Coração de ouro

Êta Mundo Melhor!: Sergio Guizé nasceu para ser o Candinho e encantar o país

Com carisma e talento, ator revive o caipira sonhador de Êta Mundo Bom!

Publicado em 10/06/2025

Bastaram as primeiras chamadas de Êta Mundo Melhor! para confirmar: Sergio Guizé nasceu para ser o Candinho. Não é só uma questão de escalação acertada, mas de encaixe perfeito entre ator e personagem. A leveza no olhar, o gestual desajeitado, a pureza que transborda mesmo nas cenas mais simples — tudo nele carrega o DNA do caipira sonhador que o Brasil aprendeu a amar. A novela estreia no dia 30, mas já fica claro que temos aqui mais que uma continuação de Êta Mundo Bom!: temos um reencontro com um talento raro da nossa TV.

Guizé domina como poucos a arte de emocionar sem precisar apelar. Seu Candinho transita entre o humor inocente e a melancolia com uma naturalidade que faz parecer fácil o que, na prática, é de altíssima complexidade dramática. O que poderia cair no caricato ou no datado, ganha nas mãos dele uma atualização sutil — é o mesmo Candinho que vimos em 2016, mas com uma maturidade que acompanha o crescimento do próprio ator nesses anos. A câmera parece apaixonada por ele, e o público, também.

Há algo de magnético na atuação de Guizé, que vai além do texto ou da direção. É carisma nato, mas também é construção cuidadosa. Ele transforma frases simples em pequenos aforismos de esperança, e seus silêncios falam mais do que muitos monólogos. Com esse retorno, o ator se firma, de vez, como um dos grandes protagonistas da dramaturgia contemporânea. É difícil imaginar outro rosto que pudesse ocupar esse lugar com tanto brilho — Guizé não está apenas revivendo Candinho, ele está aperfeiçoando-o.

Candinho em Êta Mundo Melhor!
Sergio Guizé vive Candinho em Êta Mundo Melhor!

A escolha da Globo por trazê-lo de volta ao papel é também um gesto claro de reconhecimento à entrega de um artista que nunca tratou a teledramaturgia com desdém. Em tempos em que tantas novelas flertam com o cinismo ou a pressa, Êta Mundo Melhor! volta a apostar na delicadeza — e, com Sergio Guizé à frente, reafirma que ainda há espaço para a doçura, o romantismo e a crença na bondade humana. Uma novela com alma popular, sustentada por um ator em pleno domínio de sua arte.