Sinopse
Nascido em Lisboa, Antônio Maria Alencastro Figueroa vem tentar a sorte no Brasil, onde se emprega como motorista na casa do Dr. Adalberto Dias Leme, dono de uma cadeia de supermercados de São Paulo. Logo ganha a confiança do patrão, que passa a tratá-lo como um amigo e lhe permite usar os automóveis da família nas horas de folga.
Antônio Maria ganha mais: a amizade das filhas do Dr. Adalberto, Heloísa e Marina, que, naturalmente, se apaixonam por ele. Encantada com o galante português, culto e de gestos refinados, Heloísa apaixonada, provoca o ciúme de Heitor de Lima, noivo da moça, que comanda os negócios da família e arquiteta dar um grande golpe no sogro.
Marina também investe no português, que a esta altura só tem olhos para Heloísa. O chofer assume a posição de conselheiro familiar após a decadência financeira, gerada por Heitor. Outro imigrante português, Fernando Nobre, dono de uma panificadora, oferece-lhe sociedade, mas Antônio Maria, inexplicavelmente, prefere continuar como empregado.
Por qual razão Antônio Maria prefere ficar na casa do Dr. Adalberto? Por que aceitou um emprego humilde sendo um moço de fino trato? Na verdade, Antônio Maria é um milionário que está no Brasil fugindo de Amália, sua madrasta, louca por ele, que logo surge apresentando-se como sua esposa, para atrapalhar o amor entre ele e Heloísa.
SINDE FELIPE – Antônio Maria (Antônio Maria Alencastro Figueroa)
ELAINE CRISTINA – Heloísa
JORGE CHERQUES – Dr. Adalberto Dias Leme
MYRIAN PÉRSIA – Carlota
PAULO RAMOS – Heitor de Lima
ADRIANA FIGUEIREDO – Marina
ANDRÉ FILIPPI – Eduardo
DANIEL BARCELLOS – Jorgito
TARCÍSIO FILHO – Gustavo
VIRGÍNIA CAMPOS – Glorinha
JACQUELINE LAURENCE – Catarina
LÍDIA MATTOS – Berenice
GLÓRIA CRISTAL – Maria Clara
RENATO BORGHI – Fernando Nobre
ANA ROSA – Rita
DEDINA BERNADELLI – Alzira
ROGÉRIO FABIANO – Otávio Ferrari
GUILHERME CORRÊA – Honório Severino
ÍSIS KOSHDOSKI – Beth
CLÁUDIA FREIRE – Lúcia
HAROLDO DE OLIVEIRA – Arquimedes
FELIPE WAGNER
OZENIR FRAGA – Bom Cabelo
MONIQUE LAFOND – Madalena
EUGÊNIA MELO E CASTRO – Amália
Sem sucesso
Primeira novela da TV Manchete, em uma parceria com a RTP (Rádio e Televisão Portuguesa), reeditando a história do galante português Antônio Maria. A novela original havia sido um grande sucesso da Tupi em 1968, com Sérgio Cardoso no papel-título.
Dessa vez, não houve sucesso. O erro maior foi exibir o protagonista em Portugal no primeiro capítulo, mostrando um Antônio Maria milionário fugindo de uma mulher apaixonada e possessiva, Amália (Eugênia Melo e Castro), eliminando assim o grande segredo da trama e o seu maior charme.
Além disso, o sucesso da versão original contava com o indiscutível carisma de Sérgio Cardoso – ainda que o português Sinde Felipe seja um ótimo ator – e tinha um elenco com muita garra – que se afinava mais aos métodos de Geraldo Vietri (autor e diretor na duas versões).
Reclamações
Antônio Maria teve uma produção equivocada, muitos artistas reclamaram das condições de trabalho e da falta de paciência do autor, e a audiência não atingiu a meta estabelecida. Estreou em julho de 1985 e ficou no ar até novembro. A Manchete só lançou outra novela em abril do ano seguinte (Dona Beija). (“Biografia da Televisão Brasileira”, Flávio Ricco e José Armando Vannucci)
Nesta revisão, o entrecho sofreu mudanças consideráveis. Geraldo Vietri imprimiu à nova versão da trama um tom irreverente e engraçado, temperado com tragédias, que não havia na novela original. Até enveredou pelo policial, com o assassinato do vilão Heitor (Paulo Ramos), morto por Maria Clara (Glória Cristal). (“Geraldo Vietri, Disciplina é Liberdade”, Vilmar Ledesma)
Trilha sonora
Vietri confiou à portuguesa Eugênia Melo e Castro – atriz do elenco da novela – a produção musical de Antônio Maria. A proposta se distanciava do fado tradicional e apostava em nomes novos da cena musical portuguesa da época. A banda de rock Pernilongos Pauleiras, com um visual colorido, meio punk, foi uma das novidades. A trilha incluiu também uma gravação de Amália Rodrigues cantando “Summertime”, em inglês.
Os fãs do fado tradicional chiaram com Vietri, que declarou: “Chamei Eugênia para cuidar da música e lhe dei liberdade absoluta. Ela é quem manda, ela é quem sabe!”
(“Geraldo Vietri, Disciplina é Liberdade”, Vilmar Ledesma)
Zero importância
A despeito da experiência com Vietri em Antônio Maria, Eugênia Melo e Castro queixou-se em entrevista a Guilherme Bryan e Vincent Villari para o livro “Teletema, a História da Música Popular através da Teledramaturgia Brasileira”:
“Eu nem digo que este disco faz parte da minha carreira, tal é a importância que teve para mim. Zero! Eu não gostei da novela. O Vietri tratava mal todo mundo. Só a mim e ao Sinde é que ele tratava bem, porque éramos europeus. O resto era tratado a porrada, verbal e fisicamente. As pessoas ficavam sem controle, era uma coisa horrorosa. A novela não tinha pé nem cabeça. Já ao final, quem escrevia era o Sinde Felipe, porque o Vietri enlouqueceu completamente. Foi muito difícil. Era todo mundo muito doido. A grande alegria da minha vida foi quando pegou fogo o arquivo da Manchete e toda a película da novela virou cinzas. Fiquei livre de que alguma vez essa novela pise em Portugal, porque isso, sim, seria o maior mico da história. O disco, então, é um samba do crioulo doido. A única coisa boa é que ele deu a conhecer novos artistas portugueses que o Brasil não conhecia.”
Reprise
A novela foi reprisada no Romance da Tarde, faixa de programação vespertina da TV Manchete, de 08/12/86 a 05/05/87, em 120 capítulos, de 2ª a 6ª feira, às 14h15.
01. A DANÇA DA LUA – Eugênia Melo e Castro (participação de Ney Matogrosso) (tema de abertura)
02. FOI DEUS – Eugênia Melo e Castro
03. SUMMERTIME – Amália Rodrigues
04. CANÇÃO DO MAR – Rão Kyao
05. MALDIÇÃO – Eugênia Melo e Castro
06. VIRA VIROU – Eugênia Melo e Castro
07. XÁCARA DAS BRUXAS DANÇANDO – Trovante
08. ESTRANHA FORMA DE VIDA – Eugênia Melo e Castro
09. AI MEUS SAIS – Glória Cristal
10. NEM ÀS PAREDES CONFESSO – Eugênia Melo e Castro
Tema de abertura: A DANÇA DA LUA – Eugênia Melo e Castro, participação de Ney Matogrosso
Quando eu olhei para o céu
Só vi a primeira estrela
Que cintilou no olhar
Da minha companheira
Dentro da escuridão
Procuro a noite inteira
Onde você está
Ó lua feiticeira
Lunera ó luna lunera
Luna
Lua feiticeira
Ai de quem de mim te escondeu
Lua luar
Lua luar
Dona sol
Renasce e vem dançar
Era tamanho o breu
Nem dava pra ver a estrada
Quando eu peguei na mão
Da minha namorada
Tiro do meu chapéu
Por conta da minha sina
Teu luminoso véu
Ó lua dançarina…
Tentou repetir o sucesso da original da tupi porém dessa sem êxito
Primeira novela da manchete que não obteve sucesso