araponga me fez rir demais muito engraçada e embrematica . Estou revendo no YouTube mas infelizmente com péssima imagem
Única coisa legal, era a abertura e Luiza Brunet, lindissima, na capa dos 2 LPs. No mais, uma tentativa fracassada de bater de frente, com o fenômeno da TV Manchete, “Pantanal”. Desperdiçou um ótimo elenco.
Nossa que vontade de assistir essa novela. Muita curiosidade. Será que o Viva um dia reprisa?
O enredo em si não é muito interessante, mas tenho curiosidade de ver por causa da ambientação da trama e também pelo fato de Tarcísio Meira interpretar um personagem mais cômico, algo bem diferente do que costumamos ver.
A trilha internacional realmente remete aos anos 50, parece que volto àquela época quando a escuto. Falando nisso, acho que esse foi o único caso em que a mesma atriz estampou sozinha as duas trilhas de uma novela.
É a primeira vez que que vejo a mesma atriz nas capas das trilhas nacional e internacional.
Araponga”, pra mim, foi uma novela igual “Gente Fina” e “Mico Preto”, referentes aquele ano de 1990. Tramas fracas, com histórias pouco atrativas, mas que hoje, quase 30 anos depois, eu tenho muita vontade em rever, pra poder matar saudades da época, externas, trilha sonora e ver a história, com outros olhos. Dos poucos destaques de “Araponga”, aponto Taumaturgo Ferreira, como o divertido Tuca Maia. E Luiza Brunet, lindíssima, no auge da fama e juventude, com 28 anos, na capa dos 2 discos. Quanto a Tarcísio Meira, apesar de ser um astro absoluto, na época, acho que nessa novela, ele deixou a desejar. Não curti o personagem não.