Quando estreou na Globo, assinando O Cravo e a Rosa (2000) com Mario Teixeira, Walcyr Carrasco iniciava um estilo de novela que o consagraria no horário das seis. O autor apostou fundo na comédia romântica, com um texto suave, recheado de piadinhas ingênuas, mas com um toque de malícia. Foi um sucesso retumbante!
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No entanto, em sua segunda incursão na emissora, o novelista partiu para um drama mais denso, o que afugentou o público. A Padroeira (2001) tinha um tom mais sombrio, que não agradou de cara. Para emplacar a obra, Carrasco tratou de eliminar personagens e criar novos, aumentando o tom cômico das tramas paralelas. Deu certo!
Assim, na terceira aposta, a fórmula de O Cravo e a Rosa voltou com tudo em Chocolate com Pimenta (2003). E o sucesso foi igualmente grandioso! Por isso, chamou a atenção a proposta da novela seguinte, Alma Gêmea (2005), que estreou também com um tom dramático mais intenso.
Porém, talvez por ter aprendido a fórmula do sucesso, Walcyr Carrasco trouxe muitos “refrescos” aos seus fãs no horário. Ao mesmo tempo em que apostou numa trama principal básica e arrebatadora, mesclando espiritismo (na verdade, fantasia, já que o autor não se inspirou numa doutrina específica) e vingança, o autor não se esqueceu do tom pastelão, que dominou as tramas paralelas.
O resultado foi sua novela das seis mais bem-sucedida. Alma Gêmea mistura o bom folhetim, a água-com-açúcar típica do horário e um tom cômico meio infantilizado, com personagens carismáticos, bordões, tortas na cara e gente caindo no chiqueiro. E é este sucesso que o Viva resgata em suas tardes nesta segunda-feira (31).
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