Novo personagem

Ex-Chiquititas, Gabriel Santana amadurece na TV para peitar Murilo Benício em Pantanal: “Renato tem carência enorme do pai”

Remake da obra de Benedito Ruy Barbosa marca a estreia do ator no horário nobre da Globo

Publicado em 06/04/2022

Gabriel Santana começou na TV aos 13 anos, como Mosca na releitura de Chiquititas (2013), no SBT. Agora, aos 22 anos, em sua estreia na Globo através de Pantanal, atual cartaz das 21 horas, ele volta a dar a vida a um personagem já consagrado na teledramaturgia por outro ator.

Neste remake da obra de Benedito Ruy Barbosa, o segundo da carreira de Gabriel, ele interpreta Renato, filho de Tenório (Murilo Benício) em sua segunda família. Na versão original o personagem foi vivido por Ernesto Piccolo.

Gabriel Santana (Foto: Carlo Locatelli / Divulgação)

Comecei em ‘Chiquititas’ sem nenhuma experiência, foi meu primeiro trabalho. Quando acabou a novela decidi que era isso que eu queria para a minha vida e precisei me profissionalizar.

Estudei teatro, fiz faculdade de Artes Cênicas, e vejo a minha trajetória até o Renato com muito estudo, amor à arte, dedicação e aperfeiçoamento pessoal.

Antes de ser um bom artista, você precisa ser uma boa pessoa, e eu venho amadurecendo muito”, destaca Gabriel, que ainda soma no currículo trabalhos as séries Carcereiros (2017), Z4 (2018) e Malhação – Toda Forma de Amar (2019).

Ator Ernesto Piccolo interpretou Renato na primeira versão de Pantanal, Gabriel Santana assume o personagem no remake em cartaz na Globo
Ator Ernesto Piccolo interpretou Renato na primeira versão de Pantanal, Gabriel Santana assume o personagem no remake em cartaz na Globo (Reprodução: Rede Manchete/Instagram)

Os testes para Pantanal vieram numa fase em que o ator estava buscando outras oportunidades. Ele já estava com outros testes encaminhados fora da Globo, mas foi o personagem Renato que o abraçou para um novo desafio.

Fiz teste para um filme de terror, produção brasileira, e estava muito empolgado. Quando fiz o teste para Pantanal fiquei bastante animado com a oportunidade.

Foram três semanas sem saber nada sobre o resultado. Achei até que não tinha dado certo. Mas aí veio a surpresa, agradável demais, de que eu estaria na trama.

Alanis Guillen será Juma Marruá em Pantanal (Reprodução: Instagram)
Alanis Guillen será Juma Marruá em Pantanal (Reprodução: Instagram)

As diferenças do ‘novo’ Renato

Gabriel Santana não quis ficar preso à interpretação de Ernesto Piccolo para o papel de Renato. O ator explica que chegou a assistir trechos de Pantanal, mas preferiu criar seu próprio personagem:

Assisti algumas coisas, mas não muito. Quando um ator faz um remake tem que tomar cuidado de não assistir muito e acabar ficando preso a interpretação do antigo ator.

Além disso, a primeira versão se tratava de uma família branca e muito dependente do pai, nesta nova versão não, somos totalmente independentes. Fora isso, somos uma família preta. São mundos completamente diferentes. A novela está muito mais ‘contemporaneizada'”.

Tenório (Murilo Benício) de Pantanal (Divulgação)
Tenório (Murilo Benício) de Pantanal (Divulgação)

Na trama, Renato (Gabriel Santana) é filho de Tenório (Murilo Benício) e Zuleica (Aline Borges). A família ainda é composta por Marcelo (Lucas Leto) e Roberto (Cauê Campos).

Renato é o mais temperamental dos três filhos de Zuleica. É considerado “explosivo” e tem para si que sua família está acima de tudo e de todos.

O Renato tem uma carência enorme pela presença do pai, que está dividido entre duas famílias, e isso o frustra muito.

A forma que ele consegue traduzir esse sentimento é sendo rebelde, com ironia e respostas atravessadas. Mas, não só o Renato, como a família toda, tem um lugar de carinho e de amor entre si muito grande.

Um amor que transborda mesmo. Acho isso fenomenal porque cria uma profundidade incrível no personagem”, diz Gabriel.

Personagens negros e o racismo na trama

A Globo tem se reformulado o máximo possível. Vemos isso desde o ‘BBB’, que traz muito mais pessoas pretas, pessoas com a bandeira LGBTQIA+, e de variedades regionais do Brasil.

Acho que é papel da emissora, que precisa fazer cada vez mais e mais, até que de fato haja uma mesclagem. Até que a gente veja uma igualdade de gênero, cor da pele, variedade regional e orientação sexual em todos os produtos da casa.

Para mim, neste papel, tenho uma responsabilidade muito grande, já que a população preta no Brasil é de mais de 50%. Ter um núcleo para falarmos disso é importante para que haja uma conscientização da dívida histórica que existe com os negros.

Gabriel Santana (Reprodução: Instagram)

Gabriel conta que o autor Bruno Luperi, um homem branco, criou um grupo com os atores negros de Pantanal para discutir algumas falas e cenas. Neste espaço, os artistas podem opinar e auxiliar o escritor a fugir de equívocos em diálogos sobre o racismo.

“Além de trazer um ar contemporâneo para o texto, ele abriu esse canal de comunicação muito importante para nós. Temos um grupo no Whatsapp para falar sobre as cenas. Bruno está super disposto a dialogar sobre. Ele dá o ponto de vista dele, a gente dá o nosso, e sempre somos muito bem recebidos. É uma parceria que engrandece a trama”.

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