Sinopse
A escalada de Isaura Pereira como cantora de rádio começa em 1943, em Roseiral, pequena localidade vizinha a Volta Redonda, Rio de Janeiro. O Brasil já havia declarado guerra ao Eixo e a cidadezinha, que presencia a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, espelha os problemas de um país em estado de combate: treinos de black-out, a presença nas ruas da polícia política do governo Vargas e espionagem alemã. É nesse clima que Isa, corista da igreja, sonha com a carreira profissional em uma rádio da capital.
Isa mora com os pais, Belmiro e Olga, e o tio Felipe, irmão de Olga. Ela conhece o Capitão Hélio Aguiar, um militar íntegro e patriota que está na cidade para investigar Felipe, suspeito de colaborar com uma rede de espionagem nazista. No passado, o tio de Isa já havia sido preso por participar das atividades da Ação Integralista. Mesmo jurando inocência, Felipe é preso e transferido para o Rio de Janeiro, o que acaba por precipitar a partida de Isa para a capital.
No Rio, Isa conhece Mário Lopes, um pianista boêmio que se apaixona por ela e procura ajudá-la em sua carreira. Isa também se encanta por ele, mas fica dividida entre o artista e o militar com quem já se envolvera profundamente. Hélio, porém, é noivo de Beatriz, o que não impede que ele se entregue completamente à cantora. Na capital, Isa também conhece Armando Vásquez, dono da Rádio Carioca, casado com Dulce, mas que mantem um caso amoroso velado com ex-vedete Velma. É Armando quem lança Isaura Pereira como a cantora Isa Galvão.
O trama ainda aborda a realidade dos judeus que fugiram de seus países para escapar ao Holocausto e se refugiaram no Brasil. Entre eles, a jovem romena Bella Landau, salva de morrer nos campos de concentração por Axel Bauer, um oficial nazista que se apaixona por ela. Axel torna-se um desertor do exército alemão ao fugir com Bella para o Brasil, mas os dois têm dificuldades para entrar no país. Eles contam com o Jakob Manheimer, Sofia e Álvaro, que ajudam pessoas que chegam ao país fugindo da Europa em conflito.
MARIA FERNANDA CÂNDIDO – Isa Galvão (Isaura Pereira)
EDSON CELULARI – Capitão Hélio Aguiar
THIAGO LACERDA – Mário Lopes
MARCO RICCA – Felipe Martins
ODILON WAGNER – Armando Vásquez
NATÁLIA DO VALLE – Dulce
ÂNGELA VIEIRA – Velma
PAULO GOULART – Gabriel La Guardia
GRACINDO JÚNIOR – Ramón Garcia
OTHON BASTOS – Coronel Mendes
DANIELA ESCOBAR – Bella Landau
GILBERTO MARMOROSCH – Jakob Manheimer
GRAÇA BERMAN – Sofia
BETE MENDES – Olga
SEBASTIÃO VASCONCELOS – Belmiro
CLÁUDIO MARZO – Rodolfo
NICETTE BRUNO – Glória
LUCIANO SZAFIR – Maurício
DÉBORA OLIVIERI – Fanny
FERNANDA MUNIZ – Clarita
JOÃO SIGNORELLI – Álvaro
FERNANDA RODRIGUES – Luísa
TALITA DE CASTRO – Marina
ROBERTO BATTAGLIN – Tenente Gomes
MYRIAN RIOS – Zuleica
THIERRY FIGUEIRA – Milton
ELOÍSA MAFALDA – Margarida
ADRIANA LESSA – Neide
NORTON NASCIMENTO – Bemol
SÍLVIO GUINDANE – Dagô (Gilberto)
CHICA XAVIER – Celeste
MARCOS FROTA – Casaca
DANDARA GUERRA – Maria
FLÁVIA ALESSANDRA – Beatriz
RUY REZENDE – Gastão
MALU VALLE – Soraya
GÉRSON DE ABREU – Pipo
REGINA REMESCIUS – Anna Pekelman
FELIPE KANNEMBERG – Axel Bauer
OLIVETTI HERRERA – Tenente Rafael
ERNANI MORAES – Ivo
JOSÉ STEIMBERG – Max Bronstein
IVONE HOFFMANN – Ruth Bronstein
LOUISE WISCHERMAN – Tatiana
TACIANA SAAD – Tatiana
as crianças
ANDRÉ LUIZ MIRANDA – Pitu
SAMUEL COSTA – Dirceu
THIAGO OLIVEIRA – Brasito
THIAGO FARIAS – Amendoim
CAROLINA MACIEIRA – Zezé
e
ADRIANA TOLENTINO – Jurema
ALEXANDRE DA COSTA – Juca do Batuque
ALÉXIA DESCHAMPS – Helen
ANA BAIRD – Rosa (telefonista)
ANA CAROLINA DIAS
ANA ROSA – Salete
ANDRÉ BARROS – Sargento Raimundo
ANDRÉIA MATTAR – crooner
BRUNO GIORDANO – agente
CAIO JUNQUEIRA – Paulo
CARLOS GREGÓRIO – Dr. Estêvão
CLÁUDIO MENDES – sacristão
CLEMENTE VISCAÍNO – Dr. Erasmo
CRISTINA PROCHASKA – Flora (antiga namorada do Capital Hélio [Celulari], que o ajuda a se livrar da impotência)
DANIHÉLIA NEPPI
DAVID BRAZIL – Norberto
DAVID CORRÊA
DUDA RIBEIRO – policial
EXPEDITO BARREIRA – sargento
FAUSTO MAULE – Luiz Antônio
FRANCISCO MILANI – Dr. Jairo
GRACE COHN
GRAZIELLA MORETTO – Calu
GUILHERME CORRÊA – Padre José
ÍGOR LAGE – Sebastião (soldado na guerra)
IVAN SETTA – Luís
JACKSON ANTUNES – Major Wálter
JAIME LEIBOVITCH – Dr. Wálter
JARDEL MELLO – padre
JONAS MIQUÉIAS – crooner
JOSÉ RÚBENS CHACHÁ – Capitão Mota
JULIANA GUIMARÃES – Jacira
LAURA LUSTOSA – Major Margareth
LÉO WAINER – Dr. Vicente (chefe de Belmiro)
LUIS FERNANDO PETZHOLD – soldado na guerra
MARCÉLIA CARTAXO – Dora
MARCELO ESCOREL – policial
MARCELO SOUTO MAIOR – soldado na guerra
MARCELO TORREÃO – ator na rádio
MARCOS WAIMBERG – judeu
MARÍLIA BARBOSA – Elisinha
MILENA VIEIRA
NAURA SCHNEIDER – Valnízia (secretária de Armando)
NILDO PARENTE – Embaixador Atílio
ORION XIMENES – Joaquim (motorista)
PATRÍCIA DINELY – atriz na rádio
PAULO CÉSAR GRANDE – Dr. Décio
REYNALDO GONZAGA – Capitão José
ROBERTO FROTA – Ribeiro
ROBERTO PIRILO – Dr. Argeu
SERAFIM GONZALEZ – Aníbal
TADEU DI PIETRO – agente
TAMARA TAXMAN – Elisa
TATIANA MONTEIRO – cantora de rádio
THELMO FERNANDES – cantor na rádio
TRACY SEGAL – crooner
ZUZU ABU – atriz na rádio
Enormes dificuldades
A dupla Lauro César Muniz (autor) e Jayme Monjardim (diretor) tentou repetir o sucesso de seu trabalho anterior, a minissérie Chiquinha Gonzaga (1999). Porém, dessa vez, não conseguiram cativar o público – apesar da belíssima produção, fotografia e direção de arte que reproduziram os anos 1940, época conturbada pela guerra na Europa com reflexos no Brasil.
Cortes abruptos das cenas, problemas no horário de exibição e até desentendimentos entre autor e diretor prejudicaram o bom andamento do trabalho.
Ao livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo” (de André Bernardo e Cíntia Lopes), Lauro César Muniz desabafou sobre sua conturbada relação com Jayme Monjardim:
“O problema é que ele não entendia o que eu estava querendo fazer. Ou, então, não gostava do que eu estava fazendo. Então o diálogo entre nós também começou a ficar difícil. (…) surgiram enormes dificuldades. Ele alterava o texto, mudava ordens de cenas, editava para buscar mais ritmo, cortava as introspecções dos personagens, o que esvaziava a interpretação dos atores. E, muitas vezes, se dava ao direito de cortar cenas inteiras.”
Elenco
O destaque no elenco foi a atriz Daniela Escobar, que teve noções de romeno e aprendeu a falar com sotaque, emagreceu dez quilos e cortou os cabelos de forma irregular, para desempenhar perfeitamente sua personagem, a sofrida judia Bella Landau, que fugia do Nazismo na Europa.
Antes de começar a gravar, o elenco de Aquarela do Brasil assistiu a uma oficina de contextualização organizada pela Central Globo de Produção. Durante dois dias, eles ouviram palestras, analisaram objetos, leram textos com as professoras de expressão corporal Leila Mendes e Rossana Terranova e assistiram a filmes e documentários que possibilitaram uma plena imersão no ambiente cultural dos anos 1940.
Mário Lago contou sua experiência nos anos gloriosos do rádio, quando trabalhou como roteirista, ator e jornalista. O judeu Aleksander Henyk Laks deu um emocionante depoimento sobre o campo de concentração de Auschwitz, ao qual, milagrosamente, conseguiu sobreviver. E o professor Rodrigo Pato Sá e a pesquisadora Madalena Prado deram uma aula sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial.
Locações e figurinos
A minissérie foi gravada nas cidades de São José do Barreiro (SP) e Conservatória (RJ), além da cidade cenográfica montada no Projac.
Paulo Lóis, que assinou os figurinos da minissérie, encontrou uma boa parte das roupas e acessórios dos personagens em brechós do Rio de Janeiro e, especialmente, de São Paulo. Depois de muita pesquisa, sua equipe ainda precisou tingir, restaurar e adaptar as peças para cada ator.
Campanha de lançamento
A campanha de lançamento de Aquarela do Brasil partiu da ideia de justapor ficção e realidade por meio de uma estratégia que aguçou a curiosidade dos telespectadores: os depoimentos de uma refugiada judia, um ex-combatente da Segunda Guerra e uma cantora da Era de Ouro do rádio.
Exibição
Os capítulos eram entremeados por imagens de época, inseridas no vídeo como contextualização da trama.
Com a exibição da minissérie, chegou às livrarias o livro “A Década de 40 Através da Minissérie Aquarela do Brasil”.
Aquarela do Brasil foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming da Globo) em 02/09/2024.
01. PODER DA CRIAÇÃO – Alcione
02. POR TODA VIDA – Marcus Vianna e Transfônica Orkestra (tema de Isa)
03. SEGREDO – Maria Bethânia
04. NERVOS DE AÇO – Paulinho da Viola
05. BLUE MOON – Mel Torme
06. LA ENORME SOLEDAD – Paula Santoro
07. NO MEXE-MEXE NO BOLE-BOLE – Dudu Nobre
08. À MEDIDA DA PAIXÃO – Fafá de Belém
09. SABOR A MI – Laura Fygi
10. SAMBA RASGADO – Ney Matogrosso
11. CLAIR DE LUNE – Marcus Vianna
12. AQUARELA DO BRASIL – Roberta Lombardi (tema de abertura)
13. MADAME BUTTERFLY – Sagrado Coração da Terra
14. TEU LINDO OLHAR – Emílio Santiago
Sonoplastia: Júlio Correa
Produção musical: João Paulo Mendonça
Direção musical: Mariozinho Rocha
Trilha sonora complementar: Trilhas e Temas Volume 5 – Marcus Viana
Obras inéditas de O Clone, Aquarela do Brasil, A Sonata e Serras Azuis
01. PARA TODO O SEMPRE de Aquarela do Brasil
02. AS DUNAS INFNITAS de O Clone
03 COMO UMA NUVEM de O Clone
04. SOB O SOL (instrumental) de O Clone
05. IRMÃOS de O Clone
06. O MISTÉRIO DA VIDA de O Clone
07. SOB O SOL (instrumental) de O Clone
08. A MIRAGEM (instrumental) de O Clone
09. OSÍRIS de O Clone
10. UMA VISÃO DE LÁ de O Clone
11. BAJO EL SOL de O Clone
12. ADÁGIO DE FEZ de O Clone
13. A SONATA EM LÁ MENOR de A Sonata
14. TEMA DE SERRAS AZUIS de Seras Azuis
Tema de abertura: AQUARELA DO BRASIL – Roberta Lombardi
Brasil , meu Brasil brasileiro
Meu mulato izoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, pra mim, pra mim, pra mim
Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do serrado
Bota o rei Congo no congado
Brasil, pra mim
Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda a canção do meu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando o seu vestido rendado
Brasil, pra mim, par mim, pra mim
Brasil, terra boa e gostosa
Da morena senhora de olhar indiferente
O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, pra mim, pra mim, pra mim
Ô, esse coqueiro que dá côco
Onde amarro a minha rede nas noites claras de luar
Brasil, pra mim
Ah, ouve essas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah, esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil, pra mim, pra mim, Brasil…
Reprodução de época e arte impecáveis!