Sinopse

Helena retornou à pequena cidade de Greenville, de onde saiu para estudar na Europa, para tomar posse da fortuna da família Mendonça e Albuquerque, que o seu tio Pedro Afonso perdeu no jogo para o forasteiro Teobaldo Faruk. Este fora apaixonado por sua mãe, Eulália, que teve um romance proibido pela família com o humilde Zé Leandro. Desse amor nasceu Helena. Porém, Eulália e Zé Leandro morreram e Teobaldo prometeu a fortuna dos Mendonça e Albuquerque a Helena quando ela atingisse a maioridade e retornasse ao Brasil.

De volta a Greenville, Helena terá de enfrentar as armações de sua tia, a ambiciosa Maria Altiva, mulher de Pedro Afonso, que nunca perdoou Teobaldo por ter se apossado dos bens da família e tê-los passado à sobrinha. Altiva encontra no deputado Pitágoras, um político corrupto, o parceiro ideal para seus golpes. Em nome da moral e bons costumes, ela implica ainda com a alegre Zenilda e suas meninas, mas nem desconfia que Pedro Afonso é frequentador assíduo da Casa de Campo, o bordel de Zenilda.

Localizada no Nordeste brasileiro, Greenville foi colonizada por ingleses e mantém as tradições e costumes desse povo. O prefeito Ipiranga Pitiguarí é louco por obras e sofre nas mãos da mulher Scarlet, sempre muito fogosa, e da juíza Mirandinha, sua maior inimiga. Por isso, ele não quer nem saber do romance entre sua filha Carolaine e Filipe, filho da juíza. Mirandinha é uma viúva de pulso firme que acaba se rendendo ao amor de seu secretário Egídio, mais novo que ela.

Porém, a atenção maior dos moradores de Greenville se volta para a guerra declarada entre Altiva e Helena, ainda mais acirrada quando Teobaldo Faruk se apaixona pela moça, incrivelmente parecida com sua falecida mãe, que ele amara na juventude.

Globo – 20h
de 17 de fevereiro
a 11 de outubro de 1997
203 capítulos

novela de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares
escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares, Márcia Prates e Nelson Nadotti
colaboração de Maria Elisa Berredo
direção de Marcos Paulo, Roberto Naar e Luís Henrique Rios
direção geral de Marcos Paulo

Novela anterior no horário
O Rei do Gado

Novela posterior
Por Amor

ADRIANA ESTEVES – Helena
JOSÉ MAYER – Teobaldo Faruk
EVA WILMA – Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque
CLÁUDIO MARZO – Pedro Afonso de Mendonça e Albuquerque
ARY FONTOURA – Deputado Pitágoras Willians Mackenzie
RENATA SORRAH – Zenilda de Holanda
BETTY FARIA – Juiza Mirandinha
LICURGO SPÍNDOLA – Egídio
PAULO BETTI – Ipiranga Pitiguarí
LUIZA TOMÉ – Scarlet
PEDRO PAULO RANGEL – Padre Joseph
JOSÉ DE ABREU – Delegado Motinha
FLÁVIO GALVÃO – Richard
ELIANE GIARDINI – Santa Maria
MARCOS FROTA – Artêmio
FLÁVIA ALESSANDRA – Dorotí
ANA LÚCIA TORRE – Cleonice
CARLA MARINS – Dinorá
CÁSSIO GABUS MENDES – Sérgio Murilo
SELTON MELLO – Emanuel
KARLA MUGA – Grampola (Maria do Céu)
AMÉLIA BITTENCOURT – Veneranda
NEUZA BORGES – Florência
MARCOS WINTER – Hércules
ISABEL FILLARDIS – Inês
MATEUS ROCHA – Filipe
NÍVEA STELLMAN – Carolaine
CATARINA ABDALLA – Vieira
DANIELA FARIA – Berbela
HUGO GROSS – Robson
RODRIGO FARO – Beraldo
CRISTINA GALVÃO – Elaine
SÔNIA DE PAULA – Lurdes Maria
CLAUDINHA PUGET – Marilu
INGRA LIBERATO – Paraguaia
MÔNICA CARVALHO – Maribel
MARCELO ESCOREL – Dr. Lauro
CRISTIE MIYAMOTO – Mishiko

a menina ÉLIDA MUNIZ – Vivinha

primeira fase
ADRIANA ESTEVES – Eulália
CARLOS ALBERTO RICCELLI – Zé Leandro
LEANDRA LEAL – Helena
BRUNO GRADIM – Artêmio
JOÃO CARRILLO – Artêmio (criança)

e
ADIR FERREIRA – morador de Greenville
ALBERTO PEREZ – juiz de paz que casa Mirandinha e Egídio
ANA MAGDALA – empregada de Mirandinha
ANA PAULA OLIVEIRA – Vicky (assistente de Priscila Westwood)
ANDREA OLIVEIRA
ANDRÉA GUERRA – prostituta da Casa de Campo
AURICÉIA ARAÚJO – Consuelo (beata)
BEIJAR FLOR – Silvester (capanga que coloca fogo no canavial)
CHICO LÁ – Guarda Magro (da delegacia de Greenville)
CLEMENTE VISCAÍNO – Dr. Alceu (advogado que substitui Dr. Brandão servindo Teobaldo)
CREUZA DE CARVALHO – Encarnação (beata)
CRISTINA PROCHASKA – Drª Sônia
CRISTYANE DAIA – empregada de Teobaldo
DÉBORA RODRIGUES – prostituta da Casa de Campo
EDUARDO LAGO – dono da lancha que Pitágoras manda explodir onde pensa estar Helena e Artêmio
FÁBIA TAFFAREL – prostituta da Casa de Campo
FRANCELLY FREITAS – empregada na casa de Pitágoras e Cleonice
FREDDY MONTEIRO – morador de Greenville
GILBERTO MACIEL – morador de Greenville
GUILHERME MARTINS – Aniceto (político de Greenville)
HUGO CARVANA – médico
JULIANA GUIMARÃES – empregada de Pedro Afonso
JÚLIO BRAGA – Dr. Brandão (advogado de Teobaldo, prepara o contrato pré-nupcial e a escritura da usina em nome de Helena)
LEANDRO RIBEIRO – Washington (office-boy da prefeitura)
LÉO DE OLIVEIRA – morador de Greenville
LEONARDO SERRANO – repórter do Extra TV que vai a Greenville cobrir a mudança do trânsito para mão inglesa
LÉO WAINER – Edson (geólogo contratado por Teobaldo para investigar as pedras da usina)
LIMA DUARTE – Murilo Pontes (político de Resplendor que vem a Greenville para uma partida de pôquer na Casa de Campo)
LUCIANA FARIA – Rosa (prostituta da Casa de Campo)
LUIZ COMANCHE – morador de Greenville
LUZIA AVELLAR – Bela (prostituta da Casa de Campo)
MARCELO ESCOREL – médico que atende Sérgio Murilo no hospital
MARCO MIRANDA – Anfilófio (político de Greenville)
MARCOS HENRIQUE CATALDO – Júnior (filho de Inês e Hércules)
MILA MOREIRA – Priscila Westwood
NOÊMIA DUARTE – Betsy (empregada na casa de Pitágoras e Cleonice)
RAPHAEL MOLINA – Guarda Gordo (da delegacia de Greenville)
REJANE DE MORAES – Penha (prostituta da Casa de Campo)
RINALDO RINALDI – farmacêutico
ROBERTA FOSTER – Guida (prostituta da Casa de Campo)
RONALDO REIS – Gilson (noivo de Maribel)
RÚBEM DE BEM – Billy (mestre de obras de Greenville)
SONAIRA D’ÁVILA – abandona um bebê na porta dos William Mackenzie
TADEU MELLO – recepcionista da pensão em Serro Azul onde se hospedam Sergio Murilo e Inês
VALNEY AGUIAR – office-boy do fórum
WALDEMAR BERDITCHEVSKY – Fred (escrivão do fórum)
YAN ZELLER – Nonato (político de Greenville)
Silvester (capanga de Pitágoras que bota fogo no canavial)

– núcleo da família Mendonça e Albuquerque:
PEDRO AFONSO (Cláudio Marzo), dono da Usina Manguaba, perde tudo na mesa de jogo
MARIA ALTIVA PEDREIRA MENDONÇA E ALBUQUERQUE (Eva Wilma), mulher de Pedro Afonso, capaz das piores loucuras para conseguir tomar de volta a posse da Usina Manguaba
EULÁLIA (Adriana Esteves), irmã de Pedro Afonso que envolve-se com um cortador de cana, contra a vontade da família
ZÉ LEANDRO (Carlos Alberto Riccelli), cortador de cana da Usina Manguaba. Apaixona-se por Eulália e juntos têm uma filha. Após tentar uma fuga com a mulher e a filha, morre naufragado deixando apenas a menina como sobrevivente
LÚCIA HELENA (Leandra Leal / Adriana Esteves), filha de Eulália e Zé Leandro. Após a morte dos pais, vai estudar no exterior
ARTÊMIO (Bruno Gradim / Marcos Frota), agregado dos Mendonça e Albuquerque. Apaixona-se por Helena. Descobre-se que é filho bastardo de Altiva
FLORÊNCIA (Neusa Borges), a empregada
SANTA MARIA (Eliane Giardine), a irmã alcoólatra de Altiva
HÉRCULES (Marcos Winter), filho de Pedro Afonso e Altiva , tem um fraco por jogo como o pai, morre no decorrer da trama
INÊS (Isabel Fillards), mulher de Hércules, sobrinha de Florência. Sofre o preconceito de Altiva por ser negra
VIVINHA (Élida Muniz), filha de Hércules e Inês.

– núcleo de TEOBALDO FARUK (José Mayer), forasteiro que chega a Greenville e apaixona-se por Eulália. Numa mesa de jogo, ganha toda a fortuna dos Menezes e Albuquerque, inclusive a Usina Manguaba. Após a morte de Eulália, faz um trato com Pedro Afonso: sustenta a família e manda Helena estudar na Europa para quando ela atingir a maioridade ele possa casar-se com ela. Enquanto isso, estabelece-se em Greenville onde monta um empório. Helena retorna e não aceita o compromisso. Mas acaba apaixonada por ele:
a mãe VENERANDA (Amélia Bittencourt)
o filho EMANUEL (Selton Mello), garoto que ficou problemático depois da morte da mãe. No decorrer da trama conclui-se que o ele tem o dom de adivinhar as coisas e no último capítulo descobre-se que ele é um anjo
os empregados do empório VIEIRA (Catarina Abdala) e os irmãos BERALDO (Rodrigo Faro) e BERBELA (Daniela Faria), apaixonada por Teobaldo.

– núcleo do deputado PITÁGORAS WILLIANS MACKENZIE (Ary Fontoura), tem uma paixão platônica por Altiva e é cúmplice em seus golpes:
a mulher CLEONICE (Ana Lúcia Torre), cansada de aguentar as grosserias do marido, consegue passar a perna no próprio e tomar todos os seus bens
a filha DOROTÍ (Flávia Alessandra), que é seduzida por Hércules e depois descobre que ele é casado. Apaixona-se então por Artêmio
a filha SCARLET (Luiza Tomé), mulher “fogosa” ao extremo
o genro IPIRANGA PITIGUARI (Paulo Betti), prefeito de Greenville, sofre nas mãos da mulher
a neta CAROLAINE (Nívea Stelmann), filha de Ipiranga e Scarlet
a secretária de Ipiranga na Prefeitura, MARILU (Claudinha Puget)
a empregada BETSY (Noêmia Duarte).

– núcleo da JUIZA MIRANDINHA (Betty Faria), que vive brigando com o prefeito Ipiranga por ser contra as obras que ele administra na cidade:
o filho FILIPE (Mateus Rocha), apaixonado por Carolaine mas os dois não conseguem viver esse amor por causa das desavenças dos pais
o secretário EGÍDIO (Licurgo Spindola), que acaba se envolvendo com a juiza.

– núcleo de ZENILDA DE HOLANDA (Renata Sorrah), dona da Casa de Campo, bordel de Greenville. Grande amiga e confidente de Vieira. Inimiga de Altiva, acaba se apaixonado por Pedro Afonso:
a amiga ELAINE (Cristina Galvão), que a axilia na administração da Casa de Campo
suas “camélias”: MARIBEL (Mônica Carvalho), que se casa no início da novela, DINORÁ (Carla Marins), que sonha em se casar um dia, PARAGUAIA (Ingra Liberato), e GRAMPOLA (Karla Muga), a mais nova, apaixona-se por Emanuel
o misterioso SÉRGIO MURILO (Cássio Gabus Mendes), que após conseguir uma doação de rins feita por Dinorá, foge sem deixar vestígio. Mais os dois se reencontram e acabam se casando.

– demais personagens:
o PADRE JOSEPH (Pedro Paulo Rangel)
o DELEGADO MOTINHA (José de Abreu), após cair num buraco vai parar no Japão e volta casado com a japonesa MISHICO (Cristie Miyamoto)
RICHARD (Flávio Galvão), dono do British Club, se envolve com Santa Maria. Descobre que é pai de Artêmio: foi seduzido por Altiva quando estava bêbado, achando que ela era Santa Maria
ROBSON (Hugo Gross)
a beata LURDES MARIA (Sônia de Paula), seguidora de Altiva. Descobre-se no final que era ela a figura misteriosa do CADEIRUDO, que atacava as mulheres em noite de lua cheia
os políticos ANFILÓFIO (Marco Miranda), ANICETO (Guilherme Martins) e NONATO (Yan Zeller) .

Crítica à americanização

Outro sucesso por onde costumam transitar os personagens fantásticos de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, a exemplo de Tieta (1989-1990), Pedra Sobre Pedra (1992) e Fera Ferida (1993-1994).

A trama de A Indomada se passava na fictícia cidadezinha de Greenville (em algum lugar no Nordeste brasileiro), onde os moradores davam grande valor às tradições britânicas. Foi uma espirituosa crítica à americanização mundial.

A novela é lembrada pelo linguajar dos personagens, que falavam português misturado ao inglês com sotaque nordestino. Frases como “Uóti?”, “Istópi!” e “Óxente, mai Gódi” – o bordão da vilã Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque (Eva Wilma) – se popularizaram.

Maria Altiva

Grandes interpretações de Eva Wilma e Ary Fontoura – que viveram a ardilosa dupla Maria Altiva e Pitágoras Mackenzie -, premiados com o Troféu Imprensa de melhor atriz e melhor ator de 1997.
Também foram eleitos os melhores do ano pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), enquanto Ana Lúcia Torre foi a melhor atriz coadjuvante.

Sobre o palavreado de sua personagem Altiva, Eva Wilma comentou em seu biografia “Eva Wilma, Arte e Vida” (Edla van Steen, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006):
“Aguinaldo criou, na minha personagem, a expressão ‘Óxente, mai Gódi’. Altiva era uma vilã plena de humor crítico. Entre as expressões geniais que Aguinaldo criou para ela, inclui uma colaboração de uma amiga pernambucana: ‘thank you very much, viu bichinho!’ Nessa mistura entre o regionalismo pernambucano, o anglicismo e o americanismo residia o melhor do humor crítico do autor. Colaborei também com o ‘weeeell’ bem arrastado e esganiçado, que seria o nosso ‘beeeem’. E com uma expressão inglesa, antiga, de despedida, de tchauzinho, que é ‘triu-di-lou’.”

Ainda sobre o sucesso de sua personagem, Eva completou:
“Foi um trabalho estimulante. Tive condições de analisar um pouco a razão do fascínio que personagens vilãs podem exercer no público. Tanto a Raquel de Mulheres de Areia [da TV Tupi, de 1973] quanto a Altiva eram pessoas extremamente conflituosas, de inteligência apurada e muito senso de humor.”

Aguinaldo Silva revelou em seu livro “Meu Passado Me Perdoa” que o nome “Altiva Pedreira” era o pseudônimo com o qual concorria aos prêmios de literatura que participava na juventude.

Elenco

Questionado sobre como avalia quais personagens devem crescer ou sumir de suas novelas, Aguinaldo Silva revelou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, do Projeto Memória Globo, citando um exemplo em A Indomada:
“A Zenilda, vivida pela Renata Sorrah, tinha um caso secreto com Vieira, personagem da Catarina Abdalla. Desde o começo, senti que não estava funcionando. Quando eu saía à rua, via que as pessoas não gostavam daquilo. Tranquilamente, fui jogando a Renata para cima do Cláudio Marzo, que interpretava o Pedro Afonso, e o público adorou. É loucura insistir.”

Lima Duarte fez uma participação especial revivendo seu personagem na novela Pedra Sobre Pedra (1992), Murilo Pontes, que vinha a Greenville para uma partida de pôquer na Casa de Campo, o bordel local.
E o personagem de Ary Fontoura em A Indomada – o deputado Pitágoras – voltou à cena posteriormente em outra obra de Aguinaldo Silva: Porto dos Milagres (2001). A princípio, o ator faria apenas uma participação especial, mas a recepção do público foi tamanha que Pitágoras acabou permanecendo na trama.

Primeira novela do ator Bruno Gradim. Primeira na Globo dos atores Licurgo Spínola, Rodrigo Faro e Mateus Rocha, e das atrizes Amélia Bittencourt e Nívea Stellman (anteriormente ela havia feito apenas pequenas participações).

Realismo fantástico

Os autores mais uma vez usaram o realismo fantástico como ingrediente para desenvolver suas tramas. Situações como a do Delegado Motinha (José de Abreu), que caiu em um buraco indo parar no Japão, de Emanuel (Selton Mello), que transformou-se em um anjo, e de Altiva, que ao final virou fumaça jurando voltar para se vingar de seus desafetos, foram exemplos de recursos de narrativa empregados para conquistar os telespectadores.

Como em Tieta (1989-1990), em que havia a misteriosa figura da Mulher de Branco, que atacava os homens em noites de lua cheia, A Indomada teve o Cadeirudo (assim chamado por sua silhueta estranha e andar peculiar), que saía nas noites de lua cheia para atacar as mulheres de Greenville. A identidade do Cadeirudo foi descoberta nos últimos capítulos e, para surpresa geral, era uma mulher: Lurdes Maria, personagem de Sônia de Paula.

Cenografia e caracterizações

A cidade cenográfica de Greenville ocupava uma área de 35.000m² no Projac e apresentava fachadas vitorianas com casas nordestinas, exibindo a mistura cultural presente na novela. Os cenários de estúdio também demonstravam uma harmoniosa convivência dos costumes britânicos e nordestinos.

A caracterização dos atores seguiu a linha adotada na cenografia: os personagens usavam trajes ingleses em pleno Nordeste brasileiro. O figurino de Pitágoras (Ary Fontoura) foi criado tendo como referência o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill, enquanto o do delegado Motinha (José de Abreu) foi inspirado no detetive Sherlock Holmes, personagem do romancista Connan Doyle. Outro personagem que se vestia como um autêntico inglês era Richard (Flávio Galvão), proprietário do British Club. Já a vilã Altiva (Eva Wilma) usava casaco de pele em pleno verão. (Site Memória Globo)

Merchandising social

A ação de merchandising social em torno da jovem personagem Grampola (Karla Muga), que encontrou uma alternativa à prostituição, obteve o reconhecimento formal da Campanha Nacional pelo Fim da Exploração, da Violência e do Turismo Sexual Contra Crianças e Adolescentes. (Site Memória Globo)

Trilha sonora e abertura

Última novela a ter sua trilha sonora lançada em LP – apenas o volume 1, com Adriana Esteves na capa. Em 2017, a Globo Marcas lançou em edição especial e limitada um LP com a trilha da supersérie Os Dias Eram Assim.

Antes de estrear como atriz, Maria Fernanda Cândido apareceu correndo na abertura de A Indomada. Com efeitos tridimensionais, seu corpo transformava-se em elementos da natureza (fogo, água e pedra) para vencer barreiras de ferro e concreto que surgiam em seu caminho, deixando para trás um rastro de canavial. A música-tema era “Maracatudo”, de Sérgio Mendes. A ideia lembrava a abertura de outra novela, Fogo Sobre Terra (1974), ainda em preto e branco, em que uma moça corria enfrentando terra, fogo e água.

Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares não gostaram da abertura de A Indomada, reclamando publicamente do trabalho desenvolvido por Hans Donner e sua equipe, mais precisamente da combinação entre o visual e a música, que foi somente instrumental nas duas primeiras semanas.
“Levei um susto. A abertura é fria, a novela é quente. O romance ou a comédia teriam sido os melhores caminhos”, disse Linhares ao jornal O Globo de 02/03/1997.

A primeira alteração foi feita pelo diretor artístico Paulo Ubiratan em parceria com a equipe de Mariozinho Rocha, que cuidava das trilhas sonoras das novelas. As vozes da versão original da música passaram a ser ouvidas. Ainda assim, os autores não ficaram satisfeitos.
“Pelo que ouvi, ninguém gostou. A abertura é ruim, não tem a ver com a novela. Esperava algo mais rural. (…) Agora mudou um pouco, mas tão pouco que não adiantou”, disse Aguinaldo Silva.

Hans Donner, por sua vez, defendeu a obra: “Acho que nossa equipe conseguiu resumir a ideia da sinopse: mostrar a protagonista como uma mulher ligada à natureza, que precisa ultrapassar vários obstáculos, mas que é tão forte que nada a detém. Aliás, não acho que a abertura seja fria: além de uma mulher, usamos fogo, água e plantas de verdade conjugados com os recursos da tecnologia.”

Exibições

Na reapresentação no Vale a Pena Ver de Novo (entre 16/08/1999 e 17/03/2000), a Globo preferiu não arriscar: a abertura era a mesma, mas com outra música, “Unicamente”, gravada por Deborah Blando, que já era o tema da protagonista Helena (Adriana Esteves).

A novela também foi reprisada no Viva (canal de TV por assinatura pertencente ao Grupo Globo), entre 30/07/2018 e 23/03/2019, às 23h30 (com reprise às 13h30 do dia seguinte).

A novela foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming do Grupo Globo) em 31/08/2020.

E mais

Não confundir A Indomada com a novela A Indomável, de Ivani Ribeiro, exibida pela TV Excelsior em 1965. Uma trama nada tem a ver com a outra.

Trilha sonora volume 1

01. IMPOSSÍVEL ACREDITAR QUE PERDI VOCÊ – Fábio Jr. (tema de Teobaldo)
02. CIRANDA DA ROSA VERMELHA – Elba Ramalho (tema de Emanoel e Grampola)
03. NÃO ADIANTA SABER (I MIGHT BE CRYING) – Sandra de Sá (tema de Hércules e Inês)
04. À PROCURA DE ALGUÉM – Geraldo Azevedo (tema de Pitágoras e Altiva)
05. MEU BEM-QUERER – Djavan (tema de Felipe e Caroline)
06. ONDE ESTARÁ O MEU AMOR – Maria Bethânia (tema de Pedro Afonso e Zenilda)
07. UNICAMENTE – Deborah Blando (tema de Helena)
08. É TÃO BOM TE AMAR – Fafá de Belém (tema de Dinorah e Sergio Murilo)
09. CANA CAIANA – Alceu Valença (tema de locação e tema das vinhetas de intervalo)
10. BABY TOQUE – Baby do Brasil (tema de Scarleth)
11. MARACATUDO – Sérgio Mendes (tema de abertura)
12. MÚSICA DA NOITE (MUSIC OF THE NIGHT) – Ricardo Feghali e Guilherme Dias Gomes (tema de Artêmio)
13. ESTE SEU OLHAR – Dick Farney (tema de Mirandinha e Egidio)
14. A INDOMADA – Guilherme Dias Gomes (tema geral)

Produção musical: Guilherme Dias Gomes
Direção musical: Mariozinho Rocha

Trilha sonora volume 2

01. ESTRELA – Gilberto Gil (tema de Teobaldo e Helena)
02. FELICIDADE (LOVE OF MY LIFE) – Paulo Ricardo
03. CIRANDEIRO – Simone Guimarães (tema de Mirandinha e Egidio)
04. I LOVE YOU TONIGHT – Falcão
05. AVOHAI – Zé Ramalho (tema de locação)
06. POR EU TER ME MACHUCADO – José Augusto (tema de Dorothy)
07. VEM NHANHA – Na Boquinha da Garrafa (tema de Scarleth)
08. MALUCO BELEZA – Felicidade (tema de Ipiranga Pitiguari)
09. ENGENHO – Jerry Adriani (tema de Artêmio)
10. PRA FICAR CONTIGO – Maurício Mattar (tema de Felipe (Mateus Rocha) e Caroline)
11. GARDEZ MOI POUR TOUJOURS (POR CAUSA DE VOCÊ) – Sylvia Telles (tema de Santa Maria)
12. VIDA BELA VIDA – Guilherme Rondon
13. O INFINITO AMOR – Jorge Vercilo
14. INGÊNUO – Pat Escobar

Produção musical: Guilherme Dias Gomes
Direção musical: Mariozinho Rocha

Tema de abertura: MARACATUDO – Sérgio Mendes (a abertura não exibia a música completa, com a letra)

Maracatu, maracatu
Maracatu, maracatu, maracatu

Eu vou, eu vou
Eu vou para Luanda
Mas eu vou, eu vou
Eu vou para Luanda

Vou pra Luanda
Pra saber como é que anda
É aquele baque
Do batuque da moçada
Que deu no côco, que deu no côco
Maracatu, boi e ciranda

Hija oja hapa kwetu silika ndugu
Zangu heshima kwa wenzenu upendo la udugo
Mtindo ukitoka muungano kuchochea
Tuchese kwa umoja usalama na kwa rahà

E tudo que sei, ninguém me contou
Eu sei porque eu sei do valor
Wenyeji watoto duniani tunaishi
Shikana kwa mikono na maracatu

Maracatu, maracatu, maracatu
Maracatu, maracatu, maraca

Eu vou, eu vou
Eu vou para Luanda
Mas eu vou, eu vou
Eu vou para Luanda

Amkeni Kumekucha matajiri maskini
Wadogo kwa wakubwa kila moja suluhishi
Waume na wakike Vijana na wazee
Weupe, weusi wajani kila rangi
Wenyeji watoto Duniani tunaishi
Shikana kwa mikono na Maracatu

E tudo que eu sei, ninguém me contou
Eu sei porque eu sei do valor
E tudo que eu fiz, eu fiz porque quis
Feliz é quem bate o tambor
Maracatu, maracatu, maracatu…

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