Sinopse

São Paulo, final do século 19. O fidalgo Lineu Maciel, de tradicional família paulista, perde toda sua fortuna no jogo. O problema poderia ser resolvido com o casamento de sua filha, a bela Cecília, com o jovem Edmundo Amarante, filho do rico comerciante Jorge Amarante. Porém, o avarento pai de Edmundo odeia a família Maciel, ainda mais por estar arruinada, e promete deserdar o filho se o casamento acontecer.

Todavia, Cecília é cortejada pelo próspero fazendeiro Fernando Albuquerque, que promete saldar toda a dívida de Maciel se desposar sua filha. Na esperança de fugir com Edmundo após se resolver a situação do pai, Cecília consente em casar-se com Fernando e vai morar em sua fazenda, enquanto Edmundo, desiludido, vai concluir seus estudos na Europa. Na fazenda dos Albuquerque, Fernando aceita manter um casamento de aparência com Cecília, pois sabe que ela não o ama.

O retorno de Edmundo da Europa traz mudanças na vida de todos. Ele agora é noivo de sua prima Malu, por compaixão, pois sabe que ela sofre de uma doença incurável e tem pouco tempo de vida. Essa união serviu para distanciar ainda mais Cecília de Edmundo, que agora já vê Fernando com outros olhos. Porém, Fernando é um homem de comportamento misterioso e que mantém um segredo em sua fazenda. Não longe dali vive Hortência, sua antiga paixão, uma mulher enlouquecida que sofrera uma desilusão amorosa com Lineu Maciel.

Na verdade, o casamento de Fernando com Cecília fazia parte de um plano de vingança do fazendeiro para humilhar Maciel. Esses fatos e muitos outros vêm à tona com cartas anônimas endereçadas a membros das famílias Albuquerque, Maciel e Amarante. Para desmascarar o autor das cartas, todos se reúnem na fazenda dos Albuquerque, onde Hortência aproveita-se da situação para atentar contra a vida de Lineu. Porém, ela acaba morta, vítima de sua própria loucura.

Sem mais vinganças e rancores, Cecília se depara apaixonada por Fernando e aceita os seus sentimentos. Enquanto isso, Edmundo descobre o autor das cartas anônimas que atormentavam a todos, mas nega-se a revelar. Era Malu, que confessa diante dos fatos ocorridos. Ela descobrira por acaso sua doença ao mesmo tempo em que via seu verdadeiro amor, Edmundo, envolvido com Cecília. Para desmoralizar a todos e ter Edmundo para si, Malu escrevera as cartas.

Excelsior – 19h30
de 1º de julho a 31 de outubro de 1965
97 capítulos

novela de Ivani Ribeiro
direção de Walter Avancini

Novela anterior no horário
Vidas Cruzadas

Novela posterior
A Grande Viagem

GLÓRIA MENEZES – Cecília
EDSON FRANÇA – Fernando Albuquerque
TARCÍSIO MEIRA – Edmundo
ALTAIR LIMA – Lineu Maciel
IVAN MESQUITA – Jorge Amarante
REGINA DUARTE – Malu
KARIN RODRIGUES – Hortência
MARIA APARECIDA ALVES – Sofia
RACHEL MARTINS – Nhá Vina
RUTH DE SOUZA – Narcisa
MACHADINHO – Nicolas Barreto
HUGO SANTANA – Laércio
LOURDINHA FÉLIX – Candinha
SILVIO PIRATININGA – Jacinto
AÍRTON SILVA (PELEZINHO) – Zuza
AYRES PINTO – Tico
MARCELO MARNE

– núcleo de CECÍLIA (Glória Menezes):
o pai LINEU MACIEL (Altair Lima), arruinado financeiramente
a criada NARCISA (Ruth de Souza)
o advogado BARRETO (Machadinho) .

– núcleo de FERNANDO ALBUQUERQUE (Edson França), que se casa com Cecília – apesar dela não amá-lo – para saldar a dívida de Lineu:
a mãe VINA (Rachel Martins)
a prima SOFIA (Maria Aparecida Alves), apaixonada por ele
a mulher que esconde na fazenda, HORTÊNCIA (Karin Rodrigues), que amara Lineu no passado e enlouquecera
a agregada da família CANDINHA (Lourdinha Félix)
o capataz da fazenda JACINTO (Silvio Piratininga)
os meninos ZUZA (Pelezinho) e TICO (Ayres Pinto).

– núcleo de EDMUNDO (Tarcísio Meira), o amor de Cecília. Desiludido quando soube do casamento dela, parte para a Europa para formar-se médico:
o pai JORGE AMARANTE (Ivan Mesquita), um homem rico, porém mesquinho
a prima MALU (Regina Duarte), que ama Edmundo. Os dois chegam a casar-se.

Superprodução

A primeira superprodução da telenovela brasileira. Um primoroso guarda-roupa de época foi especialmente confeccionado. Os cenários na Companhia Cinematográfica Vera Cruz (em São Bernardo do Campo, SP) reproduziram uma rua inteira de São Paulo do final do século 19, com praças, igreja e jardins (“Ivani Ribeiro, a Dama das Emoções”, Carolline Rodrigues).

A Deusa Vencida foi premiada com o Troféu Imprensa de melhor novela de 1965. Ivani Ribeiro foi eleita a melhor novelista, e Regina Duarte, a revelação feminina da TV naquele ano.

Elenco

Primeira novela da carreira de Regina Duarte, trazida à TV pelo diretor Walter Avancini. A atriz interpretou a garota Malu que infernizou a todos com suas cartas anônimas.

Também o primeiro trabalho na televisão da atriz Ruth de Souza.

Uma discórdia entre Tarcísio Meira e Edson França, na disputa pela primazia nos créditos da abertura, acabou gerando uma polêmica. Golpe promocional ou não, o nome de Edson ficou fora da apresentação a pedido dele.

Tarcísio Meira revelou a Flávio Ricco e José Armando Vannucci, para o livro “Biografia da Televisão Brasileira”, com certa mágoa por não ter sido o escolhido para viver o protagonista da novela:
“Uma vez, o Avancini me chamou de lado e disse que eu não era um ator para fazer um beberrão ou um homem rústico e, por isso, tinha me tirado o protagonista de A Deusa Vencida. Para ele, eu era um ator de papeis urbanos.”

Trilha sonora

De acordo com Guilherme Bryan e Vicent Villari, no livro “Teletema, a História da Música Popular Através da Teledramaturgia Brasileira”, o então diretor de criação da agência de publicidade McCann Erickson, Zaé Júnior, foi o compositor das duas músicas do compacto simples com a trilha sonora da novela.

Com arranjo do maestro Lyrio Panicali, ambas as faixas foram gravadas por Hugo Santana que, além de cantor, era também ator da novela – interpretava o seresteiro Laércio – e apresentador – comandava o programa de variedades Show do Meio-Dia na TV Excelsior.

Repetecos

Após o término da novela, sua história foi transformada em romance e vendida em livrarias, lançada pelas Edições O Livreiro, em adaptação assinada por Savério Jr.

Em 1980, a TV Bandeirantes produziu um remake de A Deusa Vencida, com Elaine Cristina, Roberto Pirilo e Agnaldo Rayol nos papéis que foram de Glória Menezes, Edson França e Tarcísio Meira na novela original.

Músicas de Zaé Júnior e Teotônio Pavão, interpretadas por Hugo Santana

01. BALADA PARA UMA DEUSA MENINA

Deusa de amor, de flor, de sonho
Guarda meu coração tristonho
Nele ficou a primavera
Meu mundo de quimera
De estrela vespertina
Olha que a luz do teu olhar
Traz-me sol de amor, luar
Sonha os sonhos que são meus
Que sonham com os teus
Deusa de amor menina
Céu não negue à minha amada
Um pouco de amor
Ao seu gentil cantor
Faz o orvalho da alvorada
A luz do encantamento
Nascer em meu tormento
A minha madrugada

02. PEQUENA PAISAGEM DE AMOR

Não brinques flor
Com meu amor
Que amor é flor
Que dá perfume e também dor
Não vêem teus olhos
Que nos meus olhos
Há tanto encanto
E desencanto por amor
Doce ternura
Ternura e céu
Céu dos teus olhos
Nos meu olhos vem brincar
A espera é louca
A vida é pouca
Pra tanto amor
Que tenho, amor
Pra te ofertar
Também te quero
Te quero e canto
O suave encanto do teu canto
De encontrar
Pois meu amor
O nosso amor
É clara estrela
Que para vê-la basta olhar
Brincar de amor ou de morrer
Morrer de amor
Não é brinquedo pra brincar
Não brinques, sim
Foge de mim
Que amor é flor
Que desabrocha pra murchar…

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